terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Alvaro Dias recebe troféu de melhor senador do País

"Ele foi o vencedor do Prêmio em 2006 e já mostrou que é imbatível em votações pela internet". Foi assim que os apresentadores Cristina Serra e Heraldo Pereira, da TV Globo, convidaram o senador Alvaro Dias (PSDB/PR) para subir ao palco do auditório e receber o troféu de melhor senador do País.

Valorização da Instituição
A festa do Prêmio Congresso em Foco 2008 foi na noite desta segunda-feira (01/12), na sede do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), em Brasília. No auditório lotado, Alvaro Dias recebeu o troféu das mãos do presidente da OAB, Cezar Britto, e do diretor do Congresso em Foco, Sylvio Costa. Em um breve discurso, agradeceu os votos e a confiança dos internautas que, pela segunda vez, o elegeram. "Com este prêmio, o Congresso em Foco está valorizando a instituição parlamentar. O Legislativo tem sido achincalhado, mas é preciso mostrar o outro lado. Os parlamentares são passageiros, a instituição é definitiva. Preservá-la é preservar a democracia", disse.

O dobro dos votos
Alvaro Dias foi eleito melhor senador com o dobro dos votos do segundo colocado. Em dois meses, o site Congresso em Foco registrou mais de um milhão de votos. 42 parlamentares (26 deputados e 16 senadores) foram pré-selecionados por jornalistas que fazem a cobertura política no Congresso Nacional. Segundo o Congresso em Foco, o Prêmio foi criado para estimular os brasileiros a analisarem o desempenho dos parlamentares e a prestarem mais atenção no que se passa no Legislativo. "Com este prêmio, combatemos a imagem de que todos os políticos são iguais", disse o diretor do site, Sylvio Costa, na festa de premiação.

Público da festa
O troféu de melhor senador, recebido por Alvaro Dias, foi criado pela artista plástica Suzana Gouveia. O deputado Fernando Gabeira (PV/RJ) recebeu o prêmio de melhor deputado. Além do presidente do Senado, Garibaldi Alves, e dos parlamentares premiados, a solenidade contou com a presença de representantes do Sindicato dos Servidores do Poder Legislativo Federal (Sindilegis), da Associação dos Delegados da Polícia Federal (ADPF), do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do DF (SJPDF), da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) e da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe). A festa terminou com uma apresentação do grupo paulistano Samba de Rainha.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

MR8 sai do PMDB e vira Partido Pátria Livre

Leia o Documento do Comitê Central do MR8 que define a fundação do Partido Pátria Livre:

O Brasil vive um momento decisivo da sua história.

A crise econômica produzida pela especulação irrefreada dos monopólios para obter mega-lucros à margem da produção explodiu no coração de Wall Street e se alastra pela Europa e o Japão.
As superstições neoliberais, que livraram de qualquer controle social a ganância devastadora das feras, elevaram a níveis inauditos a desproporção entre a capacidade de produção e o nível de consumo das grandes massas empobrecidas – e acabaram por cobrar seu amargo preço.
Nunca houve período em que os monopólios desfrutassem de tamanha liberdade para afrontar a resistência a seus interesses com os métodos que derivam da sua condição intrínseca de perseguir um lucro além do obtido pela extração direta da mais-valia de seus empregados: fixação de sobrepreços, especulação, fraude, suborno, espionagem, chantagem, intimidação, assassinato, pilhagem e genocídio.

O grau de profundidade da depressão que fatalmente ocorrerá nos países mais atingidos está na razão inversa da capacidade dos governos e da mobilização popular de estabelecerem sólidos mecanismos de contenção dessas práticas - enquanto não for possível superá-las por um ordenamento econômico onde as empresas públicas ocupem o lugar dos monopólios privados.

Os monopólios são o fruto podre e envenenado do modo de produção capitalista. Brotaram da impotência do mercado frente ao processo de concentração e centralização do capital e se voltam contra ele para livrar-se das amarras da concorrência e impor sua tirania. Por isso já se disse, com muita propriedade, que seu surgimento anuncia o esgotamento do sistema.

