Por Cláudio Fajardo
Que Beto Richa não tem idéias todo o mundo político já sabe. Mas, e daí? Será que isso lhe tirará votos na eleição para o governo do Estado? Como se explicam sua eleição, reeleição e o prestígio que desfruta entre os eleitores?
Beto Richa não gosta da atividade política, ele gosta do glamour resultante do poder e do prestígio. Senão vejamos.
Max Weber, ao desenvolver sua teoria sobre a sociedade, chamou a atenção para o papel das idéias na a explicação da sociedade e das mudanças sociais. Uma vez que a cultura se baseia em símbolos, compreender os significados que as pessoas atribuem aos símbolos é essencial para poder se compreender a sociedade que se quer analisar. Weber desenvolve os conceitos de poder, prestígio e riqueza para distinguir as classes sociais.
Desfrutando do prestigio e do poder que seu pai tinha enquanto governador do Estado, Beto Richa casou-se com uma herdeira de banqueiros. Para o significado social de uma sociedade estratificada em classes sociais, ser poderoso, rico e prestigiado significa estar no topo.
Mesmo assim, isso não foi suficiente para dar-lhe a vitória em sua tentativa de eleger-se vereador em 1992.
Candidato a vereador derrotado, duas vezes deputado estadual, vice-prefeito e prefeito eleito e reeleito. Apesar da carreira política, Beto Richa não é caracterizado por um ideário político. A narração de sua própria atividade é enfadonha de tão pueril. Não há em seu discurso nenhuma idéia estrutural quer para Curitiba, quer para o Estado do Paraná. Sobre o Brasil então… não pergunte. Mas, uma pergunta deve ser feita: como um rapaz tão econômico nas idéias pode ser eleito e reeleito e, mesmo sem realizações marcantes, pode continuar desfrutando de prestígio político?
Boa aparência, roupa de grife, carrões importados, sempre bronzeado, andar de manequim…Para Beto Richa a sua atividade é desfilar na passarela, dar autógrafos, pousar para fotos, dar entrevistas e…fazer campanha, é claro. Atuará aí, no imaginário, popular uma identificação com objetos do desejo do entorno de Beto Richa.
Numa sociedade de consumo como a nossa, é possível que essa variável psicológica tenha alguma atuação, lembremo-nos de Collor. Mas, não é somente isso que explica o sucesso (no sentido de cadeia de acontecimentos) de Beto Richa. Há variáveis de natureza puramente política que contribuíram para tais coisas.
A eleição de Beto Richa para prefeito e, depois, a sua reeleição, contou com o concurso de uma larga aliança política. As elites do Paraná Tradicional, empresários, seguidores do Lernismo, banqueiros, empreiteiros, seguidores de Álvaro Dias e Osmar Dias, um rol de partidos de aluguel, seguidores do seu próprio pai, especuladores e mercenários das organizações populares corrompidas, a mídia corporativa, esse o leque que lhe deu a eleição.
Essas condições jamais se repetirão, já se podia dizer isso uma semana após a sua vitória na reeleição. Essa mesma aliança quase derrotou Roberto Requião no pleito em disputava a reeleição para o governo do Estado em 2006.
E agora como estão as coisas? Os partidos de aluguel estão se bandeando para Osmar Dias e, outros, tentando se recuperar moralmente e apóiam a Lineu Tomaz. As organizações populares se dividem entre todas as outras candidaturas. As forças econômicas estão divididas: o meio rural se divide entre Osmar Dias e Pessuti. O empresariado industrial está dividido também entre os dois. Os banqueiros estarão divididos entre Beto e Osmar. O movimento dos Sem-Terra estará, provavelmente, com Requião e Pessuti. Os políticos do Paraná Tradicional estarão majoritariamente com Beto, mas seu peso já não será tão grande eleitoralmente por causa da perda da sinergia. De importante mesmo para Beto sobrará o espectro do lernismo.
Já que citamos Weber no início, terminemos com ele. Weber considerava três tipos de autoridade legítima: tradicional, carismática e racional.
Como nós vivemos numa república e não numa monarquia e nem num regime religioso, o poder tradicional não lhe será ofertado e nem dado como herança. Quanto ao carisma, Beto não parece capaz de empolgar por seus talentos. Não demonstrou méritos para impor-se como autoridade racional-burocrática, ou seja: como gestor tecnicamente qualificado.
O prestígio dos carrões e das roupas de grife não lhe serão suficientes. Sendo assim, com a diluição das forças que o apoiaram nas últimas eleições e com a divisão do apoio da mídia corporativa, Beto Richa poderá ficar sem a prefeitura e amargará um humilde terceiro lugar na disputa pelo Palácio das Araucárias.
Que Beto Richa não tem idéias todo o mundo político já sabe. Mas, e daí? Será que isso lhe tirará votos na eleição para o governo do Estado? Como se explicam sua eleição, reeleição e o prestígio que desfruta entre os eleitores?
Beto Richa não gosta da atividade política, ele gosta do glamour resultante do poder e do prestígio. Senão vejamos.
