quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Governo paga R$ 6,2 mi por projeto fantasma para Copa

Cartolas de Corinthians e Palmeiras envolvidos em escândalo do Ministério do Esporte

Agência Estado

O governo federal repassou R$ 6,2 milhões a um sindicato de cartolas do futebol para um projeto da Copa do Mundo de 2014 que nunca saiu do papel. Sem licitação, o Ministério do Esporte contratou o Sindicato das Associações de Futebol (Sindafebol), presidido pelo ex-presidente do Palmeiras Mustafá Contursi, para fazer o cadastramento das torcidas organizadas dentro dos preparativos para a Copa. O contrato foi assinado no dia 31 de dezembro de 2010 e todo o dinheiro liberado, de uma vez só, em 11 de abril deste ano. O projeto, porém, jamais andou.

O Ministério do Esporte foi célere em aprovar o convênio, entre novembro e dezembro de 2010, com base em orçamentos e atestados de capacidade técnica apresentados pelo sindicato. O jornal O Estado de S. Paulo obteve os documentos. O negócio rápido e milionário teve um empurrão oficial de Alcino Reis, assessor especial de futebol do ministério e homem de confiança do ministro Orlando Silva (PC do B) - de quem é correligionário no PC do B.

O convênio, que faz parte do projeto Torcida Legal, foi assinado por Reis e pelo secretário executivo do ministério, Waldemar Manoel Silva de Souza.

As empresas que aparecem como responsáveis pelos serviços do projeto nunca foram contratadas pela entidade dos cartolas, dirigentes de clubes, que leva o nome oficial de Sindicato Nacional das Associações de Futebol Profissional e suas Entidades Estaduais de Administração e Ligas (Sindafebol). Os atestados de capacidade técnica entregues ao governo, por exemplo, foram feitos pelo próprio sindicato.

Ontem, questionado pela reportagem do jornal, o presidente do Sindafebol admitiu que a entidade não tem estrutura para tocar o convênio. "Dissemos ao ministério que nunca tínhamos feito isso. O sindicato não tinha experiência, e se colocou à disposição do ministério", disse ontem Contursi, ao justificar a paralisia do projeto. Os R$ 6,2 milhões recebidos, afirmou, estão parados numa conta bancária controlada por ele próprio.

O cartola admitiu que, diante das dificuldades do sindicato em cumprir as metas, a execução do contrato poderá ser "reavaliada", contrariando o discurso do governo de que tudo está dentro do planejado. O Ministério do Esporte alega que escolheu o Sindafebol, sem licitação, por ser mais "adequado" para tocar o projeto.

O convênio foi assinado em 31 de dezembro com vigência até o fim do ano. Em maio, porém, foi prorrogado até março de 2012.

Empresa
No processo do convênio assinado com o Esporte, o qual o Estado teve acesso, o sindicato informou que subcontrataria, por R$ 3,3 milhões, a empresa Mowa Sports para desenvolver o software do cadastramento, locação de equipamentos eletrônicos, entre outras coisas. Procurada pelo Estado, a empresa afirmou que não assinou contrato com o sindicato.

"A Mowa Sports esclarece que não emitiu nenhuma nota fiscal nem recebeu nenhum pagamento relacionado ao assunto em referência. A Mowa Sports tinha todo o interesse em participar do projeto Torcida Legal e desenvolver ações de mobilidade digital, porém deixou de ser procurada meses atrás pelos responsáveis", diz nota da empresa.

Esporte
O presidente do Sindafebol, Mustafá Contursi, disse que a entidade está analisando se poderá executar todo o projeto do Ministério do Esporte até o fim do prazo do contrato (março de 2012).

Os esclarecimentos do sindicato sobre o tema contrastam com os argumentos do Ministério do Esporte para a celebração do convênio. O ministério não acusa atraso nos trabalhos. "O convênio com o Sindicato do Futebol foi considerado mais adequado, pois aproxima o poder público dos clubes e das torcidas", justificou.

O assessor especial de futebol do Ministério do Esporte, Alcino Reis, não respondeu à reportagem do Estado. Ele teria sido um dos principais interlocutores de Contursi nas negociações prévias à apresentação da proposta de cadastramento dos torcedores. Reis foi avalista da capacidade técnica. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Metendo os Peitos: Prognósticos da Rodada

por Carolaine

Jogos da vigésima rodada:

Corinthians x Grêmio – No primeiro turno o Corinthians venceu em pleno estádio Olímpico e tentará agora manter a liderança na competição. O time do técnico Tite vem contando com a sorte para manter-se no topo; foram apenas duas vitórias nas últimas nove rodadas. Os Alvinegros precisam voltar a vencer para recuperar a confiança, mas enfrentarão um Grêmio embalado pela vitória no clássico gaúcho e pressionado pela má colocação na tabela. Resultado imprevisível, mas promessa de um jogo quente.

Vasco x Ceará – O Vasco jogará em situação desconfortável pela ausência de seu técnico, porém a equipe deve buscar a vitória em sua homenagem. Além disso, o time pode também alcançar a liderança, dependendo de outros resultados na rodada. O favoritismo é dos cariocas, que venceram o Vozão na primeira rodada em Fortaleza, no entanto o Ceará tem uma boa equipe e pode surpreender.

Atlético-GO x Coritiba – No Serra Dourada o Dragão enfrentará o Coxa visando manter a boa fase e a excelente sequência de vitórias que vem construindo. O time de Curitiba por sua vez vem de dois empates consecutivos e tem como meta recuperar em Goiás os três pontos perdidos para o Rubro-Negro no primeiro turno. A partida promete muita correria e trabalho para os goleiros, pois as duas equipes têm característica ofensiva.

Atlético-PR x Atlético-MG – Confronto direto entre dois times que estão na zona do rebaixamento, o jogo promete ser muito disputado. Na primeira rodada o Galo venceu por 3x0, mas agora o favoritismo é do Furacão, por jogar em casa e por estar em um momento melhor. Apesar da péssima fase dos mineiros, esse é um jogo tido como de “seis pontos” e os visitantes não devem se entregar facilmente.

Cruzeiro x Figueirense – O Cruzeiro tentará provar que sobrevive sem Montillo. O argentino, o goleiro Fábio e o zagueiro Naldo estão suspensos e não poderão enfrentar o Figueirense. Além das suspensões Joel Santana também não contará com os lesionados: Wellington Paulista, Diego Renan, Gilberto e Ortigoza. Tarefa difícil escalar a Raposa nessa rodada. O time catarinense venceu no primeiro turno e tentará repetir o feito agora como visitante para esquecer a derrota no clássico.

São Paulo x Fluminense – O São Paulo venceu este confronto na primeira rodada e precisará vencer novamente para garantir a continuidade no G4. Colecionando tropeços, o Tricolor do Morumbi precisa voltar a jogar sem tanto medo de perder se quiser manter-se na briga pelo título. O Fluminense continua tendo altos e baixos, tornando as previsões sobre seus jogos cada vez mais complicadas. O time das Laranjeiras não terá Rafael Moura (suspenso), e Abel Braga deve escalar Ciro para substituí-lo.

Botafogo x Palmeiras – Promessa de um bom jogo no Engenhão! O Botafogo vem em grande fase na competição e entrará em campo com um leve favoritismo, mas enfrentará um adversário duro na queda. O Palmeiras pode não assustar muito na parte ofensiva ultimamente, porém defende-se muito bem e tem uma poderosa (apesar de manjada!) arma nas bolas paradas de Marcos Assunção. O time de Felipão venceu no primeiro turno e deve buscar mais uma vitória, já que esse é um confronto direto pela zona da Libertadores. O time mandante jogará sem Antônio Carlos (lesionado), e o visitante sem Valdívia (na seleção chilena), Maikon Leite e Dinei (lesionados), Luan (suspenso) e Marcos (poupado).