Mas seria tolice pensar que o socialismo, por ser a alternativa mais avançada ao domínio dos monopólios, seja a única opção quando se trata de combatê-los efetivamente. O mercado não tem como evitar o nascimento de seus edipianos rebentos. E, manietado por eles, não pode restringir a sua ação. Mas o Estado, a depender da força que tenham dentro e fora dele os trabalhadores e o capital privado não-monopolista, pode contê-los. Mais: pode evitá-los, e inclusive eliminá-los, através da constituição de empresas estatais, sem que o socialismo tenha sido implantado. Portanto, não é recomendável fugir das complexidades da vida, porque a conseqüência seria trocar a luta política por um propagandismo estéril e imobilista.

Como toda a crise ocorrida no centro do sistema imperialista, esta também pode, em decorrência das medidas que adotemos para enfrentá-la, nos levar de roldão ou fortalecer a nossa independência.

Os monopólios de mídia e a oposição, em absoluta discrepância com os interesses da Nação, difundem toda a espécie de boatos, pseudoteorias e previsões alarmistas que possam ajudar a crise a se introduzir no país.

No afã de responsabilizar o presidente Lula pelas dificuldades econômicas que adviriam desta invasão, os corvos semeiam a desordem, sem medir as conseqüências. A perspectiva de poderem extrair algum dividendo eleitoral do sacrifício do país os cega para o alto preço que acabaria tendo que ser pago por todos.

No entanto, é perfeitamente possível derrotá-los mais esta vez, barrando a crise e acelerando o crescimento econômico.

Antes de mais nada, é preciso reduzir as taxas de juros astronômicas praticadas no Brasil.
Sem erradicar essa praga, cultivada pelos setores interessados em transferir renda do setor produtivo aos monopólios financeiros, nenhuma medida de combate à crise terá eficácia e sequer será levada a sério pelos agentes econômicos.

A própria imagem do Brasil no G-20 sofreria um dano considerável se ele fizesse internamente o oposto do que nosso presidente aprova e defende nas reuniões internacionais.

Paralelamente, é preciso intensificar o processo iniciado pelo governo Lula de fortalecer a ação do Estado na economia, através do investimento público, da expansão do mercado interno, da ampliação da infra-estrutura, da substituição de importações - e reforçá-lo com o controle sobre o fluxo de capitais e a regulação econômica estatal onde ela se fizer necessária. Em uma palavra: retomar e aprofundar o projeto nacional-desenvolvimentista, cujos alicerces foram plantados na era Vargas, e depositar no lixo da história os restos do modelo dependente em sua versão mais extremada, a neoliberal.

O projeto nacional-desenvolvimentista tem por base a aliança entre o Estado, os trabalhadores e o setor privado nacional para defender o país da voragem dos monopólios e promover, simultaneamente, crescimento econômico e distribuição da renda.

Historicamente, quando ele foi implantado, não tinha sentido falar de monopólios nacionais, pois eram todos externos, ainda que mantivessem filiais no Brasil.

Hoje, não se pode dizer o mesmo. No ramo financeiro, no das telecomunicações, mineração, siderurgia, petroquímica, construção e outros surgiram empresas nacionais - nove entre dez cevadas à sombra do criminoso processo de privatizações - que reproduzem as práticas
anti-sociais dos monopólios externos e compartilham com eles o espaço nos mesmos cartéis para açambarcar o mercado, esfolar consumidores, esmagar fornecedores e sugar o Estado, bloqueando, em conseqüência, o livre desenvolvimento das forças produtivas nacionais.
Confundir esses setores com o capital privado nacional não-monopolista seria um erro de conseqüências desastrosas. A pior coisa que o governo poderia fazer ao Brasil e a si mesmo no momento de empregar o máximo de firmeza para conjurar a ameaça de penetração da crise seria facilitar a qualquer espécie de monopólio privado o acesso aos recursos públicos, em detrimento dos setores que podem, de fato, alavancar o desenvolvimento: o setor estatal e o setor privado nacional não-monopolista.

