quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Imagens do FSM




Fotos: Paulo Aguilera

Lula ou Lindu? Os filhos do Brasil

por Maria Clara Lucchetti Bingemer

O recente filme sobre a vida do presidente Lula, feito por Fabio Barreto, não foi o sucesso de bilheteria esperado. Interpretado por muitos como um recurso a mais que o presidente estaria utilizando para alavancar a candidatura de Dilma Roussef a sua sucessão, o filme recebeu crítica não tão positiva e não lotou os cinemas como antes se pensava, em proporção à popularidade tão alta de que goza Lula.

Fui ver o filme. Gostei. Acho que é bem feito, mostra um retrato fiel daquilo em que consiste o capital maior de Lula em relação ao Brasil que pretende governar: suas origens humildes, seu duro itinerário como filho de família numerosa e pobre do Nordeste, como tantas outras, sua luta para conseguir abrir caminho na metrópole paulista em direção a um futuro melhor.

O filme é bem dirigido, com um bom elenco de atores e atrizes, com destaque para o desempenho fantástico de Gloria Pires como Lindu, a mãe coragem, personagem chave na vida de Lula. Justamente Dona Lindu é quem provoca nossa reflexão nesta crônica, fazendo-nos tentar ver mais longe o significado do filme para o entendimento da pessoa e do personagem Lula antes e depois de seu acesso ao governo brasileiro e agora, neste momento em que prepara sua sucessão, em total apoio à campanha de sua candidata Dilma Roussef.

O filme deixa claro que Lula – como muitos brasileiros – é um filho criado por mãe sozinha. Dona Lindu faz parte do time destas inúmeras mulheres para quem o homem que escolheram como companheiro se revela como um peso ou uma ausência. Dominado pela bebida, pela depressão de não conseguir uma vida digna para si ou sua família, pela infidelidade que os faz buscarem outras parceiras sexuais, levando-os a abandonar a casa e a prole, o marido de Lindu, pai de seus inúmeros filhos, inclusive de Lula é alguém que não exerce papel positivo na formação do presidente.

Para muitas mulheres brasileiras como Lindu, o homem que se deita com elas e lhes dá uma maternidade múltipla permanece em casa. Torna-se uma figura emblemática, como um adorno ou um móvel, alguém que não participa em nada da luta pela educação dos filhos e pelo sustento do lar e quando muito serve de alguma garantia para que o vizinho não a incomode. Para Lindu, como para tantas outras, nem esse papel desempenhou o marido, que se foi para São Paulo, com a outra mulher com quem se relacionava e que já levava no ventre um filho seu.

Lindu ficou cuidando dos inúmeros filhos, entre eles Luis Inácio. Aristides voltou em determinado momento, dando-lhe mais uma filha. A todos nutriu, de todos cuidou em meio à pobreza em que vivia. Até que um dia toma também o caminho do sul maravilha com toda a filharada.

O filme mostra com muita felicidade a saga dessa mulher que ao chegar encontra o marido com outra e se dispõe a criar e educar os filhos na metrópole selvagem e hostil, enfrentando todos os obstáculos e dificuldades. E mostra melhor ainda o processo interior que Lula vive ao observar essa giganta de coragem e determinação que é sua mãe.

Cresce e sempre pode encontrar naquela que o trouxe no ventre e o nutriu com o leite de seu peito a conselheira, a que lhe dá força e estímulo, em suma, a melhor amiga. Na vida do jovem metalúrgico que vai descobrindo seu talento de líder sindical, de negociador político, de personalidade carismática, Lindu é a interlocutora privilegiada que o faz ter confiança em si mesmo, não recuar, ir para frente.

O que acontecerá com o psiquismo de Lula quando dona Lindu começa a envelhecer e tornar-se mais fraca, não podendo mais ser a coluna que o sustenta? Simplesmente há uma alternância de apoio feminino. Lindu é substituída por Marisa Letícia, a segunda mulher, esposada após a morte da doce Lurdinha, morta por negligência e imperícia da saúde pública brasileira, assim como o primeiro filho do presidente.

Viúva de um motorista de táxi assassinado na violenta Paulicéia, Marisa é mulher forte, de cabelo na venta, que toma o bastão passado por Lindu e passa a desempenhar o papel de companheira, conselheira, participante em lutas e trabalhos, penas e glórias.

Lula, o filho do Brasil é um homem construído por mulheres, que deve às mulheres, sobretudo ao monumento de força e retidão que foi sua mãe Lindu, mas também à esposa Marisa, muito do que é, do que fez, do que conseguiu. O fenômeno Lula é inseparável do fenômeno Lindu e em certa medida, igualmente do fenômeno Marisa Letícia.

Aonde queremos chegar com essa reflexão? Não pretendemos, obviamente, traçar aqui uma argumentação rigorosa e consistente sobre a sucessão presidencial, nem muito menos fazer previsões neste sentido. Ao contrário, desejamos trazer nossa leitura do filme e da leitura que o diretor faz da trajetória de Lula.

E a conclusão é que Lula é alguém que confia nas mulheres. Como não confiaria, ele que deve tudo que é a Lindu, filha do Brasil por excelência e vencedora em uma situação na qual normalmente só existem vencidos? Ele sabe que deve a Lindu ser hoje um vencedor. Sabe que deve muito a Marisa do equilíbrio psicológico que o ajuda a enfrentar situações para as quais normalmente não estaria preparado. Em suma, sabe que as mulheres, quando assumem um desafio, em geral não o largam e teimosamente lutam até o fim para levá-lo a bom termo. Basta ver o conselho que Lindu lhe dá e que o filme resgata com seu testamento para o filho: “Teima, teima...”

Lula teimou e chegou à presidência. Após três derrotas. Lula agora teima diante de todo o Brasil e insiste na candidatura de uma mulher, Dilma Roussef, para sucedê-lo. As pesquisas dizem que pode não emplacar, a saúde da candidata inspirou cuidados, o carisma de Dilma deixa a desejar. Lula segue teimando. É de supor que aos seus ouvidos continue ressoando o conselho de Lindu: “Teima, teima”.

Se a teimosia der certo como outras já deram, é de se esperar – para o bem do Brasil e do povo brasileiro – que Dilma levante alto a bandeira da mulher no poder, sendo a primeira presidente do Brasil. Não seria justo com Lindu se acontecesse o contrário.

Debates do FSM: David Harvey defende transição anti-capitalista

Para David Harvey, professor de Geografia e Antropologia da City University, de Nova York, o capitalismo entrou em uma fase destrutiva que recoloca a necessidade de se voltar a falar de anti-capitalismo, socialismo e comunismo.

Por que é preciso pensar em uma transição anti-capitalista? E o que seria tal transição? A participação de David Harvey, professor de Geografia e Antropologia da City University, de Nova York, no seminário de avaliação de 10 anos do Fórum Social Mundial, em Porto Alegre, foi uma tentativa de responder estas perguntas. A resposta, na verdade, inclui, em primeiro lugar, uma justificativa da pertinência das perguntas. Após a derrocada da União Soviética e dos regimes socialistas do Leste Europeu, e a queda do Muro de Berlim, falar em anti-capitalismo tornou-se proibido. O comunismo fracassou, o capitalismo triunfou e não se fala mais no assunto: essa mensagem cruzou o planeta adquirindo ares de senso comum. Mas os muros do capitalismo seguiram em pé e crescendo. E excluindo, produzindo pobreza, fome, destruição ambiental, guerra...