Internacional x Santos – Mais um jogo que tem tudo para ser um belo espetáculo. Grandes goleadores em campo e uma enorme bagagem de títulos conquistados em 2011 pelos dois lados. No primeiro turno o confronto terminou empatado em 1x1, porém na atual fase acreditamos em um placar mais elástico. A última rodada não foi boa para nenhum dos dois times, e a vitória de qualquer um deles agora seria absolutamente normal. Sem zebras nem palpites, apenas a expectativa de um jogo melhor do que o da primeira rodada.

Avaí x Flamengo – O que esperar do Avaí após a excelente vitória no clássico? E do Flamengo após o apagado empate com o Vasco? O Leão buscará revanche do 4x0 sapecado pelo Rubro-Negro no primeiro turno? Perguntas sem resposta até o apito final, no entanto, apesar das ausências de Alex Silva, Júnior César e Welinton, o vice-líder dificilmente não figuraria como favorito. Para o time de Florianópolis apenas a vitória interessa, portanto o jogo deve ser aberto e o talento de Ronaldinho pode aparecer e voltar a resolver para o Flamengo.

Bahia x América-MG – O Bahia perdeu na primeira rodada para o Coelho e pretende devolver na mesma moeda. O time de René Simões precisa espantar a sombra de uma crise, instalada pela sequência de quatro partidas sem vitória e piorada desde a saída de Jóbson. Mesmo sem o grande goleiro Marcelo Lomba e apesar da má fase, o Tricolor é favorito na partida. O América não conseguiu vencer nem mesmo quando parecia ter melhorado seu rendimento. O time saiu de campo na última rodada mais abatido do que o de costume. A primeira vitória do Coelho como visitante seria uma surpresa, mas equipes desesperadas também podem ser perigosas.

Ninguém apoiou Kadafi, nem mesmo seus irmãos de raça e de religião.

tribuna na internet

Welinton Naveira e Silva está coberto de razão quando diz que a rebelião na Líbia, tem pouco de “espontânea” e muito de “petróleo”. Não pela matéria-prima em si, que o Império compra a vontade em troca de papel pintado de verde (US$ Dollar), mas pela questão do PODER. Na Líbia houve uma luta de Poderes.

O líder Kadafi pode não ter cometido gigantescos crimes contra a Humanidade, mas seguramente cometeu gigantescos crimes de “quebra de Contratos Internacionais de Exploração de Petróleo e Gás”. Veja, eu como brasileiro, não julgo a suas decisões com as multinacionais, mas entendo as consequências (como diz o Sr. José Reis Barata: “Quem não aguenta c/ o peso, que não pegue na rodilha”).

Depois de duas ou três rodadas de expropriações e chamada de novas companhias petrolíferas para tocar o negócio, nessa última vez se preparava para “renegociar” principalmente com a BP inglesa, a Total francesa e a ENI italiana, e convidou empresas da China, Rússia, Índia e a Petrobrás do Brasil, que já tinha uma operação limitada na Líbia, para assumirem os ativos das companhias das antigas Potências Coloniais.

Como os tempos estão “bicudos” para as Potências Ocidentais e como o Sr. Welinton Naveira e Silva sempre nos lembra: Kadafi não tinha “poder de fogo Nuclear, nem mesmo uma unicazinha ogiva”. Desta vez o céu desabou sobre a cabeça de Kadafi. Nós, brasileiros, donos do Pré-Sal, deveríamos botar nossas barbas de molho. É preciso ressaltar que quem “quebra Contrato” contra Poderosos, embora decadentes, “pode ter surpresa”.

Sr. Delmiro Gouveia, devagar com as pedras, a Economia-Política explica 90% da coisa, e indiretamente nesse caso, a meu ver, o petróleo é a causa. Com Fidel Castro, isso nunca aconteceria porque ele é habilidosíssimo, em minha opinião é o político mais habilidoso do Século XX (isso não é juízo de valor, é a realidade), o que não era o caso do arrogante e estranho Kadafi, que foi abandonado até mesmo pela Liga Árabe e por seus vizinhos de raça e religião.

Ninguém moveu um dedo para defender Kadafi. A China, a Rússia e a Índia (todas com Poder de Fogo Nuclear) ficaram olimpicamente em cima do muro.

PT diz que Bernardo não será blindado no Senado

Gazeta do Povo

O PT não vai blindar o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo no depoimento agendado para a quarta-feira (31)na Comissão de Ciência e Tecnologia do Senado, afirmou o senador Walter Pinheiro (PT-BA). Um dos autores do requerimento de convite ao ministro, Pinheiro disse que a tentativa de blindagem a Bernardo que ocorreu na Câmara não se repetirá no Senado.

Paulo Bernardo participa de audiência pública nesta quarta sobre o Plano Nacional de Banda Larga. A oposição, entretanto, prepara um arsenal de perguntas sobre as relações do ministro com a construtora Sanches Tripoloni, em cujo avião ele viajou no ano passado, durante a campanha eleitoral. Segundo Pinheiro, Bernardo não vai se limitar ao tema da audiência e vai responder todas as perguntas da oposição.Em seu depoimento na Câmara, na última terça-feira, uma tropa de petistas foi escalada para blindá-lo, tentando impedir que a oposição o questionasse sobre as denúncias de tráfico de influência junto a empreiteiros. O tema da audiência era o modelo de rádio digital e os petistas tentaram fazer com que as perguntas se restringissem a este tema.

Vice-líder do PT, Pinheiro afirma que o PT não tentará impedir nenhuma pergunta, assim como o ministro não se furtará a respondê-las. A oposição vai questioná-lo sobre suas viagens no ano passado em aviões de empresas privadas.

Bernardo viajou num avião da empreiteira Sanches Tripoloni, responsável pela obra do Contorno Viário de Maringá, base eleitoral do ministro e de sua mulher, a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann. Aos deputados, Bernardo afirmou conhecer os sócios da empreiteira. Mas disse que não sabia quem eram os proprietários das aeronaves em que viajou.

“NEWS OF THE VEJA”: MAIORIA DOS PROCEDIMENTOS USADOS PARA MONTAR UM FACTOIDE ENVOLVENDO O GOVERNO DILMA E JOSÉ DIRCEU SÃO CRIMINOSOS

Uma conspiração contra o governo Dilma estaria sendo empreendida em um quarto de hotel em Brasília pelo ex-ministro José Dirceu, segundo a reportagem de capa da última edição da revista Veja. Fotos em preto e branco mostram o ex-chefe da Casa Civil e algumas figuras do cenário político do Governo Federal nos corredores de hotel onde o ex-ministro se hospeda. Encontros teriam sido feitos com o ex-ministro ao longo do último semestre, acompanhando a crise e sucessão de escândalos que se instaurou no Planalto desde as primeiras denúncias sobre o ex-ministro Antonio Palocci.

Mas a apuração acabou tornando-se caso de polícia. Um Boletim de Ocorrência foi aberto na Polícia Civil do Distrito Federal para apurar a denúncia de tentativa de invasão do quarto do ex-ministro pelo repórter Gustavo Nogueira Ribeiro, da revista Veja. Na quarta-feira 24, o jornalista, afirma Dirceu, tentou convencer uma camareira que estava hospedado na suíte do ex-ministro e que havia esquecido as chaves. A camareira não acreditou na história e comunicou a direção do hotel.