Ao fazer balançar dentro dos EUA velhos mastodontes como o Citibank, a General Motors e outros tantos, a crise internacional abre largas avenidas para o desenvolvimento do Brasil. Mas nenhuma delas passa pelo fortalecimento da ação dos monopólios no interior da nossa economia.
Mostra disso foi dada com a escandalosa utilização do compulsório pelos bancos para adquirir patrimônios e não para liberar crédito conforme o prometido; com as falcatruas da Odebrecht, às expensas do BNDES, no Equador e na Venezuela; com as manobras da Vale do Rio Doce para catapultar o preço dos minérios; com o seqüestro das máquinas dos agricultores do Mato Grosso, por bancos que sequer lhes emprestaram recursos próprios, pois operavam como repassadores de recursos do BNDES; com a reedição da prática terrorista das montadoras de usarem as férias coletivas como prenúncio de demissões, apesar de receberem R$ 8 bilhões do setor público - Banco do Brasil e Nossa Caixa - para financiar as vendas de veículos.

É verdade que nosso dever de brasileiros nos obriga a assumir a defesa de qualquer empresa nacional (mesmo monopolista) nas eventuais disputas resultantes de suas contradições com os monopólios externos, pois as primeiras não têm por meta remeter lucros - declarados ou não - para fora do país.

Porém, o mais importante é deixar claro para o conjunto da sociedade o antagonismo entre os monopólios privados de qualquer origem e a perspectiva de desenvolvimento com distribuição da renda, o único que interessa aos trabalhadores e à esmagadora maioria do empresariado nacional - pois crescimento econômico com concentração da renda é, e não tem como deixar de ser, a ante-sala de todas as crises.

Ao contrário dos monopólios externos, cujos 500 maiores controlam através de 420 filiais cerca de 40% da nossa economia, os monopólios nacionais não chegam a duas dezenas. A médio prazo, têm apenas duas possibilidades: serem engolidos por monopólios externos ou cruzarem as fronteiras para piratear os vizinhos. Como a formação histórica, social e cultural do Brasil é um poderoso freio ao exercício do segundo papel, o caminho que acabaria se impondo seria a desnacionalização dessas empresas.

Portanto, a idéia de compensar a drenagem de nossos recursos para fora, realizada pelas multinacionais estrangeiras, com a drenagem de recursos para dentro, através de “multinacionais brasileiras”, é um atalho que leva ao precipício. Ilusão vadia, dispendiosa e suicida, quando implica em retirar recursos vitais à expansão da produção interna para financiar via BNDES - ou seja, com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador - uma versão caricata da aventura ultramarina.

Hoje, mais do que nunca, o que interessa ao povo brasileiro é avançar no caminho indicado pelo presidente Lula com o PAC: crescimento econômico com expansão do mercado interno - mais produção, mais emprego e mais salário.

Para isso é indispensável ampliar, no interior da economia nacional, o peso do setor estatal e do setor privado nacional não-monopolista em relação aos monopólios, pois no Brasil, assim como no mundo, são eles a fonte dos maiores problemas e das maiores desgraças.
Ao enfraquecê-los, a crise internacional nos oferece uma oportunidade ímpar de acelerar esse processo. Não devemos desperdiçá-la.

Os mais de 40 anos de experiência do Movimento Revolucionário 8 de Outubro nas lutas políticas e sociais do nosso povo nos dão a convicção de que para fazer frente a esse momento é imprescindível o registro de um novo partido político no Brasil.
Esse partido deve se guiar por cinco pressupostos básicos:

1º. Que na atual etapa do nosso desenvolvimento histórico a principal questão da luta mais ampla e fundamental pelo avanço da democracia está na superação das relações de produção dependentes, ou seja, na conquista da plena independência nacional.

