sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

BÓIA-RECESSO-BÓIA-RECESSO-BÓIA-RECESSO-BÓIA-RECESSO-BÓIA-RECESSO-BÓIA-RECESSO-BRASIL,CARNAVAL 2013.

 ÀS VÉSPERAS DE COMPLETAR 04 (QUATRO) ANOS DE EDIÇÃO E RESISTÊNCIA O SR BÓIA E SUA EQUIPE MULTIDISCIPLINAR ENTRARÁ EM RECESSO POR TEMPO INDETERMINADO PARA REESTRUTURAÇÃO, RECICLAGEM, REVISÃO E O ESCAMBAU DE BICO.
SE VOLTARMOS, ESPERAMOS CONTAR COM NOSSOS INÚMEROS SEGUIDORES, CRÍTICOS E COLABORADORES.

Hasta Siempre...

SR. Bóia e Equipe.

15/fevereiro/2013 - CARNAVAL DO BRASIL.

CAPITALISMO EMPURRA CRIANÇAS PRA MENDICÂNCIA NA EUROPA

LEGADO DE RATZINGER



EU TAMBÉM TENHO UM SONHO...

DISTRIBUIR PARA CRESCER



A distribuição de renda dez anos depois

Por João Sicsú, na revista CartaCapital:

Após dez anos de governos do PT, pode-se detectar uma importante melhora no perfil da distribuição da renda no País. Não vivemos em nenhum paraíso. Muito longe disso. Mas, em contrapartida, a situação é muito melhor que a do final dos anos 1990 e início dos anos 2000.



Fonte: SCN/IBGE

O índice de Gini foi reduzido. Este índice mede a distribuição da renda e varia entre 0 e 1. Quanto mais próximo de 1, maior a desigualdade e quanto mais próximo de zero, maior a igualdade. O Gini brasileiro caiu de 0,585, em 1995, para 0,501, em 2011. Contudo, este é um número que ainda está distante dos índices de países tais como França (0,308) ou Suécia (0,244).

No início dos anos 1960, o Brasil possuía um Gini inferior a 0,5. Entretanto, os governos militares (1964-1985) adotaram um modelo de crescimento econômico com concentração de renda. O Gini subiu. Em meados dos anos 1990, com a queda da inflação, o índice de Gini sofreu uma redução.

O índice de Gini é calculado com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do IBGE. Mais de 96% das rendas declaradas na Pnad correspondem às remunerações do trabalho e às transferências públicas. Sendo assim, a desigualdade medida pelo Gini/Pnad não é adequada para revelar a distribuição da renda entre trabalhadores, de um lado, e empresários, banqueiros, latifundiários, proprietários de imóveis alugados e proprietários de títulos públicos e privados, de outro. O índice de Gini não revela a participação das rendas do trabalho e do capital como proporção do Produto Interno Bruto (o PIB, que é o valor de todos os serviços e bens que são produzidos).

Além do Gini, é preciso analisar a distribuição funcional da renda: capital versus trabalho. O processo de desconcentração da renda que está em curso no Brasil vai além da redução do índice de Gini. Ocorre, principalmente, devido ao aumento da participação dos salários como proporção do PIB.


Fonte: IBGE

Houve uma trajetória de queda da razão salários/PIB de 1995 até 2003, quando caiu a um piso de 46,23% (incluindo as contribuições sociais dos trabalhadores e excluindo a remuneração de autônomos). A partir de então, houve uma inflexão na trajetória, que se tornou ascendente. O último dado divulgado pelo IBGE é de 2009. Neste ano, a participação dos salários alcançou 51,4% do PIB superando a melhor marca do período 1995-2003, que foi 49,16%.

São variadas as causas do movimento positivo de aumento da participação dos salários no PIB. O rendimento médio do trabalhador teve um aumento real significativo entre 2003 e 2012. Houve um vigoroso aumento real do salário mínimo nos últimos dez anos. E houve redução dos juros pagos pelo governo aos proprietários de títulos públicos e redução dos juros cobrados das famílias pelos bancos.

O índice de Gini/Pnad e a participação percentual das remunerações dos trabalhadores no PIB são medidas complementares. Ambas representam dimensões da desigualdade e do desenvolvimento socioeconômico do país. As duas medidas mostram que o desenvolvimento socioeconômico brasileiro está em trajetória benigna desde 2003-4. Elas mostram também que no período anterior (1995-2003) as rendas do trabalho perdiam espaço no PIB para as rendas do capital.

A recuperação do poder de compra dos salários foi o principal pilar da constituição de um imenso mercado de consumo de massas que foi constituído no Brasil nos últimos anos. Foi a formação desse mercado que possibilitou ao Brasil sair apenas com pequenos arranhões da crise de 2008-9. O desenvolvimento econômico e social brasileiro depende, portanto, do aprofundamento do processo distributivo em curso. Não existirá desenvolvimento sem desconcentração de renda

D.PEDRO CASALDÁLIGA PARA PAPA !


Pedro Casaldáliga para papa!

Por Leonardo Sakamoto, em seu blog:

Vou resgatar um debate aqui, dada a importância da renúncia papal, nesta segunda (11). Num discurso a bispos brasileiros, durante as últimas eleições presidenciais, o hoje demissionário Joseph Ratzinger condenou o aborto e a eutanásia e, implicitamente, a pesquisa com embriões para obtenção de células-tronco. Ou seja, o que era esperado dele dado o posto que ocupa, sua trajetória e o contexto em que está inserido.

Mas foi além, e afirmou que “os pastores têm o grave dever de emitir um juízo moral, mesmo em matérias políticas”. Ou seja, em plenas eleições, Bento 16 pede para que os representantes de sua igreja orientem politicamente os fiéis.

Conversei com uma pessoa da comunidade do Jardim Pantanal (aquele bairro da capital paulista que se esvai em lama nas enchentes) sobre isso e, apesar de ser extremamente religiosa, discordou da avaliação do papa (que vai entregar o seu mandato no próximo dia 28 por, segundo ele, “não ter mais forças” para exercer o pontificado).

“Na Bíblia, está escrito para dar a Deus o que é de Deus e a César o que é de César. A gente tem que separar o que é política do que é religião, senão não dá certo.” É a gente simples da periferia de São Paulo ensinando bons modos para o Vaticano.

E já que haverá um conclave em breve, se eu também puder meter a colher na cumbuca dele já que ele meteu na nossa, tenho algumas sugestões de quem seria um ótimo papa.

Por exemplo, ao final de sua carta aos bispos, ele defendeu a solidariedade. Mas de que tipo de solidariedade ele está falando? Da caridade? Uma ação pouco útil, que consola mais a alma daquele que doa do que o corpo daquele que recebe? Ou da solidariedade de reconhecer no outro um semelhante e caminhar junto a ele pela libertação de ambos? Se for a primeira, ele está pregando a continuidade de uma igreja superficial, que ainda não consegue entender as palavras que estão no alicerce de sua própria fundação.

Se falou da segunda, a solidariedade como redenção do corpo e da alma, ele se referiu claramente à Teologia da Libertação. Prefiro acreditar que ele estava falando da primeira, pois seria irônico a atual administração do Vaticano (que deu continuidade à anterior) pregar algo que vem tentando soterrar há tempos.

A Teologia da Libertação tem sido uma pedra no sapato da Santa Sé. Na prática, esses religiosos católicos realizam a fé que o Vaticano teme ver concretizada ou não consegue colocar em prática. Pessoas, como Pedro Casaldáliga, que estão junto ao povo, no meio da Amazônia, defendendo o direito à terra e à liberdade, combatendo o trabalho escravo e acolhendo camponeses, quilombolas, indígenas e demais excluídos da sociedade.

Imaginem se ao invés de Ratzinger, fosse Casaldáliga abrindo a boca para falar a bispos brasileiros. E a defesa da vida fosse feita de outra forma, retomando palavras que ele proferiu há tempos:

“Malditas sejam todas as cercas! Malditas todas as propriedades privadas que nos privam de viver e amar! Malditas sejam todas as leis amanhadas por umas poucas mãos para ampararem cercas e bois, fazerem a terra escrava e escravos os humanos.”

Pedro Casaldáliga, bispo emérito de São Félix do Araguaia e um dos maiores defensores dos direitos humanos no país, foi marcado para morrer (novamente) no final do ano passado. Aos 84 anos e doente, teve que deixar sua casa por conta das ameaças surgidas em decorrência do governo brasileiro, finalmente, ter começado a retirar os invasores da terra indígena Marãiwatsédé, Nordeste de Mato Grosso – ação que sempre foi defendida por ele.

Enquanto isso, nossa realidade continua lembrando muito daqueles microcosmos de poder do Brasil profundo, presentes nas obras de Dias Gomes: o padre, o delegado e o coronel, amigos de primeira hora, tomando uma cachacinha na (ainda) Casa-grande, gargalhando da vida e discutindo sobre os desígnios do mundo, que – para eles – deveria ter a cara de seu vilarejo.

No meu mundo, não. Nele, se ainda houvesse igreja, ela seria comandada por pessoas como Casaldáliga.

RATZINGER - UM PAPA SEM ENCANTO


Bento 16: Um papa sem encanto

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

A renúncia de Bento XVI contém lições interessantes.

Empossado com um programa que pretendia reconduzir a Igreja para um mundo fechado nela mesma, voltada exclusivamente para debates de natureza espiritual, longe das questões que afligem os homens e mulheres do mundo, Bento XVI deixou o trono da Igreja em ambiente de decepção e melancolia.

Um de seus admiradores afirma que, embora tenha sido um grande teólogo, Bento XVI fracassou como Papa.

Não é de surpreender. Não tenho a menor condição de debater teologia. Mas, ateu desde a infância, tenho capacidade de examinar os Papas como aquilo que são – chefes políticos da Igreja. E é nesta função que o fracasso de Bento XVI contém elementos didáticos.

Embora o conservadorismo católico tenha produzido vários representantes ao longo da História da Igreja, Bento XVI não era apenas um Papa fora do tempo – era um Papa contra seu tempo.

Num mundo onde a cultura tornou-se plural, as sociedades se mostram complexas, os cidadãos se recusam a abrir mão de sua autonomia, seus direitos e opções de vida, a proposta de Bento XVI era uma forma de clausura política e cultural.

Ele se recusava a dar respostas consistentes para a vida das pessoas do século XXI, fosse em relação a vida em família, aos direitos das mulheres, às angustias dos mais pobres.

Alguém acha viável ter audiência junto às mulheres sem falar sobre aborto?

Ou conversar com a juventude sem falar da liberdade sexual?

Ou procurar audiência junto às grandes populações do planeta sem responder à pobreza, à desigualdade?

Basta assistir a uma missa num bairro popular de São Paulo – recomendo a Achiropita, no Bixiga – para se entender o que estou dizendo. É fácil perceber quando os fiéis prestam atenção, quando se empolgam, quando ficam entediados.

Este conservadorismo radical de Bento XVI queria transformar o isolamento social da Igreja em virtude.

Antecessor de Bento XVI, João Paulo II era um Papa conservador, que deu início a uma política de combate à Teologia da Libertação e mesmo perseguição ao clero comprometido com os interesses dos mais pobres e oprimidos, como aconteceu em São Paulo, com dom Paulo Evaristo Arns – cardeal que esteve longe de liderar alguma fração esquerdista da Igreja, mas jamais abandonou valores como o respeito pelos direitos humanos e a democracia.

Mas João Paulo II nunca deixou de dar respostas – à sua maneira – às questões da vida concreta. Sua pregação tinha elementos democráticos, sua mensagem procurava responder ao sofrimento de homens e mulheres comuns – e por isso ele atraía multidões por onde passava. As viagens de Bento XVI jamais tiveram a mesma vibração nem a mesma acolhida, num sinal de que seu papado acentuou uma tendência histórica da Igreja.

No início dos anos 80, o francês Marcel Gauchet escreveu um clássico sobre as religiões, “O Desencantamento do Mundo”. Ele explica a decadência universal do catolicismo pelas mudanças na vida em sociedade.

Para Gauchet, o apogeu da religião ocorreu em épocas históricas em que as pessoas acreditavam que viviam num mundo encantado. Simplificando uma teoria muito mais complexa: homens e mulheres acreditavam viver num mundo em que a religião era uma forma de magia. Atribuíam aos céus suas alegrias e tristezas, sucessos e desgraças. Pensavam que a colheita era obra divina, tinham certeza de que havia uma vida após a morte – e atribuíam cada passo da existência à decisão de Deus. Acreditavam em milagres.

Naquele mundo de encantamento, temia-se o pecado como uma ação terrível – e a punição divina como um castigo material.

Na medida em que a sociedade de modificou, os meios de subsistência evoluíram, a educação e o conhecimento se ampliaram inclusive para as populações muito pobres, muitas conquistas científicas se mostraram indispensáveis para o bem-estar de todos, era preciso falar a outros homens e mulheres, outras angústias e preocupações. João XXIII e, em certa medida, Paulo VI fizeram esforços neste sentido. Ao contrário do que sugeriam seus inimigos, a Teologia da Libertação e correntes semelhantes ajudaram a prolongar a audiência da Igreja. Deram-lhe uma audiência que as correntes conservadoras jamais teriam alcançado.

O projeto de Bento XVI era fazer o caminho de volta. Chegava a dizer que preferia uma Igreja menor e menos influente, mas composta por fiéis convictos e irredutíveis, do que uma comunidade ampla e pouco consistente.

Foi esta sua aposta política.

Um engano, que o crescimento das igrejas pentecostais demonstram pelo avesso: conseguem combinar a angustia material dos mais pobres com a promessa de milagres aqui e agora.

Falando a um mundo em que poucos creem, Bento XVI desencantou-se.

POR ONDE ANDA O VELHO ALVARO DIAS ?


Alvaro Dias e o mafioso paraguaio

Por Altamiro Borges

Pesquisa divulgada na semana passada indica que o mafioso Horácio Cartes é o maior favorito nas eleições presidenciais de abril no Paraguai. Ele aparece com 37% das intenções de voto e pode levar o oligárquico e direitista Partido Colorado novamente ao poder. Com isso, o golpe de estado que derrubou Fernando Lugo, em junho do ano passado, tenderia à consolidação. O senador Alvaro Dias (PSDB-PR), que se transformou no principal porta-voz brasileiro dos golpistas, já pode colocar mais este crime no seu currículo.

Horácio Cartes é dono de um conglomerado de 26 empresas – a maioria delas no ramo de cigarros –, e presidente do clube de futebol Libertad (atual campeão paraguaio). Um dos homens mais ricos do país, ela acusado por ligações com o narcotráfico, contrabando e lavagem de dinheiro. Com a surpreendente vitória de Fernando Lugo em 2008, que colocou fim a 60 anos de hegemonia dos colorados, o empresário ganhou influência no partido em crise graças a sua fortuna. Ele passou a ser o principal financiador da legenda.

No final dos anos 1980, Horácio Cartes chegou a ser preso por crimes financeiros. Ele foi acusado de ter obtido dólares por um preço preferencial do Banco Central paraguaio para vendê-los na cotação paralela. O mafioso também foi alvo de um processo aberto pela Justiça brasileira por remessa ilegal de divisas, envolvendo o Banco Amambay, de sua família. Em 2004, a CPI da Pirataria mencionou o mafioso como contrabandista de cigarros para o Brasil através da empresa Tabesa.

Telegrama vazado pelo WikiLeaks, em 2010, revelou que Horácio Cartes integra um rede internacional de narcotráfico e lavagem de dinheiro. O mafioso vive cercado por seguranças e alimenta um misto de medo e fidelidade entre os seus subordinados. Segundo o ex-presidente Fernando Lugo, ele foi um dos principais mentores do golpe do ano passado. Na sua campanha para presidente, Horácio Cartes conta com o apoio de ricaços e latifundiários. Será que Alvaro Dias, o amigo dos golpistas paraguaios, também dará apoio ao mafioso?

RATZINGER - ESCÂNDALOS, TRAIÇÕES, PEDOFILIA...

ASTEROIDE "RASPA" A TERRA HOJE - MENOS PERIGO PRA HUMANIDADE DO QUE O CAPITALISMO..


Asteroide de 45 metros passará a 27 mil quilômetros da Terra amanhã à tarde

14/02/2013 - 14h04
Vinícius Lisboa
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – Astrônomos de todo o mundo estarão atentos amanhã (15) à passagem do 2012 DA14, que às 17h30 se tornará o primeiro asteroide de 45 metros de comprimento a ser observado a apenas 27,7 mil quilômetros da crosta terrestre. Isso equivale a menos de um décimo dos 384 mil quilômetros que separam a Terra da Lua. A distância mínima será atingida quando o corpo celeste, de 130 mil toneladas, estiver na direção do Oceano Índico, perto da Ilha de Sumatra, na Indonésia, e será possível vê-lo com ajuda de instrumentos em partes da Ásia, Oceania, Europa e África.
"É a primeira vez que a gente sabe que um objeto desse vai passar tão perto da Terra. E, como ele tem um período que é conhecido, isso gera uma oportunidade, por exemplo, para, no futuro, um projeto de mandar uma sonda até lá, para examinar mais de perto esse objeto. Como ele está passando muito perto, ele pode ser estudado com mais precisão" destaca o astrônomo Eugênio Reis, do Museu de Astronomia e Ciências Afins, que descarta o risco de colisão.
Por passar tão perto da Terra, no entanto, o 2012 DA14 entrará no Anel Geoestacionário, área em que orbitam os satélites e a Estação Espacial Internacional, que também não devem ser atingidos pelo asteroide. De acordo com Eugênio Reis, a passagem não causará interferência nos meios de comunicação, pois o corpo celeste é uma rocha pequena que não emite qualquer tipo de radiação. Entretanto, as gravidades da Terra e da Lua mudarão a órbita do asteroide, que reduzirá sua translação (órbita em torno do Sol) de aproximadamente 366 dias para menos de 320, o que deixará os encontros com o planeta mais raros.
De acordo com informações do site da Nasa, a agência espacial norte-americana, o asteroide "chega perto" da Terra duas vezes durante sua órbita, mas a próxima vez em que essa proximidade será relevante será apenas em 2046, quando a distância será cerca de 1 milhão de quilômetros. Às 13h de hoje (14), a página da agência na internet estimava que o asteroide estava a cerca de 643 mil quilômetros da Terra, aproximando-se a uma velocidade de 28,1 mil quilômetros por hora.
Para Eugênio Reis, cientistas estão descobrindo que corpos celestes como esse passam perto do globo terrestre mais frequentemente do que se pensava: "Eles são muito pequenos, e só agora nós temos instrumentos sofisticados e programas de busca automática que conseguem identificá-los. Devem existir vários asteroides como esse em um espaço próximo, e a gente não sabe".
O próprio 2012 DA14 foi descoberto por um instrumento de busca automática do observatório espanhol de La Sagra, no ano passado. Equipamentos como esse fazem imagens do céu a todo momento, e elas são comparadas por um software que consegue identificar se algum corpo celeste está se movimentando. A partir dessa descoberta inicial, os astrônomos começam a trabalhar para entendê-lo e catalogá-lo por meio de cálculos e estimativas. O tamanho e o peso, por exemplo, são estimados com base no brilho captado a partir da luz que ele reflete do Sol.
Caso fosse possível uma colisão entre o asteroide e a Terra, Eugênio Reis diz que o impacto não seria suficiente para causar uma catástrofe de dimensões planetárias: "Ele não é considerado perigoso para a vida na Terra. Seria perigoso para a vida das pessoas de uma região, mas a Terra nem sentiria esse impacto. Não provocaria nenhuma mudança na órbita ou algo assim", minimiza o astrônomo, que, no entanto, supõe que, sendo de metal, o asteroide causaria uma cratera de cerca de 2 quilômetros e destruiria um bairro inteiro, gerando abalos sísmicos nos arredores. Se fosse de rochas pouco coesas, ele se partiria em pequenos pedaços ao colidir com o ar da atmosfera.
Para quem confunde asteroides, cometas, e meteoros, Eugênio Reis dá uma explicação simples: "Cometas têm a cauda de gelo e vêm mais de longe. Asteroides, não. Eles só se tornam meteoros quando entram na atmosfera da Terra e geram brilho. Quando chegam ao chão sem se desintegrar, são chamados de meteoritos".
Edição: Juliana Andrade

MARCO AURÉLIO SE RECUPERA


Marco Aurélio Garcia tem alta um dia antes do previsto


Yara Aquino
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, teve alta do Instituto de Cardiologia do Distrito Federal (IC-DF) na manhã de hoje (14). O boletim médico informa que a alta, prevista inicialmente para amanhã (15), foi antecipada diante da excelente recuperação do paciente. Marco Aurélio foi submetido a uma cirurgia cardíaca no dia 6 de fevereiro, após um check up que identificou obstrução em artérias do coração.
Na cirurgia, foram implantadas quatro pontes (duas de safena e duas arteriais) em caráter preventivo para evitar um infarto, pois ele apresentava sintomas de obstrução coronária com dor torácica.
Após a cirurgia, o assessor especial permaneceu na unidade de terapia intensiva (UTI) e foi transferido para o quarto no dia 8. Marco Aurélio deve retornar para uma nova avaliação em 15 dias, quando a equipe médica definirá a data de retorno do assessor ao trabalho.
Edição: Talita Cavalcante

MORRE COMPANHEIRO FERNANDO LYRA


Morre o ex-ministro Fernando Lyra

 
Bruno Bocchini
Repórter da Agência Brasil
 
São Paulo - O ex-ministro da Justiça do governo José Sarney, Fernando Lyra, morreu hoje (14), às 16h50, no Instituto do Coração (InCor), em São Paulo, em decorrência de falência de múltiplos órgãos.
 
Ele estava internado no InCor desde o último dia 5, quando foi transferido do Hospital Português, do Recife. O ex-ministro apresentava insuficiência cardíaca congestiva grave, associada a uma infecção sistêmica e insuficiência renal aguda. O quadro se desenvolveu a partir de uma infecção urinária agravada pela doença no coração, que o acometia há cerca de 20 anos.
 
Lyra foi ministro da Justiça de março de 1985 a fevereiro de 1986. Foi deputado federal por sete mandatos seguidos, entre os anos de 1971 e 1999. O último cargo público foi o de presidente da Fundação Joaquim Nabuco, de 2003 a 2011. Antes de se internar, Fernando Lyra escrevia artigos para a revista Carta Capital.
 

MANCHETES DOS JORNAIS DESTA SEXTA 15/02/2013 02hr34br


Manchetes dos Jornais


O Globo
Rivais na Igreja já ensaiam próxima disputa no conclave que vai eleger o novo Papa

Folha de São Paulo
Estradas federais têm menor número de mortos em 10 anos

O Estado de São Paulo
Telefonia fixa terá metas de qualidade

Correio Braziliense
Homem paga R$ 2 mil para matar ex-namorada

Valor Econômico
Mercado testa Banco Central e dólar cai a R$ 1,95

Jornal do Commercio
Corpo de Fernando Lyra chega ao Recife às 10h desta sexta-feira

Estado de Minas
Médicos pedem demissão em massa na Santa Casa de Cabreúva, interior paulista

Zero Hora
Justiça nega pedido de liberdade dos envolvidos no incêndio da boate Kiss

Brasil Econômico
Empresas perdem até US$ 2 trilhões com crise na Europa

INTERNACIONAIS

BBC
Mini-helicóptero é nova arma britânica no Afeganistão

The New York Times
Fronteiras marítimas indefinidas entre países complicam avanço das perfurações em alto mar

El País
China traça plano para reduzir a desigualdade social

Le Monde
Obama estabelece as prioridades de seu segundo mandato em discurso ao Congresso

Der Spiegel
Negociações de acordo comercial entre EUA e UE podem ser tão difíceis quanto negociações de não proliferação nuclear

Herald Tribune
Devido à alta procura, Hong Kong limita vendas de leite em pó para compradores da China continental

Prospect
A maldição da democracia no Quênia

Opera Mundi
Shows, caravanas e frase homofóbica encerram campanha no Equador

ESPORTIVOS

Placar
Grêmio decepciona e perde em casa para o Huachipato

Lance
Após raios interromperem o treino, Tite define o Timão sem Pato

Fazeta Esportiva
Palmeiras sofre na estreia, mas derrota Sporting Cristal por 2 a 1

Ataque
Hulk marca, Zenit bate Liverpool por 2 a 0 e abre vantagem

A Bola
Oscar faz gol solitário em vitória do Chelsea contra o Sparta Praga

É Gol
Muricy usa 4-5-1 com Neymar na frente e testa Léo

Extra
Dunga não descarta usar reservas do Colorado no fim de semana

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

WIKILEAKS REVELA TENEBROSAS CONVERSAS DE JOSE SERRA PROMETENDO ENTREGAR NOSSO PATRIMÔNIO...




http://www.brasil247.com/pt/247/brasil/93008/Serra-prometeu-à-Chevron-mudar-regras-do-pré-sal.htm



Serra prometeu à Chevron mudar regras do pré-sal



Wikileaks revela que José Serra, então pré-candidato do PSDB à
Presidência da República, tranquilizou diretora da Chevron Patrícia
Padral sobre regras nacionalistas, pró-Petrobras, em discussão no
Congresso no final de 2009; "Deixa esses caras (do PT) fazerem o que
eles quiserem. As rodadas de licitações não vão acontecer, e aí nós
vamos mostrar a todos que o modelo antigo funcionava... E nós
mudaremos de volta", disse ele à representante da petroleira
americana; não é a toa que a elite global não gosta de Julian Assange,
o fundador do site que desnuda suas verdades
8 de Fevereiro de 2013 às 05:03



247 ? Não faltam motivos para a elite global detestar Julian Assange,
o fundador do Wikileaks, em razão das revelações constrangedoras que
sua página na internet promove. Agora, um famoso político brasileiro
poderá engrossar esse cordão: o duas vezes candidato a presidente da
República José Serra.
Ao desatar um pacote de telegramas da embaixada dos Estados Unidos em
Brasília e do consulado americano no Rio de Janeiro para o
Departamento de Estado em Washington, o Wikileaks abriu uma frase de
Patrícia Padral, diretora da petroleira americana Chevron no Brasil,
dita em reuniões fechadas com os diplomatas. Ela teria obtido
garantias de Serra de que, com ele presidente, as petroleiras
estrangeiras não deveriam se preocupar com a onda nacionalista em
torno do pré-sal. O depoimento de Patrícia revelado pelo Wikileaks foi
dado três anos atrás, em 2009, quando o Congresso discutia a nova
legislação do petróleo, numa reunião com diplomatas americanos. Serra,
então, já era o pré-candidato a presidente favorito no PSDB.
Os diplomatas americanos queriam conhecer a avaliação das petroleiras
do país, instaladas no Brasil, sobre o debate entre os parlamentares.
Patrícia, então, revelou o que, segundo ela, ele ouvira do próprio
Serra:
"Deixa esses caras (do PT) fazerem o que eles quiserem. As rodadas de
licitações não vão acontecer, e aí nós vamos mostrar a todos que o
modelo antigo funcionava... E nós mudaremos de volta", teria dito o
candidato tucano a presidente à executiva da Chevron. A frase constou
de uma das mensagens do consulado americano no Rio ao Departamento de
Estado interceptadas pelo Wikileaks. É datada de 2 de dezembro de
2009.
"Eles são os profissionais e nós somos os amadores", teria afirmado a
diretora da Chevron aos diplomatas de seu país, nesse caso se
referindo aos integrantes da administração Lula. Nesse contexto,
Patríca Padral disse a eles que Serra, em conversa particular com ela,
teria se comprometido a mudar as regras a favor do interesse das
petroleiras americanas, caso eles viessem a ser atingidos pelo
Congresso Nacional.
Uma das mensagens da diplomacia ianque levou o título de "A indústria
de petróleo vai conseguir combater a lei do pré-sal?". Nele há a
referência a Serra. Como este, outros cinco telegramas publicados
pelo WikiLeaks mostram como a missão americana no Brasil acompanhou de
perto a elaboração das regras para a exploração do pré-sal. Os
documentos revelam a insatisfação das pretroleiras com a lei de
exploração aprovada pelo Congresso ? em especial, com o fato de que a
Petrobras seria a única operadora ? e como elas atuaram fortemente no
Senado para mudar a lei. O governo brasileiro, no final desse
processo, conseguiu mudar as antigas regras de exploração. No pré-sal
elas terão que seguir um modelo de partilha, entregando pelo menos 30%
à União. Além disso, a Petrobras será a operadora exclusiva.
Para a diretora de relações internacionais da Exxon Mobile, Carla
Lacerda, cuja posição foi transmitida a Washington em um dos e-mails
revelados, a Petrobras terá todo controle sobre a compra de
equipamentos, tecnologia e a contratação de pessoal, o que poderia
prejudicar os fornecedores americanos.
A diretora de relações governamentais da Chevron, Patrícia Padral, foi
mais longe e, em seu encontro com os diplomatas,, acusou o governo de
fazer uso "político" do modelo.
Fernando José Cunha, diretor-geral da Petrobras para África, Ásia, e
Eurásia, chegou a dizer ao representante econômico do consulado
americano no Rio que uma nova empresa iria acabar minando recursos da
Petrobrás. O único fim, para ele, seria político: "O PMDB precisa da
sua própria empresa".
Mesmo com tanta reclamação, os telegramas deixaram claro que as
empresas americanas escolheram ficar no Brasil para explorar o
pré-sal. No período do envio das mensagens, uma das maiores
preocupações dos americanos era que o modelo favorecesse a competição
chinesa, já que a empresa estatal da China poderia oferecer mais
lucros ao governo brasileiro.
Patrícia Padral teria reclamado da apatia da oposição: "O PSDB não
apareceu neste debate". Para ela, Serra se opunha à lei, mas não
demonstrava "senso de urgência". Nesse contexto, ele teria dito:
"Deixa esses caras (do PT) fazerem o que eles quiserem. As rodadas de
licitações não vão acontecer, e aí nós vamos mostrar a todos que o
modelo antigo funcionava... E nós mudaremos de volta".
"Com a indústria resignada com a aprovação da lei na Câmara dos
Deputados, a estratégia agora é recrutar novos parceiros para
trabalhar no Senado, buscando aprovar emendas essenciais na lei, assim
como empurrar a decisão para depois das eleições de outubro", conclui
o telegrama do consulado.
Entre os parceiros, o OGX, do empresário Eike Batista, a Federação das
Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) e a Confederação Naiconal
das Indústrias (CNI).
"Lacerda, da Exxon, disse que a indústria planeja fazer um 'marcação
cerrada' no Senado, mas, em todos os casos, a Exxon também iria
trabalhar por conta própria para fazer lobby".
Já a Chevron afirmou que o futuro embaixador, Thomas Shannon, poderia
ter grande influência nesse debate ? e pressionou pela confirmação do
seu nome no Congresso americano.
"As empresas vão ter que ser cuidadosas", conclui o documento.
"Diversos contatos no Congresso (brasileiro) avaliam que, ao falar
mais abertamente sobre o assunto, as empresas de petróleo estrangeiras
correm o risco de galvanizar o sentimento nacionalista sobre o tema e
prejudicar a sua causa".
Fonte: Wikileaks
http://wikileaks.ch/cable/2009/08/09RIODEJANEIRO288.html
http://wikileaks.ch/cable/2009/12/09RIODEJANEIRO369.html

PAPA BENTO XVI - O RATZNGER - RENUNCIA AO REINADO - ALGUM NOVO CASO DE PEDOFILIA ??

RATZNGER O CHEFE DA ICAR, EX-MILITANTE DA JUVENTUDE NAZISTA, RENUNCIOU AO CARGO.
O QUE SERÁ QUE ESTA VÍBORA TENTA "ABAFAR" DESTA VEZ ??
SEU REINADO FOI UMA SUCESSÃO DE ESCÂNDALOS DE PEDOFILIA E OUTROS DESVIOS DE SEUS VASSALOS.

PAPA RATZNGER RENUNCIA ! NOVO ESCÂNDALO NO REINADO DO EX-MILITANTE DA JUVENTUDE NAZISTA ?

Papa Bento 16 renuncia ao pontificado 11/02/2013 - 09h08 | do UOL Notícias Aumentar tamanho da letra Diminuir tamanho da letra Compartilhar Imprimir Enviar por e-mail Comente Mude Já para SKY HDTV Imagens em alta definição a partir de R$79,80. Assine já! Assine.Sky.com.br Novos Aptos no Rio Nas melhores regiões da cidade. Clicou, achou, mudou. Confira! www.ZapImoveis.com.br/Lancamentos Papa Bento 16 renunciou ao pontificado nesta segunda-feira (11), segundo  o Vaticano. Em comunicado, Bento 16 disse que vai deixar o cargo devido à idade avançada, por "não ter mais forças" para exercer o cargo. O papado de Joseph Aloisius Ratznger começou em 2005. Esta é apenas a segunda vez que um Papa da Igreja Católica renuncia ao pontificado. Segundo a rede de TV Sky News, o Papa deve deixar o Vaticano em 28 de fevereiro.

E.U.A - UMA MEGA-PRISÃO !


País megacárcel



O braço investigativo do parlamento EUA advertiu que três décadas de crescente "historicamente sem precedentes" na população prisional têm levado a uma infra-estrutura superpopulação afeta sistema prisional federal. (Fonte: IPS)
Prisão dos EUA.  Foto: Arquivo.
Prisão dos EUA. Foto: Arquivo.
Um destes relatórios do Serviço de Pesquisa do Congresso nunca disponíveis para o público em geral tão assustador como fornece dados que os presos passaram os últimos 30 anos, de 25.000 para 219.000 pessoas, ou um aumento de quase 780 por cento. E ninguém pode ser indiferente ao ouvir que cerca de 95.000 crianças menores de 18 anos estavam na prisão, e só entre 2007 e 2011, a população com mais de 64 anos cresceu 94 vezes na prisão inadequados para idosos.
Isto significa que a conta dá 716 presos por 100.000 habitantes, um escândalo em proporcionalidade quantitativa e, pior ainda, quando você sabe que, especialmente o número maior é porque pequenos delitos de drogas, encargos relacionados com violações das leis de imigração e posse armas.
Outras instituições interessadas indicam que é os maiores problemas de direitos humanos dentro dos Estados Unidos, uma vez que muitas das preso pertencem a minorias de baixa renda e racial e étnica muitas vezes marginalizadas pela sociedade.
Então você tem que ouvir os porta-vozes autorizados em Washington diatribes freqüentemente jogando fora, o cisco no olho do seu vizinho para que trave no seu próprio.

RENAN - MINISTRO DE FHC ...


Presidente nomeia Renan Calheiros ministro da justiça



CAPITALISMO PARA LEIGOS - II


Capitalismo para leigos - 2


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Petição Avaaz contra

CARNAVAL - VOCÊ SABIA ?


No alvará, todas as agremiações se chamam Grêmio Recreativo Escola de Samba

Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Mangueira, Salgueiro, Unidos da Tijuca, Mocidade Independente de Padre Miguel. Tenha a importância, a tradição ou o nome que tiver, todas as agremiações carnavalescas cariocas são, antes, Grêmio Recreativo Escola de Samba (GRES). A padronização da nomenclatura surgiu em 1935, quando as escolas foram obrigadas a tirar alvará na Delegacia de Costumes e Diversões para poder desfilar no carnaval.
Conta a história que o delegado Dulcídio Gonçalves, decidido a dar um aspecto de maior organização aos desfiles das escolas de samba, negou-se a conceder o alvará a associações com nomes considerados esdrúxulos. Essa foi a razão de a Portela ter de abandonar o nome pelo qual era conhecida: Vai Como Pode. Para registrar as escolas, os seus representantes precisavam ir aos distritos policiais existentes na época e conversar com os delegados
Segundo o jornalista, radialista e especialista em carnaval, Rubens Confete, o surgimento das escolas de samba decorreu da necessidade de o negro se inserir na sociedade, o que, por falta de opção, se dava na época a partir do samba. Para ele, o sambista é, acima de tudo, uma consequência da necessidade de inserção social do negro. Paulo da Portela, que nasceu na zona portuária, já em 1923 ia para Madureira – na zona norte da cidade - buscando a sociabilidade.
A denominação escola de samba surge mais ou menos no início dos anos 1930. Nessa época, o sambista Ismael Silva, cantava no bairro do Estácio, na região central do Rio, ao lado de um estabelecimento de ensino. Ele já pertencia à Deixa Falar, hoje Estácio de Sá, e deduziu que se a Escola Normal formava professores, a Deixa Falar formava professores do samba.
É por essa razão que, vários historiadores consideram a Estácio de Sá, criada por Ismael Silva, a primeira escola de samba do carnaval do Rio. Criada no fim da década de 1920, ela foi formada inicialmente por um grupo de amigos, dentre eles Pixinguinha, que se reuniam periodicamente nos bares ou em casas de amigos no bairro do Estácio.
A moda pegou e, a partir daí, os blocos e as escolas de samba, sob a forma de agremiações, se espalharam por todo o Rio. No carnaval, elas se concentravam, principalmente na Praça Onze e na Cidade Nova. O local chegou a ser considerado o berço do carnaval carioca e foi tema do samba enredo da Salgueiro em 1970, Praça Onze, Carioca da Gema. A partir da metade dos anos 1950, esses grupos começaram a se fundir, formando organizações cada vez maiores e a adquirir uma estrutura administrativa mais rígida, com diretores, conselheiros, tesoureiros e secretários.
Para o jornalista Rubens Confete, no entanto, a história de que a Deixa Falar foi a primeira escola de samba do Rio é “meio confusa”. Ele discorda que a primeira escola de samba tenha nascido no Estácio.
“Era um grupo de samba que já havia e que se autodenominou escola de samba. Mas o samba não nasceu no Estácio. Nasceu na zona portuária, ali naquela 'pequena África'. Ali é que se dava o grande movimento do samba”.
Segundo Confete, “a verdade do samba é que ele vem já desde o século 19 com Hilário Jovino, um músico pernambucano com passagem pela Bahia e que se radicou na zona portuária e saía com os amigos para fazer samba, e também choro, nas casas da cidade. E daí ele cria, aí sim, o primeiro embrião de escola de samba”.
Segundo o radialista, havia uma tradição folclórica de ranchos pastoris, “que era aquela coisa do profano-sagrado”, que louvavam os reis magos, e Jovino transforma isso em um rancho carnavalesco.
“E a prova disso é que as primeiras escolas de samba se chamavam As Mulheres de Pastoras – minhas pastoras. E foi ele que criou isso, o primeiro embrião de escola de samba que, a despeito de tenderem para o samba, ainda eram à época bastante europeizadas”. Segundo Confete, foram essas agremiações que se transformaram ao longo dos anos até se tornar as agremiações carnavalescas de hoje.
Naquela época, já existia a separação de funções nas escolas: compositores, instrumentistas, sambistas e dançarinas (que eram chamadas de pastoras). As mulheres se fantasiavam de baianas (foi daí que surgiu a ala das baianas, hoje obrigatória nos desfiles). Os homens, por sua vez, usavam camisas listradas e chapéus de palha, inspirados em capoeiristas da época – figurino que foi imortalizado como a típica imagem do malandro carioca.
Um levantamento mais apurado sobre a evolução dos desfiles de carnaval nos remete à segunda metade do dos anos 1950, quando os diversos grupos existentes começaram a se fundir, se transformando em organizações cada vez maiores.
Confete lembra que as competições tiveram origem incentivadas pelo jornal O Mundo Esportivo, de propriedade de Mário Rodrigues, pai de Nélson Rodrigues e de Mário Filho. “Foi ele que criou os primeiros concursos e, aí sim, pode-se dizer que surgiu a Deixa Falar, hoje Estácio de Sá, considerada a primeira escola de samba da história do carnaval do Rio. Depois vieram as outras, como a Mangueira e a Portela”.
Edição: Tereza Barbosa

IDOSOS NA GANDÁIA


Geriatra desfaz mitos sobre a participação de idosos nos festejos do carnaval

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Homens e mulheres idosos também podem e devem brincar o carnaval. Quem aconselha é o diretor da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), Salo Buksman. Segundo ele, a idade do indivíduo “não é contraindicação ao carnaval”. Todas as pessoas que se sentirem em condições e gostarem da festa podem participar.
Em entrevista à Agência Brasil, Buksman disse que alguns idosos às vezes sofrem pressão das famílias, que os desencorajam a sair alegando que estão muito velhos e que o tempo das brincadeiras já passou, ou que isso pode ser perigoso para eles. “É um equívoco. São mitos. As pessoas que se sentirem em condições, mesmo idosas, devem fazer o que têm vontade”.
Isso não significa, porém, que não devam ser tomados alguns cuidados. No caso de aglomerações, como blocos de carnaval, por exemplo, o médico advertiu que há perigo no sentido de o idoso perder a sua estabilidade, que é mais aguda nessa faixa etária.
“Porque o equilíbrio e a força muscular da pessoa idosa podem estar diminuídos, [se comparados aos de] uma pessoa mais jovem”. Segundo ele, para não correr riscos de queda, é recomendável ficar na periferia dos grandes blocos e agremiações. “Essa é uma medida básica de segurança”.
O médico lembrou que é desaconselhável também ficar de pé durante horas seguidas, porque algumas pessoas idosas, nessas situações, podem estar sujeitas à queda da pressão arterial. “Isso pode levar a a pessoa a sentir tonteira ou mesmo cair”. Por isso, de tempos em tempos, ele deve procurar se sentar para descansar, recuperar as energias. Ele sugeriu também o uso de meias elásticas para quem fica muito tempo em pé.
Outro cuidado essencial é com a hidratação adequada e constante que todas as pessoas, independentemente da idade, devem ter. Buksman destacou que q falta de ingestão de líquidos no carnaval é muito ruim. “Se todas as pessoas precisam ser corretamente hidratadas no carnaval, o idoso (precisa) muito mais, porque ele é muito sensível à desidratação”. O fato de não ingerir líquidos pode afetar os rins e o aparelho cardiovascular do idoso.
Por outro lado, a bebida alcoólica deve ser evitada no período do carnaval, disse Buksman, porque a pessoa idosa tem uma tolerância ao álcool diminuída em relação à pessoa mais jovem e isso pode fazer com que elas tenham tonteiras, náuseas e vômito. “Porque as pessoas tendem a exagerar durante as festividades e o álcool piora a desidratação”.
A alimentação deve ser leve, à base, principalmente, de carboidratos, como biscoitos e frutas, porque o idoso é mais sensível à hipoglicemia - a queda acentuada de açúcar no sangue. O médico recomenda que, ao sai para a festa, a pessoa idosa leve um biscoito ou fruta. Outro cuidado é evitar a exposição exagerada ao sol. Para solucionar o problema, o médico sugeriu o uso de filtros solares, principalmente no rosto e nos braços.
Sobre o sexo entre os idosos, tema considerado tabu por muitas pessoas, Buksman disse que a atividade sexual deve ser estimulada. “Sexo é uma afirmação de vida, aumenta a autoestima, é positivo sob todos os aspectos”. Disse que a precaução da camisinha tem que ser observada com rigor para home ns e mulheres idosos solteiros que venham, eventualmente, a fazer sexo durante o carnaval.
Edição: Tereza Barbosa

VENEZUELA APOIA O BRASIL


Venezuela diz que vai apoiar a candidatura do Brasil para a direção-geral da OMC

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Elias Jaua, sinalizou ontem (9) que os venezuelanos apoiarão a candidatura do embaixador brasileiro Roberto Carvalho de Azevêdo, 55 anos, ao cargo de diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC). A indicação foi comemorada pelo ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, que se reuniu com Jaua, em Caracas, capital venezuelana.
“Quero agradecer a consideração da Venezuela em relação à candidatura brasileira para a direção geral da OMC”, ressaltou Patriota. As eleições na OMC serão concluídas em 31 de maio. O processo eleitoral já começou.  
Além de Azevêdo, concorrem à direção-geral da OMC Alan John Kwadwo Kyerematen, da Gana; Anabel González, da Costa Rica; Mari Elka Pangestu, da Indonésia; Tim Groser, da Nova Zelândia; Amina C. Mohamed, do Quênia; Ahmad Thougan Hindawi, da Jordânia; Herminio Blanco, do México, e Taeho Bark, da Coreia do Sul.
O embaixador é apontado como um dos mais preparados especialistas em política comercial do governo brasileiro. O comando da OMC é exercido pelo diretor-geral, presidente do órgão revisor e presidente do mecanismo de controvérsias.
Diplomata de carreira, Azevedo é o representante permanente do Brasil na OMC, na Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI), no Conselho das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (Unctad), e na União Internacional de Telecomunicações (UIT). Ele construiu sua carreira na área de economia e comércio internacional, em especial de resolução de litígios.
Edição: José Romildo
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MANCHETES DESTA SEGUNDA 11/02/2013 07HR58BR


Manchetes dos Jornais

NACIONAIS
O Globo
Simpatia quase amor homenageia Vinicius de Moraes

Folha de São Paulo
Presidentes de 1/3 das Assembleias têm pendências judiciais

O Estado de São Paulo
Dilma prepara medidas e tenta evitar manobras para fechar contas

Correio Braziliense
Vinte pessoas morrem em ritual no Ganges com 30 milhões de hindus

Estado de Minas
Mulher grávida é morta a tiros e corpo é jogado de um carro; bebê está na UTI

Jornal do Commercio
Ocorrências policiais no Galo da Madrugada sobem 16,6%

Zero Hora
Após 15 pacientes receberem alta, número de vítimas de incêndio internadas cai para 50

INTERNACIONAIS

BBC
França retira refeições 'irregulares' de prateleiras

The New York Times
Reserva inexplorada de petróleo nos EUA provoca embate entre empresas petroleiras e ambientalistas

El País
Com presidência da Celac dada a Raúl e reformas internas, Cuba dá sinais de mudanças

Le Monde
Com 25 autoridades sob investigação desde o início do ano, combate à corrupção atinge o auge na China

Der Spiegel
Em guerras com uso de Drones inimigo não é um país, e sim um indivíduo

Herald Tribune
Organizações pedem mais visibilidade para mulheres no segundo mandato de Obama

Opera Mundi
Jovens, mulheres e imigrantes são os principais alvos da crise econômica

ESPORTIVOS

Placar
Palmeiras falha, mas evita derrota contra o Mogi no interior

Lance
Vaiado, Santos joga mal e é derrotado pelo Paulista no Pacaembu

Gazeta Esportiva
Nigéria bate Burkina Faso e soma 3° título africano

Ataque
Internazionale bate Chievo e deixa rival Milan para trás na tabela

A Bola
Após novo gol de cabeça, Guerreroé chamado de Cabecinha de Ouro

É Gol
Paciente, Ney Franco destaca evolução de Ganso contra o Guarani

Extra
Com Tardelli e R. Gaúcho, Cuca ensaia time para Libertadores

sábado, 9 de fevereiro de 2013

MARCO ANTÔNIO VILLA - REACIONÁRIO

O reacionarismo ululante de Marco Antônio Villa
A triunfal ascensão à base de asneiras de Marco Antônio Villa 
Diário do Centro do Mundo

Como o reacionarismo ululante de Villa deu a ele os holofotes da mídia.
Não tenho grandes expectativas em relação à academia brasileira, mas mesmo assim me surpreendi ao ler um artigo sem nexo na Folha, nas eleições de 2010, e ver que o autor era professor da Universidade Federal de São Carlos.

Pobres alunos, na hora pensei.

Não conhecia o professor Marco Antonio Villa, historiador não sei de que obras. No artigo, depois de ter entrado na mente de Lula, ele contava aos brasileiros que a escolha de Dilma se dera apenas para que em 2014 Lula voltasse ao poder, nos braços da “oligarquia financeira”. Villa, com as asas de suas teorias conspiratórias, voara até 2014 para prestar um serviço à Folha e seus leitores.

Não sei se Villa conhece a história inglesa, mas deveria ler uma frase de Wellington, o general de Waterloo: “Quem acredita nisso, acredita em tudo”.

Minha surpresa não pararia ali. Saberia depois que, graças a seu direitismo estridente e embalado numa prosa com as vírgulas no lugar, Villa virou presença frequente em programas de televisão cujo objetivo era ajudar Serra, notadamente na Globonews sob William Waack.

Mais recentemente, ele tem participado de animadas mesas redondas no site da Veja sobre o Mensalão. Vá ao YouTube e veja quantas pessoas vêem as espetaculares discussões de que Villa participa ao lado de Augusto Nunes e Reinaldo Azevedo. O recorde de Psy pode ser batido antes do que imaginamos.

Soube também que ele lançou um livro sobre o Mensalão. Abominei sem ler. Zero estrela de um a cinco.

Minha única surpresa em relação a Villa derivou de uma chancela importante de Elio Gaspari, um dos melhores jornalistas que vi em ação como diretor adjunto da Veja nos anos 1980. Ele fez parte da equipe de Elio na elaboração de seu livro “A Ditadura Derrotada”.

Villa, conta Elio, “conferiu cada citação de livro ou documento. Foi um leitor atento e pesquisador obsessivo. Villa tem uma prodigiosa capacidade de lembrar de um fato e de saber onde está o documento que comprova sua afirmação. Ajuda como a dele é motivo de tranqüilidade para quem tem o prazer de recebê-la. Além disso, dá a impressão de saber de memória todos os resultados de jogos de futebol”. Foi o que escreveu Elio.

Uau.

Villa trabalhou com Elio, portanto. Não aprendeu nada?

Não parece. Elio tem uma independência intelectual perante os partidos e os políticos que passa completamente ao largo de Villa e congêneres. Isso lhe dá autoridade para criticar e elogiar situação e oposição, e credibilidade para ser levado a sério.

Villa, em compensação, é fruto de uma circunstância em que se procura desesperadamente dar legimitidade acadêmica a um direitismo malufista. Em outros tempos, Villa – caso acredite mesmo nas coisas que escreve e fala — seria um extravagante, um bizarro, imerso num mundo que é só só seu. Você poderia imaginá-lo jogando dardos num pôster de Lula.

Nestes dias de confronto, é um símbolo de como alguém pode chegar aos holofotes e virar “referência” falando apenas o que interesses poderosos querem ouvir.

CAPITALISMO ASSASSINO


TRABALHO

Pagamento por produção adoece e mata cortadores de cana, adverte pesquisador

Francisco Alves, da Universidade Federal de São Carlos, diz que esse sistema leva o trabalhador à exaustão, doença e morte

Pagamento por produção adoece e mata cortadores de cana, adverte pesquisador
Além de obter maior ganho, o cortador trabalha demais para atingir as metas fixadas pela usina e assim garantir sua vaga na próxima safra (Foto: arquivo/MTE)
São Paulo – Os atestados de óbito de cortadores de cana geralmente declaram razões desconhecidas ou parada cardiorrespiratória, segundo a Pastoral do Migrante de Guariba, no interior de São Paulo. Mas alguns deles podem trazer como causa um acidente vascular cerebral (derrame), edema pulmonar ou hemorragia digestiva, entre outras. No entanto, para Francisco da Costa Alves, professor e pesquisador do Departamento de Engenharia de Produção da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), as mortes são o desfecho da exaustão causada pelo trabalho excessivo exigido pelo sistema de pagamento por produção. Antes de matar, o sistema provocou problemas respiratórios, musculares, sérias lesões nas articulações pelo esforço repetitivo, entre outros. “Essa forma de remuneração, que leva o cortador a trabalhar mais e mais, em longas jornadas, com alimentação e hidratação inadequadas, está na raiz do adoecimento e morte desses trabalhadores”, disse. 
Nesse sistema antigo, que já era criticado no final do século 18 por ser perverso e desumano, os trabalhadores recebem conforme produzem, tendo a responsabilidade pelo ritmo do seu trabalho. Ganham mais conforme a produção. Como trabalham pela subsistência, se submetem a esse ritmo cada vez mais intenso para melhorar suas condições de vida. 
Conforme Francisco Alves, que há mais de 20 anos pesquisa a produção no setor canavieiro, o excesso de trabalho pode ser demonstrado pela rotina dos bóias frias. Para a produção diária de seis toneladas, eles têm de cortar a cana rente ao solo para desprender as raízes; cortar a parte onde estão as folhas verdes, que por não ter açúcar não servem para as usinas; carregar a cana cortada para a rua central e arrumá-la em montes. Segundo o pesquisador, tudo isso é feito rápida e repetidamente, a céu aberto, sob o sol e calor, na presença de fuligem, poeira e fumaça, por um período que varia entre 8 e 12 horas. Para isso, eles chegam a caminhar, ao longo do dia, uma distância de aproximadamente 4.400 metros, carregando nos braços feixes de 15 quilos por vez, além de despender cerca de 20 golpes de facão para cortar um feixe de cana. Isso equivale a aproximadamente 67 mil golpes por dia. Isso tudo se a cana for de primeiro corte, ereta, e não caída, enrolada. Do segundo corte em diante, há mais esforço.
O gasto energético ao andar, golpear, agachar e carregar peso torna-se ainda maior devido à vestimenta com botina de biqueira de aço, perneiras de couro até o joelho, calças de brim, camisa de manga comprida com mangote de brim, luvas de raspa de couro, lenço no rosto e pescoço e chapéu, ou boné, quase sempre sob sol forte. Com isso, eles suam abundantemente, perdendo muita água e sais minerais. A desidratação provoca câimbras frequentes, que começam pelas mãos e pés, avançando pelas pernas até chegar ao tórax – as chamadas birolas. Provocam fortes dores e convulsões. Para tentar evitar o problema e garantir maior produção, algumas usinas distribuem soro fisiológico e, em alguns casos, suplementos energéticos. E há casos em que os próprios trabalhadores procuram um hospital na cidade, onde recebem soro na veia. 
“Ademais, o excesso de trabalho não é realizado apenas para alcançar esse salário, mas também para atingir as próprias metas fixadas pela usina (cerca de 10 a 15 toneladas diárias), a fim de garantir ao trabalhador que lhe seja oferecido a vaga na próxima safra. E, para que o trabalhador possa atingir essa meta, é obrigado a trabalhar invariavelmente cerca de 10 horas diárias, senão mais”, escreveu o juiz Renato da Fonseca Janon, da Vara do Trabalho de Matão, em sua sentença do final do ano passado que proibiu a Usina Santa Fé S.A., de Nova Europa, na região de Araraquara, a remunerar seus empregados do corte de cana por unidade de produção. A decisão, inédita, baseou-se em pesquisas coordenadas por Francisco Alves, além de outros pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Para complicar, esse sistema de pagamento impede a adoção da norma regulamentadora (NR) 31, considerada um avanço para a segurança e saúde dos trabalhadores rurais por obrigar o uso de equipamentos de proteção individual. É o caso de óculos de proteção contra as cortantes folhas da cana, que causam muitos ferimentos nos olhos. Só que para serem limpos da poeira e da fuligem, exigem a interrupção da produção. 
Para Alves, a mudança do pagamento por produção para um salário fixo depende de um longo processo de discussão e reflexão da situação. Enquanto o fim do pagamento associado à produção representa saúde, envelhecimento digno e mais vida, muitos trabalhadores o entendem como redução dos ganhos. No entanto, cortadores mais velhos, que já não têm o mesmo vigor dos mais jovens, e mulheres, que têm outra jornada de trabalho em casa, aceitam ganhar um salário fixo mesmo que seja inferior ao que ganhariam por produção.
Segundo a Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de São Paulo, os valores da tonelada de cana cortada variam entre R$ 3,80 e R$ 4. E o piso salarial mensal, regional, varia entre R$ 775 e R$ 840 para uma jornada semanal de segunda a sexta-feira, das 7h às 16h20. “Para se sustentar e à sua família, o cortador de cana deveria ter um piso correspondente a pelo menos três salários mínimos (R$ 2.034)”, disse Roberto dos Santos, secretário geral da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Estado de São Paulo (Fetaesp). De acordo com o dirigente, não há no momento nenhuma opção que permita ao trabalhador ganhar o suficiente. “É claro que seria mais vantajoso um piso salarial superior ao que se ganha por produção, mas essa forma de pagamento ainda é a que permite ganho maior e por isso os trabalhadores sempre se manifestam favoráveis a esse sistema.”  
Os patrões propõem a mecanização do corte da cana, que elimina o problema, mas também acaba com os empregos. Estima-se que só em São Paulo sejam 200 mil os que perderão o trabalho. Por isso, Alves defende políticas de curto prazo, elaboradas pelo conjunto da sociedade, para a qualificação desses trabalhadores que ocuparão parte dos empregos na agricultura mecanizada. Só que não haverá vagas para todos: uma colheitadeira faz o serviço de 80 trabalhadores. Ele estimam ainda que, com a mecanização, 20% da terra hoje tomada pela cana em São Paulo não poderá mais ser usada com essa finalidade. “Uma alternativa é que os municípios, que têm o direito constitucional de decidir o que fazer com suas terras, decidam com seus moradores se vão destiná-las à produção de alimentos ou recompor florestas nativas, que permitem a recomposição de mananciais”, disse. “Outra é a reforma agrária, política pública mais barata, capaz de proporcionar trabalho e renda para esses trabalhadores da cana.”