No mesmo dia, o ex-ministro foi informado do evento. Em nome do segurança Gilmar Lima de Souza, o episódio foi comunicado à Polícia Civil e está sendo investigado. A direção do estabelecimento afirmou, em entrevista ao blog Viomundo, que que as imagens veiculadas pela revista provavelmente não vêm do circuito interno do hotel. Se comprovado, indicaria que a revista utilizou câmeras escondidas para conseguir as imagens.

A reportagem afirma que personalidades políticas como José Sérgio Gabrielli, Fernando Pimentel, Lindbergh Farias, Devanir Ribeiro, Cândido Vaccarezza teriam procurado o petista para aconselhar-se. O conteúdo das conversas não é divulgado pela matéria; José Sérgio Gabrielli, por exemplo, apenas diz que é amigo do ex-ministro e que não iria comentar o encontro.

“Sou cidadão brasileiro, militante político e dirigente partidário. Essas atribuições me concedem o dever e a legitimidade de receber companheiros e amigos, ocupem ou não cargos públicos, onde quer que seja, sem precisar dar satisfações à Veja acerca de minhas atividades”, explica Dirceu em seu blog. O ex-ministro será julgado, junto com outros réus do caso do Mensalão de 2005, possivelmente no início de 2012. Reinaldo Azevedo, blogueiro e espécie de leão de chácara da publicação, afirma que o episódio mostrado pela Veja mostra que o ex-ministro continua com as mesmas práticas que foram denunciadas no escândalo do Mensalão.

Parceiro de Dirceu acusa jornalista de tentar entrevistá-lo usando outra identidade

Por tabela, o advogado Hélio Madalena acabou se envolvendo na história. Isso porque seu escritório Tessele e Madalena é quem paga e registra o quarto no hotel de luxo, utilizado por Dirceu quando este vem a Brasília. Em entrevista a CartaCapital, Madalena explica que tem um acordo de cooperação técnica com Dirceu. Quando este vai a Brasília, utiliza recursos pagos por Madalena. O mesmo ocorre quando Madalena vai à São Paulo. “Esse acordo prevê a cessão de instalações, logística, infra-estrutura e material humano quando o advogado está em trânsito, ou eu em São Paulo ou ele aqui em Brasília. Isso se chama associação de escritórios, que é um procedimento previsto pela lei e no estatuto da ordem”, diz ele. “Existe um registro disso no hotel, eu que pago. Eu uso a estrutura do escritório dele”. O funcionário Alexandre Simas de Oliveira, tido como cicerone na matéria, também é cedido por Madalena como parte deste acordo.

Segundo Madalena, o jornalista Gustavo Nogueira Ribeiro teria infringido novamente a lei ao tentar entrevistá-lo, utilizando outra identidade. “O jornalista ligou e se apresentou como assessor do prefeito de Varginha. Entrou aqui e começou a fazer perguntas sobre a gestão financeira da empresa”, conta ele, que acionou a Polícia Civil para investigar o caso. Dirceu afirma que o mesmo recurso teria sido usado em uma segunda tentativa de entrar no quarto onde estava hospedado, como um assessor do prefeito de Varginha que pretendia deixar uns documentos para o ex-ministro.

Madalena também consta como vítima no Boletim de Ocorrência que registrou a primeira tentativa de invasão. Sobre os encontros, o advogado afirma que, apesar de parceiros, cada um tem a responsabilidade sobre a atividade exercida quando atendido pela infra-estrutura alheia. “O ministro é um homem público, uma liderança partidária, tem toda uma vida pública, tem seus amigos, deve recebê-los quando achar por bem recebê-los”, diz.

“Ela vem numa linha Murdoch há muito tempo, agora agiu como polícia política, polícia de exceção. Elege seus alvos. Elege aquele que ela tem como inimigo para destruir”, diz ele sobre a apuração da Veja. Ele acredita que a Veja colocou a câmera aleatoriamente, não descobriu nada e quando a imagem corria o risco de se perder no tempo, virou um “factóide”.

Madalena afirmou que não entrará com um processo contra a revista por causa da tentativa de invasão. No entanto, pensa em processar a revista devido ao conteúdo da matéria. Na reportagem, a semanal afirma que Madalena fazia lobby político no Brasil ao magnata russo Boris Berezovski, um dos réus de ação penal brasileira, na qual há acusações de formação de quadrilha e lavagem de dinheiro por transações na parceria com o Corinthians.

“Eu não vou entrar em processo, a não ser no caso do russo, que ele levanta uma suspeição, uma injúria, dizendo que eu fazia lobby, quando eu era assessor. No foro adequado, que é justiça, vamos questionar isso”, diz. “To examinando aqui com meu sócios a necessidade de nós, para clientes, amigos, associados, recompor a verdade dos fatos. Eu não tenho nada a ver com o russo. O único lugar que já encontrei com ele foi nas paginas da Veja”, afirma.

Para ele, a invasão ao quarto de Dirceu só não deu certo porque o jornalista estava mal treinado. “A tentativa frustrou-se pelo excesso de trapalhadas. É um aloprado”, diz. Apesar dos problemas, o advogado afirma que continuará alugando a suíte para uso do escritório.

Se comprovadas as denúncias em relação aos jornalistas da Veja, o caso será uma versão brasileira dos escândalos no tablóide News of the World, do conglomerado de Rupert Murdoch. Denúncias de escutas ilegais e práticas anti-éticas de apuração fizeram com que o jornal fosse fechado, repórteres e editores presos, sem contar as possíveis vítimas que as práticas ilegais deixaram no caminho. E seu blog, Dirceu faz a relação: “Os procedimentos da Veja se assemelham a escândalo recentemente denunciado na Inglaterra. O tablóide News of the World tinha como prática para apuração de notícias fazer escutas telefônicas ilegais (…)”.

Trabalhadores celetistas em cooperativas celebram filiação à UGT

Em Cafelândia, no oeste paranaense, trabalhadores celetistas em cooperativas receberam diretores da UGT-PARANÁ e da direção nacional da central, dia 26 de agosto, na sede do SINTRASCOOP, Sindicato dos Trabalhadores em Cooperativas da Região Oeste do Paraná. O encontro celebrou a filiação da federação e dos sindicatos da categoria à UGT.

A FETRACOOP - Federação dos Trabalhadores Celetistas em Cooperativas no Estado do Paraná e os sindicatos: SINTRASCOOP - Sindicato dos Trabalhadores em Cooperativas de Cascavel e Região; SINTRACOOP - Sindicato dos Trabalhadores em Cooperativas Agrícolas, Agropecuárias e Agroindustriais no Estado do Paraná; SINTRACOOSUL - Sindicato dos Trabalhadores em Cooperativas da Região Sul; SINTRASCOOM - Sindicato dos Trabalhadores em Cooperativas de Medianeira e Região; SINTRASCOOPA - Sindicato dos Trabalhadores em Cooperativas de Palotin a e Região; SINTRASCOOP - Sindicato dos Trabalhadores em Cooperativas da Região Sudoeste do Paraná, realizaram no dia 26 de agosto na cidade de Cafelândia, região oeste do Paraná, um ato de apresentação dos sindicatos que se filiaram à UGT. O evento contou com a presença de vários associados e diretores dos sindicatos filiados e de várias lideranças políticas e sindicais, dentre os quais o presidente nacional da FENATRACOOP - Federação Nacional dos Trabalhadores Celetistas em Cooperativas, Mauri Viana Pereira; do secretário nacional de Relações Institucionais da UGT , Miguel Salaberry; do presidente da UGT-PARANÁ, Paulo Rossi e do prefeito de Cafelândia, Estanislau Franus.