E eis que, nos últimos anos, voltou a se falar em anti-capitalismo e na necessidade de pensar outra forma de organização econômica, política e social. David Harvey veio a Porto Alegre falar sobre isso. Para ele, a necessidade acima citada repousa sobre alguns fatos: o aumento da desigualdade social, a crescente corrupção da democracia pelo poder do dinheiro, o alinhamento da mídia com este grande capital (e seu conseqüente papel de cúmplice na corrupção da democracia), a destruição acelerada do meio ambiente. Esse cenário exige uma resposta política, resume Harvey. Uma resposta política, na sua avaliação, de natureza anti-capitalista. Por que? O autor de “A produção capitalista do espaço” apresenta alguns fatos de natureza econômica para justificar essa afirmação.

O capital fictício e a fábrica de bolhas
O capitalismo, enquanto sistema de organização econômica, está baseado no crescimento. Em geral, a taxa mínima de crescimento aceitável para uma economia capitalista saudável é de 3%. O problema é que está se tornando cada vez mais difícil sustentar essa taxa sem recorrer à criação de variados tipos de capital fictício, como vem ocorrendo com os mercados de ações e com os negócios financeiros nas últimas duas décadas. Para manter essa taxa média de crescimento será preciso produzir mais capital fictício, o que produzirá novas bolhas e novos estouros de bolhas. Um crescimento composto de 3% exige investimentos da ordem de US$ 3 trilhões. Em 1950, havia espaço para isso. Hoje, envolve uma absorção de capital muito problemática. E a China está seguindo o mesmo caminho, diz Harvey.

As crises econômicas nos últimos 30 anos, acrescenta, repousam (e, ao mesmo tempo, aprofundam) na disjunção crescente entre a quantidade de papel fictício e a quantidade de riqueza real. “Por isso precisamos de alternativas ao capitalismo”, insiste. Historicamente essas alternativas são o socialismo ou o comunismo. O primeiro acabou se transformando em uma forma menos selvagem de administração do capitalismo; e o segundo fracassou. Mas esses fracassos não são razão para desistir até por que as crises do capitalismo estão se tornando cada vez mais freqüentes e mais graves, recolocando o tema das alternativas. Para Harvey, o Fórum Social Mundial, ao propor a bandeira do “outro mundo é possível”, deve assumir a tarefa de construir um outro socialismo ou um outro comunismo como alternativas concretas.

A irracionalidade do capitalismo
“Em tempos de crise, a irracionalidade do capitalismo torna-se clara para todos. Excedentes de capital e de trabalho existem lado a lado sem uma forma clara de uni-los em meio a um enorme sofrimento humano e necessidades não satisfeitas. Em pleno verão de 2009, um terço dos bens de capital nos Estados Unidos permaneceu inativo, enquanto cerca de 17 por cento da força de trabalho estava desempregada ou trabalhando involuntariamente em regimes de meio período. O que poderia ser mais absurdo que isso!” – escreve Harvey em seu livro “O enigma do capital”, que deve ser lançado em abril de 2010 pela editora Profile Books. Ele descarta, por outro lado, qualquer inevitabilidade sobre o futuro do capitalismo. O sistema pode sobreviver às crises atuais, admite, mas a um custo altíssimo para a humanidade.

Não basta, portanto, denunciar a irracionalidade do capitalismo. É importante lembrar, assinala Harvey, o que a Marx e Engels apontaram no Manifesto Comunista a respeito das profundas mudanças que o capitalismo trouxe consigo: uma nova relação com a natureza, novas tecnologias, novas relações sociais, outro sistema de produção, mudanças profundas na vida cotidiana das pessoas e novos arranjos políticos institucionais. “Todos esses momentos viveram um processo de co-evolução. O movimento anti-capitalista tem que lutar em todas essas dimensões e não apenas em uma delas como muitos grupos fazem hoje. O grande fracasso do comunismo foi não conseguir manter em movimento todos esses processos. Fundamentalmente, a vida diária tem que mudar, as relações sociais têm que mudar”, defende.

“Precisamos falar de um mundo anti-capitalista”
Harvey está falando da perspectiva de um possível fracasso do capitalismo, de um ponto de instabilidade que afete as engrenagens do sistema. Mais uma vez, ele não aponta nenhuma inevitabilidade ou destino histórico aqui. Trata-se de um diagnóstico sobre o tempo presente. “O capitalismo entrou numa fase de cada vez mais destruição e cada vez menos criação”. E quais seriam, então, as forças sociais capazes de organizar um movimento anti-capitalista nos termos descritos acima? A resposta de Harvey é curta e direta: Hoje não há nenhum grupo pensando ou falando disso. “As ONGs e movimentos sociais que participam do Fórum precisam começar a falar de um mundo anti-capitalista. A esquerda deve mudar seus padrões mentais. As universidades precisam mudar radicalmente”.

A justificativa desses imperativos? Harvey dá mais um exemplo da “racionalidade” capitalista atual. Em janeiro de 2008, 2 milhões de pessoas perderam suas casas nos EUA. Essas famílias, em sua maioria pertencente às comunidades afroamericanas e de origem hispânica, perderam, no total, cerca de 40 bilhões de dólares. Naquele mesmo mês, Wall Street distribuiu um bônus de 32 bilhões de dólares para aqueles “investidores” que provocaram a crise. Uma forma peculiar de redistribuição de riqueza, que mostra que, nesta crise, muitos ricos estão fincando ainda mais ricos. “Estamos vivendo um momento de negação da crise nos EUA. Os trabalhadores, e não os grandes capitalistas, é que estão sendo apontados como responsáveis. É por isso que precisamos de uma transformação revolucionária da ordem social”.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Imagens do FSM









Fotos: Paulo Aguilera

FSM: Marcha de abertura traduz a unidade na diversidade

Após rico debate sobre as concepções e rumos do Fórum Social ocorrido na mesa de abertura do seminário “10 anos depois: desafios e propostas para um outro mundo possível”, a marcha de abertura do FSM em Porto Alegre ofereceu uma bela demonstração de unidade na diversidade à capital gaúcha nesta segunda-feira (25/1).

Movimentos estudantil e de juventude traduziram sua bandeira por soberania na reivindicação de 50% das verbas do pré-sal para a educação
Segundo as entidades mobilizadoras, foram cerca de 10 mil participantes em uma “grande marcha, que falou à cidade de Porto Alegre,levantando bandeiras contra o neoliberalismo e o imperialismo, defendendo a Reforma Agrária, a Educação e o desenvolvimento do Brasil”, nas palavras do diretor de comunicaçaõ da União Nacional dos Estudantes (UNE), André Vitral.

Todas as cores de movimentos sociais, organizações não-governamentais, entidades e ativistas compuseram o diverso cenário da marcha, que teve seu encerramento sob as entsolaradas margens do rio Guaíba. Ea marcha virou imediatamente público das atrações culturais que se iniciam e prometem animação ao lado de um famoso pôr-do-sol que ainda leva algumas horas por chegar.

Mas o discurso unificou toda a diversidade, com bandeiras já antigas, porém nunca tão atuais, visto que a crise do capitalismo deflagrada em 2008 explicitou algumas contradições já há muito denunciadas pelos movimentos sociais. Esta visão é bem expressa pelo presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil do Rio Grande do Sul (CTB-RS), Guiomar Vidor: “o Fórum Social Mundial foi concebido para ser oposição ao pensamento único e hoje, com essa crise, o fim do que eles chamavam de 'eterno', que é o neoliberalismo, se materializa. Cabe a nós organizar os movimentos sociais e apresentar propostas concretas para o mundo e para o Brasil”.

Guimar defendeu ainda a opinião já encampada por um outro sindicalista no debate da manhã, o João Felício, de que é muito importante que o debate no FSM seja extremamente plural, pois foi esta característica que ajudou a aglutinar uma ampla resistência ao neoliberalismo, mas que é fundamental também que haja um documento e propostas de ação unificadas a partir do Fórum.