2º. Que esta luta corresponde às necessidades e interesses de todos os setores da sociedade brasileira, à exceção dos monopólios, e implica na constituição de uma frente de forças políticas e sociais que abrace e transforme cada vez mais em realidade viva o projeto nacional-desenvolvimentista.

3º. Que politicamente esta frente está hoje constituída pelos partidos que integram a base do governo, com destaque para o PT e o PMDB, que são os maiores e mais influentes. A principal expressão e o principal líder dessa aliança é o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Fora dela o que existe é o retrocesso. Por isso, utilizar reais ou supostas limitações da frente para combatê-la, ao invés de lutar para impulsioná-la, só tem levado setores que se pretendem à esquerda ao vexatório papel de linha auxiliar das viúvas do neoliberalismo encasteladas no PSDB e no Dem.

4º. Que o ritmo de desenvolvimento de todo esse processo de lutas é ditado pelo grau de consciência e organização de seus maiores interessados, os trabalhadores. Portanto, a atuação do partido no movimento sindical e nos movimentos sociais é fundamental e decisiva.
5º. Que no horizonte da luta pela ampliação da democracia está a construção de uma sociedade socialista, onde o mercado, ao invés de devastado pelos monopólios, seja superado pelo planejamento consciente do conjunto das atividades econômicas, à medida que os meios de produção se convertam em propriedade pública, através de um Estado que incorpore crescentemente às suas atividades as amplas massas da população, até esgotar seu papel e extinguir-se.

Da letra do Hino da Independência vem o nome deste novo partido que convocamos a brava gente brasileira a construir conosco: Partido Pátria Livre. Porque é exatamente disso que se trata: concentrar todas as energias para completar a grande obra da independência nacional.
Esta obra ainda não foi concluída. Várias gerações de brasileiros ao longo da história deram o melhor de si para desenvolvê-la e obtiveram êxitos notáveis. A maior parte dessa construção, que começou com Tiradentes, passou por Getúlio e chegou a Lula, já foi realizada. Mas a que falta deixa o país e o povo vulneráveis à espoliação externa que tolhe o nosso desenvolvimento econômico, político, social e cultural.

Concluí-la aceleradamente será o principal objetivo do Pátria Livre.

O primeiro passo dessa caminhada é recolher as 500 mil assinaturas, até o mês de junho de 2009, para que o PPL possa apresentar seus candidatos às eleições de 2010.
Aos companheiros do PMDB, com os quais tivemos a honra de conviver por mais de 30 anos no interior da mesma estrutura partidária, repartindo o pão, as glórias e eventuais desventuras, o nosso sincero e comovido reconhecimento. Seguiremos juntos na grande frente nacional que se aglutina em torno do presidente Lula, pela qual tanto nos batemos e que, ainda mais do que antes, continuará a contar com a nossa plena dedicação.

São Paulo, 7 de dezembro de 2008
Comitê Central do Movimento Revolucionário 8 de Outubro

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Copom afronta Lula e mantém juro; Fiep pede mudança no BC

O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu ''ainda'' manter a taxa básica de juro (Selic) em 13,75% ao ano, sem viés nem de alta e nem de baixa. A decisão, condenada por protestos das centrais sindicais e uma ''calamidade inaceitável'' por entidades patronais, é também uma afronta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, segundo os rumores que chegaram à imprensa nos últimos dias.

A decisão veio após quatro horas de reunião. A lacônica nota oficial de praxe admite desta vez que ''a maioria dos membros do Comitê discutiu a possibilidade de reduzir o juro'', mas anuncia que a decisão tomada, ''ainda'', foi ''por unanimidade''. Veja a íntegra da nota:
''Tendo a maioria dos membros do Comitê discutido a possibilidade de reduzir a taxa básica de juros já nesta reunião, em ambiente macroeconômico que continua cercado por grande incerteza, o Copom decidiu por unanimidade, ainda manter a taxa Selic em 13,75% a. a., sem viés, neste momento. O Comitê irá monitorar atentamente a evolução do cenário prospectivo para a inflação com vistas a definir tempestivamente os próximos passos de sua estratégia de política monetária.''