O presidente do SITRASCOOP, José Altair Constantino lembrou da luta iniciada por Mauri Viana para que a categoria dos trabalhadores em cooperativas fosse reconhecida e que hoje se transformasse numa das maiores categorias no estado.

O presidente do SINTRACOOSUL, Joel Martins Ribeiro, também lembrou as dificuldades enfrentadas pelos trabalhadores cooperativas e destacou o porquê da filiação à UGT: "Não podemos concordar com algumas centrais em que seus representantes vão à imprensa dizer que o desemprego em nosso país está aumentando, sendo que o quê estamos vendo é a necessidade de qualificação de trabalhadores para os milhares de postos de trabalho que estão sendo disponibilizados".

O presidente da UGT-PARANÁ, Paulo Rossi, parabenizou e agradeceu mais uma vez a confiança dos presidentes e das diretorias dos trabalhadores em cooperativas e lembrou que quando iniciou no movimento sindical no ano de 1995 na cidade de Paranaguá, teve como seu mentor o presidente da FENATRACOOP, Mauri Viana. "Foi uma época de muitas dificuldades, mas de muito aprendizado. Se hoje tenho a oportunidade de fazer parte de várias discussões do mundo do trabalho tanto à nível nacional quanto internacional, foi através do companheiro Mauri Viana qu e tive a honra de aprender o que é sindicalismo e como agir". Também quero agradecer o voto de confiança de todos os sindicatos que resolveram se filiar à UGT. "Tenham a certeza de que os mais de 60.000 trabalhadores em cooperativas em nosso estado terão na UGT uma entidade parceira da classe trabalhadora", declarou Rossi.

O Secretário Nacional de Relações Institucionais da UGT, Miguel Salaberry lembrou da época em que conheceu Mauri Viana e Clair Spanhol, ainda quando existia a SDS - Social Democracia Sindical, cuja central surgiu numa discussão com o companheiro Enilson Simões de Moura (Alemão), na cidade de Campo Mourão, região noroeste do Paraná. Salaberry foi homenageado pela FETRACOOP juntamente com Mauri Viana pelos relevantes serviços prestados à categoria e pela luta incessante em defesa dos direitos dos trabalhadores. Na oportunidade foi entregue uma placa pelo presidente da FETRACOOP e do SINTRASCOOP, Clair Spanhol c om os dizeres: "O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso, existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis" (Fernando Pessoa). Muito emocionado e emocionando a todos, Salaberry fez questão de agradecer a homenagem em um momento tão especial em sua vida. "Quem teve a oportunidade de acompanhar a mídia nesses últimos dias viu a tentativa de nos expor numa crise em que nunca sequer conheço quem tentou nos prejudicar, e é nesse momento de aflições que conhecemos os verdadeiros amigos", disse Salaberry.

O presidente da FENATRACOOP, Mauri Viana fez um balanço da categoria no Paraná e no restante do país e da necessidade de organização da categoria. "Passamos muitas dificuldades e ainda encontramos muitas, mas o que mais nos orgulha é vermos sindicatos organizados como o SINTRASCOOP em Cafelândia, atendendo mais de 10 mil associados e tantos outros que ajudamos a organizar. Mauri Viana ainda f ez questão de lembrar que ainda no mês de setembro haverá um ato na sede da FENATRACOOP em Brasília com a filiação de sindicatos de trabalhadores cooperativistas de outros estados à UGT. "Vamos fazer uma grande festa com a presença do padrinho dos trabalhadores cooperativistas no Brasil que é o deputado Roberto Santiago", concluiu Viana.

Encerrando os trabalhos, o anfitrião e presidente do SINTRASCOOP e da FETRACOOP, Clair Spanhol, agradeceu a presença de todos e ressaltou o apoio do atual prefeito à categoria dos trabalhadores cooperativas. Justificou o retorno da SINTRASCOOP à UGT. "Participamos do 2º Congresso e nos sentimos honrados e comovidos com as palavras de apoio de diversos companheiros de várias partes do Brasil, quando souberam do nosso retorno à UGT. Queremos participar e colaborar ativamente das políticas e parcerias que a UGT no Paraná vem fazendo, inclusive iremos promover em conjunto com a UGT e com a FUNDACENTRO, vários seminários de segurança no trabalho", concluiu Spanhol.

O presidente da UGT-PARANÁ, Paulo Rossi fez questão de entregar o selo comemorativo aos 3 anos de fundação da UGT-PARANÁ ao presidente do SINTRASCOOP e agradeceu a presença dos dirigentes da UGT-PARANÁ, companheiros: Antonio Martins, Presidente do Sindicato dos Frentistas de Cascavel, Paulo Sérgio Ferreira - presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Saúde de Foz do Iguaçu, Elizeu de Freitas - presidente em exercício do Sindicato dos Técnicos de Segurança do Estado do Paraná, Alexandre Drulla e Rogério Kormann - diretor e presidente respectivamente do Sindicato dos Trabalhadores em Cooperativas Médicas do Estado do Paraná.

Cerveja faz bem para os ossos, diz estudo

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Os beberrões de plantão têm mais uma desculpa para encherem a cara de cerveja. Um estudo da Universidade de Extremadura, na Espanha, constatou que o líquido traz benefícios à saúde.

O principal deles? Evita o enfraquecimento dos ossos e, por isso, pode ajudar a prevenir a osteoporose.

A pesquisa comparou a densidade óssea de 1.697 voluntárias com idade média de 48,4 anos.

Das que consumiam álcool regularmente, foram comparadas as que consumiam cerveja e vinho.

As que preferiam cerveja, tiveram resultados melhores.

Os cientistas concluíram que, provavelmente, os hormônios da cerveja são os responsáveis pelo resultado positivo.

Metendo os Peitos: Fim do primeiro turno

por Carolaine

Chegamos ao fim do primeiro turno do Brasileirão! A primeira metade do Campeonato terminou com Corinthians, Flamengo, São Paulo e Vasco no G4 e Atlético-PR, Avaí, Atlético-MG e América no Z4. O melhor ataque até o momento é do Flamengo e a melhor defesa a do Palmeiras. O artilheiro até aqui é Borges, seguido de perto por Ronaldinho Gaúcho e Montillo. Assistimos a 12 trocas de comando técnico nos clubes; algumas bem sucedidas (como a chegada de Renato Gaúcho no Furacão), enquanto outras ainda não parecem ter funcionado: as diretorias de Avaí e América já demitiram dois técnicos cada e estão agora na terceira tentativa. A rodada final do primeiro turno contou com muita rivalidade, mas também com a união de muitas torcidas em torno de uma campanha ignorada pela grande mídia. O “Fora Ricardo Teixeira” já é famoso nas redes sociais, porém nessa rodada tomou os estádios através de faixas, cartazes, camisetas e torcedores indignados e cansados do reinado do sujeito. Nem só de João Sorrisão vive o futebol nesse país, felizmente!

Vamos aos resultados:

Flamengo 0 x 0 Vasco – O jogo foi movimentado, porém faltou inspiração para torná-lo empolgante. Ronaldinho Gaúcho esteve sumido. Do lado dos visitantes faltou eficiência para transformar o domínio do jogo em gols. O destaque da partida ficou mesmo para Felipe, que fez pelo menos cinco defesas dificílimas. Mas infelizmente a tarde de domingo no Engenhão não se resumiu a um clássico sem gols. Ricardo Gomes, técnico do Vasco, passou mal no banco de reservas e precisou de uma ambulância para deixar o estádio. Apesar da confusão e aglomeração das dezenas de curiosos e da imprensa que atrapalharam o atendimento médico, o técnico está agora se recuperando de uma cirurgia. Força Ricardo Gomes!

