ITALO NOGUEIRA
DO RIO
Com pouco tempo de TV, o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL), 43, lançou na tarde desta segunda-feira (11) candidatura para a Prefeitura do Rio de Janeiro esperando uma "primavera carioca" entre eleitores da cidade. DO RIO
A referência às revoltas no mundo árabe se refere à participação da juventude e uso das mídias sociais.
O deputado conta com o apoio de diversos artistas, entre eles o ator Wagner Moura, que foi à convenção do PSOL na Câmara Municipal do Rio, e os cantores e compositores Caetano Veloso e Chico Buarque.
O PCB declarou apoio à candidatura. O candidato a vice na chapa é o músico Marcelo Yuka.
Reprodução/Instagram/marcelofreixo | ||
Ator Wagner Moura discursa em evento de lançamento da candidatura do deputado estadual Marcelo Freixo |
"Não vou fazer disso uma guerra particular. A milícia não é um problema meu. É um problema do Rio. Porque se tem um candidato a prefeito nessa cidade que não pode ir para alguns lugares porque criminosos dominam, vamos combinar que esse é um problema do Rio de Janeiro. Isso deve ser tratado como um problema público, de todos, e não um problema exclusivo meu. Cabe ao Estado garantir que a campanha de todos os candidatos possa ser feita em todos os lugares", disse ele.
Freixo afirmou que vai lembrar na campanha a aliança do prefeito Eduardo Paes (PMDB), que tentará a reeleição, com o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), em crise política desde a divulgação de fotos ao lado de empresários em Paris. Mas disse que focará temas sobre a cidade.
Ele também ironizou lema de campanha de Paes em 2008 e de Cabral em 2010, a aliança entre governos federal, estadual e municipal.
"Daqui a dois anos, o governo federal vai estar em pé de guerra com o PMDB por causa da eleição do governo do Estado, onde o PMDB vai ter um candidato e o PT, outro. Se alguém acha uma boa relação importante, deve votar na gente", disse Freixo.
O PT deve lançar em 2014 o senador Lindbergh Farias ao governo do Rio e o PMDB, o vice de Cabral, Luiz Fernando de Souza, o Pezão.
O programa de TV do PSOL contará com apoio do cineasta José Padilha --diretor de "Tropa de Elite". O partido, porém, terá apenas um minuto. Freixo diz que aposta na militância e na campanha pela internet para ganhar visibilidade.
"A primavera árabe mexeu com toda estrutura de poder no mundo árabe e teve uma influência muito grande das redes sociais. Essa primavera carioca pode ser com a participação da juventude que está muito indignada e consegue ver na nossa candidatura uma luz, um espaço de esperança e participação", disse ele.
Símbolo do que chama de "aliança com a sociedade civil", a presença maciça de artistas foi comparada à campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 1989.
"É um movimento que não se vê na política brasileira desde 1989 na eleição de Lula. Ou seja, em que a intelectualidade se engaja numa causa, num ideal, num nome e projeto político da cidade do Rio", disse o deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP).
Freixo atacou a política de saúde e transporte da gestão do prefeito Eduardo Paes (PMDB), que tentará a reeleição. Disse ainda que o município se omite na segurança pública, principal área em que atua em seu mandato como deputado.
"O debate da segurança pública não é um debate estadual. A polícia é estadual. Mas uma sociedade segura não depende só da polícia. O papel da prefeitura é essencial. A prefeitura tem que disputar território. Quero brigar pela vida de cada menino do Rio que estamos perdendo para o tráfico e para a milícia. Isso cabe à prefeitura, não só à polícia", disse ele, em discurso na convenção.
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