Para o presidente da CTB gaúcha, a assembleia dos movimentos sociais do FSM marcada para sexta-feira (29/1), às 10h, na Usina Gasômetro, deve cumprir este papel de estabelecer uma agenda dos movimentos sociais com ações unificadas. Ele destaca ainda a importância dessaassembleia fortalecer a convocação da Assembleia Nacional dos Movimentos Sociais, puxada pela Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS) para 31 de maio deste ano, em São Paulo.

Fonte: Vermelho

Em breve, fotos e reportagens exclusivas para o Bóia Quente do nosso correspondente em Porto Alegre, Paulo Aguilera.

domingo, 24 de janeiro de 2010

Por apoiar causas LGBT, igreja chama Lula de Herodes

A Igreja Católica agora denomina o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de Herodes, em panfleto distribuído em São Paulo contra pontos dos quais discorda no 3º Programa Nacional de Direitos Humanos, lançado em dezembro pelo governo.

Herodes, é segundo a Bíblia, ordenou a "matança dos inocentes". Herodes ordena o extermínio de todas as crianças menores de dois anos em Belém, na Judéia, para não perder seu trono àquele anunciado como o recém-nascido rei dos judeus, Jesus Cristo. Para a igreja, o "novo Herodes" autorizará o mesmo extermínio anunciando-se a favor da descriminalização do aborto.

Segundo Dom José Benedito Simão, presidente da comissão e bispo auxiliar da arquidiocese de São Paulo, a igreja não é contra o plano em sua totalidade, mas considera que quatro deles "agridem" os direitos humanos. Além da questão do aborto, são eles: união civil entre pessoas do mesmo sexo, direito de adoção por casais homoafetivos e a proibição da ostentação de símbolos religiosos em estabelecimentos públicos da União.

O Brasil inerte frente ao câmbio chinês

O Brasil assiste paralisado à destruição de suas cadeias produtivas pela supervalorização do real.

por ANTONIO DELFIM NETTO do blog do Nassif

NA VISITA de Obama à China, criou-se uma espécie de G2 informal (EUA e China), cujo comportamento arrogante pretende determinar a evolução do Resto do Mundo. Trata-se, sem dúvida, de duas importantes economias. Mas elas, somadas, não fazem mais do que 30,5% do PIB mundial -quando avaliado pelas taxas de câmbio correntes- ou 31,7%, quando avaliadas pelo duvidoso conceito de paridade de poder de compra (2008). As exportações dos dois países representaram, em 2008, 16,9% das exportações de bens e serviços mundiais.

A conversa de Obama com Hu Jintao no que dizia aos interesses recíprocos foi pouco mais do que um diálogo de surdos: os EUA recusaram à China a sua pretensão de ser reconhecida como “economia de mercado”, e a China fingiu que não ouviu a súplica americana para que deixasse o yuan flutuar livremente…

Em relação ao que parece que será o maior problema do século 21 -o aquecimento global no que respeita aos efeitos produzidos pela atividade humana-, os dois continuam tendo um oportunismo cínico. A China afirma que fará tudo, desde que isso não atrapalhe o crescimento do PIB de 9% ao ano, que o PC Chinês considera imprescindível para manter a ordem social sob controle.

Os EUA comprometeram-se com uma redução da emissão de CO2 (ainda não aprovada no Senado) que é o resultado secundário do seu objetivo principal: a reconquista da autonomia energética perdida no século 20.

O problema do câmbio chinês não é apenas americano. Representa uma ameaça para o equilíbrio da economia mundial. Cada um dos seus parceiros individualmente teme a China: a perda do seu mercado e a vantagem da importação barata. É evidente que a Organização Mundial do Comércio (OMC) finge estar surda e muda, intimidada pelas ameaças chinesas. Parece confirmar o velho ditado chinês (anterior à admissão da China no organismo) de que “a OMC não existe sem a China”…

O Brasil assiste paralisado à destruição de suas cadeias produtivas pela supervalorização do real. A Comunidade Econômica Europeia vê a China transformar-se no primeiro exportador mundial (ultrapassando a Alemanha) com o euro valorizado. O Japão vê a sua economia definhar com o iene supervalorizado. Alguém pode acreditar que isso seja resultado da superprodutividade chinesa?

É hora de a OMC assumir a sua responsabilidade pela boa organização do comércio internacional.
Até quando isso durará antes que as forças políticas daqueles países exijam a volta do protecionismo que incomodará a China, ameaçará a economia mundial e liquidará a OMC?

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Por que o Haiti é tão pobre? A História responde

Míriam Leitão

Em 1804 parecia que a história tinha afinal sorrido para a rica colonia francesa do Caribe. Uma revolução dos escravos levou-os a conquistar o poder e instalar uma república negra nas Américas, a segunda república independente das Américas, depois dos Estados Unidos.

Até então ela havia sido explorada radicalmente pela França. Era tão produtiva que era chamada "a jóia das Antilhas". No sistema escravocrata, numa terra altamente produtiva, a França extraiu tudo do que podia da colônia. Lá se produzia café, cacau, tabaco, algodão, indigo entre outros produtos que eram refinados na França e reexportado para o resto da Europa. O cálculo é que a França retirava de lá 50% do seu PIB da época.

A independência parecia ser um brilhante recomeço. Não foi. O mundo inteiro decretou boicote à nova república. As potências coloniais achavam subversivo aquele modelo. Os Estados Unidos que já eram uma ex-colonia independente eram um país escravocrata. O Haiti assustava a todos. Sob boicote do mundo, o país entrou em dificuldades extremas. Não podia exportar nem importar. A França passou a cobrar do Haiti uma suposta divida para indenizar os ex-donos de terras, ex-donos de escravos. A contenda com a França só acabou quando em 1838 o governo haitiano aceitou pagar 150 milhões de francos. Durante 80 anos essa divida, que foi paga incontáveis vezes através de juros intermináveis, drenou a economia haitiana. A dívida só foi considerada paga em 1922.

Mas aí o país já estava sob jugo de outro opressor: os Estados Unidos ocuparam militarmente o país em 1915 e lá ficaram até 1938. Mesmo após o fim da ocupação física, os Estados Unidos apoiaram as escolhas trágicas dos haitianos como o poder à dinastia dos Duvalier, o Papa Doc e Baby Doc que desde os anos 60, por décadas, dominaram a população pelo terror através da mais violenta das polícias políticas de que se tem notícia nas Américas, os Tonton Macoute.

Para completar a explicação da pobreza, os indicadores educacionais são os piores. Todos esses governantes ou líderes, sejam eles de opressores estrangeiros ou opressores locais, jamais fizeram qualquer esforço para educar a população e retirá-la da ignorância.
A democracia quando chegou lá, chegou tarde e vulnerável.

Para completar o quadro produzido por essa história, há ainda os fatores climáticos. A destruição impiedosa do meio ambiente, desde a época colonial, no país que tinha uma intensa biodiversidade, foi empobrecendo o solo, produzindo erosões, aumentando os riscos de desastres ambientais. Hoje restam apenas 2% da rica cobertura vegetal original. Furacões e terremotos fizeram o resto da tragédia haitiana.

Haverá futuro para o Haiti se os haitianos e o mundo aprenderem com essa história. É hora de os países de boa vontade se unirem em torno do Haiti para do meio do caos atual começar a construir uma nova história.

Walter Sorrentino: Mau sinal no Chile

Piñera, no Chile, vence o 2º turno e é eleito novo presidente do país. Após 50 anos, a direita vence a eleição presidencial. A Concertación, no poder há 20 anos, cansou os chilenos que, há algum tempo, já vinham votando em renovação. Ominami, candidato independente, foi a grande novidade desta eleição no 1º turno, alcançando 20% dos votos. Nem seu apoio ao candidato da Concertación no 2º turno levou Frei, o candidato de Bachelet, à vitória.

O resultado parece compor a vontade de mudança de padrões políticos no comando do Estado, com a continuidade de rumos do país. Em suma, um embate despolitizado, só modificado na reta final quando Concertación encosta na direita nas pesquisas. Piñera percebeu isso e explorou um discurso centrista, pragmático, sem entretanto romper com sua base. Boa parte do povo está cansada da política. Inscrição eleitoral no Chile não é obrigatória, de modo que quase metade da população não votou. Da metade que votou, 51% e algo deram a vitória a Piñera. Portanto, 25% da população em condições de votar deram um novo presidente da República.

Nas comemorações, cartazes de Pinochet nas ruas, o assassino de seu povo. Aos cem anos do massacre de Iquique, imortalizado na cantata de Quilapayun nos anos 1970, o Chile está na via da direita. Mau resultado, sobretudo se se levar em conta o equilíbrio de forças no ciclo progressista vivido na América do Sul. Embora, no caso do Chile, o país estivesse relativamente independente desse processo, e tendo definido de certo modo consensual seu modo de inserção particular na economia mundial.

Enquanto isso, impressiona o estratagema conservador em todo lugar do continente, incluído o Brasil. Fala-se abertamente de ameaça comunista, de tentativa de implantação de ditadura do proletariado, de ameaça à liberdade de imprensa, de manipulação dos direitos humanos como bandeira para o autoritarismo. O próprio FHC conclamou contra o ?populismo autoritário? no Brasil.

As conferências democráticas que elaboram políticas públicas no país, com ampla discussão desde a base, são tratadas como sectarismos esquerdizantes. A direita não se peja em fazer pregação anacrônica, manipulando os meios de comunicação monopolizados que detêm, para criar ambiente de suposta ameaça democrática, bolchevização do país. A falta de escrúpulos choca.

Não é um enfrentamento fácil o que está em curso na América Latina. Na dúvida, há a IV Frota para atemorizar, os acordos militares que permitem aos Estados Unidos sete bases na Colômbia. Enquanto isso, sob os auspícios dos Estados Unidos, em Honduras os golpistas não foram sancionados; no Haiti, a ajuda humanitária se transforma em demonstração de hegemonia norte-americana.

Há um grande paradoxo nisso tudo. Ao lado do ciclo progressista e desenvolvimentista em curso em vários países, suprimindo o paradigma do Consenso de Washington e mobilizando os Estados nacionais a impulsionarem o crescimento econômico, feito em bases democráticas em muitos casos jamais vividas, as sociedades vivem uma despolitização. Incorporando maiorias sociais ao processo político (como na Bolívia, Equador, Venezuela e mesmo Brasil), há uma espécie de diluição geral, onde a política e os partidos políticos cansam a maioria da população.

A política se mercantilizou, vergada sob a evidência de que poderes reais da sociedade (finanças e comunicações, particularmente) escapam às suas determinações, têm outro timing e outras consequências, mais tangíveis no plano da vida imediata da população. Não por acaso esses são exatamente os setores de ponta na contraofensiva que pretendem neste momento, e que não querem admitir nenhum tipo de controle social sobre seu papel.

Em 2010 e 2011 se define o destino do ciclo progressista no subcontinente, e a eleição brasileira de outubro terá forte centralidade. A julgar pelo andar da carruagem, a direita esconde suas verdadeiras bandeiras, mas está ativíssima em retomar as rédeas do poder.

Estado brasileiro pouco avançou na reforma agrária, avalia MST

Robson Braga *

O Estado brasileiro pouco avançou nas políticas voltadas ao campo. Algumas medidas pontuais não foram suficientes para solucionar questões como a reforma agrária, que exige estratégias amplas para a desapropriação das terras improdutivas espalhadas pelo país. A avaliação foi feita, em entrevista à ADITAL, por Marina dos Santos, uma das coordenadoras nacionais do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Marina cita nomes de legisladores e magistrados do Brasil como responsáveis pela perseguição ao MST, que, em sua avaliação, acentua-se a cada ano. No último dia 9, o Congresso Nacional criou uma comissão parlamentar mista de inquérito (CPMI) para investigar supostos repasses ilegais do governo federal para o movimento. A medida tenta "inviabilizar qualquer avanço da reforma agrária, destruir os movimentos sociais do campo e impedir a realização de lutas sociais pela classe trabalhadora", afirmou Marina.

Na avaliação da coordenadora do MST, a bancada ruralista do legislativo federal tenta impedir a atualização dos índices de produtividade das terras brasileiras, atrasados há 29 anos. Muitas fazendas que, à época, eram consideradas produtivas hoje podem estar sendo subutilizadas pela iniciativa privada, impossibilitando que a agricultura familiar supra as necessidades alimentares do país.

Adital - Em 2009, houve avanços com relação à reforma agrária no Brasil? Que pontos a senhora destacaria das políticas adotadas pelo governo federal nesse sentido?
Marina dos Santos - Não houve muitos avanços concretos. O ritmo da criação de assentamentos está quase parado e não foram implantadas novas políticas para industrialização dos alimentos e geração de renda nas áreas da Reforma Agrária. Depois do acampamento em Brasília que fizemos em agosto, o governo federal anunciou mais uma vez a atualização dos índices de produtividade, que servem de referência para a desapropriação de latifúndios, que ainda não foi efetivada. Prometeu também reverter o corte no orçamento da Reforma Agrária por conta da crise econômica, que aconteceu em parte.
De concreto, tivemos uma vitória com a desapropriação da fazenda Nova Alegria, onde aconteceu o Massacre de Felisburgo, em 2004, e o aumento do crédito para moradias em assentamentos. Infelizmente, os assentamentos do governo são criados para resolver conflitos isolados, em vez de constituir um programa amplo para acabar com o latifúndio e combater a concentração de terras.

Adital - Desde sua fundação, o MST é perseguido politicamente por latifundiários, agentes políticos ruralistas e setores da mídia. Em 2009, essa perseguição foi acentuada?
Marina dos Santos - O nosso movimento vem sofrendo uma ofensiva violenta dos setores mais conservadores no país, que estão articulados em frações do Poder Judiciário, do Ministério Público, do TCU [Tribunal de Contas da União], do Parlamento e da mídia burguesa. A repressão aos movimentos sociais do campo tem diversas formas: o pagamento de jagunços para atacar trabalhadores rurais (Daniel Dantas, no Pará), o uso da Polícia Militar em estados governados pelo PSDB (Yeda Crusius, José Serra e Aécio Neves), manifestações públicas de políticos reacionários (como o deputado Ronaldo Caiado e o presidente do STF Gilmar Mendes), perseguição aos programas de ministérios em assentamentos e a criação de falsos escândalos pela mídia burguesa. No final do ano, os "demos" [integrantes do DEM, Partido Democratas, antigo PFL] [Ronaldo] Caidado, Katia Abreu e Onyx Lorenzoni conseguiram criar uma CPMI contra a Reforma Agrária e o MST.