Fluminense 1 x 2 Botafogo – O Clássico Vovô foi animado, apesar de um primeiro tempo sem gols. A vitória de virada do Alvinegro foi merecida, pois apesar do Fluminense manter o espírito guerreiro do ano anterior, o futebol ainda deixa a desejar. Abel Braga ainda terá muito trabalho pela frente para que o time encontre alguma regularidade. Já no Botafogo tudo parece encaixado; fazem um jogo coletivo, rápido e eficiente. Caio Júnior dispõe de jogadores excelentes como Elkeson e Loco Abreu, mas a equipe não depende exclusivamente deles e credencia-se cada vez mais como postulante ao título.

Coritiba 1 x 1 Atlético-PR – O Atletiba terminou empatado em boa parte por conta dos goleiros. De um lado Renan Rocha do Furacão pegou quase todas, deixando escapar apenas a cabeçada fulminante de Émerson, zagueiro Alviverde que tem seus dias de goleador. Já pelo Coxa o arqueiro teve bem menos trabalho na partida, mas quando foi acionado Edson Bastos saiu enganado por uma bola que não tocou em ninguém; gol direto de Edilson, em cobrança de falta de longa distância. O resultado mantém o Atlético no Z4, porém um ponto conquistado como visitante em um clássico não é tão ruim, principalmente em um ano onde os Rubro-Negros já foram tão maltratados pelo rival.

América-MG 1 x 2 Atlético-GO – Mais uma vez o Coelho abre o placar e acaba perdendo o jogo. O time de Givanildo fez um bom primeiro tempo, no entanto o jogo mudou muito após o intervalo, quando o Dragão partiu pra cima e passou a merecer a virada. O surpreendente Rubro-Negro do Cerrado segue em ascensão, enquanto o América parece mesmo o mais forte candidato ao descenso do ano.

Palmeiras 2 x 1 Corinthians – Sob o sol escaldante de Presidente Prudente o Derby Paulista aumentou a vantagem estatística dos Alviverdes sobre os rivais Alvinegros. O Corinthians saiu na frente, mas o domínio da partida era do Palmeiras desde o início. Felipão não esperou o intervalo para modificar o que achava que não estava funcionando; tirou Patric e colocou Fernandão. Dessa forma o treinador deixou Kleber mais livre e o time mais rápido. Ainda na primeira etapa Luan fez o gol do empate. No segundo tempo o Corinthians deixava ainda mais espaços para o adversário, sem a marcação forte que os ajudou tanto a alcançar a liderança isolada tempos atrás. O castigo não tardou; Marcos Assunção totalmente livre deu um lindo passe para o ainda mais livre estreante Fernandão marcar o gol da virada e começar com o pé direito na equipe. Mesmo com a derrota o time do Parque São Jorge conquistou o simbólico título do primeiro turno, pois Flamengo, São Paulo e Vasco também não venceram.

Santos 1 x 1 São Paulo – O Clássico San-São deixou a desejar em grandes emoções, porém compensou a audiência com dois belíssimos gols. O do Tricolor saiu dos pés de Lucas, que fez fila com os zagueiros adversários e marcou chutando cruzado. No Peixe foi a vez de Ganso voltar a mostrar serviço. O meia fez uma boa partida, mas o lance a ser lembrado será o do gol de empate: um chutaço na gaveta de Rogério Ceni.

Grêmio 2 x 1 Internacional – Em clássico realmente tudo pode acontecer. Assombrado pela incômoda proximidade com a zona do rebaixamento o Grêmio reagiu e venceu o Gre-Nal diante de sua torcida. Os gremistas esperam agora que o segundo turno reserve uma sorte igual ou maior do que a do ano passado, quando terminaram a primeira metade do campeonato com apenas vinte pontos, mas conseguiram a vaga para a Libertadores no final.

Ceará 3 x 0 Bahia – O jogo em Fortaleza foi muito corrido e mais disputado do que o placar pode insinuar. O goleiro do Vozão foi um dos destaques da partida. Algumas defesas foram comemoradas pela torcida como gols! Outro destaque foi o atacante Osvaldo, que em uma bela jogada deu o passe para que Felipe Azevedo marcasse o segundo gol do Ceará e tranquilizasse um pouco o jogo. Com a vitória sobre o rival nordestino o time diminuiu a tristeza da torcida pela eliminação na Sul-Americana.

Atlético-MG 1 x 2 Cruzeiro – O Galo terminou o primeiro turno como o time com maior número de derrotas no Campeonato (12) e um saldo de pontos menor do que o do ano passado, quando nessa época também figurava no Z4. Esse promete ser mais um ano difícil para o clube. O Cruzeiro venceu, mas continua sem convencer. Não fosse por Montillo, autor dos dois gols, a Raposa teria ficado apenas na retranca armada por Joel Santana ainda no primeiro tempo, quando perdeu Wellington Paulista, machucado.

Figueirense 2 x 3 Avaí – O melhor jogo da rodada dos clássicos foi de tirar o fôlego dos torcedores. O Derby Catarinense foi surpreendente. Partida corrida, disputada lance a lance e com vitória de virada. O Figueira jogava melhor, mas não conseguiu segurar William, autor de dois gols do Leão e herói da batalha para a torcida avaiana. Toninho Cecílio estreou bem; venceu e evitou que o time terminasse o turno na lanterna. Para Jorginho resta recompor a auto-estima da equipe e seguir em frente com a cabeça merecidamente erguida, apesar da derrota.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

TV Globo refaz a Expedição Xingu, dos irmãos Villas Bôas, patrocinada pela estatal Ancine. Alguém pode explicar o motivo, por gentileza?

por Carlos Newton

Oportunamente, a TV Globo vem nos lembrar que, quase 70 anos atrás, os irmãos Villas Bôas – Orlando, Claudio e Leonardo – desbravaram a região centro-oeste, abrindo 1.500 quilômetros de picadas pelo cerrado para descobrir um Brasil até então desconhecido.

“Os três indigenistas compuseram as vidas mais extraordinárias e belas de que tenho noticia. Pequenos burgueses, condenados a vidinhas burocráticas medíocre, saltaram delas para aventuras tão ousadas e generosas que seriam impensáveis, se eles não as tivessem vivido”, declarou a respeito o antropólogo Darcy Ribeiro.

A TV Globo explica que, durante a segunda guerra mundial surgiu aqui o Brasil um temor de que estrangeiros pudessem invadir as nossas terras, principalmente algumas que eram quase desertas. Por isso, em 1943, o presidente Getúlio Vargas criou a expedição “Roncador Xingu”. A missão era desbravar e depois ocupar a região central do Brasil.

Os irmãos Villas Bôas abandonaram o conforto da cidade para embarcar numa aventura heróica e junto com outros expedicionários abriram perto de 1.500 quilômetrosde caminhos pelo mar. Construíram 19 pistas de pouso para aviões militares, percorreram mais de mil quilômetros de rios, fundaram 43 vilas e cidades e fizeram contato com pelo menos 5 mil índios. Foram de Barra do Garças, no Mato Grosso, até Cachoeira do Creputiá, no sul Pará.

O Fantástico está refazendo boa parte deste trajeto, até o Parque Indígena do Xingu, que foi o maior legado dos Villas Bôas. Hoje será exibida a segunda reportagem de série. Comandados pelo repórter Ricardo Alvarez, oito universitários brasileiros está percorrendo o caminho dos irmãos Villas Bôas. É uma excelente ideia, não há dúvida.