Finanças dizem amém, indústria não
Conforme a liturgia do Banco Central, a ata desta reunião será divulgada em 18 de dezembro, próxima quinta-feira, às 8h30. A próxima reunião do Copom ocorre nos dias 20 e 21 de janeiro de 2009.

A taxa Selic está em 13,75% desde 10 de setembro de 2008, após sucessivas majorações que a elevaram em 2,5 pontos. Essa é a segunda estabilidade seguida da taxa, após a do fim de outubro.

Entre os analistas das chamadas instituições financeiras, esta era a previsão amplamente majoritária. De 60 dessas instituições consultadas pelo AE Projeções, 58 esperavam a manutenção da taxa e apenas duas aguardavam redução, com o menor índice conforme a praxe do Copom, de 0,25 ponto porcentual.

Já na esfera do chamado capital produtivo, a primeira reação foi francamente crítica: o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Rodrigo da Rocha Loures, afirmou que é preciso mudar a condução do Banco Central. “Ao manter a taxa básica de juros em 13,75% ao ano a equipe do Banco Central se mostrou obsoleta para lidar com o cenário e os efeitos da crise”, disse.

Horas antes, as manifestações promovidas pelas centrais sindicais na tentativa de sensibilizar o Copom insistiram nesta mesma tecla: 'Ou caem os juros, ou cai Meirelles', foi a palavra-de-ordem (clique aqui para ver mais).

''Uma verdadeira calamidade''
Na avaliação do dirigente da Fiep, deixar a taxa neste nível representa a validação de uma política recessiva. “Não podemos aceitar a decisão do Copom. Ela se mostra uma verdadeira calamidade ao não agir para evitar a destruição do espírito empreendedor que fez o país crescer nos últimos anos. O governo precisa agir rápida e pesadamente em favor da produção, ajustando a política monetária e cambial para que tenhamos capacidade de financiar o setor produtivo”, destaca.

“Não se justifica o uso da pseudo-ortodoxia em vigor em nome de uma suposta ameaça inflacionária que só é enxergada pelos `guardiões da moeda`. Em termos do balanceamento de riscos entre inflação e recessão, não há nenhuma dúvida de que o risco de recessão é muitíssimo maior e possui, caso se confirme, conseqüências mais negativas para a economia como um todo”, argumentou Rocha Loures.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Centrais mobilizam 35 mil em Brasília pelo desenvolvimento

Vindos de todos os cantos do país, mais de 35 mil trabalhadores, sob forte chuva que atingiu o Plano Piloto, ocuparam a Esplanada dos Ministérios, nesta quarta-feira (3), para defender medidas que afastem os efeitos da crise internacional do Brasil e mantenham o crescimento econômico e a geração de empregos. A manifestação fez parte da já tradicional Marcha Nacional da Classe Trabalhadora, que este ano chegou a sua quinta edição.

Embora portando uma pauta com 18 propostas, a redução da taxa básica de juros foi a frase mais proferida pelos dirigentes da CUT, Força, CGTB, CTB, Nova Central e UGT, que além de marcharem por mais de seis quilômetros do estádio Mané Garrincha até o Congresso, tiveram uma agenda cheia de reuniões com representantes do Executivo, Legislativo e Judiciário.

“Viemos mostrar ao presidente Lula que a classe trabalhadora está unida e mobilizada para defender as medidas necessárias para não deixar que o Brasil seja atingido pela crise. A primeira, e mais importante delas, é que é preciso parar com essa política econômica perversa de juros nas alturas. É preciso dar uma demonstração para a sociedade e abaixar os juros. Em segundo lugar, precisamos controlar o fluxo de capitais, dar um basta na farra das multinacionais, que remetem bilhões para as suas matrizes e aparecem de pires na mão diante do governo para pedir dinheiro, ameaçando com demissões. Não somos contra as empresas remeterem lucros, mas não da forma como está sendo feito. Uma parte do dinheiro deve ser reinvestido no Brasil”, afirmou o presidente da CGTB, Antonio Neto.

