segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Uma carta do cineasta Michael Moore, com o seguinte título: Sobreviver, cercado pelos 1%.

Amigos,

Há 22 anos, que se completam na 3ª-feira, eu estava com um grupo de operários, estudantes e desempregados no centro da cidade onde nasci, Flint, Michigan, para anunciar que o estúdio Warner Bros, de Hollywood, afinal comprara os direitos para distribuir meu primeiro filme, “Roger & Me”. Um jornalista perguntou: “Por quanto você vendeu?”

“Três milhões de dólares” – respondi com orgulho. Houve um grito de admiração, do pessoal dos sindicatos que me cercava. Nunca acontecera, nunca, que alguém da classe trabalhadora de Flint (ou de lugar algum) tivesse recebido tanto dinheiro, a menos que um dos nossos roubasse um banco ou, por sorte, ganhasse e grande prêmio da loteria de Michigan. Naquele dia ensolarado de novembro de 1989, foi como se eu tivesse ganho o grande prêmio da loteria – e o pessoal com quem eu vivia e lutava em Michigan ficou eufórico com o meu sucesso. Foi como se um de nós, afinal, tivesse conseguido, tivesse chegado lá, como se a sorte afinal tivesse sorrido para nós. O dia acabou em festa. Quando você é trabalhador, de família de trabalhadores, todos cuidam de todos, e quando um se dá bem, ou outros vibram de orgulho – não só pelo que conseguiu ter sucesso, mas porque, de algum modo, um de nós venceu, derrotou o sistema brutal contra todos, sem mercê, que comanda um jogo cujas regras são distorcidas contra nós.

Nós conhecíamos as regras, e as regras diziam que nós, ratos da fábricas da cidade, nunca conseguimos fazer cinema, ou aparecemos em entrevistas na televisão ou conseguimos nos fazer ouvir em palanque nacional. Nossa parte deveria ser ficar de bico calado, cabeça baixa, e voltar ao trabalho. E, como que por milagre, um de nós escapara dali, estava sendo ouvido e visto por milhões de pessoas e estava ‘montado na grana’ – santa mãe de deus, se preparem! Um palanque e muito dinheiro… agora, sim, é que os de cima vão ver só!

Naquele momento, eu sobrevivia com o salário-desemprego, $ 98 por semana. Saúde pública. Meu carro morrera em abril: sete meses sem carro. Os amigos me convidavam para jantar e sempre pagavam a conta antes que chegasse à mesa, para me poupar do vexame de não poder dividir a conta.

E então, de repente, lá estava eu montado em três milhões de dólares. O que eu faria do dinheiro? Muitos rapazes de terno e gravata apareceram com muitas sugestões, e logo vi que, quem não tivesse forte senso de responsabilidade social, seria facilmente arrastado pela via do “eu-eu” e muito rapidamente esqueceria a via do “nós-nós”.

Em 1989, então, tomei decisões fáceis:

1. Primeiro de tudo, pagar todos os meus impostos. Disse ao sujeito que fez a declaração de rendimentos, que não declarasse nenhuma dedução além da hipoteca; e que pagasse todos os impostos federais, estaduais e municipais. Com muita honra, paguei quase um milhão de dólares pelo privilégio de ser norte-americano, cidadão desse grande país.

2. Os 2 milhões que sobraram, decidi dividir pelo padrão que, uma vez, o cantor e ativista Harry Chapin ensinou-me, sobre como ele próprio vivia: “Um para mim, um para o companheiro”. Então, peguei metade do dinheiro – e criei uma fundação para distribuir o dinheiro.

3. O milhão que sobrou, foi usado assim: paguei todas as minhas dívidas, algumas que eu devia aos meus melhores amigos e vários parentes; comprei uma geladeira para os meus pais; criei fundos para pagar a universidade das sobrinhas e sobrinhos; ajudei a reconstruir uma igreja de negros destruída num incêndio, lá em Flint; distribuí mil perus no Dia de Ação de Graças; comprei equipamento de filmagem e mandei para o Vietnã (meu movimento pessoal, para reparar parte do mal que fizemos àquele país, que nós destruímos); compro, todos os anos, 10 mil brinquedos, que dou a Toys for Tots no Natal; e comprei para mim uma moto Honda, fabricada nos EUA, e um apartamento hipotecado, em New York City.

4. O que sobrou, depositei numa conta de poupança simples, que paga juros baixos. Tomei a decisão de jamais comprar ações. Nunca entendi o cassino chamado Bolsa de Valores de New York, nem acredito em investir num sistema com o qual não concordo.

5. Sempre entendi que o conceito do dinheiro que gera dinheiro criara uma classe de gente gananciosa, preguiçosa, que nada produz além de miséria e medo para os pobres. Eles inventaram meios de comprar empresas menores, para imediatamente as fechar. Inventaram esquemas para jogar com as poupanças e aposentadorias dos pobres, como se dinheiro dos outros fosse dinheiro deles. Exigiram que as empresas sempre registrassem lucros (o que as empresas só conseguiram porque demitiram milhares de trabalhadores e acabaram com os serviços de saúde pública para os que ainda tinham empregos). Decidi que, se ia afinal ‘ganhar a vida’, teria de ganhá-la com meu trabalho, meu suor, minhas ideias, minha criatividade. Eu produziria produtos tangíveis, algo que pudesse ser partilhado com todos ou de que todos gostassem, como entretenimento, ou do qual pudessem aprender alguma coisa. Meu trabalho, sim, criaria empregos, bons empregos, com salários decentes e todos os benefícios de assistência médica.

Continuei a fazer filmes, a produzir séries de televisão e a escrever livros. Nunca iniciei um projeto pensando “quanto de dinheiro posso ganhar com isso?”. Nunca deixei que o dinheiro fosse a força que me fizesse fazer qualquer coisa. Fiz, simplesmente, exatamente o que queria fazer. Essa atitude ajuda a manter honesto o meu trabalho – e, acho, ao mesmo tempo, resultou em milhões de pessoas que compram ingresso para assistir aos meus filmes, assistem aos programas que produzo e compram meus livros.

E isso, precisamente, enlouqueceu a Direitona. Como é possível que alguém da esquerda tenha tanta audiência no ‘grande público’?! Não pode ser! Não era para acontecer (Noam Chomsky, infelizmente, não aparece na lista dos 10 programas mais vistos da televisão; e Howard Zinn, espantosamente, só chegou à lista dos mais vendidos do New York Times, depois de morto). Assim opera a mídia-máquina. Está regulada para que ninguém jamais ouça falar dos que, se pudessem, mudariam todo o sistema, para coisa muito melhor. Só liberais babacas, que vivem de exigir cautela e concessões e reformas lentas, aparecem com os nomes impressos nas páginas de editoriais dos jornais ou nos programas da televisão aos domingos.

Eu, de algum modo, encontrei uma brecha na muralha e meti-me por ali. Sinto-me abençoado, podendo viver como vivo – e não ajo como se tudo fosse garantido para sempre. Acredito nas lições que aprendi numa escola católica: que se você se dá bem, maior a sua responsabilidade por quem não tenha a mesma sorte. “Os últimos serão os primeiros e os primeiros serão os últimos.” Meio metido a comunista, eu sei, mas a ideia é que a família humana existe para partilhar com justiça as riquezas da terra, para que os filhos de Deus passem por essa vida, com menos sofrimento.

Dei-me bem – para autor de documentários, dei-me super bem. Isso, também, faz pirar os conservadores. “Você está rico por causa do capitalismo!” – eles gritam. Hummm… Não. Não assistiram as aulas de Economia I? O capitalismo é um sistema, um esquema ‘pirâmide’ que explora a vasta maioria, para que uns poucos, no topo, enriqueçam cada vez mais. Fiz meu dinheiro, à moda antiga, honestamente, fabricando produtos, coisas. Nuns anos, ganho uma montanha de dinheiro, noutros anos, como o ano passado, não tenho trabalho (nada de filme, nada de livro); então, ganho muito menos. “Como é que você diz defender os pobres, se você é rico, exatamente o contrário de ser pobre?!” É o mesmo argumento de quem diz que, “Você nunca fez sexo com outro homem! Como pode ser a favor do casamento entre dois homens?!”

Penso como pensava aquele Congresso só de homens que votou a favor do voto para as mulheres, ou como os muitos brancos que foram às ruas, marchar com Martin Luther Ling, Jr. (E lá vêm a Direitona, aos gritos, ao longo da história: “Hei! Você não é negro! Você nem foi linchado! Por que está a favor dos negros?!”). Essa desconexão impede que os Republicanos entendam por que alguém dá o próprio tempo ou o próprio dinheiro, para ajudar quem tenha menos sorte. É coisa que o cérebro da Direitona não consegue processar. “Kanye West ganha milhões! O que está fazendo lá, em Occupy Wall Street?!”. Exatamente – lá está, exigindo que aumentem os impostos cobrados dele mesmo. Isso, para a Direitona, é definição de loucura. Todo o resto do mundo somos muito gratos que gente como ele se tenha levantado, ainda que – e sobretudo porque – é gente que se levantou contra seus pessoais interesses financeiros. É precisamente a atitude que a Bíblia que aqueles conservadores tanto exaltam por aí exige de todos os ricos.

Naquele dia distante, em novembro de 1989, quando vendi meu primeiro filme, um grande amigo meu disse o seguinte: “Eles cometeram erro muito grave, ao entregar tanto dinheiro a um sujeito como você. Essa grana fará de você homem perigosíssimo. É prova do acerto do velho dito popular: ‘Capitalista é o sujeito que vende a você a corda para enforcar ele mesmo, se achar que, na venda, ele pode ganhar algum.”

Atenciosamente,
Michael Moore

Unesco reconhece Estado palestino pleno

Da BBC Brasil


Brasília – A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) aprovou hoje (31), por 107 votos a favor e 14 contra, a admissão plena de reconhecimento do Estado palestino.

O Brasil votou a favor da iniciativa palestina. Entre os que votaram contra estão Israel, Canadá, Austrália e Estados Unidos, que haviam classificado de prematura e contraproducente a iniciativa palestina. Ao todo, 52 países se abstiveram na votação.

No mês passado, o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, obteve a principal sinalização da comunidade internacional em favor do reconhecimento do Estado autônomo e independente da Palestina. Durante a 66ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, vários líderes mundiais, inclusive a presidenta Dilma Rousseff, defenderam o direito de os palestinos terem seu país.

Após ameaças de morte, deputado fluminense diz que sairá do país

O deputado estadual fluminense Marcelo Freixo (Psol) deixará o país, depois de receber ameaças de morte de integrantes de milícias. Freixo presidiu a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Milícias, da Assembleia Legislativa do Rio, que investigou a atuação de grupos criminosos integrados por políticos, policiais e ex-policiais em comunidades do estado.

Segundo Freixo, ele resolveu aceitar um convite da organização não governamental Anistia Internacional para morar na Europa por algum tempo. O parlamentar já vem sofrendo ameaças de morte desde a época da CPI, em 2008, mas, nos últimos meses, elas se intensificaram.

Apenas no último mês, segundo Freixo, ele recebeu sete ameaças de morte. “As ameaças estão se tornando mais fortes e há um retorno muito pequeno da Secretaria de Segurança. Ou seja, se estão ou não investigando. Tenho uma segurança, mas tem sido necessária a ampliação dela. Então, estou esperando algumas medidas”, disse.

O deputado não informou quanto tempo ficará na Europa, mas garantiu retorno ao Brasil. “Não posso dizer [nem] o tempo nem o local [onde ficarei], mas é um tempo muito curto”, disse.

Segundo Freixo, as ameaças não devem ser encaradas como um problema pessoal, mas sim como de toda a sociedade. Ele lembrou do assassinato da juíza Patrícia Acioli, morta por policiais militares integrantes de milícias que atuam no Grande Rio, em agosto deste ano.

“Esse é um problema de todo o Rio de Janeiro. Aliás, é um problema nacional. Até que ponto nossas autoridades vão continuar empurrando com a barriga. Ou a gente enfrenta e faz agora esse dever de casa contra as milícias ou, como mataram uma juíza, vão matar um deputado, promotores, jornalistas. E, se esses grupos criminosos são capazes de matar uma juíza e ameaçar um deputado, o que eles não fazem com a população que vive na área em que eles dominam?”, disse.

Segundo Freixo, apesar das dezenas de prisões feitas depois da CPI das Milícias, esses grupos criminosos estão cada vez mais fortes e dominam várias comunidades do estado, onde extorquem dinheiro de moradores e de comerciantes e controlam atividades como transporte alternativo, venda de gás e de ligações clandestinas de TV a cabo.

Fonte: Agência Brasil

Continua repressão contra grupo Ocupar Wall Street nos EUA

Cerca de 20 partidários do movimento de protesto Ocupar Wall Street (OWS) permaneciam detidos em Denver, ao mesmo tempo em que policiais estadunidenses dispararam novamente gases lacrimogêneo e de pimenta contra as multidões.

Em Denver, Colorado, no centro do país, reuniram-se no sábado (29) cerca de dois mil ativistas e voluntários afins ao grupo que há mais de um mês se manifesta publicamente contra a ganância dos bancos e das corporações financeiras.

Apesar da chegada do inverno em várias cidades estadunidenses, a organização popular também não parece ter perdido força de convocação em Oakland, Califórnia, Atlanta, Nashville, San Diego e Nova York.

Trata-se da segunda ocasião em dois meses em que as forças antirrevolta usam técnicas sofisticadas para desestimular os manifestantes, que – segundo se proclama – argumentam que 99% da população estadunidense é explorada pelas grandes empresas de capitais.

Violência policial

No caso de Denver, testemunhas asseguram que uniformizados recorreram a gases lacrimogêneo e de pimenta, bengalas elétricas, escudos plásticos e alguns oficiais chegaram a disparar balas de borracha contra as massas.

Ainda assim, centenas de pessoas, gritando palavras de ordem anticapitalistas, se somaram neste sábado (29) a outra manifestação de rua contra a rede financeira e Wall Street pelas ruas de Washington, reportou o diário Boston Globe.

Promotores de Nova York abriram uma investigação penal contra os policiais dessa cidade que usaram gás pimenta contra ativistas civis do grupo OWS, como confirmaram fontes judiciais.

O magistrado distrital Cyrus Vance lidera a indagação contra os oficiais da ordem envolvidos nos fatos que foram gravados em vídeos.

“Nosso escritório tomou em consideração todas as denúncias formuladas em referência às más condutas policiais. Esperamos que as detenções tenham sido praticadas sob os procedimentos corretos”, manifestou Vance.

Também o chefe do Departamento de Polícia de Nova York, Raymond Kelly, admitiu que existem suspeitas críveis e o Birô de Assuntos Internos indagará sobre abusos de autoridade contra mulheres vinculadas aos chamados Indignados de Wall Street.

De acordo com OWS, a maioria dos detentos tem sido acusada por obstrução de tráfico veicular, e alguns inclusive ficaram presos simplesmente por tirar fotos ou criticar os policiais.

No último 17 de setembro, o movimento saiu às ruas para denunciar a crise econômica e política global. Protestam ademais contra o uso de dinheiro público para resgatar bancos privados, mas seus simpatizantes têm sido objeto de forte repressão policial.

Fonte: Prensa Latina

Para médicos, Lula tem chances de cura e não deve ter sequelas

Em entrevista coletiva concedida na manhã desta segunda-feira (31), os médicos que acompanham o tratamento do ex-presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, no hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, anunciaram que é grande sua possibilidade de cura e preservação da laringe. O ex-presidente foi diagnosticado, na última semana, com câncer na laringe.

Ricardo Stuckert / Instituto Lula
Lula

Lula chega ao Hospital Sírio-Libanês e conversa com os médicos Raul Cutait, Paulo Hoff e Roberto Kalil Filho


Lula iniciou, nesta segunda-feira (31), o tratamento quimioterápico para combater o câncer. Por questões de segurança e comodidade, o presidente permanecerá nesta noite no hospital. Deverão ser realizadas novas seções de quimioterapia a cada 21 dias no total de três vezes. A expectativa é que o tratamento termine em fevereiro.

O médico especialista em cirurgia de cabeça e pescoço e professor da USP, Luiz Paulo Kowalski, ressaltou que “estudos consolidados na literatura comprovam que o tratamento com radio e quimioterapia tem grande capacidade de cura e de preservação da laringe”.

De acordo com o médico, o tumor pode ser classificado como "intermediário", por não ter se fixado na corda vocal, e por isso, não a compromete. Ressaltou ainda que a doença foi descoberta a tempo e, por isso, é possível realizar este tratamento “conservador” com rádio e quimioterapia, sem a realização de cirurgia para retirada do tumor. Ressaltou ainda que há poucas chances de Lula ficar com sequelas em sua voz por conta do tumor.

Solidariedade

A presidente Dilma Rousseff deverá visitar Lula no início da noite, antes de participar da cerimônia de premiação “As empresas mais admiradas do Brasil”. O mandatário do Uruguai, José Mujica, enviou uma mensagem com desejos de pronta recuperação ao brasileiro. No Senado, os trabalhos da Comissão de Direitos Humanos iniciaram-se nesta segunda (31) com mensagens solidariedade ao ex-presidente.

No domingo (30), o presidente da Venezuela, Hugo Chávez também manifestou apoio e solidariedade ao colega: “Em nome do povo venezuelano e da experiência que vivi de ter enfrentado uma situação semelhante, quero expressar, a partir da irmandade que nos une ao companheiro Lula, meu profundo desejo de que o tratamento a que será submetido nas próximas semanas permita uma rápida recuperação, a fim de manter por muitos anos a luz do seu pensamento e a liderança que tanto fez pelo seu país, para a nossa América e para as nações do mundo” (vermelho)

sábado, 29 de outubro de 2011

Metendo os Peitos: Jogos da trigésima segunda rodada::

por Carolaine

Santos x Atlético-PR – O Santos precisa de mais uma vitória para deixar de se preocupar com o Brasileirão e pensar apenas no Mundial. O time de Muricy ainda não contará com o retorno de Borges, mas Neymar deve infernizar a zaga atleticana, que não terá Manoel e nem o volante Marcelo Oliveira. Para o time paranaense uma vitória pode significar a fuga da zona do descenso, porém a tarefa não será fácil. O Furacão venceu apenas duas vezes fora da Arena da Baixada neste campeonato e chega como azarão para esta partida.

Botafogo x Cruzeiro – Promessa de um jogo tenso no Engenhão! O Botafogo perdeu as duas últimas chances de arrancar em direção ao topo da tabela e precisa se recuperar para continuar na briga pelo título. O time da estrela solitária não contará com Lucas e Marcelo Mattos, mas a boa atuação de Elkeson na Copa Sul-Americana (apesar da eliminação) animou a torcida que espera rever seu bom futebol. Para o Cruzeiro o jogo também tem grande importância, já que uma derrota pode levar o clube ao Z4. O treinador da Raposa vetou o lateral Vítor, que não vinha jogando bem, e o zagueiro Léo deve assumir a posição. A vitória Celeste na última rodada provou que a equipe ainda pode surpreender, portanto, apesar do favoritismo dos anfitriões, surpresas nesta partida não devem ser descartadas.

Ceará x Fluminense – Durante o primeiro turno poucas vezes o Ceará decepcionou sua torcida no Presidente Vargas, mas atualmente não existem motivos para comemorações. O time vem caindo vertiginosamente de produção e é sério candidato ao rebaixamento se mantiver o viés de baixa. Será a estreia de Dimas Filgueiras no comando técnico, pois Estevam Soares foi afastado após a derrota frente ao Atlético Paranaense. Além do confronto difícil e da pressão pelo resultado, o treinador já chega tendo de enfrentar problemas para escalar os jogadores: Boiadeiro e Michel são dúvidas e podem desfalcar a equipe. No Fluminense o clima também não é tão ameno, já que a derrota em casa na última rodada deixou o time mais longe da briga pelo título, no entanto a equipe terá o retorno de Fred e tem plenas condições de correr atrás do prejuízo. O jogo deve ser muito movimentado e o resultado é imprevisível!

Corinthians x Avaí – Mais um jogo decisivo desta rodada! O Corinthians iniciará uma sequência de cinco partidas contra os times desesperados da tabela e precisa vencer, além de contar com uma vitória do São Paulo sobre o Vasco, para retornar à liderança. Tite não terá Alex nem Alessandro, mas deve ser o alvo da maioria das apostas, já que a campanha dos catarinenses fora da Ressacada é ruim. Apesar do favoritismo o time paulista deve entrar atento, pois na última rodada o Avaí venceu muito bem o Botafogo e tomou novo fôlego para tentar um último suspiro na competição.

Vasco x São Paulo – O líder receberá um dos visitantes mais indigestos do campeonato, (que apesar de não estar em sua melhor forma não pode ser subestimado), e não pode vacilar se quiser assegurar a permanência no topo da tabela. A fase do Vasco certamente inspira mais confiança do que a dos paulistas, instáveis e possivelmente abalados pela eliminação na Copa Sul-Americana. O Vasco é o único representante do Brasil que sobrou na competição continental (no meio desta semana, com um time misto, venceu o Aurora da Bolívia por 8 x 3!). Mais uma prova de que este grupo está comprometido com a vitória e que não se acomodou com o título da Copa do Brasil. As duas equipes entrarão desfalcadas para o jogo: no lado vascaíno faltarão Diego Souza e Fagner e pelo São Paulo estarão de fora Rogério Ceni, Dagoberto, Casemiro e Luís Fabiano.

Grêmio x Flamengo – O reencontro da torcida gremista com Ronaldinho promete ser tenso. Se para o clube gaúcho já não existem grandes perspectivas para o campeonato, para a torcida o objetivo é muito claro: vencer o ex-ídolo e lotar o Olímpico para hostilizá-lo. Faixas e bandeiras com ofensas ao jogador foram proibidas, mas apesar da censura o volume dos protestos deve ser alto. O Flamengo por sua vez ainda tem chances de chegar a Libertadores e pode frustrar as manifestações da torcida gaúcha, mas é impossível prever o resultado desta peleja.

Figueirense x Bahia – Mais um jogo imprevisível desta rodada. O Figueirense começou o ano jogando melhor como mandante, mas atualmente tem se destacado mais fora de casa, com Wellington Nem e Júlio César nos contra-ataques. Apesar disso, nesta rodada os catarinenses têm uma ótima oportunidade de voltar a consolidar sua força perante a torcida, já que o Bahia vem caindo de rendimento e terá muitos desfalques para este jogo.


Atlético-MG x Palmeiras –
O Galo conseguiu uma ótima vitória na última rodada e está embalado para receber o desnorteado time de Felipão. Nenhuma das equipes inspira muita confiança e tudo pode acontecer, mas o favoritismo é dos anfitriões.

Coritiba x América-MG – Apesar da matemática ainda prever alguma chance para os mineiros, a situação é complicadíssima e o retorno a Série B é quase certo. Para o Coritiba os horizontes deste ano também não prometem mais surpresas, mas para garantir a melhor colocação possível o time deve voltar a marcar gols e se apresentar bem perante sua torcida. Se o time da casa estiver motivado a vitória deve aparecer sem grandes problemas.

Atlético-GO x Internacional – Promessa de um bom jogo no Serra Dourada! O Dragão vem complicando a vida dos seus adversários e o Internacional pretende seguir na briga pela vaga na Libertadores, por isso esperamos um jogo movimentado e bem disputado em Goiânia. A expectativa pelo retorno de Leandro Damião é grande, mas as ausências de D’Alessandro, Nei e Jô podem dificultar a dinâmica de jogo dos Colorados. Resultado imprevisível!



TENTATIVA DE ANULAÇÃO DO ENEM POR CAUSA DO VAZAMENTO NO COLÉGIO DO CEARÁ É COLOCAR O INTERESSE DE CRIMINOSOS ACIMA DOS DA SOCIEDADE

educação política

O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é uma das criações mais importantes do governo Lula, mas todo ano sofre um bombardeio dos grandes meios de comunicação e de setores da justiça, principalmente do Ceará.

Mesmo assim, o exame resiste e tem trazido grandes benefícios para o país e para os pais dos alunos. O fim do Enem interessa a quem quer meter a mão no bolso dos pais dos alunos, que terão de gastar com viagens, estadia e provas em vários locais do país para entrar em uma boa universidade.

O Enem é tão bom para o aluno quanto para seus pais. Com apenas uma prova, pode se passar em grandes universidades do país. E melhor, a prova é feita na própria cidade do aluno. Isso valoriza os estudantes que se preparam para as provas. Com certeza, o Enem é mais seguro do que muitos vestibulares e concursos públicos.

Neste ano, assim como no ano passado, criminosos violaram a prova para beneficiar algumas pessoas ou alguns grupos econômicos. É preciso investigar, punir quem violou e quem se beneficiou da violação, ainda que culposamente, mantendo a validade da prova para todo o país.

Por causa de um colégio, Colégio Christus de Fortaleza, onde ocorreu o crime, anular todo o processo é um verdadeiro absurdo. Isso só pode ser defendido por interesses escusos. Aos alunos do colégio cearense, para não serem prejudicados, basta fazer nova prova. É isso! O resto é parvoíce e interesses econômicos.

DUAS NOTÍCIAS EXPLICAM BEM A CRISE DOS ESTADOS UNIDOS: MILIONÁRIOS FICARAM MAIS RICOS E POBREZA AUMENTOU

educação política

Os governos das últimas décadas dos Estados Unidos aprimoraram a desigualdade social e deram a sua contribuição para a crise dos EUA. Veja abaixo como os ricos ficaram mais ricos enquanto a pobreza aumentou por lá.

Mais ricos dos EUA triplicaram seu patrimônio entre 1979 e 2007
Os cidadãos mais ricos dos Estados Unidos quase triplicaram sua renda entre 1979 e 2007, enquanto as famílias mais pobres viram seu patrimônio crescer apenas 18% no mesmo período, indica um estudo divulgado nesta quarta-feira (26).

A receita líquida (depois do pagamento de impostos) dos 1% mais ricos do país aumentou 275% entre 1979 e 2007, assinala o relatório elaborado pelo Escritório de Orçamentos do Congresso.

Para 60% da população de classe média a receita cresceu 40%, enquanto para os 20% mais pobres o aumento foi de apenas 18%.

Estes números demonstram que a distribuição de renda nos EUA “era substancialmente mais desigual em 2007 do que em 1979″, ressalta o estudo, que também revela que os 1% mais ricos concentravam 17% de toda a renda há quatro anos, contra 8% de três décadas atrás.

O relatório foi publicado em meio aos protestos do movimento “Ocupem Wall Street”, que critica nos EUA os excessos do sistema financeiro e a desigualdade. (Texto integral na Folha)

Nos EUA, pobreza toma conta dos subúrbios
Desde 2000, o número de pobres aumentou em 5 milhões nos subúrbios, com aumentos grandes em áreas metropolitanas tão diferentes quanto Colorado Springs e Greensboro, na Carolina do Norte.

Ao longo da década, subúrbios do meio-oeste registraram maior aumento no número de pobres. Mais recentemente, no entanto, o aumento tem sido mais acentuado onde houve maior colapso imobiliário, como em Cape Coral, na Flórida, e Riverside, Califórnia, de acordo com a análise do Instituto Brookings.

Quase 60% dos pobres de Cleveland, por exemplo, antes se concentravam em seu núcleo urbano, mas agora vivem em seus subúrbios – em 2000, cerca de 46% viviam nos subúrbios.

Em todo o país, 55% da população pobre nas regiões metropolitanas agora vive nos subúrbios – aumento significativo dos 49% registrados anteriormente.

A pobreza é algo novo em Parma Heights, subúrbio tranquilo de pequenas vilas e gramados cortados, e pedir ajuda pode ser difícil. O Parma Heights Food Pantry, espécie de banco de alimentos comunitário com preços reduzidos, que começou a servir várias dezenas de famílias por mês em 2006, agora ajuda 260 e atrai um fluxo de vítimas da economia americana. Muitos nunca precisaram de ajuda para se alimentar antes. (Texto integral no IG)

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Altamiro Borges: Quem será o próximo?

Blog do Altamiro Borges

Depois de quase duas semanas de criminoso linchamento midiático, agora é oficial. Orlando Silva não é mais ministro do Esporte. “Eu pedi afastamento para defender a minha honra e o próprio governo… Em poucos dias, poucas semanas, a verdade aparecerá. Estou indignado”, afirmou o ex-ministro. O clima no Palácio de Planalto é de desolamento diante do desastroso desfecho do caso.

Já nos portais dos impérios midiáticos o clima é de euforia. A chamada grande imprensa se considera a principal vitoriosa em mais esta batalha da luta de classes. Ele se acha dona do país, capaz de pautar a política e derrubar ministros. A decadente oposição demotucana, composta por muitos políticos mais sujos do que pau de galinheiro, também comemora a vitória da “ética”. Puro cinismo!

A mídia não recua na sua artilharia

A mídia murdochiana tem, de fato, motivos para festejar. Mais uma vez ela conseguiu pautar o governo Dilma. O primeiro tiro foi dado pela revista Veja, há duas semanas, quando abriu espaço privilegiado a um policial bandido, acusado e preso por corrupção, para difamar o ex-ministro, sem qualquer prova. Logo na sequência, o Fantástico, da TV Globo, amplificou a campanha de calúnias.

Seguindo os padrões de manipulação da mídia, tão bem descrito no obrigatório livro de Perseu Abramo, os jornalões e telejornais mantiveram a queimação por quase dez dias. Até por questão de honra – honra mafiosa – era evidente que a mídia não recuaria na sua artilharia pesada. O ministro demonstrou altivez e coragem para resistir aos ataques criminosos nestes dias infernais.

“Dilma a reboque da mídia”

O desfecho do episódio dá razão ao colunista da Folha, Fernando Rodrigues, que se jactou do poder da imprensa para derrubar ministros. Para ele, a presidenta só demorou na decisão porque “não quer consolidar a imagem que existe – e é verdadeira – de que ela foi sempre a reboque da mídia nas demissões de todos os seus ministros”. Haja arrogância! O triste é que a cedência é verdadeira!

Diante da demissão de Orlando Silva, fica a pergunta: quem será o próximo ou a próxima a cair no governo Dilma? Em apenas dez meses de gestão, seis ministros já foram defenestrados – um recorde desde a redemocratização do país, em 1985. Na prática, a mídia demotucana pauta o governo. Ela “investiga”, julga, condena e fuzila… e o Palácio do Planalto cede!

Lista macabra dos jagunços midiáticos

Lembrando as macabras listas de assassinatos no campo, os jagunços midiáticos já anunciam as futuras vítimas. O UOL já fez uma ficha dos “ministros sob suspeita” – que inclui, até, o pragmático ministro das Comunicações, Paulo Bernardo. O Estadão afirma que o próximo alvo é o ministro do Trabalho, Carlos Lupi. E alguns portais miram no ministro da Educação, Fernando Haddad, pré-candidato do PT em São Paulo.

De ministro em ministro, a mídia demotucana visa sangrar é a própria Dilma Rousseff. Mas, sabe-se lá por que razão – talvez algum marqueteiro preocupado com a chamada “classe média” ou algum pragmático que prega moderação -, a presidenta mantém-se impávida. Até convida FHC para jantar no Palácio do Planalto. Quando chegar a sua vez, talvez seja tarde para resistir!

Campanha pede retirada, da Lei Geral da Copa, de itens que desrespeitam direitos de consumidores

Adital

Anulação da meia entrada para estudantes e idosos, venda casada, exclusividade no comércio de bebidas e alimentos e anulação do direito de arrependimento da compra. Estes são alguns dos pontos da Lei Geral da Copa que desrespeitam o Código de Defesa do Consumidor (CDC) brasileiro. Para pedir a retirada deles e alteração da Lei, o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) lançou a campanha Copa sem direitos não dá jogo, no último dia 3.

A mobilização consiste em sensibilização de parlamentares, senadores, ministros da Justiça e do Esporte e da presidenta do Brasil, Dilma Rousseff, que receberam carta do instituto expondo os problemas da Lei Geral da Copa. Também está no site do Idec mensagem que apoiadores da causa poderão enviar às autoridades brasileiras. A campanha é reforçada no site de relacionamentos Facebook e no microblog Twitter.

Guilherme Varella, advogado do Idec, explica que a Lei Geral da Copa foi criada para garantir à Federação Internacional de Futebol (Fifa) condições de realizar o evento no Brasil, em 2014, mas acaba por desproteger os consumidores. "A lei não dispõe sobre deveres e responsabilidades da Fifa, dando a ela poderes e exclusividade que nenhum ator tem ou pode ter, desrespeitando o Código do Consumidor, colocando-a acima da legislação federal”, disse, alertando que "o consumidor vai ficar refém da Fifa”.

A norma, por exemplo, dá à Fifa a possibilidade de exploração exclusiva de toda cadeia de consumo – venda, oferta, publicidade, transmissão dos jogos; dispõe sobre espaços privados, como estádios, e também sobre o espaço público – o entorno dos estádios e as principais vias de acesso.

A Fifa terá direito de exclusividade comercial até nos espaços públicos, nas proximidades dos estádios, o que prejudica o livre comércio, direito constitucional. "O raio de quilômetros a partir dos estádios vai ser definido pelo Comitê Organizador Local, presidido por Ricardo Teixeira, e já imaginamos o abuso que vai ser”, comenta o advogado.

Outro problema apontado é a venda casada, expressamente proibida no artigo 39 do CDC, porém permitida para a Copa do Mundo de 2014. A Fifa é quem vai determinar, de acordo com a relação do jogo, se venderá o ingresso avulso ou em um pacote.

O Código do Consumidor também garante aos brasileiros o direito de arrependimento de uma compra, no prazo máximo de sete dias, para o caso da Internet, sem multa. No entanto, a Fifa poderá multar o consumidor que se arrepender da compra de um ingresso, em porcentagem que ela mesma determinará.

A federação não respeitará a responsabilidade de reembolso de ingresso e danos causados caso venha a mudar horário, data ou local de jogos. "O torcedor gasta com passagens, hospedagem, tira férias, desmarca compromissos para ver um jogo. A Fifa muda o local e não irá ressarcir o torcedor, quando o CDC dispõe sobre isso”, enfatiza.

Com relação ao impacto da campanha, Guilherme acredita que surtirá efeito na opinião dos parlamentares, devido à pressão que o Idec vem realizando na Câmara dos Deputados. Contudo, é provável que apenas parte dos direitos dos consumidores seja garantida.

"Eles estão focando a discussão nas meias-entradas, transmissão dos jogos e bebidas alcoólicas. Só que há várias questões envolvidas, a respeito do CDC. Pode ser que eles alterem só esses pontos que estão destacando e passem por cima dos outros”, disse, enfatizando que os torcedores têm de participar, mobilizando-se para garantir seus direitos.

A mensagem da campanha, pronta para ser enviada às autoridades brasileiras, está disponível no link http://www.idec.org.br/campanhas/facadiferenca.aspx?idc=28

Fidel Castro, a OTAN e a morte de Kadafi

No domingo passado, o líder da revolução cubana Fidel Castro iniciou uma nova série de Reflexões sobre a OTAN, organização a serviço do imperialismo norte-americano e das potências da União Europeia.

Fidel Castro

“Essa brutal aliança militar se converteu no mais pérfido instrumento de repressão que a a história da humanidade já conheceu. A OTAN assumiu esse papel repressivo global tão logo a URSS, que tinha servido aos Estados Unidos de pretexto para criá-la, deixou de existir. Seu propósito criminoso se tornou patente na Sérvia, um país de origem eslava, cujo povo lutou tão heroicamente contra as tropas nazistas na Segunda Guerra Mundial.

Quando em março de 1999 os países dessa nefasta organização, em seus esforços por desintegrar a Iugoslávia, depois da morte de Josip Broz Tito, enviaram suas tropas em apoio aos secessionistas kosovares, encontraram uma forte resistência daquela nação cujas experimentadas forças estavam intactas.

A administração ianque, aconselhada pelo governo direitista espanhol de José Maria Aznar, atacou as emissoras de televisão da Sérvia, as pontes sobre o rio Danúbio e Belgrado, a capital desse país. A embaixada da República Popular da China foi destruída pelas bombas ianques, vários funcionários morreram, e não podia haver erro possível como alegaram os autores. Numerosos patriotas sérvios perderam a vida.

O presidente Slobodan Milosevic, premido pelo poder dos agressores e o desaparecimento da URSS, cedeu às exigências da OTAN e admitiu a presença das tropas dessa aliança dentro de Kosovo sob o mandato da ONU, o que finalmente conduziu à sua derrota política e seu posterior julgamento pelos tribunais nada imparciais de Haia. Morreu estranhamente na prisão. Se resistisse uns dias mais o líder sérvio, a OTAN teria entrado em uma grave crise que esteve a ponto de eclodir. O império dispôs assim de muito mais tempo para impor sua hegemonia entre os cada vez mais subordinados membros dessa organização.

Entre 21 de fevereiro e 27 de abril do presente ano, publiquei no sítio CubaDebate nove Reflexões sobre o tema, nas quais abordei com amplitude o papel da Otan na Líbia e o que a meu juízo ia ocorrer.

Vejo-me por isso obrigado a uma síntese das ideias essenciais que expus, e dos fatos que foram ocorrendo tal como foram previstos, agora que um personagem central de tal história, Muamar Kadafi, foi ferido gravemente pelos mais modernos caças-bombardeiros da OTAN que interceptaram e inutilizaram seu veículo, capturado ainda vivo e assassinado pelos homens que essa organização militar armou.

Seu cadáver foi sequestrado e exibido como troféu de guerra, uma conduta que viola os mais elementares princípios das normas muçulmanas e outras crenças religiosas prevalecentes no mundo. Anuncia-se que muito breve a Líbia será declarada “Estado democrático e defensor dos direitos humanos”.

Vejo-me obrigado a dedicar várias reflexões a estes importantes e significativos fatos.

A máfia no poder

por Mino Carta

Quando adolescente, já perguntava aos meus imberbes botões por que o Brasil, país de imigração campana, calabresa e siciliana, entre outras, não conhecia o fenômeno mafioso. Desde logo, formulei uma tese sem qualquer pretensão científica, mas convincente na opinião dos botões. Não temos uma Cosa Nostra no Brasil porque eméritos mafiosos estiveram e estão no poder, líderes em atividades diversas -teoricamente legais, em condições de agir às claras e a salvo dos riscos corridos, e sofridos, por Al Capone ou Totò Riina.

Capone e Riina, e muitos outros do mesmo porte, acabaram na cadeia, aqui os equivalentes viveram e vivem à larga, ou estão soltos, quando não são nome de ruas e praças. Não faltam exemplos -recentes nas -áreas mais diversas, a começar pela política, a qual, a rigor, está em todas porque por trás de tudo. Algo espantoso se deu por ocasião do Panamericano do Rio. Previu-se um orçamento de 400 milhões, gastaram-se dez vezes mais para realizar obras hoje inúteis e entregues ao descaso. Serviços de todo gênero foram encomendados aos familiares e amigos dos organizadores da tertúlia monumental, a despeito dos nítidos conflitos de interesse. Que aconteceu com os responsáveis por tanto descalabro?

É do conhecimento do mundo mineral que quem mandou no Panamericano mandará nas Olimpíadas de 2016. Também é, quanto ao futebol, que a Fifa é um antro mafioso desde os tempos de João Havelange e que Joseph Blatter e Ricardo Teixeira são seus profetas. Desde a posse de Dilma- Rousseff na Presidência da República-, -CartaCapital permite-se chamar a atenção do governo para as péssimas consequências de um Mundial de Futebol desastrado, exposto ao risco do desmando, e várias vezes voltamos à carga no mesmo sentido.

Não nos precipitamos a endossar agora as suspeitas levantadas em relação ao ministro do Esporte, Orlando Silva, mesmo porque apressadamente veiculadas por Veja. CartaCapital jamais deixou de defender o princípio in dubio pro reo e enxerga na reportagem da semanal da Editora Abril insinuações e conjecturas em lugar de provas. Para variar. Certo é, contudo, que um ministro do Esporte chamado a lidar com Ricardo Teixeira e Joseph Blatter deve necessariamente situar-se acima de qualquer suspeita.

A presidenta, tão determinada no combate à corrupção, obviamente -sabe disso e saberá precaver-se, a bem do -País e do seu governo. CartaCapital insiste, de todo modo, em suas preocupações diante da clara presença no gramado e fora dele da máfia do futebol mundial.

Cabe encarar a questão também de outro ângulo, a partir da análise do singular destino da esquerda nativa. Refiro-me neste exato instante ao PCdoB, nascido da costela do Partidão em nome de uma fidelidade ideológica e moral que os discípulos de Luiz Carlos Prestes teriam traído. Outro aspecto da história brasileira que amiúde me levou a convocar os botões diz respeito à efetiva e duradoura existência de uma esquerda brasileira.

Desabrido, Lula já me disse, em entrevista publicada em CartaCapital há seis anos, “você sabe que eu nunca fui de esquerda”. Resta ver o que significa hoje ser de esquerda. Para mim claro está, ao menos, que é de esquerda quem se empenha, clara e honestamente pela igualdade, e sem medir esforços, para a redenção dos herdeiros da senzala. Parece-me que alguns passos neste rumo o ex-presidente deu.

Confirma-os, e com objetivos maiores, Dilma Rousseff ao definir o projeto de acabar com a miséria. Inevitável, entretanto, observar que um sem-número de políticos está a cuidar é da sua própria riqueza, e entre eles, pasmem, não faltam os ex-comunistas do B. Orlando Silva desde os começos de sua atuação ministerial é alvo de inúmeras denúncias de corrupção encaminhada pelas sendas do dinheiro das ONGs, a envolverem não somente o próprio, mas também seu partido. Era de se esperar? Desfecho inescapável de um enredo movido a ganância acima e além de crenças e princípios? O PCdoB já teve, entre outras razões de orgulho, a lisura e a coerência dos seus filiados. No poder, é mais um que se porta como os demais. •

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Quatro Barras vai completar 50 anos

Prestes a completar seus 50 anos de emancipação política, Quatro Barras configura como uma das cidades mais bem estruturadas nos serviços essenciais, desenvolvida economicamente e socialmente, receptiva para investir, visitar e principalmente viver.

Diante da trajetória que ao longo dos anos marcou uma linha de conquistas, a cidade agora se prepara para comemorar seu cinquentenário junto com a população, que faz parte desta história. Nos últimos meses, a Prefeitura vem programando a maior festa de toda a história, para fazer jus ao cinquentenário e reunir a população em um grande evento, onde todos estão convidados.

“É uma grande satisfação poder comemorar os 50 anos de Quatro Barras com uma grande festa, que vai marcar a fase próspera que o município vive e sinalizar, ao mesmo tempo, a contribuição de todas as pessoas que ajudaram a escrever sua história”, disse o prefeito Loreno Tolardo.

Uma grande festa
Serão 7 dias de festa ao todo. A programação começa na próxima quinta-feira (3), às 14h, com o Baile da Melhor Idade e show com Tony e Mathias, no salão paroquial. Na sexta-feira (4), já na parte da manhã, às 8h, haverá a largada da Ultramaratona Internacional de Quatro Barras, no Parque da Ciência. A abertura oficial do evento está marcada para às 17h30 na Câmara Municipal, onde haverá sessão solene e lançamento do Livro Quatro Barras - 50 anos.

O Parque de Eventos - um novo espaço criado pela Prefeitura para centralizar os shows e apresentações artísticas - abre as portas ao público às 20h, com show dos Nativos às 22h e Baile do Grupo Legião às 23h30. No sábado (5), as atividades começam com o Desfile Cívico pela Avenida Dom Pedro II às 9h. No decorrer do dia haverá jogos de futebol, apresentações de teatro do Projeto Atleta do Futuro e da Academia Quebra Nozes. Às 22h o Parque de Eventos recebe a dupla Eric e Matheus e às 23h30 o baile do Grupo Festerê.

A Missa Campal abre a programação do parque no domingo (6), e é seguida pelo almoço com Frango Caipira Graciosa, no salão paroquial, com apresentação da Orquestra Viola e Cantoria. Às 12h também está marcada a chegada dos atletas que disputam a Ultramaratona. Às 15h começa a tarde gospel com Mattos Nascimento, no Parque de Eventos, e a final da Copa Cinquentenário no Estádio Osni Antônio da Silva.

Às 20h haverá show com a dupla Willian e Renan, às 21h a apresentação da Cia de Dança 8 Segundos e às 22h show com o Grupo Kanoa. Na segunda-feira (7), a programação inicia já no fim tarde. Artistas regionais se apresentam entre 16h e 18h. Às 19h haverá apresentação de Dança do Projeto Atleta do Futuro, às 20h a Banda Blindagem, e às 22h a dupla Laluna e Vinicius. Na terça-feira (8), artistas regionais e a dupla Oswaldir e Carlos Magrão estão na programação à partir das 21h.

No dia 9 de novembro - data de aniversário de Quatro Barras - a cidade comemora com um evento especial: a inauguração da Estrada da Graciosa. A cerimônia está marcada para às 11h na Capela de São Pedro, no Rio do Meio, com presença confirmada do governador Beto Richa. A programação segue às 16h com a apresentação de artistas regionais, às 17h com apresentação de dança do Projeto Atleta do Futuro e às 18h com rodas de capoeira do Grupo Raízes. Às 21h Ali e Rhuan abrem a noite e às 22h acontece o grande show com Marcos e Belutti. O evento encerra às 23h30 com um belo show pirotécnico.

PERFIL DOS ESCRAVOCRATAS DE HOJE REAFIRMA NOSSA HERANÇA COLONIAL E NOSSA MODERNIZAÇÃO CONSERVADORA

educação política

A modernização convervadora, termo utilizado pelo sociólogo Sérgio Buarque de Holanda, cai como uma luva para a realidade brasileira. Cada vez mais, fica claro que a superação de uma ordem anterior definitivamente não acontece no Brasil. Há mudança, mas não há ao mesmo tempo, pois as mesmas estruturas coloniais continuam sendo mantidas há séculos.

Assim foi com a Independência que mudou a realidade aparente do Brasil, mas manteve todo o aparato colonial, aliás, só aconteceu para que ele pudesse ser mantido. O mesmo aconteceu com a República, com a Abolição da Escravidão, com o Golpe Militar e depois com o neoliberalismo dos anos FHC. Mudanças que vêm para não mudar nada!

Recente pesquisa realizada pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), confirma essa tese ao fazer uma espécie de radiografia do trabalho escravo nos dias de hoje. O perfil dos escravistas não poderia ser outro. Como lembramos aqui no Educação Política, a maioria tem boa escolaridade, é a da região sudeste e é filiada a partidos políticos como PMDB, PSDB e PR.

Os estados e as atividades econômicas que mais concentram o trabalho escravo são aqueles que historicamente sempre o fizeram. Os estados que mais exportam mão de obra escrava são Maranhão, Paraíba e Piauí; e o setor onde ele mais ocorre é o agropecuário, sobretudo em fazendas de cana-de-açúcar e produção de álcool.

Já os trabalhadores vítimas de escravidão são em sua maioria negros, de baixa formação e renda média de 1,3 salário mínimo. Depois ainda dizem que no Brasil não há racismo e que a pátria é alegre, quase sem problemas, berço do futebol e do carnaval!

PC do B escolhe, por unanimidade, indicar Aldo para Esporte

folhaonline

Poucas horas após a demissão de Orlando Silva do Ministério do Esporte, o PC do B decidiu indicar à presidente Dilma Rousseff o nome do deputado Aldo Rebelo (SP) para comandar a pasta. A decisão da legenda será oficialmente apresentada ao Palácio do Planalto em uma reunião esperada para a manhã desta quinta-feira (27).

A palavra final cabe à presidente. Ontem à noite, ainda estavam no páreo Flávio Dino (PC do B-MA) e a deputada Luciana Santos (PC do B-PE).

Dilma manifestou a interlocutores a preferência por Dino, mas afirmou que não vetaria nenhuma das outras opções.

O presidente do PC do B, Renato Rabelo, já foi para o Palácio do Alvorada se encontrar com Dilma para bater o martelo.

Em seu microblog, o ex-ministro Orlando Silva postou no Twitter, sem dar detalhes: "Bom dia, Aldo Rebelo! Deus ilumine teus caminhos. Bom trabalho!".

PERFIS

Aldo Rebelo é deputado desde 1991 e cumpre o seu sexto mandato na Câmara. Nos últimos dois anos, destacou-se no debate político por ter sido relator do Código Florestal, quando foi criticada principalmente por ambientalistas. Neste ano, disputou uma vaga no TCU (Tribunal de Contas da União), com apoio da bancada ruralista, mas perdeu para a deputada Ana Arraes (PSB-PE).

Presidente da Embratur, Dino era apontado como o preferido do Planalto, enquanto Rebelo contava com a preferência da bancada. Já a deputada pernambucana, vice-presidente nacional do PC do B, corria por fora.

Luciana Santos foi a primeira opção de Dilma para o ministério na transição de governo. Foi preterida diante das pressões dos comunistas para manter Orlando, herdado do ex-presidente Lula.

"DIÁRIO OFICIAL"

O "Diário Oficial" da União publicou hoje a exoneração de Orlando Silva do cargo de ministro do Esporte. Na publicação, o secretário-excutivo da pasta, Waldemar Manoel Silva de Souza, foi nomeado ministro interino.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Jornalista da BBC expôs corrupção da FIFA e CBF

do blog do álvaro dias

A Comissão de Educação ouviu o depoimento, nesta quarta, do jornalista escocês Andrew Jennings, da BBC (emissora de rádio e TV da Inglaterra), sobre denúncias de corrupção e negócios ilícitos que envolvem o presidente da FIFA, Joseph Blatter, e o presidente da CBF, Ricardo Teixeira.

Jennings atendeu convite que lhe fiz para que falasse sobre o livro de sua autoria, “Jogo Sujo – o Mundo Secreto da FIFA”, e em sua exposição, apresentou detalhes importantes sobre o trabalho de investigação que vem realizando a respeito das atividades ilícitas dos dirigentes da FIFA e da CBF.

O jornalista inglês falou sobre casos de propina, suborno, favorecimento e várias outras ilicitudes.

Fiz questionamentos a Jennings e afirmei que diante da importância do evento que o país está organizando – a Copa do Mundo de 2014 – as denúncias contra Teixeira não podem deixar de ser investigadas a fundo.

Barbosa Neto na berlinda

boca maldita

Está cada vez mais difícil a situação do prefeito de Londrina, Homero Barbosa Neto (PDT).

Ontem (25) a Câmara de Vereadores, após três horas de discussão, aprovou o relatório final da chamada CEI da Saúde.

A Comissão Especial de Inquérito, que investigou irregularidades nos contratos firmados entre prefeitura e os institutos Gálatas e Atlântico, concluiu que Barbosa Neto participou do processo que culminou na contratação das duas organizações da sociedade civil de interesse público (oscips).

Onze dos 16 vereadores presentes na sessão emitiram votos favoráveis ao relatório. Os outros cinco se abstiveram de votar.

Agora, o documento será anexado à denúncia protocolada no Legislativo pelo vereador Joel Garcia (PP) em junho deste ano. O parlamentar pede a abertura de uma Comissão Processante (CP), para, justamente, investigar a participação do prefeito no esquema de corrupção da Saúde.

A denúncia, com o relatório, será enviada, agora, para a Mesa Executiva da Câmara. Os vereadores integrantes deverão despachar o processo para a Procuradoria Jurídica que, por sua vez, dará um prazo de sete dias úteis para que o prefeito apresente a sua defesa.

Após a apresentação, a procuradoria deverá analisar novamente o processo e devolvê-lo para a Mesa Executiva. Só depois disso que o pedido de CP contra Barbosa será votado em plenário. Segundo informações da assessoria de imprensa da Câmara, todo o trâmite deve durar, pelo menos, 20 dias para ser finalizado.

Com informações do BondNews

BC bane executivos de ex-banco de Silvio Santos por até 20 anos

folha.com

O BC decidiu banir de atuar no Sistema Financeiro Nacional por até 20 anos os principais executivos e conselheiros do Banco PanAmericano, que foram considerados responsáveis ou omissos pelo rombo de R$ 4,3 bilhões, informa reportagem de Julio Wiziack, Toni Sciarretta e Flávio Ferreira publicada na edição desta quarta-feira da Folha.

A instituição financeira pertencia ao empresário Silvio Santos, que vendeu a sua parte para o BTG Pactual. A íntegra está disponível para assinantes do jornal e do UOL (empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha).

A decisão saiu há dois dias e foi resultado de um processo administrativo sigiloso que apurou o caso.

A pena é a inabilitação por um período que varia de acordo com o nível hierárquico e o grau de responsabilidade dos executivos envolvidos.

Rafael Palladino e Wilson de Aro, respectivamente, ex-presidente e ex-diretor financeiro do banco, não poderão atuar no setor por 20 anos.

Os demais diretores ficarão afastados por 15 anos, e os membros dos conselhos de administração e fiscal, por oito anos.

Embora não tenham exercido atividades diretas no banco, Guilherme Stoliar, sobrinho de Silvio Santos e diretor do SBT, e Luiz Sandoval, presidente do grupo Silvio Santos, também ficarão impedidos de atuar no mercado financeiro por oito anos.

Os executivos ainda podem recorrer da decisão no próprio Banco Central.

OUTRO LADO
A Folha não conseguiu falar com Rafael Palladino.
Luiz Sandoval e Guilherme Stoliar foram orientados a não comentar o caso, mas pretendem recorrer. Os advogados de Wilson de Aro não ligaram de volta.

Orlando Silva decide deixar o cargo

globo.com

BRASÍLILA - O ministro do Esporte, Orlando Silva, vai entregar carta de demissão na tarde desta quarta-feira em encontro com a presidente Dilma Rousseff. O ministro participou no início da manhã desta quarta-feira de uma reunião no Palácio do Planalto para discutir o agravamento de sua situação, com a abertura do inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar denúncias de irregularidades na Pasta.

O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, o presidente do PCdoB, Renato Rabelo, além dos líderes do partido na Câmara, Osmar Júnior, e no Senado, Inácio Arruda, participam da conversa.

Metendo os Peitos: Resultados da trigésima primeira rodada:

São Paulo 0 x 0 Coritiba – O placar desta partida não saiu do zero em grande parte pela atuação de um jogador: Vanderlei. O goleiro do Coritiba estava em uma tarde inspirada e impediu a tentativa Tricolor de voltar à zona da Libertadores. A novidade no Morumbi foi a contratação de Emerson Leão para o comando do time até o final desta temporada.

Palmeiras 1 x 2 Figueirense – Mais uma derrota palmeirense e agora nem mesmo os mais otimistas ousam pensar em iludir a torcida falando em Libertadores, pois até mesmo a vaga na Copa Sul-Americana está ameaçada. Para o Figueirense, no entanto, o sonho pode tornar-se realidade se o time seguir o ritmo que vem impondo nessa reta final. O jogo no Canindé mais parecia estar sendo no Orlando Scarpelli e o time de Felipão já não tem mais o que dizer. Aparentemente a crise engoliu o pouco do futebol que lhes restava.

Fluminense 0 x 2 Atlético-MG – Erramos feio o prognóstico desta partida! O Galo conseguiu se impor perante os anfitriões e conquistou uma vitória importantíssima. Os três pontos tiraram o Alvinegro do Z4 e injetaram novo ânimo na equipe, que precisa continuar vencendo para escapar da degola.

Avaí 3 x 2 Botafogo – Mais um jogo surpreendente da rodada! O Avaí fez uma de suas melhores apresentações no campeonato e deu motivos para a comemoração da torcida presente na Ressacada. A vitória de virada sobre os cariocas foi emocionante e colocou mais lenha na fogueira do Z4.

América-MG 2 x 2 Grêmio – Jogo aberto e muito movimentado em Minas Gerais. As equipes já sem grandes aspirações de mudança na tabela fizeram uma boa partida e mostraram muita vontade de vencer. O Coelho mesmo com um jogador a menos conseguiu igualar o placar aos 41 do segundo tempo.

Internacional 1 x 1 Corinthians – Empate doloroso para os Colorados, primeiro por ter jogado mais, mas também por ter levado o empate no finalzinho e dos pés de Alex, ex-jogador do clube. Para o Internacional a briga nesta reta final ficou mais complicada, enquanto que para o Corinthians o empate não foi tão ruim, tendo em vista as derrotas de Fluminense e Botafogo.

Atlético-PR 1 x 0 Ceará – A batalha na Arena da Baixada foi um teste de resistência cardíaca para os torcedores das duas equipes. O Furacão dominou o primeiro tempo, mas deu espaços perigosos para o adversário na segunda etapa e manteve o torcedor aflito até o apito final. Para o alívio dos Rubro-Negros, novamente Paulo Baier mostrou sua qualidade nas bolas paradas e marcou o único tento dos anfitriões. Com a derrota o Ceará entrou no Z4 e terá de melhorar muito para conseguir sair.

Bahia 0 x 2 Vasco – O Vasco voltou para a liderança do campeonato com uma vitória fora de casa, quebrando assim a marca do Bahia, que havia vencido todos os cariocas este ano. O time de Joel Santana segue na incômoda décima quarta posição.

Flamengo 1 x 1 Santos – Jogo movimentado, mas sem dúvidas muito distante do brilho do confronto do primeiro turno. O Flamengo sem seus principais jogadores não ameaçava como deveria, e o Santos, também desfalcado, jogava menos pressionado e com a vantagem de ter Neymar, destaque da partida. O Peixe abriu o placar com um uma penalidade máxima e o Flamengo empatou no final com gol de Deivid. O empate também aconteceu nos erros da arbitragem, que deixou de marcar um pênalti em Neymar e anulou incorretamente um gol de Alex Silva.

Cruzeiro 3 x 2 Atlético-GO – Partida emocionante em Minas Gerais! A Raposa venceu de virada e escapou do Z4, além de finalmente dar a sua torcida uma boa apresentação dos atacantes. Anselmo Ramon marcou duas vezes e Farías também deixou o dele. Pelo Dragão os gols foram de Thiago Feltri e Felipe.

NO BRASIL, BOLSA FAMÍLIA É UMA COMPENSAÇÃO PORQUE POBRE PAGA IMPOSTO E RICO NADA DE BRAÇADA

Como no Brasil os mais pobres pagam mais impostos que o mais ricos, o bolsa família do governo federal pode ser entendido como uma política compensatória e não como algo assistencialistas. Ele faz a compensação de um sistema tributário injusto e perverso: retira dinheiro do pobre e dá para o rico: por exemplo, com juros subsidiados do BNDES. Veja abaixo artigo do Paulinho sobre o os impostos no Brasil.

Do blog do Paulinho/ Paulo Cavalcanti

Pobre paga mais imposto que rico

A maior prova que no Brasil, rico paga muito pouco, ou nada de impostos, é que o Imposto Territorial Rural – ITR arrecadado em todo o ano de 2007 e em todo território nacional, foi menor do que dois meses de arrecadação do IPTU da cidade de São Paulo. Falando somente deste tributo, fica aqui claramente constatado, o que não acontece com relação aos demais impostos.

Nesta semana, o IPEA, Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas, através de declarações de seu presidente, o economista e professor Márcio Pochmann, declarou que, a arrecadação tributária no Brasil, que em 2010 representou 33,56% do PIB (segundo dados da Secretaria da Receita Federal), é concentrada no consumo. Assim, um cidadão que tem renda de um salário mínimo por mês, embora não tenha Imposto de Renda descontado no holerite, sofre no preço do pãozinho e do leite a mesma tributação que o bilionário Eike Batista.

Os tributos sobre bens e serviços representaram 16,3% do PIB, enquanto os tributos sobre folha de pagamentos corresponderam a 8,78% e sobre a renda, a 6,18% (sobre transações financeiras, a 0,72%).

Ainda segundo o IPEA, pesquisas demonstram claramente a situação de discrepância tributária, entre ricos e pobres, comprovando com números que um trabalhador que recebia até dois salários mínimos precisava trabalhar 197 dias (seis meses e dezessete dias), para pagar tributos, enquanto outro que ganhava mais de 30 precisava de três meses a menos de trabalho, ou exatos 106 dias.

Já o consultor Amir Khair, mestre em Finanças Públicas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), lembra em artigo na Revista do Brasil, que o Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF) está previsto na Constituição de 1988, mas depende de lei complementar nunca aprovada. “O IGF poderia ser cobrado de forma progressiva, arbitrando-se um nível mínimo de isenção”, sugere. “O imposto sobre o patrimônio é cobrado com sucesso há vários anos na França, Espanha, Grécia, Suíça e Noruega. Não deu certo em alguns países, como Áustria, Dinamarca, Alemanha, Finlândia e Luxemburgo, mas pode dar certo no Brasil. Só saberemos se o testarmos.”

Essa transfusão de sangue, do doente para médico, acontece porque, cerca de 50% da nossa carga de impostos é indireta, isto é, incide sobre o consumo, atingindo indiscriminadamente toda a população, independentemente da renda e da riqueza de cada um. A cobrança da maioria dos tributos vem embutida no preço final das mercadorias. Vejamos um exemplo significativo, publicado no jornal Valor Econômico de hoje: Um cidadão que ganha R$ 1 mil por mês e coloca R$ 100 de gasolina no tanque do seu carro está pagando R$ 53 de impostos. Enquanto outro que ganha R$ 30 mil e abastece o tanque pelo mesmo valor também paga os mesmos R$ 53, levando isso à injustiça apontada.

Esses dados confirmam que nos países desenvolvidos há muito mais justiça tributária que no Brasil. Ainda nessa matéria do Valor Econômico, eles citam exemplos ilustram as diferenças entre aqueles países e o Brasil. Na Inglaterra, o imposto sobre a herança é cobrado há mais de 300 anos. Quando da morte da princesa Diana, em 1997, os jornais noticiaram que o fisco inglês cobrou de sua herança o imposto de US$ 15 milhões, metade dos US$ 30 milhões deixados para seus filhos. Naquele país, a taxação é apoiada até mesmo pelos conservadores.

Enquanto em Pindorama, há mais de uma década, esse assunto apodrece nas gavetas do Congresso, afinal, eles entendem que 500 anos de vassalagem, com 400 de colônia, foram pouco, ainda querem mais um pouquinho.

Afinal, “elite” atrasada como aqui, não deve haver paradigma no mundo todo.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Caso está ligado a esquema de ONGs


Jornal de Londrina

O cheque a que o empresário Wilson Vieira se refere nos depoimentos, em que fala sobre o suposto pagamento de propina ao ex-deputado federal Leo Vivas (leia mais na reportagem acima), apareceu durante a Operação Antissepsia. As investigações foram deflagradas em maio, pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), braço do Ministério Público Estadual (MP), para investigar denúncias de irregularidades na relação entre agentes públicos e representantes do Instituto Atlântico e do Instituto Gálatas, ONGs contratadas pela prefeitura de Londrina em dezembro do ano passado para atuar na saúde pública da cidade.

As duas ONGs sucederam o Ciap, outra entidade não governamental investigada pelo Ministério Público Federal por fraudes. Só o Gálatas é acusado de desviar R$ 600 mil de verba público por meio de notas falsas.

Cheque

A história do cheque de R$ 40 mil envolve uma reunião que surgiu primeiro num depoimento do presidente do Atlântico, Bruno Valverde, depois confirmada por Wilson Vieira. Os dois foram submetidos a uma acareação, durante as investigações realizadas pelo Gaeco.

No relato, Valverde conta que foi convidado para uma reunião da qual participaram, dentre outros, o ex-chefe de gabinete do prefeito (Fábio Góes, que acumulava a Secretaria do Planejamento), o publicitário Ruy Nogueira, e a primeira-dama municipal, Ana Laura Lino. O presidente do Instituto Atlântico conta que foi chamado para essa reunião, ocorrida no gabinete de Góes na prefeitura, por Nogueira, que teria ajudado a assinar com a prefeitura de Londrina. Valverde afirmou ainda que, sobre a mesa da sala, estavam alguns cheques da empresa de Wilson Vieira. Segundo o depoimento, Ana Laura pediu a ele que conseguisse R$ 20 mil para trocar um dos cheques.

Essa reunião, segundo o depoimento, aconteceu dias antes da assinatura do contrato da prefeitura de Londrina com o Atlântico. No depoimento, Valverde afirmou que seus interlocutores não “esclareceram exatamente o motivo e a destinação” do dinheiro e que “Ana Laura assumiu uma posição impositiva, determinando que [Valverde] conseguisse imediatamente os R$ 20 mil” e que o dinheiro deveria ser entregue a Wilson Vieira – o homem que é acusado de pagar a propina aos ex-deputados do Rio.

Valverde disse ainda que pegou um cheque de R$ 40 mil de Vieira e recebeu dele a orientação de descontá-lo dali a uma semana, dando a ele mais R$ 20 mil.

Em outro trecho que fala sobre a reunião dos cheques, Valverde afirma que “Ana Laura, Nogueira e os demais presentes deram a entender que aquele dinheiro estava sendo exigido porque o Instituto Atlântico estava em vias de ser contratado pela prefeitura para prestar serviços na área da saúde” e que, por aqueles dias, “Nogueira e Ana Laura estavam com intensas tratativas a respeito da contratação do Atlântico”.

A reunião dos cheques, segundo Valverde, aconteceu às 13h30. Três horas depois, ele levantou a quantia e entregou a Vieira, que estava num carro, junto com Góes, nos fundos da prefeitura. Quando depositado, o cheque da empresa de Vieira voltou por falta de fundos. Ao cobrar a quantia, Valverde ouviu do interlocutor que esses R$ 20 mil ficariam “por conta do contrato do Atlântico com a prefeitura”.

Férias

Góis entrou em férias no dia 6 de junho, no dia em que o MP apresentou as denúncias da Operação Antissepsia. Voltou em 25 de junho e, dias depois, deixou a Secretaria de Planejamento. Ele foi denunciado na ação civil pública na qual o MP pediu o afastamento do prefeito Barbosa Neto – o que foi negado pelo Judiciário.

MPF investiga propina para incluir verba no orçamento

Empresário diz ter entregue, a pedido de ex-chefe de gabinete do prefeito de Londrina, R$ 925 mil a assessor de ex-deputado do Rio

gazeta do povo

Brasília e Londrina - Na contramão da versão de que a destinação das emendas dos ex-deputados do Rio de Janeiro para Londrina tenha ocorrido devido ao coleguismo com o prefeito Barbosa Neto , o Ministério Público Federal (MPF) investiga a denúncia de que havia na verdade um esquema de pagamento de propina para a obtenção dos recursos federais.

O ex-chefe de gabinete da prefeitura Fábio Góes foi denunciado por ter supostamente recolhido dinheiro com empresários de Londrina para pagar propina para pelo menos um dos dois ex-deputados fluminenses (Leo Vivas), em troca das emendas. O caso chegou ao MPF após um depoimento prestado em maio pelo empresário Wilson Vieira ao Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público Estadual (MP).

Na prática, a apuração do MPF é um desdobramento da Operação Antissepsia, na qual o Gaeco tratou de desvios na área de saúde em Londrina. No depoimento, Vieira afirma que teriam sido repassados R$ 925 mil, em duas vezes, a um homem conhecido como JB, que seria assessor de Leo Vivas.

Os repasses, segundo o depoimento do empresário, foram feitos em duas ocasiões, em dezembro de 2010. As emendas foram apresentadas em 25 de novembro.

Vieira diz ter acompanhado Góes em uma das entregas e que, numa segunda vez, repassou dinheiro sozinho, atendendo a orientação do ex-chefe de gabinete. O empresário também diz ter dado um cheque de R$ 70 mil, em nome da sua empresa. Quanto à entrega do dinheiro, Vieira narra que a fez a “um homem que se identificou como JB e apresentou-se como assessor de deputado”. A segunda entrega aconteceu cerca de dez dias depois da primeira.

Vieira prestou um novo depoimento, dessa vez ao MPF, e confirmou apenas parte do que havia dito ao Gaeco. Disse que foi procurado por Góes no começo de dezembro e que o ex-chefe de gabinete do prefeito pediu um cheque de R$ 40 mil. O cheque da sua empresa foi depositado na conta de Bruno Valverde, da ONG Instituto Atlântico, mas voltou por falta de fundos. Valverde, por sua vez, teria repassado R$ 20 mil em dinheiro para Góes.

Segundo Vieira, Góes disse que o dinheiro “estava sendo angariado junto a empresários de Londrina” e seria “dado em garantia de um empréstimo para fins de cobrir despesas de hospedagem e outras, como transporte e alimentação para a assessoria de parlamentar que estava em Londrina [a assessoria] para viabilizar emendas ao orçamento da União”.

Ao MPF, Vieira justificou o recuo em relação a alguns pontos do depoimento prestado ao Gaeco [como no caso do valor do cheque, que na primeira declaração era de R$ 70 mil e na segunda, caiu para R$ 40 mil] porque ele disse estar “coagido a prestar as declarações”, porque em maio ficou das 8h30 às 19h30 no Gaeco e “a partir de certa hora” disse que “pusessem o que quisessem no papel que assinaria”. Ele disse ainda ter lido o depoimento sem assinar, embora estivesse acompanhado da advogada Ana Paula Delgado de Souza Barroso. Vieira admitiu que, no primeiro depoimento, o promotor Cláudio Esteves insistiu para que ele chamasse um advogado – o que ocorreu.

Emendas “importadas” por Londrina são alvo de suspeita

Ex-deputados do Rio incluíram no orçamento da União deste ano R$ 18,5 milhões em repasses à cidade paranaense. Há indício de propina

gazeta do povo

Brasília e Londrina - Mil quilômetros separam o Rio de Janeiro de Londrina, distância que não impediu dois ex-deputados federais fluminenses de destinar R$ 18,5 milhões em emendas ao orçamento da União de 2011 para a cidade paranaense. Na versão oficial, a indicação nasceu apenas da camaradagem entre o atual prefeito de Londrina, Barbosa Neto (PDT), e os ex-parlamentares Leo Vivas (PRB) e Vinícius Carvalho (PTdoB). O acordo em torno da “importação” dos recursos, porém, envolve suspeita de pagamento de propina de R$ 925 mil e está sob investigação do Ministério Público Federal (MPF).

Vivas e Carvalho, que não tentaram se reeleger no ano passado e estão sem mandato, foram os únicos congressistas de fora do Paraná a sugerir emendas individuais para o estado nos últimos quatro anos. O valor pedido por eles é quatro vezes superior ao total de emendas propostas por sete deputados paranaenses no mesmo perío­­do (2008-2011) para outros estados, conforme mostrou ontem a Gazeta do Povo.
Do total de R$ 13 milhões a que cada um dos dois fluminenses tinha direito de sugerir ao orçamento de 2011, Vivas alocou 96% (R$ 12,5 milhões) para Londrina e Carvalho 46% (R$ 6 milhões). A verba foi destinada para a saúde e para o recapeamento de ruas.

De acordo com a assessoria de imprensa da prefeitura de Londrina, a negociação sobre as emendas foi feita entre Barbosa Neto e Carvalho. A relação entre os dois teria surgido quando eles trabalharam juntos na Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara. Antes de assumir a prefeitura, em 2009, Barbosa também era deputado federal.

A informação sobre a “amizade” entre Barbosa Neto e Carvalho foi confirmada por Vivas. Ele disse que, em princípio, não faria qualquer emenda individual no ano passado. Acabou sendo convencido por Carvalho a prestar “um favor” para um amigo (Barbosa Neto) que precisava de “ajuda”. Pelas regras de elaboração do orçamento da União, não há qualquer impedimento ou ilegalidade no fato de o representante de um estado alocar recursos de emendas para outro. O ex-deputado disse ainda que não aposta na liberação de recursos.

Os dois ex-deputados fluminenses exerceram apenas um mandato na Câmara (2007-2011) e não mo­­ram mais no Rio. Leo Vivas e Vi­­­nícius Carvalho são ligados à Igreja Universal do Reino de Deus. O primeiro foi bispo e o outro é pastor.

Vivas disse que não concorreu à reeleição e que se mudou para Brasília para cumprir “um projeto estabelecido pelo partido [o PRB]”. Carvalho hoje mora em Belo Ho­­­rizonte. Embora tenha sido eleito pelo PTdoB, agora é do PRB, partido ligado à Universal. “Havia um descontentamento muito grande com o trabalho dele [Carvalho]”, disse o presidente do PTdoB no Rio, Vinícius Cordeiro. Das 25 emendas de Carvalho no orçamento de 2011, apenas uma era para o Rio, no valor de R$ 150 mil.

A reportagem entrou em contato com a assessoria nacional do PRB para localizar e entrevistar Carvalho, mas ele não foi encontrado. Também deixou recado em um número de telefone que, segundo a assessoria, seria do ex-deputado e em duas contas de e-mail, mas não obteve resposta.

Documento: Porque a Estrada do Colono deve permanecer fechada?

do boca maldita

O Boca Maldita reproduz nesta terça-feira (25) a íntegra de um manifesto elaborado pela Associação de Defesa e Educação Ambiental de Foz do Iguaçu (Adeafi) e a associação Amigos do Parque, expondo uma série de motivos para manter fechada a Estrada do Colono, via de pouco mais de 17 quilômetros que corta o Parque Nacional do Iguaçu, principal unidade de conservação de Mata Atlântica do Paraná, na divisa do Brasil com a Argentina.

O documento foi elaborado durante a última invasão do trecho, em 2003 (foto). Após alguns dias, os invasores foram retirados da reserva ambiental por força da Polícia Federal.

O Parque Nacional do Iguaçu é conhecido mundialmente por abrigar, em seu interior, as famosas Cataratas do Iguaçu, além de espécimes de rara beleza de aves, peixes e plantas.

O blog resgatou o manifestou ante a mobilização, no Congresso Nacional, de parlamentares ligados ao agronegócio defendendo a abertura de uma estrada-parque no trecho hoje totalmente recuperado da extinta Estrada do Colono.

POR QUE A ESTRADA DEVE PERMANECER FECHADA?

1. Inicialmente, o parque foi criado com a finalidade de proteger a floresta que envolve as Cataratas do Iguaçu, uma das mais belas paisagens naturais do planeta. Todas as atividades humanas que poderiam ser nocivas ao ambiente natural foram proibidas na área para assegurar à floresta condições plenas de desenvolvimento natural.

2. A proibição dessas atividades – agricultura, qualquer tipo de extrativismo, caça e pesca, entre outras – é possível porque os 185 mil hectares que formam o Parque Nacional do Iguaçu petencem ao governo federal. Portanto, são terras públicas que devem ser usadas apenas para as finalidades para as quais foram adquiridas ou mantidas em poder do Estado.

3. Quando o parque foi criado, em 1939, as informações disponíveis sobre os danos causados pela circulação de pessoas no interior do parque ainda eram escassas. Por isso, a estrada foi erroneamente tolerada durante muitos anos.

4. Com o desenvolvimento dos estudos científicos sobre conservação ambiental ficou comprovado que uma estrada causa danos diretos e progressivos à fauna e à flora, em qualquer ambiente natural, porque altera as condições originais. Por isso, quando se trata de área destinada a proteger esses ambientes, somente podem ser toleradas aquelas estradas necessárias aos serviços internos ou à visitação pública, nos espaços previamente definidos para isso. Estes novos conceitos passaram a ser utilizados para orientar os planos de manejo dos parques nacionais brasileiros.

5. Em 1981, um grupo de cientistas elaborou um cuidadoso estudo sobre o Parque Nacional do Iguaçu e definiu como zona de visitação a área que dá acesso às Cataratas e seu entorno imediato. A área cortada pela estrada do colono foi definida como zona intangível, isto é, de proteção máxima. O estudo determinou o fechamento da estrada.

6. O estudo apontava alguns dos danos causados diretamente pela estrada: corte e apanho de espécimes da flora silvestre; quebra ou outra danificação de espécimes da flora silvestre; perseguição, apanha ou caça de espécimes da fauna silvestre; atropelamento de espécimes da fauna silvestre. Para evitar esses dados, o estudo estabeleceu como norma que não seria permitido o uso público da estrada; a infra-estrutura deveria ser limitada a trilhas necessárias às atividades científicas, administrativas ou de proteção; fica proibido o uso de veículos auto-motores.

7. Em 1986, a estrada foi fechada. Estudos realizados posteriormente mostraram a importância dessa área para livre circulação da fauna. Estudos ainda mais recentes mostram que, numa área natural, é necessário um mínimo de 2 Km para amortizar o efeito externo. Aplicando-se este princípio, pode-se observar que o impacto de uma estrada de cerca de 18 km no Parque Nacional do Iguaçu acarreta, na realidade, uma perda de área protegida na ordem de 72 km2 (7.200 ha) o que representa cerca de 4% da área do parque. Ou seja, não se trata apenas de uma estrada, e sim da perda de quase 5% do Parque Nacional do Iguaçu. Vale destacar que toda área de uso turístico, freqüentada por cerca de 1 milhão de pessoas por ano, equivale a, aproximadamente, 5% da área total do parque. Ou seja, a Estrada do Colono, que atendia apenas a um pequeno grupo de pessoas, acarretava o mesmo grau de impacto de toda área de visitação às cataratas.

8. A estrada fragmentava o parque, provocando um efeito colateral gravíssimo porque praticamente isolava a parte oeste do parque, onde estão as Cataratas. Uma lei básica da conservação da natureza é de que uma Unidade de Conservação será tão mais eficiente para proteção da biodiversidade, quanto maior for seu tamanho. A fragmentação dos remanescentes provoca, inevitavelmente, a extinção de espécies. (Vale lembrar que a principal função de um parque nacional é a conservação dos recursos naturais que abriga).

9. Além dos impactos diretos da estrada, existem outros: sonoro, deposição de lixo não degradável, modificação dos escoamento hídrico natural, dispersão de doenças típicas de animais domésticos, presença de grãos tratados com produtos químicos ou de agrotóxicos transportados em caminhões;

10. Estudos realizados em 1999, para elaboração de um novo plano de manejo para o parque, comprovaram que as conseqüências da manutenção da estrada eram ainda mais severas do que se pensava. A compactação do solo modificou a circulação da água em largo trecho da floresta; a circulação de veículos movidos a gasolina afetou a flora e a fauna, provocando empobrecimento visível da paisagem na borda da estrada; algumas espécies da fauna e da flora foram particularmente afetadas.

11. Por isso, o plano recomendou o imediato fechamento da estrada e a execução de um projeto de recuperação baseado nos seguintes itens:

- remoção do cascalho que reveste o leito da estrada
- realização da escarificação/ subsolagem/ descompactação do leito da estrada.
- colocação de solo e fonte de matéria orgânica, que deverá estar livre de sementes de plantas exóticas, por isso, sugere-se utilizar torta de mamona, torta de farelo de algodão ou outra equivalente
- preparação do solo para receber as mudas e/ou sementes
- plantio com espécies nativas, devendo as mudas das árvores de estágio sucessional mais avançado ser de aproximadamente 1 metro.
- remoção de manilhões e pontes do leito da estrada, durante os trabalhos de
- recomposição do leito.
- recuperação da margem direita do rio Iguaçu, onde a balsa atracava, com a mesma vegetação que ocorre naturalmente nas suas proximidades.
- a remoção dos sanitários, caixa d’água, calçamento e demais instalações construídos no interior do Parque, na margem direita do rio Iguaçu, à direita da estrada do colono, no sentido Serranópolis/Capanema.

O PARQUE NACIONAL DO IGUAÇU

- Os parques nacionais são áreas públicas destinadas à conservação da biodiversidade. São áreas rigorosamente protegidas, que pertencem a todos os brasileiros. Guardam a memória das florestas que estão desaparecendo e, por isso, têm enorme importância como banco genético de milhões de espécies. São fundamentais para abrigar a fauna ameaçada de extinção exatamente pela destruição de seus habitats. Guardam a memória de outros tempos da vida sobre a Terra e, por isso, são a melhor herança que se pode deixar para as gerações futuras.

• Parque Nacional do Iguaçu é um dos mais antigos do Brasil. E o maior parque fora da região amazônica e sua importância ultrapassa os limites nacionais, porque forma, ao lado do Parque Nacional de Iguazu, na Argentina, a maior reserva nativa da floresta estacional semidecidual da bacia do Prata, que já cobriu grandes extensões do sul do Brasil, Argentina, Paraguai e foi quase completamente destruída. Por isso, é considerado Patrimônio Natural da Humanidade. Quanto maior o parque, maiores são as possibilidades de assegurar a sobrevivência de todas as variedades de espécies dos ambientes originais. A fragmentação das áreas naturais provoca o inevitável empobrecimento da biodiversidade.

• Brasil tem atualmente 40 parques nacionais. Embora existam alguns grandes parques na região amazônica, o país é um dos mais pobres em áreas protegidas. Na Mata Atlântica, que está reduzida a 7% de sua área original, o número de parques é insignificante e quase todos são de pequeno porte.

• No Paraná, o Parque Nacional do Iguaçu tem enorme importância porque o tipo de floresta que protege praticamente desapareceu. É a mesma floresta que cobria praticamente metade do estado, nas regiões norte e oeste e que já não existe mais.

• A presença da floresta traz grandes benefícios para a população humana e para as atividades produtivas na região onde se encontra: a floresta retém a água da chuva e garante uma distribuição uniforme da água para os rios, mesmo em tempo de seca; garante maior equilíbrio ao clima; abriga insetos que fazem a polinização e os pássaros que disseminam sementes.

• Por fim, vale lembrar um pensamento de Edward Wilson, um dos mais respeitados cientistas modernos: Se nada mudar no tratamento dado à natureza pela civilização moderna, grande parte da imensa variedade de seres vivos que compõe a paisagem natural da Terra irá desaparecer nos próximos 25 anos. A grande floresta tropical que envolve o planeta será apenas um pobre simulacro da exuberância nativa. Teremos, então, perdido não apenas a riqueza da diversidade, mas a oportunidade de conhecer, mais a fundo, os ambientes primitivos onde a própria natureza humana surgiu e se desenvolveu. Será uma perda irreparável.

ALGUMAS INFORMAÇÕES SOBRE A VERDADEIRA IMPORTÂNCIA DA ESTRADA DO COLONO PARA A ECONOMIA REGIONAL

Um dos argumentos mais utilizados para justificar a manutenção da estrada é de que seu fechamento provocou prejuízos calculados em R$5,6 bilhões para os municípios da região Sudoeste. Uma análise mais cuidadosa dos dados usados para chegar a essa cifra mostra que a metodologia utilizada desconsiderou alguns aspectos fundamentais em análise econômica e propiciou uma grande distorção de valores. A seguir, um resumo do estudo que analisou estas distorções.

a) conjuntura estadual
O estado do Paraná apresenta um quadro de forte concentração de valor adicionado. Apenas 14 municípios do estado têm participação superior a 1% no total do valor adicionado do estado, somando 60,25% desse valor. A maioria deles integra a mesorregião metropolitana e não tem a atividade primária como principal.
No período 75/96, a maioria das regiões do Paraná apresentou desempenho decrescente no valor adicionado total: a participação no valor adicionado total, no Noroeste Paranaense, decresceu relativamente de 11,21 % para 3,80%; no Centro-ocidental Paranaense, de 4.9% para 2,7%; no Norte Central Paranaense, de 25,71% para 14,74%; na Norte Pioneiro Paranaense, de 7.2% para 3,4%; na Centro Oriental, de 7,5% para 6,8% e na Sudoeste Paranaense, de 3,9% para 3,5%. Nesse contexto, é importante notar que a posição relativa do valor adicionado da agricultura registra perdas progressivas.

O valor adicionado cresceu em termos relativos nas áreas mais próximas à Curitiba e, notadamente, na Região Metropolitana de Curitiba, que passou de uma participação de 19,94% para 42,33%, definindo um quadro de concentração.

Nos demais municípios, o comportamento da agricultura influi decisivamente nas condições econômicas, como se pode verificar numa rápida cronologia da década de 80:
- 1980: a recessão não atingiu de forma intensa o Paraná pelo bom comportamento da agropecuária;
- 1984: recuperação da economia não se refletiu no Paraná, pelo comportamento negativo da produção agropecuária;
- 1986: apesar dos reflexos positivos do Plano de Estabilização, a economia do Paraná se manteve estagnada face à quebra da produção agropecuária associada à estiagem de fins de 1985 e início de 1986;
- 1987: a retração teve menor intensidade devido ao excelente desempenho da agropecuária;.
- 1988, o PIB do Paraná decresceu e o setor agropecuário teve queda de 9,7%;
- 1989, a economia cresceu 4,4% em função do bom desempenho da cultura do café e do setor industrial e comercial a ela vinculada.

b) a região
Mesmo diante desse quadro, o Sudoeste participava em 1975 com 3,9% e praticamente manteve-se nesse patamar, chegando em 1996, com 3,5%. Do ponto de vista da dinâmica populacional, a região apresentou um dos menores crescimentos do estado. Mais de 75% de seus municípios vêm registrando perdas populacionais nos últimos anos, num quadro de evasão que tende a se intensificar. A taxa de crescimento da população rural é de -2,94% para a região e todos os municípios da região apresentam crescimento da população rural a taxas menores que zero. Alguns municípios já começam a apresentar leve decréscimo de crescimento da população urbana entre 1991 e 1996. Os centros Pato Branco e Francisco Beltrão, com crescimento urbano de 2,86%a.a e 2,64%a.a, respectivamente, são os únicos da região com crescimento da população total superior ao da média paranaense, desde 1970.

A região tem um perfil econômico especializado numa produção agropecuária de numerosos pequenos e médios produtores diversificados e com utilização intensiva de mão-de-obra familiar. Produz com grande desvantagem comparativamente a outras regiões do estado, já que seu relevo é mais acidentado e seu clima mais frio.

Em quase todos os municípios do Sudoeste (e na maioria dos municípios predominantemente agrícolas do PR) a população total vem caindo desde os anos 70. Pode-se supor que o número de trabalhadores ativos diminui correspondentemente. Portanto, se o valor adicionado per capita tivesse permanecido constante nos municípios analisados, o valor adicionado total por município deveria cair, devido simplesmente à diminuição do número dos trabalhadores. Os cálculos do estudo sobre as supostas “perdas” deveriam ser baseados no valor adicionado per capita e não no valor adicionado total.

c) conclusões
1. Levando em conta a inflação dos últimas décadas. nos casos em que e indispensável calcular perdas e ganhos e valores absolutos, torna-se necessário construir um deflator específico que considere, inclusive, a variação dos preços relativos dos produtos que, no caso dos agrícolas, são marcantes. Portanto, valores monetários absolutos, como os R$ 5,6 bilhões de prejuízo aos municípios no período de fechamento da Estrada do Colono, apontado pelo estudo em questão, devem ser interpretados como instrumentos de pressão política e não podem ser tomadas como verdadeiros.

2. Para construir esta fantástica cifra, o estudo considerou que o fechamento da estrada afetava de modo generalizado as regiões Oeste e Sudoeste, mas desagregou os municípios, agrupando-os em 10 diferentes categorias. Com isso, afastou os municípios que tiveram resultados positivos ao longo do período e isolou apenas aqueles que apresentavam maiores resultados negativos ao longo dos anos em que a Estrada do Colono esteve fechada. Para calcular os prejuízos, porém, reagrupou-os novamente e utilizou uma taxa social de desconto de 10% ao ano. Isto significa que aos hipotéticos prejuízos anuais, estabelecidos com base na diferença entre valor projetado e realizado, foram acrescentados 10% ao ano, ao longo de 10 anos, chegando, assim, a R$5,6 bilhões.

3. Do mesmo modo, embora o estudo aponte apenas quatro pequenos municípios como diretamente afetados pela estrada, considera a população de todos os municípios das regiões Oeste e Sudoeste afetadas pela estrada, muito embora a maioria absoluta dela não dependa em nada do trecho em questão. Mais uma vez, trata-se de argumento tendencioso e, desta vez, com caráter visivelmente eleitoreiro.

4. A queda da importância da agricultura no Valor Adicionado verifica-se em todos os municípios e no total do Paraná porque os outros setores da economia (comércio, indústria e serviços) vem ganhando peso relativo na estrutura econômica do estado. ou seja, crescem mais que a agricultura, que passa a ter menos peso relativo. Essa situação não foi considerada pelo estudo.

5. Os efeitos das oscilações da agricultura nas demais atividades da região Sudoeste não foram levados em conta. Como a agricultura está sujeita a oscilações freqüentes, em virtude de variações climáticas, alterações na demanda, preços etc. – esses municípios costumam apresentar grandes diferenças anuais de valor adicionado.

6. Por suas características econômicas, a região Sudoeste é, atualmente, uma região em processo de esvaziamento e isso não foi tomada em conta para nenhum dos cálculos realizados.

7. Para avaliar os reais prejuízos causados pelo fechamento da Estrada do Colono seriam necessários responder, primeiramente, a algumas questões básicas, para definir que parte da variação do Valor Adicionado dos municípios em questão poderia ser atribuída ao fato. Tais questões podem ser assim resumidas:

- Quais eram as condições técnicas de tráfego da Estrada do Colono – era pavimentada ou não, havia acidentes geográficos de difícil transposição etc.?
- Qual era a intensidade do tráfego de veículos?
- Que tipos de veículos trafegavam pela Estrada do Colono?
- Quais eram os setores econômicos, de quais municípios, que dependiam do transporte
pela Estrada do Colono?
- Qual era a proporção da produção destes setores que era transportada pela Estrada do Colono?
- Qual era a importância do transporte de passageiros?

A falta de qualquer indicação sobre estes e outros aspectos eventualmente importantes constitui também uma omissão grave, pois deixa sem fundamento comprovado a importância única que o estudo atribui ao fechamento da Estrada na redução do valor adicionado para alguns municípios da região, após 1986.

8. Segundo dados da Polícia Florestal do Paraná, o trânsito de veículos na Estrada do Colono, no período de 8 a 18 de julho de 1986 foi de 767 veículos (média diária de 76,7 ao dia), com as seguintes características: 190 ônibus, 80 caminhões, 437 automóveis, 50 caminhonetes e 10 veículos de outros tipos. Considerando-se as características da economia regional, o transporte da produção agrícola em caminhões teria o maior peso e o número, ainda assim é insignificante: 8 caminhões por dia.

9. O estudo não poderia deixar de avaliar a importância relativa da rodovia na economia do município. Capanema possui ligações rodoviárias com outros municípios, entre eles Francisco Beltrão e outros, e até mesmo com a Argentina, via Santo Antônio do Sudoeste. Portanto, a variação do Valor Adicionado de Capanema, e dos demais municípios, também sofre outras influências, além do funcionamento da Estrada do Colono.

Assinam este documento

Adeafi (Associação de Defesa e Educação Ambiental de Foz do Iguaçu)
Amigos do Parque