Max Weber, ao desenvolver sua teoria sobre a sociedade, chamou a atenção para o papel das idéias na a explicação da sociedade e das mudanças sociais. Uma vez que a cultura se baseia em símbolos, compreender os significados que as pessoas atribuem aos símbolos é essencial para poder se compreender a sociedade que se quer analisar. Weber desenvolve os conceitos de poder, prestígio e riqueza para distinguir as classes sociais.
Desfrutando do prestigio e do poder que seu pai tinha enquanto governador do Estado, Beto Richa casou-se com uma herdeira de banqueiros. Para o significado social de uma sociedade estratificada em classes sociais, ser poderoso, rico e prestigiado significa estar no topo.
Mesmo assim, isso não foi suficiente para dar-lhe a vitória em sua tentativa de eleger-se vereador em 1992.
Candidato a vereador derrotado, duas vezes deputado estadual, vice-prefeito e prefeito eleito e reeleito. Apesar da carreira política, Beto Richa não é caracterizado por um ideário político. A narração de sua própria atividade é enfadonha de tão pueril. Não há em seu discurso nenhuma idéia estrutural quer para Curitiba, quer para o Estado do Paraná. Sobre o Brasil então… não pergunte. Mas, uma pergunta deve ser feita: como um rapaz tão econômico nas idéias pode ser eleito e reeleito e, mesmo sem realizações marcantes, pode continuar desfrutando de prestígio político?
Boa aparência, roupa de grife, carrões importados, sempre bronzeado, andar de manequim…Para Beto Richa a sua atividade é desfilar na passarela, dar autógrafos, pousar para fotos, dar entrevistas e…fazer campanha, é claro. Atuará aí, no imaginário, popular uma identificação com objetos do desejo do entorno de Beto Richa.
Numa sociedade de consumo como a nossa, é possível que essa variável psicológica tenha alguma atuação, lembremo-nos de Collor. Mas, não é somente isso que explica o sucesso (no sentido de cadeia de acontecimentos) de Beto Richa. Há variáveis de natureza puramente política que contribuíram para tais coisas.
A eleição de Beto Richa para prefeito e, depois, a sua reeleição, contou com o concurso de uma larga aliança política. As elites do Paraná Tradicional, empresários, seguidores do Lernismo, banqueiros, empreiteiros, seguidores de Álvaro Dias e Osmar Dias, um rol de partidos de aluguel, seguidores do seu próprio pai, especuladores e mercenários das organizações populares corrompidas, a mídia corporativa, esse o leque que lhe deu a eleição.
Essas condições jamais se repetirão, já se podia dizer isso uma semana após a sua vitória na reeleição. Essa mesma aliança quase derrotou Roberto Requião no pleito em disputava a reeleição para o governo do Estado em 2006.
E agora como estão as coisas? Os partidos de aluguel estão se bandeando para Osmar Dias e, outros, tentando se recuperar moralmente e apóiam a Lineu Tomaz. As organizações populares se dividem entre todas as outras candidaturas. As forças econômicas estão divididas: o meio rural se divide entre Osmar Dias e Pessuti. O empresariado industrial está dividido também entre os dois. Os banqueiros estarão divididos entre Beto e Osmar. O movimento dos Sem-Terra estará, provavelmente, com Requião e Pessuti. Os políticos do Paraná Tradicional estarão majoritariamente com Beto, mas seu peso já não será tão grande eleitoralmente por causa da perda da sinergia. De importante mesmo para Beto sobrará o espectro do lernismo.
Já que citamos Weber no início, terminemos com ele. Weber considerava três tipos de autoridade legítima: tradicional, carismática e racional.
Como nós vivemos numa república e não numa monarquia e nem num regime religioso, o poder tradicional não lhe será ofertado e nem dado como herança. Quanto ao carisma, Beto não parece capaz de empolgar por seus talentos. Não demonstrou méritos para impor-se como autoridade racional-burocrática, ou seja: como gestor tecnicamente qualificado.
O prestígio dos carrões e das roupas de grife não lhe serão suficientes. Sendo assim, com a diluição das forças que o apoiaram nas últimas eleições e com a divisão do apoio da mídia corporativa, Beto Richa poderá ficar sem a prefeitura e amargará um humilde terceiro lugar na disputa pelo Palácio das Araucárias.
Sou simpatizante e eleitor de Jose Serra. Voto no PSDB. Porém, se este "garoto irresponsável" nosso prefeito Beto Richa, insistir em ser candidato, TENHO CERTEZA que vamos pro buraco e lavamos Serra junto!
ResponderExcluirGersinho/CTBA
A direção Nacional do PSDB vai intervir e acabar com esta patifaria!
ResponderExcluirO articulista está coberto de razão.Só Alvaro Dias teria chance de resolver esta parada!
ResponderExcluirCarlos/Pilarzinho
Façam o que quiser, vou de Pessutão!
ResponderExcluirEsse aí falou, falou e viajou na maionese. Não entende nada de política.Beto é um vitorioso!
ResponderExcluirValdemir/CTBA
Gosto dos textos do professor Fajardo. Sempre coerente com os fatos. Parabéns!
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