Após a caminhada, os trabalhadores realizaram um ato político em frente ao Congresso Nacional, contando com a presença de uma série de parlamentares que foram manifestar o apoio às reivindicações das centrais. Um deles a discursar, o deputado Vicentinho (PT-SP), foi portador da notícia de que duas das bandeiras da Marcha haviam tido um andamento significativo neste mesmo dia. O parlamentar informou que a Convenção 151 da OIT (que regulamenta a negociação coletiva no serviço público), tinha sido aprovada na Comissão de Trabalho da Casa e seria remetida ao Plenário. A segunda viria a se concretizar logo a tarde, quando o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia, anunciou que pediria regime de urgência para a tramitação do projeto que prevê a redução da jornada de trabalho para 40 horas sem redução de salário.

Encerrada a manifestação, considerada a maior das cinco já realizadas, os dirigentes das centrais foram recebidos, inicialmente, pelo ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, Luiz Dulci, e na sequência pelo ministro do Planejamento, Paulo Bernardo. De acordo com o presidente da CUT, Artur Henrique, as centrais foram dar seguimento à agenda apresentada para o ministro Dulci e para o próprio presidente Lula na semana passada.

Artur afirmou que as centrais cobraram do governo urgência na criação de mecanismos que proporcionem, por um lado, que o dinheiro liberado pelo governo através do compulsório e dos empréstimos públicos chegue às empresas e, por outro, que os financiamentos assegurem contrapartidas sociais. O presidente cutista disse que é um absurdo uma empresa como a Vale do Rio Doce, que recebe financiamentos do BNDES, que tem participação acionária de fundos de pensão das estatais, anunciar a demissão de 1.400 trabalhadores.

“Nós queremos que o governo reduza os juros, para que o dinheiro chegue na produção. Queremos que o governo baixe o superávit primário, para que sobre dinheiro para investir na infra-estrutura. Nós precisamos que o governo acabe com o fator previdenciário. Queremos que o governo corrija a tabela do imposto de Renda e propomos que o governo faça uma nova tabela par quem ganha mais, pague mais, e quem ganha menos, não pague imposto. Nós queremos também aumentar as parcelas do seguro desemprego. Queremos ainda que todas as empresas que recebem dinheiro público garantam os empregos dos trabalhadores”, destacou o presidente da Força, Paulo Pereira da Silva (Paulinho), ao discursar no final da Marcha.

No documento entregue pelos sindicalistas, assinado pelos presidentes da centrais citadas acima e pelos presidentes da UGT, Ricardo Patah, e da NCST, José Calixto Ramos, os trabalhadores enfatizam que a desregulamentação da economia pelo modelo neoliberal provocou a crise e que é necessário uma maior intervenção e controle estatal na atividade econômica. “Assim, é fundamental uma intervenção rápida, correta e decisiva do Estado brasileiro, para impedir que estes efeitos se espraiem sobre todos os setores, interrompendo bruscamente um processo de crescimento econômico em curso desde 2004”, diz o texto.

Segundo o presidente da CTB, Wagner Gomes, a marcha teve o objetivo de “dizer que o governo precisa baixar os juros, para dizer que o superávit deve ser usado em investimentos”.

A CUT ainda agendou para depois da V Marcha um ato público em frente ao Ministério do Trabalho, cobrando o envio e a aprovação do projeto de lei que institui a contribuição negocial, além da revogação da instrução normativa que institui o desconto da contribuição sindical para os servidores públicos.

Fonte: Hora do Povo

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Presidente da Petrobras desmente Miriam Leitão

Em carta direcionada a Miriam Leitão, colunista de O Globo, o presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli recomendou a ela que faça “comentários baseados em fatos e dados e não em informações inverídicas.” Ao comentar o empréstimo de R$ 2 bilhões feito pela estatal do petróleo junto à Caixa Econômica Federal (CEF), a jornalista diz que se a revelação do mesmo veio de um senador da oposição, as críticas feitas pelos jornalistas especializados são técnicas.

“Não é verdade que a revelação do empréstimo da CEF veio de um senador da oposição. Os dados deste empréstimo foram publicados, de forma absolutamente normal, nas informações regulares que prestamos às autoridades e a todo o mercado financeiro quando da divulgação do nosso balanço trimestral”, diz Sérgio Gabrielli.

Segundo ele, os dados poderiam se acessados no site da empresa na seção de relatórios financeiros. “Ele está reportado nas Informações Trimestrais - ITR do terceiro trimestre de 2008, nas páginas 84 e 85, que foram arquivados na Comissão de Valores Mobiliários e amplamente divulgados pela Petrobras em 11 de novembro de 2008”, explicou.

Diz a jornalista, depois de ressaltar a robustez da empresa e uma extraordinária história de crescimento, que por ter como acionista o controlador do Tesouro e milhões de acionistas, teria que prestar contas, “ter accountability e transparência”.

O presidente da empresa afirma que também não é correta a “insinuação de que a empresa não possui critérios contábeis transparentes.” “Adotamos práticas e procedimentos de forma amplamente reconhecida pelo mercado e analistas como dos mais transparentes da indústria. Atendemos a todos os requisitos contábeis da legislação brasileira e dos Estados Unidos da América”, refuta.

Ele ressalta que o empréstimo da CEF de fato apresenta algumas “singularidades” pelo seu volume e por ter sido realizado com instituição bancária brasileira no mercado nacional. “Singular, aliás, é o momento que vivem o mercado financeiro e as empresas em todo o mundo em conseqüência da grave crise originada pelos Estados Unidos e países ricos.”

Até recentemente, segundo ele, a empresa vinha realizando de forma trivial, operações semelhantes no mercado internacional, “mas sem a repercussão provocada pela politização, muitas vezes irresponsável, tão conveniente à oposição.”

Explicação técnica
A colunista diz que a empresa informou que gastou R$ 4,9 bilhões subsidiando o diesel, o que para ela “é uma informação espantosa, por vários motivos.” Afirma que o diesel é uma ferida na imagem da empresa.

“Quem acompanhou o debate sabe que o Conama aprovou uma resolução, em 2002, para reduzir o teor de enxofre no diesel, que é de 500 partes por milhão (ppm) nas grandes cidades e 2.000 partes por milhão no resto do país.”

Para ilustrar o disparate, a jornalista revela que no México são 50 ppm, nos Estados Unidos 10 ppm e na Europa 5ppm. “O mundo caminha para limpar o enxofre do diesel, pelos terríveis efeitos nocivos que ele tem na poluição atmosférica e na saúde da população”, argumenta.

“A informação lateral que se tem, a partir do caso Caixa-Petrobras, é que a empresa tem comprado lixo no mundo. O mundo não quer mais um diesel tão sujo. E o contribuinte e o acionista têm subsidiado o consumo de um produto que o consumidor, se pudesse escolher, rejeitaria. É uma situação absurda”.

Gabrielli diz que é mentirosa a afirmação de que a resolução do Conama define limites para a redução do enxofre. “Ela (a resolução) se refere a emissões de particulados, o que não é tecnicamente a mesma coisa.”

Também explica que é equivocada a relação que a colunistas faz entre importações e presença de enxofre do diesel. “A diferença entre preços de importação e vendas do mercado brasileiro se ampliou devido ao ritmo rápido de aumento dos preços internacionais em meados do ano de 2008, quando o preço do barril atingiu a faixa dos 140-150 dólares.”

Entre outras divergências, o presidente da Petrobras lamentou os comentários da colunista que, na sua opinião, possui uma visão preconcebida sobre as motivações políticas das empresa e que as críticas que são feitas tem origem técnica.

“Não concordo com esta visão e acredito que a maior parte das críticas neste momento é motivada por razões profundamente políticas e ideológicas, sem embasamento técnico”, conclui.

Fonte: Portal Vermelho

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

O SONHO BOLIVARIANO

Paulo Roberto Aguilera

Verdade que nós brasileiros conhecemos muito pouco Simon Bolívar. Na verdade conhecemos muito pouco também Tiradentes.

A verdade é que Bolívar tinha um sonho, o de unificar toda nossa América. Por circunstâncias somos os únicos latinos que falamos Português.

Há tempos vem ocorrendo um fenômeno em nossa latinoamerica. Governantes identificados à "esquerda" têm vencido seguidos pleitos eleitorais, quando não, chegam muito próximo da vitória.

Mesmo na Colômbia que tem uma das mais "tristes-putas" classe política, com um narco-traficante na presidência da república, surge uma esperança de saída política. Na Colômbia, a esquerda teve quase 3.000 lideranças, deputados, senadores covardemente assassinados e mesmo assim a "gorda Imprensa" não entende o surgimento e manutenção das FARC's. Mesmo lá o "Pólo Democrático" através de seu candidato Carlos Gaviria obteve quase 3 milhões de votos!

No Peru, mesmo com todo terrorismo Ollanta Humala, quase vence as eleições e hoje passado dois anos das eleições é a principal liderança do povo Peruano diante do desgastado e repudiado Allan Garcia.

Nosso querido Paraguay se levanta e elege Fernando Lugo! O sexagenário partido Colorado, finalmente foi defenestrado, e pela "esquerda".

Nosso grande México(pobrezinho tão longe de Deus e tão perto dos EUA) não fosse texana fraude, a "tsunâmica" fraude, estava sob a direção de López Obrador, mesmo oriundo do PRI, representa a nova base do Nacionalismo, è hoje a principal liderança política mexicana e não tarda sua chegada ao poder.

A tibiês da Chilena Bachelet e do companheiro Tabaré no Uruguai, terá suas nuances com o advento da crise, óbvio, no leito da esperança se elegeram, comportadinhos ficaram, agora terão que se "picar". Merecem nosso crédito, mas SE PICA! Tabaré!

A Nicaraguá menina, luta bravamente e tenta resistir com o companheiro Ortega. El Salvador com sua heróica Frente Farabundo Martí, terá titânica tarefa para se levantar mas também é a única esperança de seu povo diante da covarde postura dos EUA.

Nosso querido amigo, comandante e líder da Revolução Bolivariana, Hugo Chavez, acaba de vencer mais uma eleição, se não me engano, a décima! E a "Imprensa Gorda" ainda tenta questionar a democracia venezuelana. Como pregou na campanha, Chavez irá APROFUNDAR A DEMOCRACIA!

Rafael Correa restabelece a dignidade e a soberania aos irmãos Equatorianos, Beleza!

E nossa historicamente usurpada BOLÍVIA? Vê ressurgir a sombra ou ao "grande espectro" de CHE a construção de uma Nova Política! Evo Morales derrotou os golpistas, os assassinos, venceu as eleições e mandou o Agente Terrorista da CIA, disfarçado de embaixador, Picar a Mula!, voltar as profundezas do inferno com seu Pai, o Bush.(El diablo estuvo acá)

Brasil, a meu Brasil brasileiro...

Vamos lá LULA querido, solta o serviço rapaz! Aproveita a Marola e despacha o Meirelles e sua "curríola". Não perca o bonde da história!

E pra não perder a rima, que não era intenção, ficará pra traz, com a brocha na mão...

Paulo Roberto Aguilera é jornalista, sociólogo e colaborador do BÓIA.