Mas o conteúdo dessa “reportagem” não justifica mesmo o patrocínio da estatal Ancine, que deveria estar usando esses recursos para financiar documentários da nova geração brasileira de cineastas. A “Expedição Xingu” está mais para uma versão daqueles realities shows da Globo.

A linha que separa a linguagem dos documentários e a de uma matéria jornalística é tênue e pode até ser confundida. No entanto, esse formato de uma matéria do Fantástico não tem como classificar essa reportagem de documentário. E se seguirmos essa linha de pensamento todos os programas do Globo Repórter na Amazônia podem passar a merecer patrocínio da Ancine.

Enquanto tantos cineastas lutam para ter algum patrocínio e, se conseguem, lutam novamente para conseguir exibir a produção, a TV Globo obtém facilmente recursos de uma estatal para uma série de reportagens do Fantástico no horário nobre de domingo. Isso é absurdo. A TV Globo não precisa disso.

Embaixador palestino pede apoio para reconhecimento de Estado na ONU

Agência Brasil

São Paulo – O embaixador palestino no Brasil, Ibrahim Al Zeben, pediu o apoio do Brasil para o reconhecimento do Estado palestino na Organizações das Nações Unidas (ONU). A solicitação foi feita durante ato da campanha Palestina Já, realizada por entidades brasileiras.

“O Brasil tem papel fundamental não somente na América do Sul, mas em nível mundial. É a oitava economia no planeta. O Brasil conseguiu, nos últimos oito últimos anos, se lançar ao mundo com sua verdadeira dimensão”, disse Zeben durante o ato na noite de ontem (29).

O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, deverá apresentar em 20 de setembro, na Assembleia Geral da ONU, o pedido de reconhecimento de um Estado palestino ao secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon.

A solicitação terá de ser aprovada pelo Conselho de Segurança da ONU para, depois, ser votada pela Assembleia Geral da entidade. No fim de 2010, o Brasil declarou apoio ao reconhecimento do Estado palestino com as fronteiras estabelecidas em 1967.

“Caso o Conselho de Segurança não aprove, igualmente vamos à Assembleia Geral, para mostrar ao mundo a verdadeira vontade da humanidade”, ressaltou o embaixador. Em caso de aprovação pela assembleia, mas não pelo conselho, a Palestina poderá se tornar um Estado não membro, como hoje ocorre com o Vaticano.

Entre as entidades que manifestaram apoio à causa palestina durante o ato estão a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), a Central Única dos Trabalhadores (CUT), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a União Nacional dos Estudantes (UNE), Federação Democrática Internacional das Mulheres (Fedim), Marcha Mundial de Mulheres (MMM), o Partido Pátria Livre (PPL) e o Congresso Nacional de Afrobrasileiros (Cnab).

“A defesa do Estado da Palestina é uma questão de justiça. A partir da determinação da ONU, em 1947, da partilha, ela determina a criação de dois Estados. No entanto, só um Estado prevaleceu”, destacou a presidente do Centro Brasileiro de Luta pela Paz (Cebrapaz) e também presidente do Conselho Mundial da Paz (CMP), Socorro Gomes.

Também participaram da manifestação representantes da Confederação Nacional das Associações de Moradores (Conam), de partidos políticos e do Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz).

No ato, as entidades lançaram o portal www.palestinaja.com.br e convocaram uma manifestação para o próximo dia 20 de setembro, em apoio ao reconhecimento da Palestina na ONU.

Questão agrária: Ação inédita no Paraná regulariza 83 áreas na cidade de Candói

Gazeta do Povo

Em tempo recorde e por meio de uma ação inédita no Paraná, 83 famílias de Candói, no Centro-Sul do estado, terão regularizadas as propriedades rurais onde vivem há cerca de 30 anos. A ação de usucapião rural coletiva foi ajuizada e sentenciada em quatro meses, e sem qualquer custo aos beneficiados, resultado de uma parceria entre o Instituto de Terras, Cartografia e Geociência do Estado (ITCG) e a prefeitura. O próximo passo será a certificação das áreas no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária.

Com o título da terra, o grupo de pequenos agricultores das comunidades São Roque, Cavernoso e Barreiro poderá se cadastrar em programas sociais, como o Programa Nacional de Agricultura Familiar (Pronaf), e ter acesso a financiamentos e créditos bancários. “Há famílias que não têm sequer luz elétrica por estarem ocupando irregularmente a propriedade”, disse a advogada Nilséia Ivatiuk Mis, uma das responsáveis pela ação coletiva.

Modelo

A forma como o processo foi conduzido servirá de modelo para a política de regularização fundiária que o governo está implantando no estado. “Estamos articulando com outros órgãos do governo para que ações como essa sejam concluídas com a mesma agilidade e segurança. Enquanto a parte técnica de levantamento ocupacional e topográfico continuará sob responsabilidade do ITCG, as questões judiciais deverão ser acompanhadas pela Defensoria Pública do Estado”, adiantou o diretor-presidente do ITCG, Amilcar Cavalcanti Cabral.

Um caso semelhante em que deverá ser empregado o mesmo método utilizado em Candói é o de cerca de 100 famílias rurais do município de Goioxim, que também ingressaram na Justiça com ação de usucapião. Segundo Cabral, em novembro, o governo do estado pretende lançar um programa voltado às regiões com os menores Índices de Desenvol­­vimento Humano (IDH), como o Vale do Ribeira. “A meta é regularizar a situação fundiária de pelo menos 4 mil famílias rurais no prazo de quatro anos.”

A internet revolucionará o papel das rádios

O acesso às estações de rádio via internet é mais uma das maravilhas modernas.

luis nassif online

A internet propicia mais do que "apenas" o acesso gratuito e em tempo real a dezenas de milhares de rádios.

Ela agrega novas funcionalidades e utilidades para as rádios, que agora permitem o acesso irrestrito às notícias internacionais, permitem ouvir as rádios de sua cidade em qualquer lugar do mundo, podem auxiliar no aprendizado de outros idiomas, oferecem melhor qualidade de som, mais dados sobre as músicas em reprodução e tornam cada indivíduo em cidadão do mundo.

Acessíveis em computadores, tablets e smartphones, abrem possibilidades para que a indústria - apenas integrando aparelhos já existentes - possa transformar o velho radinho de pilha num novo milagre da tecnologia.

Estações de rádios na internet

Hoje é possível ouvir ao vivo pela internet milhares de estações de rádio de todo o planeta. Exemplos?

Quer ouvir o que está tocando na gélida Antártida? Você pode. Acesse: www.anetstation.com.

E as músicas de sucesso na Groelândia? Igualmente: www.dr.dk/p2/.

E o que está tocando agora na capital australiana? Lá vai: www.1wayfm.com.au/.

Ou ainda, quer felicitar um fã da Madonna? Passe para ele o endereço da rádio oficial da cantora: http://www.goomradio.fr/radio/candy-station (só tocam músicas da Madonna).

Milhares e milhares de rádios

Seja qual for o tipo de rádio que se procura, provavelmente na rede a encontrará. É espantosa a quantidade e diversidade de rádios disponíveis na internet.

Para se ter uma ideia, o sítio TuneIn (tunein.com/) diz disponibilizar gratuitamente o endereço de mais de 50 mil rádios de todo o mundo, a maior parte para serem ouvidas diretamente pela internet.

O sítio Rádios (radios.com.br/) fornece o endereço de mais de 19.500 estações de rádio, também de vários países, para serem ouvidas através da Internet. Outros importantes diretórios de rádios são os sítios Lista Rádios (listaradios.com.br/) e Delicast (http://pt.delicast.com/radio).

