quarta-feira, 17 de outubro de 2012

CLIPPING ECONÔMICO - 17-10-2012

Valor Econômico

Manchete: Plano abre mercado de ações a pequena e média empresa
Bancos de investimento, grandes escritórios de advocacia, auditorias e entidades de mercado resolveram buscar o apoio do governo para desobstruir o acesso de pequenas e médias empresas ao mercado de capitais. A proposta terá dois pontos básicos: um pedido de créditos tributários a companhias que façam captações por meio da emissão de ações e a criação de fundos de investimento que irão comprar esses papéis e terão isenção do Imposto de Renda sobre ganhos de capital. Além disso, sugerem algumas facilidades nos trâmites da oferta inicial de ações para tornar o processo mais rápido.

Um grupo de trabalho discutiu a proposta durante dois meses e a encaminhará ao Ministério da Fazenda nos próximos dias. A ideia é atacar os dois pontos principais que impedem o acesso de empresas menores ao mercado: a falta de investidores interessados nesses papéis pouco líquidos e o custo de se manter uma companhia de capital aberto. (Págs. 1 e B2)


Preço do gás inviabiliza o uso industrial
Os altos preços do gás natural levaram à estagnação do consumo nos últimos quatro anos e afetaram seriamente a competitividade de setores que usam intensamente a matéria-prima. Esse é o diagnóstico de um estudo da Abrace, associação que representa grandes consumidores industriais de energia.

O Brasil tem o oitavo maior preço em um ranking de 46 países. O sistema de reajuste dos preços do gás aplicados pela Petrobras às distribuidoras estaduais é atrelado às variações do petróleo, mesmo após a descoberta do pré-sal e a redução da dependência do gás boliviano. Desde abril de 2007, houve alta de 184,8%. A estatal concede descontos, mas ainda assim houve um aumento de 100%. (Págs. 1 e A16)

Desavenças com conselheiro tiram Pandit do Citi
O diretor-presidente do Citigroup Inc, Vikram Pandit, de 55 anos, deixou ontem o cargo abruptamente, depois de um conflito com o conselho de administração sobre a estratégia e o desempenho do banco. Mike Corbat, de 52 anos, foi nomeado como seu sucessor.

A notícia da saída de Pandit após cinco anos no comando foi um choque. Ele havia deixado claro que pretendia permanecer como presidente ainda por vários anos. Durante sua gestão, o Citigroup devolveu a ajuda governamental que recebeu em 2008 e 2009, voltou ao lucro em 2010 e ganhou mais de US$ 11 bilhões no ano passado, depois de sofrer perdas pesadas durante a crise. (Págs. 1, B12 e C16)

TJ mantém índio da Costa sem dinheiro
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou pedido de Luiz Octavio índio da Costa, ex-controlador do Banco Cruzeiro do Sul, para ter seus bens liberados. O banqueiro, que ia trabalhar de helicóptero e ficou conhecido por festas suntuosas, com shows de Tony Bennett e Elton John, argumentou que o Regime de Administração Especial Temporário, determinado pelo Banco Central no Cruzeiro do Sul em junho, comprometeu “gravemente a sua subsistência e a de sua família”. Ele pediu a liberação ao menos dos rendimentos de CDBs. A tese dos advogados é que bens podem ficar bloqueados, mas não seu usufruto. Assim, ele teria direito a receber a renda dos CDBs.

De acordo com a decisão do STJ, o Cruzeiro do Sul teve a liquidação extrajudicial decretada e, portanto, todas as rendas do banco, inclusive as dos próprios controladores, só poderão ser sacadas quando se formar o quadro geral de credores. Foi uma decisão paradigmática, indicativa de que banqueiros que causam prejuízos às instituições devem responder pessoalmente pelas perdas. O Banco Central comemorou a decisão. (Págs. 1 e C1)

Transparência nas empresas é vital até nas horas difíceis
No fim de agosto, os funcionários da Brasil Foods receberam um e-mail do presidente da empresa, José Antonio Fay, em que ele explicava que, com os resultados financeiros mais fracos do primeiro semestre, ninguém receberia aumento ou promoções neste ano. Boletim com mensagem semelhante foi enviado a 12 mil funcionários da Mercedes-Benz, em São Bernardo do Campo (SP), anunciando o congelamento de promoções e salários em todos os níveis hierárquicos até janeiro de 2013.

A comunicação da decisão de congelar salários na Brasil Foods foi feita justamente para evitar a perda de funcionários essenciais. Transparência, segundo Gilberto Orsato, vice-presidente de recursos humanos da empresa, é a melhor forma de manter o engajamento da equipe. “Ela gera uma relação de confiança com os funcionários”, afirma Cláudio Neszlinger, consultor da Eteh Desenvolvimento Humano e ex-diretor de RH da Microsoft. (Págs. 1 e D3)


Caixa dois também sustenta fraudes eleitorais nos EUA
Enquanto o Supremo Tribunal Federal STF) se debruça sobre denúncias de lavagem de dinheiro no mensalão, o Judiciário americano faz discussão semelhante. A ação gira em torno de um político com fama nacional, acusado de lavar dinheiro para financiar campanhas eleitorais.

O réu é o ex-deputado pelo Partido Republicano Tom DeLay, líder da maioria na Câmara entre 2003 e 2005, no governo de George W. Bush. Ele é acusado de lavar dinheiro para ocultar a origem de doações empresariais diretas, proibidas pela legislação do Texas, para a campanha de deputados estaduais em2002. Assim como no mensalão, a defesa de DeLay argumentou que isso era prática corriqueira na política americana, um “mero caixa dois eleitoral”. (Págs. 1 e A12)

Calote agita mercado na Argentina
Um default de apenas US$ 250 mil da dívida do Chaco, a Província mais pobre da Argentina, voltou a desestabilizar o mercado financeiro do país. A Província pagou em pesos os juros de uma dívida emitida em dólar, de US$ 23 milhões. Essas operações são permitidas no país, mas a presidente Cristina Kirchner já adotou 23 medidas para restringir o acesso à moeda estrangeira.

No caso da dívida do Chaco, foi a primeira vez que um título público em dólar foi pago em pesos. Os credores receberam em moeda local pela taxa oficial — 30% abaixo da cotação da moeda americana no paralelo. A província se justificou citando resolução do Banco Central, mas a decisão foi mal recebida no mercado. A Moody’s colocou sob perspectiva negativa as dívidas de todos os devedores argentinos, alegando que o episódio demonstra a escassez de dólares no país. O ministro da Economia, Hemán Lorenzino, teve de confirmar que o governo paga hoje, com dólares, títulos de dívida externa. Ele criticou a Moody’s por andar “de mãos dadas com os especuladores”. O governo argentino quer captar dólares com emissão da YPF. (Págs. 1 e A13)

China dá sinais de fraqueza na atração de capitais. (Págs. 1 e B12)

Destaques: Irregularidades olímpicas
Mesmo a quatro anos da Olimpíada do Rio, o Tribunal de Contas da União já aponta uma série de irregularidades em convênios entre o governo federal e confederações de esportes. (Págs. 1 e A2)

4G deve receber R$ 4 bilhões
Fabricantes de equipamentos e operadoras deverão investir R$ 4 bilhões nos próximos 24 meses na tecnologia de quarta geração (4G) da telefonia celular, segundo estimativas da Anatel. (Págs. 1 e B3)

Com os pés no chão
A desaceleração da aviação mundial motivada pela crise econômica e a escalada de custos no setor aéreo trouxeram cautela ao planejamento de frota das companhias brasileiras. Otimismo, só depois de 2014. (Págs. 1 e B5)

Investimentos automotivos
As metas de desenvolvimento tecnológico e de engenharia impostas pelo novo regime automotivo devem levar a investimentos de pelo menos R$ 13,8 bilhões na indústria automobilística no país, segundo cálculos da Anfavea. (Págs. 1 e B7)

Cadeia do petróleo avança na Baixada
Empresas instaladas na Baixada Santista já são responsáveis por 5,6% das compras da Petrobras para a Bacia de Santos e a Refinaria Presidente Bernardes, em Cubatão, com negócios no valor de R$ 13,3 milhões. (Págs. 1 e B10)


Parceria estratégica para refinarias
A Petrobrás busca parcerias internacionais que possam oferecer expertise na construção das refinarias do Maranhão e Ceará. O projeto da última unidade construída no país» ainda na década de 1980, já não era da estatal. (Págs. 1 e B10)

Armadores buscam produtividade
Mesmo com problemas de calado, os navios de contêineres que escalam os portos brasileiros estão cada vez maiores. “A intenção é aproveitar a economia de escala, trata-se de uma tendência mundial e o Brasil não fica fora disso”, diz Julian Thomas, da Hamburg Süd. (Págs. 1 e B11)

Cenário melhora para arrozeiros do RS
Recuperação nos níveis dos reservatórios de água em função das chuvas e expectativa de preços maiores no ano que vem animam os produtores de arroz do Rio Grande do Sul. (Págs. 1 e B16)

Aposta no crédito privado
A queda dos juros básicos para níveis historicamente baixos ainda não trouxe o tão esperado vigor para a bolsa. Antes de colocar o pé na renda variável, os investidores em fundos têm dado preferência a papéis de crédito privado. (Págs. 1, D1 e D2)


Idéias: Martin Wolf
A combinação tóxica de aperto fiscal, sistemas financeiros fracos e intensa incerteza é mais ameaçadora na zona do euro. (Págs. 1 e A15)

Pedro Ferreira e Renato Fragelli
Folga fiscal com a queda dos juros deveria viabilizar a reforma tributária e não a distribuição casuística de isenções. (Págs. 1 e A15)

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