Adital - Na avaliação da senhora, qual a motivação do Congresso Nacional ao instalar a CPMI sobre o MST?
Marina dos Santos - Os três parlamentares do DEM do Arruda [José Roberto, governador do Distrito Federal, atualmente envolvido em caso de corrupção], com sustentação da bancada ruralista, criaram essa CPI para inviabilizar qualquer avanço da Reforma Agrária, destruir os movimentos sociais do campo e impedir a realização de lutas sociais pela classe trabalhadora. Já fomos investigados em duas CPIs nos últimos cinco anos, mesmo sem existir nenhum elemento novo.
Está em curso no Parlamento uma ofensiva do agronegócio contra a Reforma Agrária, com projetos para burocratizar a atualização dos índices de produtividade e a desapropriação de terras e a tentativa de destruir o Código Florestal para liberar a devastação ambiental. É uma ofensiva orquestrada para consolidar o modelo agrícola devastador e concentrador do latifúndio. Para isso, precisam desmoralizar e destruir o nosso movimento.

Adital - O que o Movimento pretende fazer com relação às investigações do legislativo, anunciadas para iniciar em 2010?
Marina dos Santos - Queremos aproveitar a criação dessa CPI, que coloca a Reforma Agrária no centro do debate político, para falar sobre os modelos que disputam a agricultura: o latifúndio do agronegócio e a agricultura familiar/Reforma Agrária. Os dados do censo agropecuário divulgados neste ano servem como ponto de partida. A agricultura familiar produz 70% dos alimentos e emprega 75% da mão-de-obra, em apenas 24% das áreas agricultáveis, onde gera 40% do valor bruto da produção.
Essa CPMI pode também investigar a grilagem de terras, a expansão de empresas estrangeiras na compra de terras no campo, a devastação ambiental pelo modelo do agronegócio, os repasses de dinheiro público para entidades do latifúndio (como a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, Organização das Cooperativas Brasileiras e Sescop). Também vamos monitorar essa CPI para denunciar toda e qualquer tentativa de criminalização dos movimentos sociais e da Reforma Agrária.

Adital - Qual a avaliação da senhora sobre as estratégias que o MST tem utilizado para dar visibilidade à reivindicação pela reforma agrária? Em que medida essas estratégias são repensadas?
Marina dos Santos - As nossas ações são resultado do acúmulo histórico do movimento camponês e da classe trabalhadora, que fizemos nos 25 anos do nosso movimento e na luta permanente pela Reforma Agrária. As ocupações de terras são formas de luta que começaram com os indígenas expulsos das suas terras, dos escravos em seus quilombos e das famílias de trabalhadores rurais sem-terra. Esse instrumento voltou a ganhar força com o trabalho pastoral da Igreja, no final da década de 70, ainda em plena ditadura.
Cerca de 70% dos assentamentos foram criados depois da pressão de ocupações de terra. Isso demonstra que sem organização dos trabalhadores rurais e a ocupação de terras não há Reforma Agrária. Nos últimos anos, a agricultura passou por uma grande transformação, com a consolidação do agronegócio, que é o casamento dos latifundiários capitalistas com grandes conglomerados internacionais para a produção de commodities para exportação. Assim, o latifúndio foi colocado a serviço de empresas transnacionais e do capital financeiro, enquanto trabalhadores rurais são expulsos do campo. A expansão do agronegócio impôs a paralisação da reforma agrária e das políticas em benefício da pequena agricultura. Por isso, passamos a fazer protestos para denunciar os efeitos sociais e ambientais do agronegócio.

Adital - Como a população brasileira percebe o MST atualmente? Essa percepção tem sido alterada ao longo desses 25 anos de atuação do Movimento?
Marina dos Santos - Em primeiro lugar, é difícil definir sem homogeneizar os diversos setores da sociedade na percepção sobre a luta do nosso movimento. Claro que aqueles que conhecem o MST sob a ótica da televisão terão uma percepção distorcida. Infelizmente, a cobertura da mídia não dá elementos para que a opinião pública tenha um juízo de valor correspondente à realidade dos trabalhadores rurais. Por isso, não lemos ao pé da letra as pesquisas de opinião sobre o nosso movimento.
Avaliamos que a melhor forma de mensurar a percepção do nosso movimento é analisando o comportamento das comunidades onde estão nossos acampamentos e assentamentos. As forças organizadas e os cidadãos que conhecem a vida dos homens e mulheres que fazem a luta pela Reforma Agrária dão apoio político ao nosso movimento. Mais do que isso, ajudam os nossos acampamentos nos momentos de dificuldades, contribuem materialmente com nossas lutas, ocupações e marchas e compram os alimentos produzidos nos nossos assentamentos. Sem o apoio do povo brasileiro, o nosso movimento teria sido destruído.

Adital - A Jornada Nacional de Luta pela Reforma Agrária acontece todos os anos, mesmo com todo o investimento negativo de certas mídias. Que resultados estas atividades têm apresentado?
Marina dos Santos - Todas as conquistas que tivemos foram resultado das nossas jornadas de lutas. Não podemos ver os avanços da Reforma Agrária como atos isolados, mas são resultados da luta permanente entre as classes no campo. De um lado, estão os latifundiários associados às grandes empresas, que defendem o modelo do agronegócio. Do outro lado, está a pequena propriedade e trabalhadores rurais sem-terra, que lutam pelo fortalecimento da agricultura familiar e da Reforma Agrária. Atualmente, a correlação de forças está favorável para o agronegócio e só temos conquistas por meio das lutas.

Adital - Como coordenadora de um dos principais movimentos sociais da América Latina, que avaliação faz dos avanços dos governos progressistas que resultam em iniciativas como a Alba? No que isso pode trazer de positivo para os movimentos sociais?
Marina dos Santos - As experiências dos países que fazem parte da Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América (Alba), especialmente a Venezuela, Bolívia e Equador, são bastante positivas, porque estão implementando medidas que resgatam a soberania nacional, ampliam a democracia e beneficiam setores populares.
Para isso, tiveram que enfrentar os fortes interesses do imperialismo dos Estados Unidos e as elites associadas nos seus países. Isso demonstra que é possível e necessário enfrentar os interesses da burguesia associada ao imperialismo para fazer as mudanças sociais. E sem movimentos sociais fortes e a organização popular não é possível fazer mudanças estruturais, aprofundar as transformações e evitar retrocessos para o povo.

Conta bancária no Brasil vai ajudar Haiti

da PrimaPagina

Caixa Econômica Federal cria conta para PNUD obter doações; dinheiro será destinado a dois órgãos da ONU com operações em Porto Príncipe

Os brasileiros que quiserem ajudar as cerca de 3 milhões de pessoas afetadas pelo terremoto no Haiti podem fazer depósito em uma conta da Caixa Econômica Federal. A conta foi aberta em nome do PNUD, e os recursos serão destinados ao PMA (Programa Mundial de Alimentos) e ao Escritório das Nações Unidas para Coordenação de Assuntos Humanitários, que estão entre as agências da ONU diretamente envolvidas com as iniciativas de resgate no país caribenho.

Os dados para doação são: agência 0647, operação 003, conta 600-1, em nome do PNUD-Haiti. Não há valor mínimo nem máximo para os depósitos.

A iniciativa foi capitaneada pela presidente da Caixa, Maria Fernanda Ramos Coelho, e pelo representante-residente interino do PNUD Brasil, Eduardo Gutierrez. A ajuda pode ser feita em qualquer agência do banco ou via internet.

A sede internacional do PNUD fez um pedido de US$ 35,6 milhões, necessários para ajudar na recuperação de curto prazo, após o terremoto que atingiu a região da capital do Haiti, Porto Príncipe, na terça-feira (12 de janeiro). Os recursos serão usados em ações de urgência como limpeza dos escombros e melhoria das infraestrutura social essencial (como reparação de ruas e da rede elétrica, para facilitar a assistência). Além disso, o PNUD também vai implantar um programa para dar trabalho remunerado em Porto Príncipe, como forma de impulsionar a economia local.

O pedido do PNUD faz parte de uma demanda maior da ONU, de US$ 562 milhões, para apoiar as tarefas de salvamento e reconstrução. Atualmente, cerca de 40 equipes — somando quase 1.800 pessoas e 160 cães — estão trabalhando nessas ações. Mesmo cinco dias após o terremoto, cerca de 70 pessoas foram encontradas com vida sob os escombros, um recorde em operações desse tipo, segundo das Nações Unidas.

“A ONU está trabalhando estreitamente com os governos do mundo todo para dar conta das necessidades humanitárias imediatas e coordenar os esforços de curto prazo com os objetivos de desenvolvimento de longo prazo”, afirmou a administradora internacional do PNUD, Helen Clark. “O Haiti vai precisar de um apoio enorme para se recuperar desse terrível desastre”, acrescentou.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Justiça não é revanchismo

KENARIK BOUJIKIAN FELIPPE

É GROTESCO falar em "revanchismo", ato pessoal de desforra por ofensa recebida, em referência à responsabilização dos atos inumanos, catalogados como crimes de lesa-humanidade, praticados por agentes do Estado ou pessoas que atuaram com sua autorização, apoio ou consentimento no período da ditadura instaurada em 1964. Trata-se de tema de Estado, e sua correspondência é justiça.

Acolhido o pleito social e político de necessidade de construção da democracia, sobreveio a Lei da Anistia, que reconheceu a injustiça da situação de fato e da aplicação das leis penais vigentes para os que se opuseram ao regime militar e é exclusiva para aqueles que cometeram crimes políticos e conexos. Mas ainda não resgatamos a verdade e a memória nem fizemos justiça, o que se choca com o ideário de consolidação do Estado democrático de Direito.

O Programa Nacional de Direitos Humanos estabelece a modernização da legislação para a promoção do direito à memória e à verdade, como diretriz. Revisão imprescindível, pois há muito entulho autoritário, atinente à lei de segurança nacional, aos arquivos secretos etc. No tocante à impunidade dos torturadores, desnecessária a alteração da lei de anistia.

A OAB ingressou em 2008 com ação para que o STF interprete a lei e declare que ela não se estende aos crimes comuns praticados pelos agentes da repressão contra opositores políticos, na medida em que aqueles delitos não são considerados políticos, tampouco conexos. O processo está com o procurador-geral da República desde fevereiro de 2009 e, devolvido, o ministro relator, Eros Grau, poderá colocá-lo em julgamento.

A sociedade clama ao Supremo a resposta necessária para a construção da paz. Não aceita a impunidade e não almeja vindita. Encaminha apelo, lançado pelo Comitê contra a Anistia aos Torturadores, assinado, entre outros, por Antonio Candido, Chico Buarque de Holanda, Aloysio Nunes Ferreira, Chico Whitaker, Alberto Silva Franco, Marilena Chaui, Leandro Konder, Hélio Bicudo, Boaventura de Sousa Santos e mais 11 mil pessoas (www.ajd.org.br).

Quer justiça, dentro dos parâmetros da dignidade humana, estabelecidos na Constituição, em convenções e em tratados internacionais.

Os regimes ditatoriais da América Latina adotaram um sistema penal paralelo e subterrâneo. Impuseram penas sem processo, cometeram homicídios, desaparecimentos forçados, torturas, suplícios, sequestros, crimes sexuais, tudo com requintes de crueldade.

Para enfrentar esse legado de violência, vários países já compreenderam o sentido do direito penal internacional. Revelam a verdade, resgatam a memória e examinam as violações ocorridas no período ditatorial à luz da Justiça, e o fazem na perspectiva de que os crimes contra a humanidade protegem bens jurídicos que extrapolam os limites do direito penal nacional e atinge a comunidade internacional. Atinge a humanidade.

É necessário que o passado de violação e impunidade não continue a ser o parâmetro do presente para que possamos consolidar a democracia e, no futuro, viver em um Brasil que não abrace a cultura autoritária de violência no seu dia a dia.

Hitler dizia que ninguém se lembrava mais do genocídio de 1,5 milhão de armênios. Assim tivemos o genocídio dos judeus. Crimes que não atingiram apenas aquelas pessoas e povos, mas toda a humanidade.
Sobre a dor e o sangue deles é que foram forjadas as normas internacionais que não admitem a impunidade dos crimes contra a humanidade, que protegem direitos inderrogáveis acolhidos pelo direito internacional, tratando-se de "ius cogens", normas que vinculam independentemente da vontade dos sujeitos da relação jurídica e que todos os países signatários, como o Brasil, têm a obrigação internacional de investigar e punir -e para os quais não há anistia ou prescrição.
Afirmar que houve anistia para os torturadores é ética e juridicamente insustentável. Fere o patamar civilizatório em que a humanidade se encontra. Justiça! Já não é sem tempo.

KENARIK BOUJIKIAN FELIPPE , juíza de direito em São Paulo, é co-fundadora e secretária da Associação Juízes para a Democracia.

domingo, 17 de janeiro de 2010

E Agora Josés!!! Continua a Pesquisa...

Senador - Cenário 2 (segunda opção)
Osmar Dias 22 %
Roberto Requião 13 %
Gleisi Hoffman 10 %
Gustavo Fruet 9 %
Ricardo Barros 8 %
Branco/Nulo/Nenhum 24 %
NS/NR 15 %




Senador - Cenário 3 (soma de duas opções)
Roberto Requião 49 %
Gleisi Hoffman 29 %
Gustavo Fruet 19 %
Ricardo Barros 19 %
Abelardo Lupion 5 %
Branco/Nulo/Nenhum 48 %
NS/NR 31 %




Senador - Cenário 3 (primeira opção)
Roberto Requião 40 %
Gleisi Hoffman 19 %
Ricardo Barros 10 %
Gustavo Fruet 9 %
Abelardo Lupion 1 %
Branco/Nulo/Nenhum 12 %
NS/NR 9 %




Senador - Cenário 3 (segunda opção)
Gleisi Hoffman 11 %
Gustavo Fruet 10 %
Roberto Requião 9 %
Ricardo Barros 9 %
Abelardo Lupion 3 %
Branco/Nulo/Nenhum 36 %
NS/NR 21 %





Presidente - Cenário 1
José Serra 46 %
Dilma Rousseff 18 %
Ciro Gomes 11 %
Marina Silva 7 %
Branco/Nulo/Nenhum 8 %
NS/NR 10 %




Presidente - Cenário 2
José Serra 51 %
Dilma Rousseff 19 %
Marina Silva 8 %
Branco/Nulo/Nenhum 10 %
NS/NR 11 %

E Agora Josés!!!

Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas IPESPE (do Sociólogo Antônio Lavareda)


A metodologia e ponderações..
Pesquisa quantitativa por amostragem, com entrevistas face a face realizadas em pontos de fluxo com eleitores do estado do Paraná. A amostra foi estratificada por quotas de localidade, sexo e idade, a partir do que foi aleatória a seleção dos entrevistados. Os dados foram ponderados por região para preservar a distribuição de eleitores no estado do Paraná, conforme dados disponíveis no TSE. O período de coleta dos dados foi de 08 a 12 de janeiro de 2010. A margem de erro geral da pesquisa é de 2,7 pontos pencentuais, em um intevalo de confiança de 95%.