Alguns sítios possibilitam que as rádios sejam selecionadas a partir de filtros, que podem ser por continente/país, por cidade, por região, por idioma, por tipo de programação (notícias, debates, esporte, música), por estilo de música (pop, rock, blues, jazz, classic, country etc.), permitem a realização de busca de palavras etc.


Expandindo a utilidade das rádios

Mais do que apenas sintonizar um número maior de estações de rádio do que aquelas que se consegue captar com um aparelho de som, o que a internet faz é expandir em muito, em muito mesmo, a utilidade que essas rádios podem oferecer.

Por exemplo:

• Acesso mundial: qualquer rádio que disponibilize sua transmissão na internet se torna mundialmente acessível por meio da rede;

• "Pacote" gratuito de rádios: utilizando uma conexão à internet é possível sintonizar gratuitamente as estações de rádio disponíveis na rede. É como se ao usuário adquirir um plano de internet recebesse também um “pacote de Rádios” com dezenas de milhares de "canais" disponíveis;

• Notícias na íntegra e em tempo real: é possível ouvir ao vivo, na íntegra e sem intermediários locais, o noticiado em cada rádio/país do mundo. Uma rádio comunitária no interior da Amazônia pode difundir em âmbito mundial tudo o que ocorre na sua localidade;

• Auxílio no estudo de idiomas: ao sintonizar rádios estrangeiras pode-se ouvir o idioma falado, coloquial e autêntico, do outro país, ao vivo, como se lá estivesse. Essa "imersão" contribui em muito na aprendizagem de outra língua;

• "Hit parede" estrangeiro direto da fonte: é possível ouvir diretamente das rádios estrangeiras, em tempo real, as músicas que são sucessos nos seus países. Se saberá o que é sucesso no estrangeiro antes mesmo desta ou daquela rádio local dizer o que é sucesso nessa ou naquela cidade do mundo;

• Ouvir rádios de sua cidade em qualquer lugar do mundo: em qualquer país/cidade em que estiver nunca se estará "tão longe" de casa. Com a internet sempre será possível "matar saudade" da terra natal ao ouvir naquele instante as rádios de lá;

• Melhor qualidade de som: como a sintonização da estação não se dá por ondas de rádio, não ocorrem os problemas decorrentes deste meio. A qualidade se dará principalmente pelo conjunto "conexão à internet + fluxo de dados da rádio";

• Tal como a TV Digital: há rádios quem exibem dados da música em execução (como nome da música, intérprete e capa do álbum), nome da próxima música a ser executada, programação da rádio etc., aos moldes do que fazem as emissoras de TV Digital com suas programações. Isso agrega mais informações à música durante a reprodução do que faz um simples tocador de MP3;

• Cidadão do mundo: ouvir as rádios de outras regiões do próprio país e de outros países do mundo permite conhecer outras culturas e facilita a aceitação de outros usos e costumes. Torna cada indivíduo um cidadão do mundo.

Além do computador

Tablets e smartphones oferecem aplicativos específicos para se ouvir rádio via internet - seja através da conexão via operadora, seja usando uma rede sem fio doméstica.

Com esses aplicativos há um menor consumo do plano de internet do que aquele comparado ao ouvir as rádios nos respectivos sítios. Os aplicativos disponibilizam listas de rádios e oferecem, tal como alguns sítios, a escolha de estações por idioma, tipo de rádio, gênero de música, por região, por país, disponibilizam a busca de palavras etc.

As listas facilitam muito a tarefa de encontrar estações nesse mundo de rádios. Para se ter uma ideia do número de estações acessíveis, só num aplicativo para telefones Symbian (Radios Net) constavam disponíveis mais de 1.500 estações no Brasil. Nos Estados Unidos havia algo em torno de cinco mil rádios.

Há aplicativos de rádios para praticamente todas as plataformas de smartphones. Um desses aplicativos é o TuneIn (tunein.com/), que possui versões para aparelhos iPhone, Android, Blackberry, Palm, Samsung Bada e Windows Phone. Ele oferece o cadastramento gratuito no sítio e permite a salva das estações preferidas do usuário. Depois, em qualquer desses aparelhos é possível se conectar ao servidor e acessar as rádios guardadas na conta criada no TuneIn.

Oportunidade para o mercado de aparelhos de rádio

Utilizando tecnologias já existentes e que estão se popularizando é possível atualmente o desenvolvimento de aparelhos de rádio (especialmente micro e mini systems) que permitam ouvir as milhares de estações de rádio disponíveis na internet.

Se ainda não foi criado um produto assim, os fabricantes desperdiçam atualmente uma grande oportunidade de mercado por não venderem aparelhos de rádios que "sintonizem" as milhares de estações de rádio disponíveis na internet .

Esses novos aparelhos poderiam se conectar à rede usando a conexão doméstica (com ou sem fio), ou a internet via chip das operadoras de telefonia celular (as operadoras poderiam criar chips para aparelhos de rádio com a nova tecnologia).

Não mais a meia-dúzia de estações de rádio que o mini system sintoniza, mas sim milhares e milhares de estações que a rede oferece. A internet poderá transformará o radinho de pilha num produto revolucionário.

JOSÉ DIRCEU vs. VEJA: Jornalismo político volta à Era da Pedra Lascada

por Alberto Dines

“Caso o ministro Paulo Bernardo (Comunicações) fique insustentável, a presidente Dilma tem seu preferido: Franklin Martins”. (“Panorama Político”, O Globo, domingo, 28/8, pg. 2). Três linhas apenas, no pé da coluna. O suficiente, a mídia entenderá o recado.

Há hoje uma metamensagem ou criptojornalismo, cifrado, exclusivo de um seleto grupo de iluminados. O governo manda suas mensagens, a mídia é obrigada a entender. Mesmo não gostando. A réplica pode vir com a mesma sutileza. Profissionais não brincam em serviço. Faz parte do jogo democrático.

O que conspira contra o jogo democrático são as ameaças de rupturas. O presidente Lula não entendeu, não quis ou não teve paciência para entender o tricô das raposas. Subia no palanque e “mandava ver” – ou mandava brasa, como se dizia na Era Jango. Criou impasses, cavou confrontos perigosos.

É o que fez Veja com a sua última matéria de capa sobre o ex-ministro José Dirceu (“O poderoso chefão”, edição nº 2232, data de capa 31/8/2011). Sutil como uma carga de cavalaria – e tão eficaz quanto esta –, produziu um curto-circuito, reintroduziu a imprudência no diálogo governo-imprensa. Repercutiu no exterior. E daí?

Frágil, inconsistente

A verdade é que a matéria recoloca o jornalismo político brasileiro na Era da Pedra Lascada. Traz de volta os vídeos clandestinos, os arapongas, os dossiês secretos jogados no colo de jornalistas ditos “investigativos”.

José Dirceu, mesmo sem cargo ou mandato parlamentar, suspeito de integrar um grupo que está sendo investigado pelo Supremo Tribunal Federal, é um dirigente nacional do partido que ganhou as eleições para a Presidência da República, é também um consultor/lobista. Pode alugar um andar inteiro num hotel dez estrelas em Brasília ou Luanda e nele receber legiões de correligionários, clientes e amigos. Não há nada de ilícito ou malfeito (para usar o dernier-cri dos substantivos).

O texto inteiro de Veja, da primeira à última linha, é customizado, adaptado para servir à tese de que o ex-chefe da Casa Civil está conspirando contra a sua sucessora, atual presidente da República. Não há evidências, apenas insinuações, ambigüidades, gatilhos.

Fernando Pimentel, ministro do Desenvolvimento, é amigo pessoal de Dilma Roussef, não poderia conspirar contra ela. José Sérgio Gabrielli, presidente da Petrobras cujo maior acionista é o governo, não enfrentaria o seu maior eleitor quando reiniciar sua carreira política. Delcídio Amaral é um petista light, quase-tucano.

A lista dos “conspiradores” é frágil e as possíveis motivações, inconsistentes. O conjunto é disparatado, não faz sentido, carece de lógica. Mesmo enquanto ficção.

Um desserviço

Os encontros gravados duraram em média 30 minutos, tempo insuficiente até para acertar uma empreitada de pequeno porte. Devidamente investigados, os fatos poderiam vincular-se e ganhar alguma dimensão. No estado bruto em que foram apresentados pelo semanário de maior tiragem do país representam um atentado à inteligência do leitor, não renderiam sequer uma nota numa coluna de fofocas políticas.

Este é um jornalismo que não se sustenta, é retrocesso. Não favorece a imagem da imprensa, não ajuda a presidente Dilma, prejudica a oposição. Faz esquecer a faxina moralizadora e degrada o processo político.

Stephen Lendman – “A horrenda face da OTAN”

por Stephen Lendman, OpEdNews

Traduzido pelo Coletivo da Vila Vudu

Imagens não mentem, exceto as falsas imagens que a OTAN produz em Doha, Qatar e, provavelmente, por todo o mundo, e nos estúdios de Hollywood. Durante meses, os assaltantes saqueadores da OTAN e a gangue dos “rebeldes” assassinos violentaram e violaram a Líbia – mataram, destruíram, saquearam, sob o pretexto de que estariam protegendo alguém.

Dia 22 de agosto, Obama, que já fez por merecer dois indiciamentos por crimes de guerra, descreveu aquelas falsas imagens como “manifestação do anseio básico e feliz por plena liberdade humana”. [1]

Dia 25 de agosto, a secretária de estado Clinton, mais uma que também já fez por merecer indiciamento por crimes de guerra, disse “os eventos na Líbia essa semana comoveram o mundo”. [2]

Por que não vão, eles e seus aliados na mesma conspiração, a Trípoli, Brega, Misrata e outras cidades líbias reduzidas a ruínas, e veem eles mesmos, com os próprios olhos?

Se fossem, veriam os cadáveres insepultos pelas ruas, o sangue, a agonia no rosto dos sobreviventes, destruição por todos os lados para onde se olhe, miséria humana em escala jamais vista.

Por que não vão a Trípoli, para colher, em primeira mão, os frutos de sua vitória? Ver o que há para ver, sentir o fedor dos mortos, ver, ao vivo, a tragédia cada dia maior que se abateu sobre Trípoli? O que se vê em Trípoli é um devastador desastre humano.

Dia 27 de agosto, o jornal Russia Today noticiava:

“... falta tudo, em Trípoli, combustível, água, eletricidade, e todo o tipo de produtos hospitalares e de primeiros socorros. A situação em campo aproxima-se perigosamente de vasta catástrofe humana. Trípoli enfrenta grave escassez de água potável, eletricidade, gasolina e remédios (...) Todos os serviços públicos estão paralisados”. [3]

Destruição, lixo, cadáveres em decomposição enchem as ruas. Doenças contagiosas e outras logo chegarão como epidemias, não só por causa dos cadáveres mas também por causa de água, terra e ar contaminados.

Que Obama e Clinton comecem a imaginar a fúria e o desejo popular de resistir àqueles horrores e a outros horrores que fatalmente virão.

Eles que comecem a preocupar-se com o que pode vir adiante – resistência crescente, luta, compromisso real e profundo com liberdade humana real, não conformismo ante a servidão que aguarda os líbios sob o jugo dos saqueadores da OTAN.

Contra a ocupação por bancos e banqueiros. Contra o saque dos seus recursos pelo “Big Oil”. Contra Washington, Londres e Paris a decidir o que seria “melhor” para a Líbia.

Contra encolher-se em servidão contra esses ocupantes bandidos que contam com destruir a força da vida, do espírito, do desejo dos líbios. Nada, na Líbia ficará impune.

Os líbios não se renderão. Não escolherão a morte. Escolherão lutar contra a ocupação. Escolherão pagar o preço que custe a resistência, porque não resistir é o pior que lhes pode acontecer. Não podem aceitar e não aceitarão.

Durante o dia 27 de agosto, jornalistas independentes permaneceram como prisioneiros virtuais, sem poder sair do Hotel Corinthia em Trípoli, sem poder expedir suas matérias e comentários sobre o que realmente se passava em Trípoli e em outras áreas.

Fizeram muita falta aquelas matérias e comentários. Esperemos que consigam sair de lá e cheguem em segurança às suas casas.

Dia 26 de agosto, o International Action Center publicou em manchete: “Líbia – Continua a resistência contra o avanço de EUA/OTAN”. A matéria dizia:

“Apesar da OTAN atacar com força máxima, ataques que dão cobertura a todo o tipo de ação de violência dos bandidos ‘rebeldes’ em terra, continua “a heroica resistência ao avanço dos imperialistas (...) Toda a imprensa-empresa insiste em repetir que há rendições em massa, que Gaddafi fugiu, que seus filhos estão presos e outras desinformações e mentiras. Na Líbia, com certeza, ninguém duvida que são mentiras, guerra de propaganda e artifícios de guerra psicológica”.

Como já se viu acontecer no Iraque e no Afeganistão, declarações de arrogância (“vencemos”, “missão cumprida”) não porão fim à resistência popular. A luta continuará “de várias formas”.

Os líbios já resistiram heroicamente não só a meses de bombardeio, mas, também, à propaganda racista da imprensa-empresa (que apresenta os EUA e a máquina de morte da OTAN como “grandes libertadores brancos” [4]).

Nesse momento, os líbios enfrentam pilhagem em grande escala. A “responsabilidade de proteger” está convertida em razão para pilhar, enquanto a matança, a destruição, prosseguem.

O que está planejado para a Líbia é “o capitalismo de desastre”, como Naomi Klein explicou em “A doutrina do Choque”. A democracia do ‘livre mercado’ é mito. Os neoliberais saqueadores exploram a seu favor as ameaças à segurança, os ataques terroristas, as quebradeiras e falências, todos os desastres naturais e, sobretudo, exploram a seu favor todas as guerras.

O que se deve temer para a Líbia é o fim dos serviços públicos, privatizações gerais, a liberdade com a cabeça sobre o cepo, à espera da lâmina do carrasco. O ocidente espera impor uma versão neoliberal da Líbia, que substituirá a Líbia socialmente responsável da era Gaddafi.

Essa foi a principal razão pela qual Gaddafi foi ‘condenado’ pelo ocidente. Foi preciso derrubá-lo do governo da Líbia, para que os predadores corporativos pudessem alimentar-se do cadáver da Líbia.

Resultado disso, o ocidente já disputa os despojos. Até que definam o alvo seguinte, e o outro, e o outro, até que toda a África, todo o Oriente Médio, toda a Ásia Central sejam, afinal colonizadas, seja como for, ocupadas de um modo ou de outros, e, claro, saqueadas.
Latuff - EUA/OTAN "protegem" civis na Líbia

Para Washington, a pilhagem parasitária é definição triunfalista do livre mercado, incluindo sempre a privatização ensandecida de empresas públicas, nenhuma regulação, cortes de impostos para os ricos e de salários para os pobres, exploração desenfreada, geração incansável de miséria, cada vez maior; e controle militarizado sobre os explorados.

É o que Bilderberg quis dizer ao falar de “sociedade global sem classes” – uma nova ordem mundial onde só haveria senhores armados e servos. