quarta-feira, 30 de junho de 2010

Herzog, o último diálogo

Escrito por Frei Betto

— Então, cara, não vai entregar nomes e endereços de seus camaradas no Partido Comunista?

Vladimir Herzog havia sido torturado horas no DOI-CODI de São Paulo. Ao ser intimado a prestar depoimento, a 24 de outubro de 1975, não vivia clandestino, morava em endereço fixo, trabalhava como jornalista, era casado e pai de dois filhos. Ao ser convocado à polícia, imaginou que ficaria ali tempo suficiente para prestar esclarecimentos. Retornaria para dormir em casa. Agora, tinha os pulsos marcados por fios de corrente elétrica e lesões provocadas pelos choques na uretra, no ânus e sob as unhas.

— Já disse que não estou ligado a nenhum partido – insistiu Vlado. Tenho formação de esquerda, sou contra a ditadura, mas não exerço militância.

— Você não tem escolha, cara! Ou abre o bico ou te suicidamos. Se quer bancar o herói, vai se dar mal.

— Quem vai se dar mal são vocês. Morrer sei que vou mesmo, um dia, como todo mundo. Mas vocês, torturadores, assassinos, morrerão execrados. Nenhuma ditadura é eterna. Quando o Brasil retornar à democracia, terão de prestar contas do assassinato de Rubens Paiva, do martírio de Frei Tito e de tantos desaparecimentos e eliminações extrajudiciais.

— Você acredita mesmo nisso? Deixa de ser trouxa, cara. Antes que a democracia volte, os generais farão uma lei nos eximindo de qualquer responsabilidade. Uma anistia geral e irrestrita. Porque, no Brasil, oficiais superiores são inimputáveis. Então, ninguém vai poder apurar nada. Se combatemos a subversão do nosso jeito, é para defender o Estado. A lei somos nós. Nós decidimos o que é certo ou errado.

— Engano seu. O futuro não esquece. Os crimes dos nazistas foram investigados e penalizados ao findar a Segunda Guerra Mundial. Enquanto houver um carrasco nazista refugiado mundo afora, ele será procurado e, capturado, sancionado. Tortura e extermínio extrajudicial são crimes de lesa-humanidade, imprescritíveis.

— Imprescritíveis na sua cabeça, cara. Aqui no Brasil a coisa é diferente. Os militares são intocáveis. Quem se atreve a desafiar os generais? Eles estão acima da lei. E nós, que sujamos as mãos sob ordens deles, temos costas largas.

— Posso sair morto daqui, suicidado por vocês, a exemplo de tantos que passaram pelos porões da ditadura, como Virgílio Gomes da Silva. Mas uma coisa é certa: apesar da venda nos olhos, a Justiça não é cega. Militares não sentam nas poltronas togadas do Supremo Tribunal Federal. Um dia esta corte haverá de reconhecer que responsáveis por crimes da ditadura não podem ser anistiados. Só merece anistia quem, primeiro, foi apontado como criminoso e devidamente castigado.

— Você, cara, como todo esquerdista, é um sonhador. Acha que, se um dia eu fosse passar vergonha de fazer o que faço estaria aqui, sujando as mãos de sangue? Fique tranqüilo, a gente vai fazer uma lei pra passar a borracha em todo esse período de exceção. Vocês também não serão punidos.

— Como não seremos? Nós já estamos sendo severamente punidos por lutar pela volta da democracia. Punidos com prisão, torturas, morte, desaparecimento, exílio, censura. Mas tenho confiança de que, cedo ou tarde, se fará justiça no Brasil.

— Cara, você é um idealista! Acha que neste país tem juiz com colhão para enfrentar os militares? Se um dia uma dessas instituições babacas que ficam por aí defendendo os direitos humanos, como a OAB e a CNBB, exigirem apuração, vão quebrar a cara. No Brasil a lei da força sempre falou mais alto que a força da lei. Não haverá juiz com coragem de nos levar à barra dos tribunais. Aqui, pra quem está por cima da carne seca, tudo termina em pizza. Dá-se um jeitinho. No Brasil, o poder sempre soube fazer omelete sem quebrar os ovos.

Vladimir Herzog foi suicidado no dia 25 de outubro de 1975. Tinha 38 anos. Segundo versão do Exército, enforcou-se com o próprio cinto. Regras do DOI-CODI determinavam que nenhum prisioneiro podia ser recolhido à cela de posse de cinto, gravata e cadarço de sapatos.

No dia 30 de abril de 2010, o STF decretou a segunda morte de Vladimir Herzog ao absolver, por 7 votos a 2, os crimes hediondos cometidos pela ditadura militar brasileira ao longo de 21 anos.

Frei Betto é escritor, autor de "Diário de Fernando – nos cárceres da ditadura militar brasileira" (Rocco), entre outros livros. http://freibetto.org.br – twitter: @freibetto

Copa do Mundo de Gaza

Escrito por Flora Nicoletta

"Você quer ir à África do Sul e as fronteiras estão fechadas? A Copa do Mundo, agora, está em Gaza. Venha prestigiar o torneio que vai de 2 a 15 de maio no Estádio El-Yarmouk e no Estádio da Palestina", estava escrito no pôster que anunciava a Copa do Mundo de 2010... de Gaza.

Primeiro, escutamos clamores, depois delírios. Começou por volta das 16 horas, numa quarta-feira, 12 de maio.

Eu estava com meu amigo Raed na Biblioteca Pública. Raed estava lendo poesia alemã e eu estava escrevendo sobre o gueto de Gaza. E assim como eu, escutou: "É uma mensagem para o mundo, escutem-nos, pois o mundo está dormindo. Nós queremos acordar o mundo, mas ninguém nos ouve... Estamos tentando de todas as formas".

A exaltação tomava conta do Estádio El-Yarmouk, na cidade de Gaza, inaugurado em 1959 e restaurado no último verão. Era a última partida antes da grande final da Copa do Mundo de Gaza deste ano. A França-Rafah jogava contra a Rússia-Shejaya. O estádio estava lotado, mas aqui os palestinos não estavam unidos: cada metade torcia por um time.

D290610_floranicoleta.jpge repente, nas fileiras da torcida da França-Rafah, no meio de toda a loucura, eu vi um galo. Um jovem segurava um galo, de verdade, e a bandeira azul, vermelha e branca francesa, animal símbolo do país. Mas esse era um simples galo de Rafah, proveniente do martirizado sul da faixa de Gaza.

Fiz-lhe sinais de que também era francesa. Ele entendeu perfeitamente e o galo também, pois mexeu suas asas. Além de ser a única mulher no estádio, também era a única expectadora do meu país. Por conta disso, de tempo em tempo eu voltava a saudar minha bandeira, o galo e o rapaz, em meu nome e também dos ausentes. Leia mais

Osmar Dias é candidato ao governo do Paraná

A novela da candidatura ou não do senador Osmar Dias (PDT) ao governo do Paraná pode ter tido seu último capítulo na noite de ontem. Depois de quase três horas de reunião com o presidente nacional da legenda, Carlos Lupi, Osmar, enfim, comunicou aos prefeitos e deputados do PDT que será candidato ao governo do Paraná. O anúncio oficial, no entanto, só ocorrerá hoje, após a formalização da aliança com PT e PMDB.


Da reunião na sede estadual do PDT, Osmar e Lupi partiram para a casa do governador Orlando Pessuti (PMDB), para comunicá-lo pessoalmente da decisão. A desistência de Pessuti em disputar a reeleição é uma das condições para a formalização da aliança.

Ao governador, caberá a indicação do nome do candidato a vice-governador na chapa que terá, ainda, Gleisi Hoffmann (PT) e Roberto Requião (PMDB) como candidatos ao Senado. Com a confirmação da aliança, PT, PDT e PMDB também deverão estar juntos nas eleições proporcionais, coligados com, até, outros cinco partidos.

“Acabou a angústia. Temos candidato do PDT ao governo do Estado. Osmar e Lupi já comunicaram a todos os prefeitos do PDT de que ele (Osmar) será nosso candidato. Agora não tem volta”, disse o prefeito de Paranaguá, José Baka Filho (PDT).

Na reunião da noite de ontem, o ex-governador Mário Pereira (PDT) também foi confirmado como o coordenador da campanha de Osmar Dias. A novela sobre a candidatura de Osmar Dias é uma das mais longas da política paranaense.

Anunciado como pré-candidato ao governo logo após a derrota para Roberto Requião em 2006, quando perdeu o segundo turno por 10 mil votos, Osmar vinha trabalhando sua candidatura ao lado de seus aliados tradicionais no Estado, PSDB, DEM e PPS, até o fim das eleições municipais de 2008, quando apoiou a reeleição de Beto Richa (PSDB) à prefeitura de Curitiba.

Com a votação histórica alcançada por Beto nas eleições municipais, o PSDB passou a trabalhar a candidatura própria do tucano e Osmar foi buscar novos aliados, passando a ser o candidato preferido do presidente Lula (PT) e da candidata petista à presidência, Dilma Rousseff, no Paraná.

O senador hesitou em trocar de palanque e, ao mesmo tempo em que travava uma difícil negociação com PT e PMDB, estudava uma proposta para ser candidato ao Senado na chapa de Beto.

Quando estava decidido a disputar o governo pela base de Lula e com a aliança pronta para ser fechada, Osmar foi surpreendido com o convite recebido por seu irmão, Álvaro Dias (PSDB), para ser candidato a vice-presidente de José Serra (PSDB) e suspendeu o anúncio da candidatura, alegando que estaria exposto a um enorme constrangimento sendo adversário do próprio irmão e argumentando que o eleitor não entenderia uma disputa em família.

A vinda de Lupi foi fundamental para a decisão do senador. Segundo convencionais pedetistas que participaram da reunião, Lupi explicitou, mais uma vez, que o PDT nacional havia fechado questão no apoio a Dilma, que não autorizaria coligação com o PSDB e que conquistar o governo do Paraná era uma das prioridades do partido, já que Osmar aparece com mais de 30% das intenções de votos em todas as pesquisas registradas este ano na Justiça Eleitoral.

Lupi disse a Osmar que não havia como esperar pela definição do vice de Serra, já que hoje é o último dia para a o fechamento das convenções e vários outros partidos dependiam da decisão do PDT e salientou que não via nenhuma incoerência em Osmar ser candidato ao governo mesmo com Álvaro sendo vice do Serra, uma vez que, frisou, “ninguém vota em vice”. Osmar saiu da reunião com o compromisso de disputar o governo independente do futuro de Alvaro.

fonte: paranaonline

terça-feira, 29 de junho de 2010

Por que não a Andrielly Vogue?

do blog do Molina

No PT do Paraná, que de salto alto até a pouco se colocava como a grande força a comandar a articulação do “chapão”, reina as incertezas. Com a mais que provável desistência do Osmar a candidatura majoritária aos petistas restam dois caminhos, sendo o primeiro a candidatura própria, que o levará ao isolamento da Gleisi e da Dilma, e o outro, que é se submeter às exigências dos deputados do PMDB aceitando a coligação nas proporcionais. Neste quadro de perda de rumo um caminho consegue ser pior que o outro.

Sem o Osmar fora do caminho, já que caso não seja candidato ao governo será candidato ao senado, o projeto maior do PT do Paraná, que é a eleição da Gleisi, tal qual o drama vivido pelos os flagelados com o rompimento das barragens no nordeste, fará a mesma ir por água a baixo.

No sem votos PT do Paraná, onde ninguém confia na força do Partido, só o desgastado Nedson se coloca como opção a candidatura majoritária, pois nenhum outro se sujeita a ir para o sacrifício, mas ele em sua própria cidade é tido como ruim de votos, pois fez uma péssima gestão e a mesma ficou maculada pelos escândalos de corrupção.
Sem um candidato disponível, já que os com maior poder de votos não se sujeitam a aventura, até mesmo o nome do Tadeu Veneri foi cogitado. Ele, que dentro do partido faz parte da minoria, mas não é trouxa não aceitou alegando que internamente no partido não possui a representatividade necessária para sair candidato a tão alto cargo.

A Gleisi, que quem o partido mais investiu na imagem, iludida pela esperança de ser eleita senadora, o que fica praticamente impossível com as candidaturas do Osmar e do Requião no páreo, não abre mão de seu sonho.

O Enio Verri, presidente estadual do partido, não se coloca a disposição da legenda e usa como argumento que quem já se colocou pretendente a candidato da legenda a governador foi o Nedson.

Neste quadro onde os interesses individuais conflitam com os interesses maiores do partido, e o único que se coloca como opção está com a imagem prejudicada, daqui a pouco talvez só reste ao PT do Paraná à indicação da Andrielly Vogue, “uma quase mulher”. Ela com o a sua dedicação e seu amor demonstrado em relação ao partido é mais homem e mais mulher do que os demais petistas para encarar a disputa eleitoral.

Ao contrário dos outros pré-candidatos, que não abrem mão de seus interesses menores, a entusiástica Andrielly Vogue com certeza estará disposta a se doar pela causa e ir ao sacrifício disputando a eleição majoritária ao governo estadual. Postado por Molina com muita prosa & muitos versos

LUPI: ”SERIA MUITO EGOÍSMO DE ÁLVARO”

O presidente licenciado do PDT e ministro do Trabalho, Carlos Lupi, Lupi: "vice não recebe voto, é secundário" reforçou ontem que o partido impedirá qualquer tentativa de aliança do senador Osmar Dias com o PSDB no Paraná.

Segundo ele, também não há qualquer problema familiar na candidatura de Osmar a governador, mesmo com a indicação do irmão Alvaro para a vaga de vice na chapa do tucano José Serra na disputa presidencial. “Em hipótese nenhuma o Osmar estará ao lado de uma chapa do PSDB. Ele tem duas opções: é Dilma ou Dilma”, declarou.

O ministro disse que a decisão não é nenhuma novidade e que o próprio senador assinou uma deliberação do partido que veda qualquer traição à aliança nacional entre pedetistas e petistas.

Lupi, porém, preferiu não falar sobre possíveis sanções ao paranaense caso ele decida contrariar essa resolução.

“Não trabalho com essa hipótese, hoje [ontem] eu tenho a absoluta certeza de que o Osmar será candidato a governador e que vai ganhar as eleições.”

Pela legislação eleitoral, o pedetista terá força para impedir a candidatura à reeleição de Osmar em caso de apoio aos tucanos. A única saída seria uma chapa independente, em que o senador ficaria neutro na disputa estadual.

Para o ministro, há um erro de interpretação na ideia de que Osmar precisa desistir da candidatura ao Palácio Iguaçu em função do irmão.

“Eu não me envolvo em questão de família, mas a candidatura a vice não recebe voto, é secundária.”

Lupi afirmou que é melhor Alvaro pedir para não ser escalado na chapa de Serra.

“Seria muito egoísmo dele [Alvaro] pedir para o irmão deixar escapar as chances de se eleger governador para ir como vice de uma candidatura que sabidamente não tem chances de vitória.”

O pedetista foi um dos principais articuladores das reuniões com PMDB e PT, na semana passada, que definiram a desistência do governador Orlando Pessuti em favor de Osmar.

“O Osmar só perdeu a eleição passada para governador por um acaso do destino. Agora ele está ainda mais forte, com o apoio fechado da ministra Dilma e do presidente Lula.”

fonte: portal rpc

CONTO: O ESPECIALISTA

Por Honorival Teixeira

Tenho o maior respeito pelos especialistas. Quando você precisar saber alguma coisa consulte um. Ele terá prazer em falar sobre o que gosta e sabe. No momento que se tornar “chato”, mude de assunto.

Tenho um amigo especialista em vinhos. Já me contou muito sobre regiões onde a uva é de qualidade e anos especiais em que a safra produziu a melhor uva para fabricar o néctar de prazer do “Deus Baco”. O clima ideal, o grau de maturação das uvas, o teor alcoólico da bebida, são temas de sua preferência. Sabe detalhes que, creio, sem muita importância, mas com que cuidado ele destaca.

Só não falamos muito sobre e evolução dos ‘frisantes’ nacionais, que nos últimos anos foram significativos e ambos sabemos com clareza.

Outro ponto sem discussão é a “guerra” do Espumante, entre Santa Catarina e Rio Grande do Sul, porque estamos ambos do mesmo lado e concordamos que Santa Catarina tem razão.

Disse a ele, em mais de uma oportunidade, que dos vinhos que custam entre catorze e quarenta e oito reais, eu não consigo distinguir grandes diferenças. Das garrafas que custam cinqüenta, oitenta, ou mais de duzentos reais, eu não posso opinar, pois “não falo sobre o desconhecido”.

Outro dia encontrei, em um supermercado, o meu especial amigo que entende de vinhos. Estava sequioso para ouvir sobre as “vitis viníferas 2009” que estão maravilhosas.

Antes mesmo de me cumprimentar, o amigo olhou, em geral, em mim e meu carrinho e disparou:

-Você está de namorada nova? (Na verdade, a pergunta era se eu tinha namorada de pouco tempo).

Atordoado, depois de confirmar desajeitadamente, recomecei a empurrar o meu veículo de compras, pois o assunto, ainda meio tabú, não me era nada agradável.

Como soube? Quem deve ter-lhe contado? Eram as perguntas que latejavam.

Depois de um desfile, em minha cabeça, de pessoas amigas e principalmente parentes que foram devidamente “xingadas”. Individualmente acrescentei débito ou deduzi crédito, de um em um, a todos eles.

Não agüentando mais, me dirigi ao corredor de vinhos onde certamente encontraria o meu amigo.

E cobraria o nome do “canalha ‘dedo’ duro” que havia “entregue” ou divulgado acontecimento tão sagrado.

Claro que não perguntei, com tanta veemência como pensava em ‘esganar’ a pior de todas as pessoas que passou pelo meu pensamento. Até porque, o ‘castigo’ se alterava conforme o carinho maior ou menor que eu tinha, ou recebia, de cada um que desfilava para receber o veredito sobre o ‘crime’ praticado. Penalidades diferentes, imposta pelo único julgador, para um mesmo crime cometido.

Exatamente porque não estava sendo justo no meu julgamento, já estava sendo brando em meu pensamento quando encontrei o amigo, e perguntei, até suavemente.

- Como soube? Penso que usei apenas duas palavras para ser o mais ríspido possível e ser claramente entendido.

A resposta, em tom professoral, em energia de um mestre e a cadência de um sábio, veio em palavras incisivas e contundentes.

- Foi fácil!, muito fácil. E acrescentou, sorrindo.

- Para quem conhece você, ver você com um carrinho de supermercado comprando vinho Demi-sec, só pode estar apaixonado!

Tenha muito respeito pelos especialistas. Mas, tomem cuidado! Eles são um perigo!

Fidel Castro: Saber a verdade a tempo

Quando escrevia cada uma das minhas reflexões anteriores, à medida em que uma catástrofe para a humanidade se aproximava aceleradamente, minha maior preocupação era cumprir o dever elementar de informar o nosso povo.

Por Fidel Castro, em Prensa Latina

Hoje estou mais tranquilo que 26 dias atrás. Como continuam acontecendo coisas na curta espera, posso reiterar e enriquecer a informação à opinião pública nacional e internacional.

Obama se comprometeu a assistir, no dia dois de julho, à partida de quartas de final, se seu país obtivesse a vitória nos oitavas de final. Ele deveria saber mais do que ninguém que essas quartas de final não poderiam realizar-se sem que antes ocorressem gravíssimos acontecimentos, ou pelo menos deveria sabê-lo.

Na passada sexta-feira, 25 de junho, uma agência internacional de notícias de conhecida minuciosidade nos detalhes das informações que elabora publicou as declarações do "...comandante da Armada do corpo elite dos Guardiões da Revolução Islâmica, general Ali Fadavi…” -advirtiendo­- “…que, se os Estados Unidos e seus aliados inspecionarem os navios iranianos em águas internacionais 'receberão uma resposta no Golfo Pérsico e no Estreito de Ormuz'".

A informação foi tomada da agência local de notícias Mehr, do Irã.

Essa agência, segundo a notícia, comunicou: "Fadavi acrescentou que 'a Armada dos Guardiões da Revolução possui atualmente centenas de embarcações dotadas com lança-mísseis'".

A informação elaborada quase na mesma hora do publicado no Granma, ou talvez antes, parecia, em alguns pontos, uma cópia fiel dos parágrafos da reflexão elaborada na quinta-feira, 24 de junho, e publicada nesse jornal na sexta-feira, 25.

A coincidência se explica pelo uso elementar que sempre aplico do raciocínio lógico. Eu não conhecia uma palavra do que publicou a agência local iraniana.

Não tenho a menor dúvida de que, logo que as naves de guerra dos Estados Unidos e de Israel ocuparem seus postos "junto ao resto das embarcações militares norte-americanas localizadas nas proximidades das costas iranianas" e tentarem inspecionar o primeiro barco mercante desse país, desatar-se-á uma chuva de projéteis em uma e em outra direção. Será o momento exato em que se iniciará a terrível guerra. Não é possível prever quantos barcos afundarão, nem de que bandeira.

Saber a verdade a tempo é para nosso povo o mais importante.

Não importa que quase todos, por natural instinto - poderia se dizer que 99,9% ou mais dos meus compatriotas -, conservem a esperança e coincidam comigo na vontade sincera de estarem enganados.

Tenho falado com pessoas dos círculos mais próximos e ao mesmo tempo tenho recebido notícias de tantos cidadãos nobres, abnegados e cumpridores de seu dever, que, ao lerem minhas reflexões, não contestam em nada suas considerações, assimilam, acreditam e engolem a seco os raciocínios que exponho, contudo, dedicam logo o seu tempo a cumprirem com o trabalho, ao qual consagram suas energias.

É isso precisamente que desejamos de nossos compatriotas. O pior seria que, de repente, se conhecessem as notícias de gravíssimos acontecimentos, sem ter escutado antes alguma notícia sobre tais possibilidades. Então espalhar-se-á o desconcerto e o pânico, que seria indigno de um povo heroico como o cubano, que esteve a ponto de se tornar alvo de um ataque nuclear maciço, em outubro de 1962, e não hesitou um instante em cumprir com o dever.

No desempenho de heroicas missões internacionalistas, combatentes e chefes valentes das nossas Forças Armadas Revolucionárias estiveram a ponto de serem vítimas de ataques nucleares contra as tropas cubanas que se aproximavam da fronteira sul de Angola, onde as forças racistas sul-africanas tinham sido desalojadas após a batalha de Cuito Cuanavale e se entrincheiravam na fronteira com a Namíbia.

O Pentágono, com o conhecimento do presidente dos Estados Unidos, forneceu aos racistas sul-africanos cerca de 14 armas nucleares, por meio de Israel, mais poderosas que as lançadas sobre as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, como explicamos em outras reflexões.

Não sou profeta nem adivinho. Ninguém me informou uma palavra do que ia acontecer, tudo tem sido fruto do que hoje qualifico como o raciocínio lógico.

Não somos novatos nem entremetidos neste complicado tema.

No pós-crise nuclear, pode-se aprever o que acontecerá no resto da América de língua ibero-americana.

Em tais circunstâncias, não se poderá falar de capitalismo ou socialismo. Só se abrirá uma etapa de administração dos bens e serviços disponíveis nesta parte do continente. Inevitavelmente continuarão governando cada país os que hoje estão chefiando os governos, vários muito próximos do socialismo e outros cheios de euforia pela abertura de um mercado mundial que hoje se abre para os combustíveis, o urânio, o cobre, o lítio, o alumínio, o ferro, e outros metais que, na atualidade, são enviados para os países desenvolvidos e ricos e que desaparecerão repentinamente.

Abundantes alimentos que hoje são exportados para esse mercado mundial também desaparecerão de forma abrupta.

Em semelhantes circunstâncias, os produtos mais elementares que se precisam para viver: os alimentos, a água, os combustíveis e os recursos do hemisfério ao sul dos Estados Unidos, abundam para manter um pouco de civilização, cujos avanços descontrolados têm dirigido a humanidade a semelhante desastre.

Contudo, ainda há coisas muito incertas: poderão se abster as duas potências nucleares mais poderosas -os Estados Unidos e a Rússia- de empregar uma contra a outra suas armas nucleares?

Do que não há dúvida nenhuma é que, da Europa, as armas nucleares da Grã-bretanha e da França, aliadas aos Estados Unidos e a Israel, "que impuseram com entusiasmo a resolução que inevitavelmente desatará a guerra, e esta, pelas razões explicadas, de imediato se tornará nuclear", ameaçam o território russo, embora o país, como a China, tente evitar isso, na medida das suas forças e das possibilidades de cada um.

A economia da superpotência se derrubará como um castelo de cartas. A sociedade norte-americana é a menos preparada para suportar uma catástrofe como a que o império tem criado no próprio território de onde partiu.

Ignoramos quais serão os efeitos ambientais das armas nucleares, que inevitavelmente estourarão em várias partes do nosso planeta, e que, na variante menos grave, serão produzidas em abundância.

Se aventurar em hipótese seria pura ficção científica da minha parte.

Pessuti vai processar revista que publicou notícia mentirosa

O governador Orlando Pessuti vai tomar medidas judiciais contra a revista Veja, que em sua última edição publicou matéria mentirosa e de conotação política a respeito da sua relação funcional na Assembleia Legislativa do Paraná.

Em texto assinado pelo jornalista Otávio Cabral, a revista afirma que Pessuti virou servidor público da Assembleia com direito a salário de R$ 12 mil sem ter realizado concurso público e sem precisar trabalhar.

Ao contrário do que afirma a revista, o governador ingressou no serviço público por concurso, transferiu-se para o quadro de servidores da Assembleia com base na legislação da época, sem qualquer remuneração, uma vez que desde então sempre ocupou cargo eletivo.

Pessuti exerceu cinco mandatos de deputado estadual consecutivos e, desde 2003, está à disposição do Poder Executivo, primeiro na condição de vice-governador, e atualmente como governador, sem receber qualquer remuneração da Assembleia, como determina a Constituição Federal no seu artigo 38-I e a Constituição estadual no artigo 28-I. Leia mais

domingo, 27 de junho de 2010

ZECA DIRCEU NOS 55 ANOS DE UMUARAMA

do Boca Maldita

O ex-prefeito de Cruzeiro do Oeste e secretário de Relações Institucionais do PT do Paraná, Zeca Dirceu, participa neste momento das comemorações dos 55 anos de emancipação de Umuarama, no Noroeste do Paraná. No palanque, uma ausência notada por Zeca, que será corrigida a partir de 2011. Vejam o que ele twittou agora pouco:

Estou no desfile cívico pelos 55 anos de minha cidade natal Umuarama, nenhum deputado federal presente, em 2011 será' diferente!

Em tempo: Zeca Dirceu é pré-candidato a deputado federal e nas andanças que tem feito pelo Noroeste, a falta de um representante da região em Brasília é cobrança constante nas reuniões em que participa.

sábado, 26 de junho de 2010

Alvaro minimiza pressão do DEM e já fala como vice de Serra

Em entrevista ao iG, senador acha "normal" reação do presidente do DEM, Rodrigo Maia. "Vai ser resolvido aos poucos"

Adriano Ceolin, iG Brasília

Apesar do veto do DEM ao seu nome como vice de José Serra (PSDB), o senador tucano Alvaro Dias (PR) deu entrevista ao iG já projetando seu papel na campanha. “Vou participar dentro da orientação do candidato, com lealdade e absoluta fidelidade”, disse.

Mesmo com as declarações contrárias do presidente do DEM, Rodrigo Maia, Alvaro Dias afirmou ter recebido telefonemas de apoio de integrantes do partido aliado. “Várias pessoas [do DEM] me ligaram”, disse. "Eu tive manifestação de pessoas de outros Estados também", completou

Para Dias, o anúncio oficial da chapa é uma questão de tempo. ”Acho normal porque o DEM tem essa expectativa [de ter o vice]. Até pela tradição de sempre ocupar a vice. Mas acho que haverá compreensão ao final”, disse. Confira a íntegra da entrevista:

iG - Como foi a conversa pela manhã?
Alvaro Dias - Fui chamado lá [em São Paulo] para ser convocado.

iG - Quem chamou o senhor?
Dias - Foram encarregados de transmitir o Jutahy Júnior [deputado federal do PSDB da Bahia e homem de confiança de Serra] e presidente Sérgio Guerra.

iG – Onde foi a conversa?
Dias - Foi num hotel em São Paulo. O Jutahy me pegou no aeroporto cedo. Tive de ir para São Paulo às pressas.

iG – O que Jutahy e Sérgio Guerra falaram para o senhor?
Dias – Disseram que era uma decisão do PSDB e que queriam submeter o meu nome aos outros partidos aliados [PTB, PPS e DEM]. Já tinham feito algumas consultas. Depois foram ao Rio de Janeiro conversar com o presidente do DEM, Rodrigo Maia.

iG – O que o senhor achou da reação do Rodrigo Maia?
Dias – Eu acho normal porque o DEM tem essa expectativa [de ter o vice]. Até pela tradição de sempre ocupar a vice. Mas acho que haverá compreensão ao final. Eu sou um coadjuvante no processo. Acho que todos nós devemos contribuir para que o Serra tenha tranqüilidade para liderar um projeto de nação como esse. Todos nós vamos convergir e colaborar.

iG – Que reação teve ao saber que Roberto Jefferson havia revelado a escolha pelo Twitter?
Dias – Ele foi consultado e imediatamente colocou no Twitter. Estava ao lado do Sérgio Guerra quando ele ligou e consultou o Roberto Jefferson. Não se imaginava que houvesse a divulgação.

iG – O senhor vai falar com o Rodrigo, com alguém do DEM?
Dias – Agora que eu cheguei aqui [em Cuiabá] eu encontrei o DEM do Mato Grosso. Eles são favoráveis. Eu tive manifestação de pessoas de outros Estados, mas não é bom divulgar agora. Várias pessoas [do DEM] me ligaram.

iG – Esse problema com o DEM será solucionado aos poucos?
Dias – Sim. Vai ser resolvido aos poucos.

iG – Foi marcado um anúncio oficial?
Dias – Não. Na verdade, o Sérgio Guerra anunciou hoje essa posição [de que o nome dele foi indicado pelo PSDB]. Para fechar, temos de aguardar um pouquinho.

iG – O senhor está confiante?
Dias – Eu estou tranquilo. Faço a minha parte no processo. Acho que é uma convocação irrecusável. Que há aceitação não há menor dúvida. Nunca advoguei a favor do meu nome. As lideranças dos partidos é que vão construir a unidade.

iG – Pesou a questão do Paraná?
Dias – Evidentemente que pesa. São mais de sete milhões e meio de eleitores lá.

iG – Fizeram pesquisa?
Dias – Não sei. A avaliação foi feita, mas não sei o quê.

iG – Como vai encarar o desafio?
Dias – Vou participar dentro da orientação do candidato, com lealdade e absoluta fidelidade ao projeto. Ele dá o tom da campanha e eu fico à disposição para cumprir missões durante a campanha. Ainda não conversamos. Até porque ainda não há homologação. Liguei para ele mas ainda não consegui falar. Nunca falei com ele sobre a vice.

iG – Em 2002, o senhor apoiou o Lula contra o Serra? Não vê problemas nisso?
Dias –
Sim, eu era do PDT. No primeiro turno ficamos com o Ciro Gomes . No segundo turno, o partido apoiou o Lula. O problema é que o Lula apoiou o Requião [Roberto, candidato PMDB que venceu a eleição]. Ele não me apoiou. Eu não apoiei o governo dele [do Lula] nenhum dia. Eu fui levado pelo partido [PDT] no segundo turno.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

ELEIÇÃO TRAZ DE VOLTA EMBUSTE 'ESTRADA DO COLONO'

do Boca Maldita

A coisa é sempre assim, quando chega a época de eleição, principalmente para deputado federal, aparecem embusteiros com a velha ladainha de reabertura da Estrada do Colono. Este ano, com a proximidade das eleições 2010, não é diferente. O deputado Assis do Couto (PT) apresentou projeto na Câmara. Seria uma última esperança para garantir a reeleição?

O que Couto não sabia é que outro parlamentar, Eduardo Sciarra (DEMO-PR), mais que depressa pulou junto no barco. Sciarra distribuiu nota informando que a Comsisão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara aprovou requerimento dele, para promover reuniões em Capanema e Medianeira.

As duas cidades tiveram cotidiano afetado no fechamento da Estrada, que dividia ao meio os 185 mil hectares do Parque Nacional do Iguaçu, principal reserva de mata atlântica do sul do Brasil. Sciarra, em sua justificativa, resgatou outra história do arco da velha. O deputado afirma que a Estrada do Colono, antiga via de 17 quilômetros, foi aberta na década de 1920 por colonizadores.

A estrada se popularizou mesmo foi nas décadas de 1950 e 1960 com o escoamento de madeiras retiradas da região original da unidade de conservação. O que se vê nestes meses que antecedem a eleição mais parece um ato de oportunismo. Será que o fato de praticar uma agressão ambiental não pesa? A biodiversidade local enfrentaria um colapso com a divisão da mata.

Os moradores do entorno do Parque Iguaçu precisam de desenvolvimento. Mas que isto ocorra com incentivos fiscais e financeiros dos governos federal, estadual e municipal e até da iiciativa privada para conservação ambiental. Os royalties ecológicos são um bom começo. Nos últimos anos o Ibama, na gestão de Jorge Pegoraro, promoveu várias frentes de integração dos moradores a unidade de conservação.

A Escola Parque e novos passeios deram partida para uma mudança positiva na mentalidade regional, o desejo de conservar. Por que será os nobres deputados não lutam para garantir outras formas de compensação destas cidades?

Leia AQUI a íntegra da nota do Sciarra

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Site divulga lista de 42 políticos que estão na mira da Lei da Ficha Limpa

Dois deles são do Paraná: o ex-prefeito de Curitiba, Cássio Taniguichi, e o atual prefeito de Jandaia do Sul, no Norte do estado, José Borba

O site Congresso em Foco divulgou nesta quinta-feira (24) um levantamento com 42 nomes de políticos, entre pré-candidatos e agentes públicos de expressão nacional ou regional, que estão na mira da Lei da Ficha por terem sido condenados em decisão de instâncias colegiadas (com mais de um juiz) por crimes abrangidos pela nova lei. Com a regra, eles podem ter as candidaturas impugnadas pela Justiça Eleitoral.

Dois deles são do Paraná: o ex-prefeito de Curitiba, Cássio Taniguichi, considerado culpado por crime de responsabilidade pelo Supremo Tribunal Federal (STF); e José Borba, atual prefeito de Jandaia do Sul, no Norte do estado, que renunciou em 2005 ao mandato de deputado federal para evitar a cassação. Leia Mais


Vitória em Oakland: barco israelense tem a sua descarga bloqueada

Em nossa época esta é uma ação histórica e sem precedentes. Mais de 800 ativistas sindicais e comunitários bloquearam o cais de Oakland durante a madrugada, o que permitiu que os estivadores se negassem a cruzar as linhas do piquete e impediu a descarga de um barco israelense.
Por Gloria La Riva, para o PSLweb

De 5h30 às 9h30, um protesto militante e espirituoso ocorreu em frente às quatro portas do Serviço de Estiva dos EUA, com as pessoas cantando sem parar “*Livre, Palestina livre, não cruze a linha do piquete”* e *“Um ataque contra um é um ataque contra todos, o muro do apartheid vai cair”*. Argumentando acerca de sua saúde e segurança – disposições contidas em seus contratos de trabalho – os trabalhadores, ligados à ILWU [organização sindical internacional dos trabalhadores portuários], se negaram a cruzar o piquete.

Entre as 8h30 e as 9h00, uma arbitragem de emergência foi realizada no estacionamento da empresa Maersk, próximo ao cais. De forma “instantânea”, um juiz apareceu no local para decidir se os trabalhadores podiam negar-se a cruzar o piquete sem medidas disciplinares.

Às 9h15, após confirmar a continuidade do protesto de centenas de pessoas em cada portão de acesso caís, o juiz sentenciou a favor do sindicato, dizendo que a situação era realmente insegura para que os trabalhadores tentassem entrar no cais.

Jess Ghannam, da Aliança Palestina Livre, e Richard Becker, da Coalizão ANSWER (Atue Agora para Parar a Guerra e Acabar com o Racismo, na sigla em inglês), receberam aplausos e gritos de “Viva a Palestina!”, ao anunciarem a vitória do movimento. Ghannam disse: “Isto é realmente histórico, nunca antes um barco israelense havia sido bloqueado nos Estados Unidos!”

A notícia de que um navio com contêineres da companhia de navegação Zim Israel estava programado para chegar à área da baía neste domingo provocou uma enorme onda de solidariedade com a Palestina, sobretudo em função do violento atentado israelense, no dia 30 de maio, contra os voluntários que levavam ajuda humanitária para Gaza.

Com 10 dias de antecipação à chegada do navio, um clima de emergência se criou no “Comitê Sindical e Comunitário de Solidariedade com o Povo Palestino”. Na quarta-feira, 110 pessoas dos sindicatos e da comunidade vieram ajudar a organizar a logística, a difusão e o apoio da comunidade local. Dentre as organizações que tornaram o ato possível estão a Coalizão Palestina Al-Awda Direito ao Retorno, a Coalizão ANSWER, a Seção local da USLAW (Trabalhadores Estadunidenses Contra a Guerra), e a Seção Sindical do Comitê pela Paz e pela Justiça.

Esta semana, dois conselhos sindicais locais aprovaram resoluções quanto à denúncia do bloqueio israelense a Gaza. Ambos emitiram notas públicas sobre a ação no cais do porto.

O ILWU tem una história de orgulho por estender a sua solidariedade aos povos que lutam em todo o mundo. Em 1984, as massas negras sul africanas participavam de uma intensa luta contra o apartheid, e o ILWU negou-se por 10 dias (um recorde) a descarregar mercadorias do navio “Ned Lloyd”, da África do Sul. Apesar de multas milionárias impostas aos sindicatos, os trabalhadores portuários se mantiveram fortes, proporcionando um grande impulso ao movimento contra o apartheid.

Entre as muitas declarações de solidariedade ao protesto estão a dos trabalhadores palestinos e cubanos. A Federação Geral Palestina de Sindicatos, disse que “sua ação de hoje é um marco na solidariedade internacional dos trabalhadores dos EUA, de honestos e valentes sindicalistas. Saudações dos sindicalistas e trabalhadores da Palestina… dos sindicalistas e trabalhadores enjaulados em Gaza.”

A Central de Trabalhadores de Cuba (CTC) escreveu: “Nosso povo vive há 50 anos um bloqueio injusto e abominável do governo dos EUA, de modo que entendemos muito bem como o povo palestino se sente, e vamos estar sempre em solidariedade com a sua justa causa. Hoje lhes enviamos o nosso apoio mais sincero. Viva a solidariedade da classe trabalhadora! Fim ao bloqueio de Gaza! Respeito e justiça para o povo da Palestina!”

A ação de hoje em Oakland, no sexto maior porto dos Estados Unidos, é o primeiro de vários protestos e paralisações previstos em todo o mundo, incluindo Noruega, Suécia e África do Sul. Seguramente inspiraremos outros a fazerem o mesmo.

Fonte: PSLweb (http://www.pslweb.org/). Tradução de Rodrigo Fonseca do Portal Vermelho

TSE decide sobre limites de aliados na campanha

do blog do Álvaro


A atuação do presidente Lula como cabo eleitoral poderá ser limitada pelo Tribunal Superior Eleitoral. O TSE vai estabelecer hoje regras para participação de aliados na propaganda eleitoral dos candidatos, que começa a ser veiculada em agosto no rádio e na TV.Se depender do corregedor do TSE, Aldir Passarinho Junior, a participação no horário eleitoral gratuito terá limites. O tribunal se posicionará sobre o assunto ao retomar o julgamento de uma consulta sobre o uso da imagem e da voz de aliados na propaganda eleitoral.A votação começou na terça-feira, com o voto de Passarinho, mas foi interrompida. Como regra geral, Passarinho afirmou que só podem participar da propaganda eleitoral as pessoas filiadas ao mesmo partido ou coligação do candidato ou aquelas que não são filiadas a nenhum partido ou coligação.

MP aciona ex-prefeito de Quatro Barras por improbidade

do Blog Política em Debate

O Ministério Público (MP/PR) apresentou nesta quinta-feira ação civil pública por ato de improbidade administrativa contra o ex-procurador-geral e o ex-prefeito de Quatro Barras, Otélio Renato Baroni e Roberto Adamoski, respectivamente. O Ministério Público sustenta que o então procurador, com a ciência do ex-gestor municipal, teria se apropriado de R$ 56 mil que deveriam ter sido pagos ao dono de um terreno que foi desapropriado pelo Município – o cheque que seria destinado ao pagamento do proprietário do imóvel foi debitado na conta de Baroni.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Kaká adota linha de Dunga e joga duro

do blog do Álvaro Dias

Kaká, principal nome da seleção, acrescentou mais um capítulo à polêmica entre a delegação brasileira e a imprensa: adotou a linha de Dunga e aproveitou para responder às críticas que recebeu de Juca Kfouri, colunista da Folha.Ao ser questionado por André Kfouri, jornalista da emissora ESPN e filho do colunista, Kaká aproveitou para, ao terminar a resposta, responder as críticas que recebeu de Juca. Na coluna em questão, o jornalista disse que Kaká joga com dores e pode antecipar sua aposentadoria do futebol. “Há algum tempo os canhões do seu pai [Juca Kfouri] são disparados contra mim. A artilharia dele está voltada contra mim. Eu queria aproveitar a pergunta para responder às críticas que ele vem fazendo, e o que me deixa triste é que o problema dele comigo não é profissional, mas porque ele não aceita minha religião. Porque eu sou uma pessoa que segue Jesus Cristo. Eu o respeito como ateu, e gostaria que ele me respeitasse como [seguidor de] Jesus Cristo, como alguém que professa a fé em Jesus Cristo. Não só a mim, mas a todos os milhões de brasileiros que acreditam em Jesus Cristo”, disse Kaká, durante a entrevista coletiva. (Fonte Folha)

UM GOLPE DE MESTRE

do blog do Jota Agostinho

A aliança PT/PDT/PMDB, com Osmar candidato ao governo, será anunciada nas próximas horas. Só que agora, os ítens principais já estão definidos. Pequenos detalhes serão resolvidos até as convenções dos partidos.

Cada um pode achar o que quiser do senador Osmar Dias. Afinal, ele é um homem público e, assim, sujeito a julgamentos a todo momento. Está incluído no preço de quem envereda para a política.

Para meu gosto, Osmar exagerou na dose. Até Jó, na sua santa paciência, se por cá estivesse, não suportaria tanta espectativa.

Mas, não adjetivo o senador pedetista como indeciso. Muito pelo contrário. Foi um grande estrategista.

Queira-se ou não, há que se reconhecer isso. Só os atingidos pelos tapas de luva de Osmar, não concordarão comigo.

Alguém imagina como estarão sentindo-se um Rossoni, um Beto Richa, principalmente estes dois, que foram frigidos, aos poucos, pela tática de Osmar?

Foram até o fundo do poço em sua subserviência. Dizem alguns, que Beto Richa pagou o preço por desmentir um respeitado senador da República. Teve o troco merecido.

A resposta negativa de Lupi à consulta do PDT/PR, Osmar sabia desde a convenção nacional, do dia 12 de junho. Mesmo assim, ele mandou um ofício para Brasília, no dia 17.

Este pedaço de papel foi engulido de forma indigesta pelos tucanos, na sua convenção de sábado passado. Mais um direto no fígado.

E, numa última tentativa, nestas últimas horas, num desesperado esforço, tentaram mais uma cartada: candidatura avulsa de Osmar e o PSDB com um candidato só para o senado. O tal do acordo branco. Coisa manjada.

Ora gente, Osmar tem muitos quilômetros rodados na estrada da vida política.

Não seria ingênuo de correr riscos como candidato a senador, sem estrutura, sem tempo de TV e com a contrariedade de seus companheiros de partido, candidatos a estadual e federal.

Se assim fosse, uma candidatura solo pelo PDT, na lógica mais simples, teria sentido, se fosse ao governo do estado.

Mesmo esticando o tempo até a exaustão de todos, Osmar teve do governador Pessuti o despreendimento, ao desistir da reeleição, visando um projeto maior, deixando de lado possíveis e naturais vaidades pessoais e focado no que seria melhor para o seu partido.

Quanto à sua insistência até a undécima hora para que Gleisi fosse sua vice, percebeu a tempo que um vice do PMDB era mais sensato para o grupo todo.

Com isso, saiu ileso de uma situação que poderia colocá-lo isolado, caso PT e PMDB resolvessem tocar o projeto sozinhos.

Quem arquiteta uma configuração desta, com tantos componentes e tantas variáveis, pode ser chamado de indeciso?

Para mim, foi um golpe de mestre.

Com Lula e Pessuti no palanque de Dilma, Osmar, com o vice do PMDB (ponho minhas fichas no Caíto Quintana), e ainda Gleisi e Requião para o senado, convenhamos, é uma chapa fortíssima.

O final desta história será contado pelo povo do Paraná, no próximo mês de outubro.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Lei da ficha limpa ameaça candidatura de Ricardo Barros

O projeto Ficha Limpa, que proíbe a candidatura de condenados pela Justiça, comemorado por grande parte da sociedade brasileira como uma importante conquista da cidadania, provocou choro e ranger de dentes no candidato do PP ao Senado Ricardo Barros.

Se a nova lei entrar em vigor com todo o rigor que se espera, Barros poderá ser um dos atingidos e não poderá disputar o Senado. Condenado por improbidade administrativa devido a contratações irregulares de servidores quando prefeito de Maringá, Barros aguarda com ansiedade uma definição mais precisa de como será aplicada a nova legislação sobre os fichas sujas como ele.

O Ministério Público de Maringá, porém, já comunicou à Procuradoria da Justiça Eleitoral que Ricardo Barros deve ter o registro da sua candidatura impugnado, por sentença condenatória do Supremo por ato de improbidade administrativa.

O próprio Ricardo Barros não aceita ser tachado de ficha suja. Considera-se um ficha limpa, ou quase. “A lei só impede a candidatura de quem cometeu improbidade dolosa. Eu ganhei no STJ e, mesmo que tivesse perdido, não seria dolosa, pois não tirei proveito do meu ato”, alega o deputado que recorreu da condenação e acredita ter demonstrado que não lesou o erário.

Na contramão do que deseja a sociedade brasileira, que anseia por rigor na punição de políticos desonestos, Ricardo Barros deseja mais flexibilidade na avaliação dos delitos cometidos pelos políticos.

“Hoje, qualquer irregularidade cometida por prefeito, a Justiça julga como improbidade. Casos como falta de edital, descumprimento de um ou outro prazo. Mas a lei é clara, considera inelegível quem cometeu improbidade dolosa, que causou dano ao patrimônio público, o que é 5% dos casos de improbidade”, analisa o deputado.

Ricardo Barros parece estar sugerindo que brechas sejam abertas para que políticos com passado complicado, como ele mesmo, tenham nova chance de se eleger.

O senador Osmar Dias tem uma leitura diametralmente oposta a de Ricardo Barros a respeito dos rigores da lei.

Enquanto o deputado pepista lastima os rigores legais, Osmar os comemora. “Aprovamos um projeto que vai mudar os rumos da política brasileira. Com a nova lei, quem vai se candidatar não pode ter condenação judicial definida por um colegiado de juízes. Este projeto, que teve origem na sociedade, foi aprovado por unanimidade. Defendi a urgência na aprovação porque quero que valha já para as eleições de 2010”, diz o senador para quem já passou da hora da sociedade eliminar da política os políticos delinqüentes.

Outro que comemora o rigor da proposta do projeto ficha limpa - tão lastimado por Ricardo Barros - é o senador Demóstenes Torres, do DEM, relator do projeto no Senado. O senador avalia que justamente esse rigor pode provocar uma limpeza nas estrebarias da política brasileira como nunca se viu na história deste país.

“É um projeto tão rigoroso que, provavelmente, ao final do ano, muitos de nós não estaremos mais aqui. Isso porque qualquer atitude eleitoral indevida levará a inelegibilidade por um prazo muito grande, o que tirará o político da vida pública”, diz Demóstenes Torres.

O que parece incomodar o deputado Ricardo Barros é que o Ficha Limpa, ao contrário da tradição brasileira, que tem o padrão de ser condescendente com o ilícito, é duro e pouco flexível ao lidar com políticos que não respeitam a coisa pública.

O Ficha Limpa atinge não apenas políticos. Pessoas físicas e jurídicas que fizerem doações eleitorais consideradas ilegais ficam inelegíveis por oito anos.

Delegados de polícia demitidos por crimes como o de corrupção, por exemplo - ou qualquer outro servidor público - também ficam sem poder concorrer, a não ser que a decisão seja anulada pelo Poder Judiciário.

Pessoas excluídas do exercício da profissão por classes representativas como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e o Conselho Federal de Medicina, também ficam inabilitados pelo mesmo período.

Os magistrados e membros do Ministério Público que tenham sido aposentados compulsoriamente também não poderão concorrer por oito anos. Se for configurado abuso dos meios de comunicação pelo favorecimento em campanhas eleitorais, aquele candidato também ficará inelegível pelo mesmo período de oito anos.

fonte: Hora H

ONU e governo federal fazem 1ª seleção de municípios para ação de segurança cidadã

Programa vai investir US$ 6 milhões em três municípios de regiões metropolitanas; foco são crianças e jovens em situação vulnerável
Documento
Documento do programa
Leia também
ONU e Ministério da Justiça lançam edital para ações na área de segurança cidadã
do PNUD

A ONU — por meio das agências PNUD, UNODC, UNICEF, UNESCO, UN-Habitat e OIT —, em parceria com o PRONASCI, do Ministério da Justiça, anuncia os resultados da Fase 1 do processo de seleção de três municípios brasileiros para receberem ações do programa conjunto “Segurança com cidadania: prevenindo a violência e fortalecendo a cidadania, com foco em crianças, adolescentes e jovens em condições vulneráveis nas comunidades brasileiras”.

Após a avaliação das 72 inscrições recebidas e de acordo com os critérios estipulados pelo processo seletivo, segue abaixo a lista com os seis municípios classificados na Fase 1:

Grupo 1:
OSASCO-SP
IBIRITÉ-MG

Grupo 2:
PIRAQUARA-PR
CONTAGEM-MG

Grupo 3:
VITÓRIA-ES
LAURO DE FREITAS-BA

Os municípios foram organizados em três grupos, de acordo com suas taxas de homicídios (os dois municípios de cada grupo têm taxas semelhantes). Na próxima fase (Fase 2), um município de cada grupo será escolhido, e estes três serão os contemplados com as ações do projeto.

A coordenação do projeto entrará em contato diretamente com os pontos focais indicados nas inscrições selecionadas para a preparação da visita técnica aos municípios (Fase 2).

Caberá aos municípios selecionados organizar as reuniões e visitas para o comitê avaliador.

No dia 12 de julho, será divulgado o resultado final deste processo seletivo, neste mesmo endereço (http://www.pnud.org.br/seguranca/municipios)

A todos os municípios que enviaram suas inscrições, muito obrigado.

SOBRE O PROGRAMA CONJUNTO

A iniciativa tem como objetivo desenvolver ações para reduzir a violência que afeta crianças, jovens e adolescentes em situação de vulnerabilidade. O público-alvo pessoas com 10 a 24 anos particularmente vulneráveis por serem excluídas do sistema educativo, vítimas de violência doméstica ou intergeracional, por estarem envolvidas em atividades relacionadas com drogas (como o tráfico) ou pertencerem a uma comunidade afetada pela presença de capital social perverso ou prejudicial. As ações serão desenvolvidas em áreas específicas dos três municípios escolhidos com base em critérios socioculturais e taxas de criminalidade e violência, de modo a permitir que diferentes realidades municipais sejam refletidas.

Financiado pelo Fundo Espanhol para Alcance dos Objetivos do Desenvolvimento do Milênio, o programa é uma parceria entre seis agências da ONU (PNUD, UNODC, UNICEF, UNESCO, UN-Habitat e OIT) e o Ministério da Justiça — por meio do PRONASCI (Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania). No total, serão 6 milhões de dólares investidos durante os 36 meses do programa.

Diagnósticos situacionais e de capacidades das instituições locais serão realizados para que um plano de ação integrada possa ser elaborado e implantado em áreas determinadas do município, como resposta aos problemas identificados. Esportes, artes e cultura serão os pontos de entrada nas atividades do programa para o envolvimento de crianças, adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade.

Este programa conjunto representa uma oportunidade para os governos locais identificarem as principais questões relacionadas à segurança pública e as trabalharem por meio de uma abordagem integral em seus municípios.

Contato: seguranca.municipios@undp.org

Bolsa Família e ação anti-HIV são exemplos

Relatório considera que programas servem de modelo para países em desenvolvimento avançarem mais depressa nos Objetivos do Milênio

da PrimaPagina

O Bolsa Família e a política de prevenção à Aids estão entre os programas brasileiros que podem servir de modelo para o avanço dos ODM (Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, uma série de metas socioeconômicas que os países da ONU se comprometeram a atingir até 2015, englobando áreas como pobreza, educação, saúde, meio ambiente e desigualdade entre os sexos). A avaliação é de um estudo divulgado nesta quinta-feira pelo PNUD, que analisou relatórios nacionais sobre os Objetivos do Milênio e encontrou em 50 países programas bem-sucedidos, que podem ser adaptados mesmo nas nações mais pobres.

Intitulado O que é necessário para atingir os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio? Uma avaliação internacional, o documento aponta que “os recursos e o conhecimento necessários para atingir os ODM existem” e que “a aceleração do progresso nos próximos cinco anos vai requerer foco na manutenção das estratégias, políticas e intervenções que deram certo, e uma freada radical naquelas que não funcionam”.

Os exemplos do relatório, todos colhidos em países em desenvolvimento, são uma evidência de que é possível fazer progressos rapidamente — e que, portanto, as metas dos ODM podem ser cumpridas até 2015. O texto pretende ser uma das bases de discussão da Cúpula dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, que reunirá líderes mundiais em Nova York, entre 20 e 22 de setembro. leia mais

PARA A IRA DOS AMBIENTALISTAS, ASSIS DO COUTO APRESENTA PROJETO RECRIANDO A ESTRADA DO COLONO

do blog Boca Maldita

O deputado federal Assis do Couto (PT) apresentou, nesta sexta-feira (18), no Congresso Nacional. o projeto 7123/10 que recria a famigerada Estrada do Colono, antiga BR-163 que ligava Serranópolis do Iguaçu, no oeste do estado, a Capanema, no sudoeste do estado. A via divide ao meio o Parque Nacional do Iguaçu, prinicipal reserva de Mata Atlântica do Sul do país.

O trecho não está em funcionamento desde 2003 por decisão judicial. pois o caminho divide o parque e impede a livre circulação dos animais de um lado para o outro. Este fator poderia levar à extinção de certas espécies que necessitam de área ampla para sobreviver.

O blog sempre defendeu o fechamento da estrada. Clique aqui para ver a íntegra do projeto.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

PP quer candidato ficha suja ao lado de Richa

do blog do Rigon

Uma ação popular que apura irregularidades na contratação de uma empresa para elaboração de projeto arquitetônico do que seria o Hospital Metropolitano pela Prefeitura Municipal de Maringá, recebeu prioridade do juízo da 5ª Vara Cível, já que o processo tramita há 16 anos.

Contratação suspeita foi feita na gestão do atual deputado federal Ricardo Barros
Ricardo Barros é réu na ação, junto com os ex-secretários Antonio Santo Mamprim (Planejament0), João Celso Sordi, Metroplan (Consórcio Intermunicipal para o Desenvolvimento Metropolitano da Região de Maringá, o município de Maringá) e a Bross Consultoria e Arquitetura SC Ltda., de São Paulo.

A ação popular é de 1994 e vem se arrastando por causa de manobras protelatórias dos réus, que alegaram inclusive cerceamento de defesa e conseguiram anulação de sentença. Com o retorno dos autos, o juiz Siladelfo Rodrigues de Souza constatou que não houve produção de novas provas. “Nestes termos, embora já tenha restado preclusa a produção de provas pelas partes, entendo que para melhor compreensão da matéria tratada nestes autos se faz necessária a realização de prova técnica para o fim específico de se apurar qual o valor de mercado, na época do projeto realizado pelo réu, para a elaboração de projeto arquitetônico semelhante àquele objeto do contrato objeto da presente lide, sem levar em consideração a notória especialidade técnica do profissional ou empresa que pudesse confeccionar o projeto.

Desta forma, visando dirimir alguns dos pormenores que envolvem a presente contenda, converto o julgamento em diligência e, de ofício (artigo 130 do CPC), determino a realização de prova pericial”, diz despacho da última terça-feira. “Considerando que o feito tramita há mais de 16 anos e que até hoje ainda não foi proferida sentença de mérito (a sentença de fls. 636-643 foi anulada pelo TJPR – fls. 910-922) e levando-se em consideração as metas de nivelamento estipuladas pelo CNJ, determino que doravante a Escrivania dê prioridade na tramitação deste feito, devendo, inclusive, identificar o presente procedimento com tarja e separá-lo em área reservada nesta Serventia”, acrescenta.

Morre Saramago

da folhaonline

Morreu nesta sexta-feira, aos 87 anos, o escritor José Saramago.

A morte de Saramago foi confirmada à imprensa portuguesa pelo seu editor, Zeferino Coelho. "Aconteceu há pouco", disse em entrevista à emissora de televisão RTP. "Estava doente há algum tempo, às vezer melhor outras vezes pior."

Veja fotos do escritor José Saramago

Fontes da família confirmaram a agências internacionais que Saramago estava em sua casa em Lanzarote, nas Ilhas Canárias, onde morava há vários anos.

A morte ocorreu por volta das 13h no horário local (8h de Brasília), quando o escritor estava em casa acompanhado da mulher e tradutora, Pilar del Río, informa a agência Efe.

José Saramago havia passado uma noite tranquila. Após ter feito o desjejum de costume e conversado com a mulher, começou a sentir-se mal e pouco depois morreu.

Vencedor do prêmio Nobel de Literatura em 1998, Saramago nasceu em Azinhaga em novembro de 1922. Autodidata, publicou seu primeiro trabalho, "Terra do Pecado", em 1947.

Seu trabalho seguinte, "Os Poemas Possíveis", seria lançado 19 anos mais tarde e pelos anos seguintes ele se dedicaria principalmente à poesia e ao jornalismo.

Samarago volta à prosa no final da década de 1970. Seu estilo característico começa a ser definido em "Levantado do Chão" (1980) e em "Memorial do Convento" (1982).

Em 1991, Saramago lança sua obra mais polêmica, "O Evangelho Segundo Jesus Cristo".

Considerada blasfema, a obra foi excluída de uma lista de romances portugueses candidatos a um prêmio literário pelo Subsecretário de Estado adjunto da Cultura de Portugal, Sousa Lara, sob a alegação de que não representava o país.

Seu último romance editado foi "Caim", publicado em 2009.


quinta-feira, 17 de junho de 2010

Fundador do PT suspende greve de fome na Câmara; Dutra continua

Camila Campanerut Do UOL Notícias
Em Brasília

Um dos fundadores do PT nacional, Manoel da Conceição, suspendeu greve de fome na noite desta quarta (16). Ele acompanhava o deputado Domingos Dutra (PT-MA), que continua com a greve. Conceição passou mal na noite de ontem (15) e foi atendido no Departamento Médico da Câmara dos Deputados, em Brasília.

O anúncio do fim da greve de fome foi feito por Dutra em sua página do Twitter: "Manoel sai temporariamente da greve de fome. Negociaçoes continuam amanhã". Conceição era acompanhado pela equipe médica da Câmara e por assessores. Há cinco dias, ambos iniciaram a greve de fome em protesto contra a intervenção do diretório nacional do partido no Maranhão.

O PT nacional decidiu apoiar a candidatura de Roseana Sarney (PMDB) ao governo do Estado e anular a decisão do diretório estadual em favor da candidatura do deputado Flávio Dino (PCdoB-MA).

José Eduardo Dutra, presidente do PT nacional, afirmou ao UOL Notícias que o apoio ao PMDB é irreversível e que não é novidade o PT do Maranhão ser rachado. “Achamos que esse tipo de mobilização [a greve de fome] foi inconsequente”, disse. “Existem filiados que apoiam outras candidaturas. O partido não é contra que deem apoio, mas a posição nacional é de que siga a aliança nacional.”

Mais cedo, Flávio Dino pediu a Manoel da Conceição que acabasse com a greve. “Ele tem 75 anos, é um herói da luta contra a ditadura, fundador do PT. Está doente, pode morrer a qualquer momento”, disse.

Manoel da Conceição foi preso, torturado e exilado durante a ditadura militar. Teve uma perna amputada porque foi alvo de tiros da polícia na época.

“Só saio daqui para o cemitério, ou se o PT suspender a decisão que tomou. Enfrentei 20 anos de ditadura, não vou enfrentar isso?”, disse o militante.

Desde sexta-feira (11), o deputado Domingos Dutra está no plenário da Câmara bebendo apenas água mineral e água de coco. Ele dorme em um colchão e usa o banheiro dos servidores da limpeza. Dutra disse que já emagreceu mais de três quilos no período. “Nunca fui de comer muito mesmo”, afirmou.

Transbêbado

Proposta em Curitiba a linha de ônibus pinga-pinga inter-bares

por José Fiori no blog do Zé Beto


Em tempos de eleições, antes por anacoluto dizendo que não somos candidatos a nada, nem a poste de luz, nem pleiteamos titularidade de rua no post mortem, estamos apresentando à apreciação das autoridades civis, militares, eclesiásticas e demais prebostes da municipalidade, o projeto Transporte Coletivo Transbêbado. Foi pautado na extrema gravidade a que se submetem, diuturnamente, os transeuntes, peregrinos e pedestres, principalmente os miseráveis e mangueadores bêbados de rua, os inveterados viciados na marvada pinga. O risco de acidente com morte nas ruas é uma constante, principalmente onde há concentração de bares e/ou centros gastronômicos, churrascarias, boatarias, bailes, fura-buchos etc., de Curitiba e Região. Não existem políticas públicas de segurança do pedestre. Nunca houve, a não ser espertos radares de tocaias plantados em postes para subtrair do contribuinte. De pouca ou nenhuma valia para educar para o trânsito civilizado, hoje, estrangulado, em completo descalabro, por conta da omissa, deslavada e deletéria insegurança pública de sempre. Com a implementação da linha Pinga-pinga-inter-bares, com parada obrigatória em botecos estratégicos ou apenas bares, o Poder Público estará dando sua mínima mas inadiável contribuição para atender à crescente demanda de bêbados, inclusive os com risco iminente de morte, os cirróticos pés na cova que peregrinam pelas ruas e dormem ao rigoroso frio nas calçadas. A frota de ônibus para todos seria um similar ao que já existe no mercado fazendo a linha Inter-hospitais, projeto que ajudamos a instituir nesta Curitiba, por iniciativa da Associação dos Amigos do Hospital de Clínicas (leia-se Irmã Aglaci).

quarta-feira, 16 de junho de 2010

‘Tratamento eleitoral da questão federativa é mau critério para divisão dos royalties do petróleo’

Escrito por Guilherme C. Delgado

Aproxima-se do desfecho a definição do chamado marco regulatório à exploração do petróleo na zona marítima do Pré-Sal. Alguns consensos políticos emergiram desde que o Poder Executivo enviou ao Congresso no mês de outubro de 2009 os vários Projetos que compunham as novas regras para exploração do petróleo nesta área.

Há praticamente três questões-chave, sendo que apenas uma delas está resolvida: 1 – o papel da Petrobrás como principal operadora da área, agora capitalizada pela União pela entrega de 5 bilhões de reservas medidas de petróleo à empresa (Projeto já aprovado nas duas Casas do Congresso); 2- A divisão do royalties entre estados e municípios; 3- a criação do Fundo Social e Ambiental para financiar políticas sociais a longo prazo.

A questão resolvida significa uma mudança no marco regulatório anterior, fixado ainda no governo FHC I, no qual o papel das concessões privadas na exploração do petróleo e a própria semi-privatização da Petrobrás (redução do capital da União na empresa) ficam agora modificados para a zona do Pré-Sal, e também pela capitalização da empresa, com maioria absoluta do capital estatal.

A segunda e terceira questões levantadas para a nova regulamentação levantam problemas federativos e de distribuição dos ganhos de produtividade desse recurso natural, que infelizmente estão sendo tratados, a nosso ver, de maneira indevida. LEIA MAIS

Estados Unidos de Israel

Escrito por Luiz Eça

"Na minha carreira, Israel não só ficou no meu coração, como tem sido o centro do meu trabalho como senador e agora vice-presidente dos EUA", Joe Biden.

Em 1967, durante a Guerra dos Seis Dias, Israel conquistou a Cisjordânia, onde iniciou um programa de assentamentos que até hoje continua. Na mesma ocasião, as colinas de Golã, parte do território sírio, também foram anexadas. Em 1982, o exército israelense invadiu o Líbano e ocupou-o militarmente durante vários anos. Nessa ocasião, foi cúmplice no massacre de refugiados palestinos em Sabra e Chatila.

Todas estas ações foram condenadas pela ONU que, no entanto, não pôde tomar nenhuma atitude repressiva devido aos vetos dos Estados Unidos no Conselho de Segurança.

De lá para cá, os israelenses continuaram a usar da força militar contra os árabes de forma violenta e ilegal. O primeiro-ministro Ariel Sharon começou a construção de um muro nas fronteiras com a Cisjordânia, invadindo cidades e propriedades agrícolas palestinas. Através dos chamados "assassinatos coletivos", aviões e comandos de Israel executaram na Cisjordânia dezenas de cidadãos suspeitos de terrorismo. Enquanto isso, agentes do Mossad, incógnitos, espionavam e matavam inimigos no exterior. Neste ano de 2010 agentes israelenses usaram passaportes falsificados de países amigos para entrar em Dubai e ali assassinar um líder do Hamas. Novas condenações da ONU e indignação até de governos europeus, mais uma vez tornadas sem efeito pela oposição dos EUA.

Em 2006, em represália à morte de um soldado pelo Hizbollah, Israel atacou o Líbano, matando cerca de 1000 civis e danificando seriamente a infra-estrutura do país. O cessar-fogo buscado pela comunidade internacional foi retardado pelos EUA, visando dar mais tempo para os israelenses poderem matar um número maior de membros do Hizbollah, que defendia o Líbano. LEIA MAIS

Grandes fortunas em meio a muita pobreza

Escrito por Inês do Amaral Büschel

Conforme dispositivos da Constituição da República Federativa do Brasil promulgada no ano de 1988, o povo brasileiro, por intermédio de seus representantes, obrigou-se a fazer cumprir vários objetivos fundamentais de nossa nação, dentre eles "erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais".

Para atingirmos tal objetivo social teremos, necessariamente, de contar não só com a "mão invisível do mercado" que é a iniciativa privada (artigo 172, II da CF), mas também com a "mão" do Estado, sendo que este terá de recolher recursos para manter o Poder Judiciário, o Legislativo, o Ministério Público, as Forças Armadas e as Polícias, bem como escolas e universidades públicas urbanas e rurais, hospitais e postos de saúde, previdência, estradas e ferrovias etc.

Para se auto-sustentar, o Estado terá de cobrar impostos dos cidadãos e das empresas. Este é o preço que temos de pagar pela paz social numa vida em coletividade.

Em geral os cidadãos se revoltam com a obrigatoriedade do pagamento de impostos, devido não só à forma injusta do sistema tributário, mas também pela má administração dos recursos públicos e também por causa da corrupção desenfreada praticada por muitos governantes. De fato, desvios ocorrem e, para evitarmos que se repitam, será preciso um bom controle social. E, para haver controle social eficiente, dependeremos da educação política de cada um de nós. É assim que se constrói uma democracia real e sólida: dá muito trabalho! LEIA MAIS

Carta a um amigo petista

Escrito por Frei Betto

Meu caro: sua carta me chegou com sabor de velhos tempos, pelo correio, em envelope selado e papel sem pauta, no qual você descreve, em boa caligrafia, a confusão política que o atormenta.

Pressinto quão sofrido é para você ver o seu partido refém de velhas raposas da política brasileira, com o risco de ser definitivamente tragado, como Jonas, pela baleia... Sem a sorte de sair vivo do outro lado.

A política é a arte do improviso e do imprevisto. E como ensina Maquiavel, trafega na esfera do possível. O sábio italiano foi mais longe: eximiu a política de qualquer virtude e livrou-a de preceitos religiosos e princípios éticos. Deslocou-a do conceito tomista de promoção do bem comum para o pragmatismo que rege seus atores – a luta pelo poder.

Você deve ter visto o célebre filme "O anjo azul" (1930), que imortalizou a atriz Marlene Dietrich e foi dirigido por Joseph von Stemberg e baseado no livro de Heinrich Mann, irmão de Thomas Mann. É a história de uma louca paixão, a do severo professor Unrat (Emil Jannings) por Lola-Lola, dançarina de cabaré. Ele tanta aspira ao amor dela, que acaba por submeter-se às mais ridículas e degradantes situações. Torna-se o bobo da corte. Nem a cortesã o respeita. Então, cai em si e procura voltar a ser o que já não é. Em vão. LEIA MAIS

As FARC: fator imprescindível da paz

Escrito por Hugo Gómez

Nenhuma plataforma política apresentada na farsa eleitoral que se deu em 30 de maio contemplou a abertura de negociações de paz com a insurgência. A interlocutora chave do chamado conflito armado não é mais que a expressão pura e dura da luta de classes, da confrontação antagônica, no terreno militar, entre o povo e a oligarquia. Isso ocorre porque as vias de solução dos problemas sociais e econômicos da classe trabalhadora, do campesinato e demais setores sociais não podem ser abordadas e resolvidas democraticamente pela via política, já que as instituições oligárquicas recriam e se apóiam na constituição burguesa colombiana.

Todos os candidatos à presidência da República Colombiana apostam na estratégia da derrota das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – Exército do Povo (FARC-EP).

As classes dominantes na Colômbia são caracterizadas por sua visão subjetiva, descolada e deformada da realidade nacional, que não as permite ver mais além de seus próprios interesses de classe. Sua condição humana corrompida, cínica e cruel, criminosa em suma, que tem sido demonstrada ao longo da tempestuosa história da Colômbia, a torna incapaz de perceber a incomensurável dimensão do sofrimento e dano irreparáveis causados pelas prisões, desaparecimentos, torturas, assassinatos de dirigentes populares, além dos massacres de populações inteiras. LEIA MAIS

terça-feira, 15 de junho de 2010

BORIS CASOY, A VACA SIONISTA VOCIFERA CONTRA O ESTADO DEMOCRÁTICO!

por Paulo Roberto Aguilera

A velha jornalista da rede bandeirantes de comunicação, Boris Casoy, aquela que considera pobre gente de quarta linha, que humilha os trabalhadores tratando-os como gentalha, ratatuia,desprezíveis, novamente se revelou.

Desta vez, como Sionista, Nazi-fascista que o é, foi as raias do delírio afetado!

Todos sabem do passado de militante de direita no Brasil. Desde a juventude ele apoiava os reacionários, os torturadores e assassinos da ditadura.

Quando na redação de jornais, alcaguetava colegas, pais de família. Era conhecido como dedo-duro, X-9, traíra.

Sujeito indefinido, dizem que sentia prazer ao saber que algum pai de família, colega de profissão, tinha caído em mãos da repressão e que seria torturado.

Dizem mais, até sessões da Operação Bandeirantes teria participado com louvor.

Canalha enrustido, essa pessoa a cada dia nos surpreende, nos assusta.

Há seis meses atrás, cuspiu na cara dos brasileiros, humilhando um pobre, honesto e trabalhador, gari.

Canta de galo valentão, sendo uma franguinha, por demais conhecida no "meio" A decadente, ainda urra, geme, vocifera. Desta vez a histeria da velha jornalista extrapolou.

Tentou, viajou, delirou, tentando relacionar CUBA, com a lambança operada pelos Sionistas no mar internacional, quando covardemente, assassinaram ativistas da paz, na frotilha que transportava itens humanitários a caminho da Gaza.

Ensandecido, por sobre as tamancas, Vociferou nossa Velha Venal, Cuba é culpada!

No Estado Democrático da República de CUBA, não ocorreu ou ocorrerá, qualquer detenção, aprisionamento, pena capital ou não, sem antes ocorrer um rigoroso processo, legítimo transparente e com amplo direito de defesa do acusado. Lá o Mossad e sua prática de assassinatos secretos , não EXCZISTEM!

O povo cubano vive muito feliz obrigado, cre e apoia seu governo, coisa que não se pode falar do governo do Mossad em Israel.

Enquanto Israel continuar com sua política de extermínio,genocida, tentando uma limpeza étnica, praticando o terrorismo de Estado, dificilmente teremos paz no oriente médio.

Baba, Borys, baba, só não na minha cara

Desmate do Pantanal supera o da Amazônia

Dados coletados em 2002 e 2008 mostram que o bioma teve perda de 2,82% de sua cobertura original, passando os 2,24% amazônicos
Agencia Popular de Noticias/Ernesto Franco
Conheça o projeto
Saiba mais sobre o projeto Monitoramento do Desmatamento nos Biomas Brasileiros por Satélite, do PNUD, ao qual estão ligados os resultados divulgados sobre o Pantanal.
Saiba mais
Leia o relatório do Ministério do Meio Ambiente sobre o desmatamento no Pantanal
Leia também
Brasil já perdeu uma Venezuela em Cerrado

Satélite monitorará todos biomas do Brasil
MARCELO OSAKABE
da PrimaPagina

O Pantanal, bioma brasileiro reconhecido pela UNESCO como Patrimônio Natural Mundial, perdeu 15,18% de sua área original até 2008. Entre 2002 e 2008, o ritmo de devastação de sua cobertura foi maior do que o registrado em outros biomas, como a Amazônia e a Caatinga. Esses são os resultados do primeiro monitoramento feito sobre o bioma, divulgados nesta semana pelo Ministério do Meio Ambiente, num projeto apoiado pelo PNUD.

Em sete anos, a região perdeu 4.279 km2 de mata, o equivalente a 2,82% de sua cobertura original. A porcentagem é maior do que a registrada na Amazônia (2,24%) ou na Caatinga (2,01%), ficando apenas abaixo da registrada no Cerrado, que viu 4,17% de sua cobertura vegetal desaparecer no período.

É a primeira vez que a planície pantaneira tem dados oficiais sobre desmatamento. A iniciativa faz parte do projeto Monitoramento do Desmatamento nos Biomas Brasileiros, realizado pelo MMA em parceria com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o PNUD.

Antes, somente a Amazônia contava com esse tipo de ferramenta. Atualmente, dos seis grandes biomas brasileiros (Amazônia, Cerrado, Mata Atlântica, Caatinga, Pantanal e Pampas), faltam apenas dados sobre a Mata Atlântica e os Pampas, mas o processo deve ser implementado até o final do ano.

Os dados anualizados indicam que o Pantanal perdeu, em média, 713 km2 de vegetação a cada ano. No entanto, não há como saber se o ritmo de devastação cresceu, diminuiu ou manteve-se estável nesse período, já que os resultados baseiam-se somente na comparação entre 2002, quando foi feito um retrato de todos os biomas brasileiros a pedido do MMA, e 2008, o primeiro ano do monitoramento via satélite para todos eles.

Só a partir deste ano, quando saírem os resultados da comparação 2008-2009, é que o governo contará com esse tipo de avaliação.

Diretrizes

O Programa de Monitoramento deve auxiliar o governo a traçar planos mais eficientes no combate aos principais vetores do desmatamento. Segundo Luciano Evaristo, diretor de Proteção Ambiental do Ibama, é preciso descobrir, em cada região, como exatamente se dá essa ação e quem são seus agentes.

Ele cita como exemplo a Caatinga, onde os principais agentes do desmatamento são famílias de pequenos proprietários que vendem lenha para os pólos gesseiro e cerâmico da região. A ação do Ministério, portanto, foi centrada nessas indústrias. "Não podemos proteger o bioma a custa da sobrevivência do povo", explica.

Para o Pantanal, os prováveis vilões são a pecuária e a lenha para usinas siderúrgicas, "que ainda insistem em utilizar o carvão de áreas nativas para a obtenção do ferro gusa".

No entanto, um diagnóstico mais preciso do quanto cada um contribui para esse desmatamento vai precisar de mais pesquisas. "Os grandes [desmatadores] serão punidos imediatamente. Se identificarmos que essa produção ocorre em pequenas propriedades, daremos outro tratamento", afirma Evaristo.

Guia mostra 'lado social' dos jogos da Copa

Publicação de ONG de Kofi Annan analisa estatísticas socioeconômicas de países africanos e de seus adversários no Mundial da África do Sul
Reprodução
O guia completo
Scoring for Africa — An Alternative Guide to the World Cup (em PDF)
A 'análise' dos jogos
África do Sul x México (11 de junho)

Argentina x Nigéria (12 de junho)

Sérvia x Gana (13 de junho)

Japão x Camarões (14 de junho)

Inglaterra x Argélia (18 de junho)

Brasil x Costa do Marfim (20 de junho)

França x África do Sul (22 de junho)

Nigéria x Coreia do Sul (22 de junho)

Estados Unidos x Argélia (23 de junho)

Gana x Alemanha (23 de junho)

Camarões x Holanda (24 de junho)

Coreia do Norte x Costa do Marfim (24 de junho)
da PrimaPagina

A primeira Copa do Mundo realizada na África traz um número recorde de seleções do continente: além das cinco vagas destinadas às nações da região desde 1998, há a reservada para a sede, África do Sul. Por isso, aumentam as expectativas de que esses países, em maior número e jogando em casa ou perto de casa, obtenham o melhor resultado do continente na história dos Mundiais. Dos 18 campeonatos anteriores, os africanos estiveram presentes em 11, e chagaram no máximo até as quartas de final (Camarões, em 1990, e Senegal, em 2002).

É nesse desafio que estarão de olho torcedores de várias partes do mundo a partir desta sexta-feira, em especial os africanos, sobretudo os das seleções que participam da Copa (Argélia, Camarões, Costa do Marfim, Gana e Nigéria, além da África do Sul).

O continente, no entanto, enfrenta outros desafios, ainda mais difíceis e ainda mais importantes. É sobre esses que se debruça um guia alternativo para a Copa, chamado Scoring for Africa (“marcando gols para a África”, em tradução livre), lançado nesta semana por Kofi Annan, presidente do Painel para o Progresso da África e ex-secretário-geral da ONU, e por Didier Drogba, atacante da Costa do Marfim e embaixador da Boa Vontade do PNUD.

O guia analisa as estatísticas sociais e econômicas — e também de futebol — dos países envolvidos nos 12 jogos da primeira fase em que há alguma seleção africana. Assim, ao lado da posição dos países no ranking da Fifa, há a colocação em outras listas, como a do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), da percepção de corrupção, do desempenho ambiental e da competitividade. As tabelas dos jogos também trazem números do PIB (Produto Interno Bruto), da emissão de gás carbônico e da expectativa de vida, entre outros. Além disso, é feita uma avaliação dos pontos positivos (os “chutes a gol”) e negativos (“chutes para fora”) na relação entre as duas nações envolvidas em cada jogo, e uma lista de “faltas” cometidas pelos dois lados. O guia traz ainda um “plano de jogo”, com sugestões do que pode ser feito para que a parceria entre os países possa aprimorar o desenvolvimento.

Brasil contra Costa do Marfim

Na única partida entre o Brasil e um país africano na primeira fase (contra Costa do Marfim, em 20 de junho), a tabela mostra que os brasileiros ficam em primeiro lugar no ranking da Fifa, mas em 75º no IDH. O país africano é o 27º no futebol e o 163º no índice criado pelo PNUD. Entre os “chutes a gol” estão a ajuda humanitária brasileira a nações do continente (incluindo Costa do Marfim), a expansão do comércio exterior entre o Brasil e a África e a participação de militares brasileiros da Missão das Nações Unidas para a Costa do Marfim.

Nos “chutes para fora”, o guia afirma que “o Brasil pode fazer mais para compartilhar sua experiência única de desenvolvimento com países como a Costa do Marfim, particularmente nas áreas de transferência de renda, segurança alimentar, educação rural e industrialização”. A publicação aponta ainda que a nação africana está longe de alcançar a maioria dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio e que o Brasil, embora tenha avançado muito, pode não cumprir algumas metas.

Entre as “faltas”, o guia aponta que o governo provisório marfinense postergou várias vezes a realização de eleições, que nos dois países o combate ao comércio ilegal de joias é fraco e que ambos “não têm sido capazes de deter as altas taxas de desmatamento”.

Jogo injusto

Na apresentação, Kofi Annan e Didier Drogba fazem uma cobrança enfática aos países ricos. “O fato é que muitos países africanos e em desenvolvimento ainda estão em grande desvantagem. Eles não têm permissão de competir internacionalmente em um campo nivelado, com um árbitro imparcial e uma série de regras e normas claras e aceitas. Longe disso; de fato, eles têm sido pesadamente penalizados. O que seria um escândalo no mundo do futebol é ainda algo comum na sociedade das nações”, escrevem os dois.

Eles criticam, por exemplo, que os países pobres não têm responsabilidade nas mudanças climáticas, mas são os que mais sofrem com elas. Reclamam também das regras em áreas como mercado exterior, tecnologia, recursos financeiros, migração e direito autoral, que “tornam ainda mais difícil” a tarefa de promover o desenvolvimento.

“Jogadores e torcedores, sejam de Midrand, Manila, Manchester ou Montevidéu,entendem a importância do jogo justo e de um árbitro imparcial. Nós acreditamos intensamente que esse entendimento não deveria se limitar ao modo como os países jogam, correm e marcam gols uns contra os outros, mas também ao modo como eles fazem negócios e política uns com os outros; que o espírito da Copa do Mundo deveria ser estendido às relações econômicas e políticas entre os países; que a celebração de nossa humanidade comum não deveria se limitar a um mês a cada quatro anos”, afirmam Annan e Drogba.