O número de questionários aplicados.
A amostra foi de 1.400 casos, distribuída em 30 municípios do estado do Paraná. As entrevistas foram realizadas nos seguintes municípios: Apucarana, Arapongas, Araucária, Campo Mourão, Cascavel, Castro, Cianorte, Colombo, Cornélio Procópio, Curitiba, Foz do Iguaçu, Francisco Beltrão, Goioerê, Guarapuava, Irati, Ivaiporã, Jacarezinho, Londrina, Marechal Cândido Rondon, Maringá, Paranaguá, Paranavaí, Pato Branco, Pitanga, Ponta Grossa, São José dos Pinhais, Telêmaco Borba, Toledo, Umuarama e União da Vitória

O período que foi realizada a pesquisa.
08 a 12 de janeiro de 2010.

Número do registro da pesquisa.494/2010, registrado em 12/01/2010

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Recife, 11 de janeiro de 2010.
Ao Tribunal Regional Eleitoral do Paraná
Meritíssimo Juiz


Conforme a legislação em vigor, estamos solicitando o registro de pesquisa que o IPESPE (Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas) realizará no Estado do Paraná, com entrevistas face a face em pontos de fluxo, nos dias 8 a 12 deste mês de janeiro de 2010.

O IPESPE é um instituto de pesquisas fundado em junho de 1986 e sediado no município do Recife, Estado de Pernambuco, no bairro de Ilha do Leite, Edifício Empresarial Cervantes, na Praça Dr. Fernando Figueira, no. 30.

I - CONTRATANTE
Esta pesquisa foi contratada por Luiz Pereira da Silva Radiodifusão – RCC Comunicações, localizada à Rua Maciel Monteiro, 832, Sala 02 – Vila Nhocune, São Paulo, Estado de São Paulo, CEP 03.566-000, inscrita no CNPJ sob número 48.478.978/0001-90.

II – VALOR E ORIGEM DOS RECURSOS
O valor total da pesquisa é R$ 75.800,00 (Setenta e cinco mil e oitocentos reais), pagos integralmente pela contratante RCC Comunicações.

III – METODOLOGIA E PERÍODO DE REALIZAÇÃO
É uma pesquisa quantitativa por amostragem, com as entrevistas face a face realizadas em pontos de fluxo. O universo da pesquisa é o eleitorado do Estado do Paraná. O período de realização da pesquisa, conforme já indicado anteriormente, será de 8 a 12 de janeiro de 2010.

IV – DISTRIBUIÇÃO DAS ENTREVISTAS

Serão realizadas 1.400 entrevistas. A amostra será estratificada por quotas de localidade, sexo e idade, a partir do que será aleatória a seleção dos entrevistados.
A rigorosa distribuição percentual dos entrevistados por sexos, faixas etárias, níveis de instrução e nível econômico será apresentada a este tribunal posteriormente, antes da divulgação da pesquisa.
As quotas definidas para sexos e faixas etárias são as seguintes:





Sexos Masculino 49%
Feminino 51%


Faixas etárias 16 a 24 anos 18%
25 a 44 anos 44%
45 anos e mais 38%

A área física de realização da pesquisa é o Estado do Paraná. As entrevistas serão realizadas nos seguintes municípios: Apucarana, Arapongas, Araucária, Campo Mourão, Cascavel, Castro, Cianorte, Colombo, Cornélio Procópio, Curitiba, Foz do Iguaçu, Francisco Beltrão, Goioerê, Guarapuava, Irati, Ivaiporã, Jacarezinho, Londrina, Marechal Cândido Rondon, Maringá, Paranaguá, Paranavaí, Pato Branco, Pitanga, Ponta Grossa, São José dos Pinhais, Telêmaco Borba, Toledo, Umuarama e União da Vitória.

A pesquisa tem um intervalo de confiança de 95% e margem de erro de 2,7%.


V – SISTEMA DE CONTROLE
De acordo com o sistema interno de controle estabelecido o trabalho dos pesquisadores será verificado por supervisores, sendo realizada uma rigorosa conferência e fiscalização da coleta de dados e do trabalho de campo. Serão contactados 20% dos entrevistados por supervisores com o objetivo de verificar a veracidade do trabalho realizado.


VI – QUESTIONÁRIO
O questionário completo a ser aplicado está em anexo.

VII –RESPONSÁVEIS

Os responsáveis pela pesquisa são o sociólogo José Bonifácio Xavier de Andrade (Identidade SSP/PE 611.959, CPF 003.031.514-04 e e-mail bonifacio@ipespe.org.br ) e o cientista político Hilton Cesario Fernandes (Identidade SSP/SP 24.189.013-5, CPF: 142.594.048-06 e e-mail hiltoncesario@yahoo.com.br ).

O telefone do IPESPE é (81) 21230855, o fax (81) 2123 0823 e o e-mail ipespe@ipespe.org.br .

VIII – ESTATÍSTICO RESPONSÁVEL
O estatístico responsável é o Professor Joaquim André Hermes Figueiredo, registrado no Conselho Regional de Estatística da 6ª. Região sob número 5255.

IX - REGISTRO NO CONRE
O IPESPE é inscrito sob o número 1162/1997.


Atenciosamente,




José Bonifácio Xavier de Andrade
Diretor


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Governador - Cenário 1
Alvaro Dias 43 %
Osmar Dias 27 %
Orlando Pessuti 6 %
Lygia Pupatto 3 %
Melo Viana 1 %
Lineu Tomaz 0 %
Branco/Nulo/Nenhum 9 %
NS/NR 11 %



Governador - Cenário 2
Alvaro Dias 60 %
Orlando Pessuti 8 %
Lygia Pupatto 4 %
Melo Viana 1 %
Lineu Tomaz 0 %
Branco/Nulo/Nenhum 13 %
NS/NR 13 %



Governador - Cenário 3
Alvaro Dias 64 %
Lygia Pupatto 5 %
Melo Viana 2 %
Lineu Tomaz 1 %
Branco/Nulo/Nenhum 15 %
NS/NR 14 %



Governador - Cenário 4
Alvaro Dias 45 %
Beto Richa 38 %
Branco/Nulo/Nenhum 8 %
NS/NR 10 %



Governador - Cenário 5
Beto Richa 44 %
Osmar Dias 32 %
Orlando Pessuti 5 %
Lygia Pupatto 3 %
Melo Viana 1 %
Lineu Tomaz 0 %
Branco/Nulo/Nenhum 7 %
NS/NR 10 %



Governador - Cenário 6
Beto Richa 47 %
Osmar Dias 34 %
Branco/Nulo/Nenhum 9 %
NS/NR 10 %




Senador - Cenário 1 (soma de duas opções)
Osmar Dias 52 %
Roberto Requião 42 %
Gleisi Hoffman 21 %
Flávio Arns 12 %
Ricardo Barros 11 %
Gustavo Fruet 10 %
Alfredo Kaefer 3 %
Abelardo Lupion 2 %
João Elísio 1 %
Branco/Nulo/Nenhum 28 %
NS/NR 18 %





Senador - Cenário 1 (primeira opção)
Osmar Dias 32 %
Roberto Requião 29 %
Gleisi Hoffman 11 %
Flávio Arns 5 %
Ricardo Barros 4 %
Gustavo Fruet 3 %
Alfredo Kaefer 1 %
Abelardo Lupion 1 %
João Elísio 0 %
Branco/Nulo/Nenhum 6 %
NS/NR 6 %



Senador - Cenário 1 (segunda opção)
Osmar Dias 20 %
Roberto Requião 13 %
Gleisi Hoffman 9 %
Gustavo Fruet 7 %
Ricardo Barros 7 %
Flávio Arns 6 %
Alfredo Kaefer 2 %
Abelardo Lupion 2 %
João Elísio 0 %
Branco/Nulo/Nenhum 21 %
NS/NR 12 %



Senador - Cenário 2 (soma de duas opções)
Osmar Dias 54 %
Roberto Requião 44 %
Gleisi Hoffman 24 %
Ricardo Barros 13 %
Gustavo Fruet 13 %
Branco/Nulo/Nenhum 30 %
NS/NR 21 %





Senador - Cenário 2 (primeira opção)
Osmar Dias 33 %
Roberto Requião 31 %
Gleisi Hoffman 13 %
Ricardo Barros 6 %
Gustavo Fruet 4 %
Branco/Nulo/Nenhum 7 %
NS/NR 6 %

Primeira pesquisa registrada aponta Álvaro Dias como favorito à sucessão estadual

A primeira pesquisa eleitoral registrada no TRE, para as eleições de 2010, contratada pela RCC – Comunicação (Rede Catedral de Comunicação) e realizada pelo Ipespe, do sociólogo Antonio Lavareda, entrevistou 1.400 eleitores em 30 cidades parananses entre os dias 8 e 12 deste mês de janeiro.

Trata-se de pesquisa quantitativa por amostragem, com as entrevistas face a face. A amostra foi estratificada por quotas de localidade, sexo e idade, a partir do que foi aleatória a seleção dos entrevistados. A rigorosa distribuição percentual dos entrevistados por sexos, faixas etárias, níveis de instrução e nível econômico foi apresentada ao tribunal , antes da divulgação da pesquisa.

As quotas definidas para sexos e faixas etárias são as seguintes: Sexos : Masculino 49%; Feminino 51% - Faixas etárias 16 a 24 anos, 18%; 25 a 44 anos, 44%; 45 anos e mais, 38%.

As entrevistas foram realizadas nos seguintes municípios: Apucarana, Arapongas, Araucária, Campo Mourão, Cascavel, Castro, Cianorte, Colombo, Cornélio Procópio, Curitiba, Foz do Iguaçu, Francisco Beltrão, Goioerê, Guarapuava, Irati, Ivaiporã, Jacarezinho, Londrina, Marechal Cândido Rondon, Maringá, Paranaguá, Paranavaí, Pato Branco, Pitanga, Ponta Grossa, São José dos Pinhais, Telêmaco Borba, Toledo, Umuarama e União da Vitória. A pesquisa tem um intervalo de confiança de 95% e margem de erro de 2,7%.

Essas informações foram fornecidas pelo Ipespe ao TRE para o registro legal da pesquisa.

RESULTADOS:
Governador - Cenário 1 %
Alvaro Dias 43
Osmar Dias 27
Orlando Pessuti 6
Lygia Pupatto 3
Melo Viana 1
Lineu Tomaz 0
Branco/Nulo/Nenhum 9
NS/NR 11


Governador - Cenário 2 %
Alvaro Dias 60
Orlando Pessuti 8
Lygia Pupatto 4
Melo Viana 1
Lineu Tomaz 0
Branco/Nulo/Nenhum 13
NS/NR 13


Governador - Cenário 3 %
Alvaro Dias 64
Lygia Pupatto 5
Melo Viana 2
Lineu Tomaz 1
Branco/Nulo/Nenhum 15
NS/NR 14


Governador - Cenário 4 %
Alvaro Dias 45
Beto Richa 38
Branco/Nulo/Nenhum 8
NS/NR 10


Governador - Cenário 5 %
Beto Richa 44
Osmar Dias 32
Orlando Pessuti 5
Lygia Pupatto 3
Melo Viana 1
Lineu Tomaz 0
Branco/Nulo/Nenhum 7
NS/NR 10


Governador - Cenário 6 %
Beto Richa 47
Osmar Dias 34
Branco/Nulo/Nenhum 9
NS/NR 10

SENADOR:
Senador - Cenário 1 (soma de duas opções) %
Osmar Dias 52
Roberto Requião 42
Gleisi Hoffman 21
Flávio Arns 12
Ricardo Barros 11
Gustavo Fruet 10
Alfredo Kaefer 3
Abelardo Lupion 2
João Elísio 1
Branco/Nulo/Nenhum 28
NS/NR 18


Senador - Cenário 1 (primeira opção) %
Osmar Dias 32
Roberto Requião 29
Gleisi Hoffman 11
Flávio Arns 5
Ricardo Barros 4
Gustavo Fruet 3
Alfredo Kaefer 1
Abelardo Lupion 1
João Elísio 0
Branco/Nulo/Nenhum 6
NS/NR 6


Senador - Cenário 1 (segunda opção) %
Osmar Dias 20
Roberto Requião 13
Gleisi Hoffman 9
Gustavo Fruet 7
Ricardo Barros 7
Flávio Arns 6
Alfredo Kaefer 2
Abelardo Lupion 2
João Elísio 0
Branco/Nulo/Nenhum 21
NS/NR 12


Senador - Cenário 2 (soma de duas opções) %
Osmar Dias 54
Roberto Requião 44
Gleisi Hoffman 24
Ricardo Barros 13
Gustavo Fruet 13
Branco/Nulo/Nenhum 30
NS/NR 21


Senador - Cenário 2 (primeira opção) %
Osmar Dias 33
Roberto Requião 31
Gleisi Hoffman 13
Ricardo Barros 6
Gustavo Fruet 4
Branco/Nulo/Nenhum 7
NS/NR 6


Senador - Cenário 2 (segunda opção) %
Osmar Dias 22
Roberto Requião 13
Gleisi Hoffman 10
Gustavo Fruet 9
Ricardo Barros 8
Branco/Nulo/Nenhum 24
NS/NR 15


Senador - Cenário 3 (soma de duas opções) %
Roberto Requião 49
Gleisi Hoffman 29
Gustavo Fruet 19
Ricardo Barros 19
Abelardo Lupion 5
Branco/Nulo/Nenhum 48
NS/NR 31


Senador - Cenário 3 (primeira opção) %
Roberto Requião 40
Gleisi Hoffman 19
Ricardo Barros 10
Gustavo Fruet 9
Abelardo Lupion 1
Branco/Nulo/Nenhum 12
NS/NR 9


Senador - Cenário 3 (segunda opção) %
Gleisi Hoffman 11
Gustavo Fruet 10
Roberto Requião 9
Ricardo Barros 9
Abelardo Lupion 3
Branco/Nulo/Nenhum 36
NS/NR 21

sábado, 16 de janeiro de 2010

Caixa divulga números do FGTS em 2009, mas nada informa sobre retorno dos investimentos

De acordo com matérias publicadas pela Agência Estado, pela Folha Online e outros jornais, tendo por fonte a Caixa Econômica Federal, os valores das principais rubricas do FGTS em 2009 e as respectivas taxas de variação em relação a 2008 são os seguintes:

Arrecadação Bruta Anual = R$ 54,8 bilhões (+ 12,4%)

Saques = R$ 47,8 bilhões (+ 12,1%)

Arrecadação Líquida = R$ 6,95 bilhões (+ 15,2%)

Desembolso para o FI-FGTS = R$ 5,2 bilhões (- 44,1%)

Saldo final do FI-FGTS = R$ 14,5 bilhões (+ 55,9%)

Patrimônio Líquido do FGTS = R$ 30,8 bilhões (+ 10,4%)

Ativo Total do FGTS = R$ 235 bilhões (+ 8,3%)

Saldo das operações de crédito do FGTS para habitação, saneamento e infraestrutura = R$ 103,965 bilhões (+ 6,4%)

Nenhum número sobre o retorno social ou econômico dos investimentos realizados foi divulgado. O FGTS é dos trabalhadores, que têm direito de saber como o seu patrimônio está sendo administrado. A Caixa vai respeitar esse direito, ou vai ignorá-lo?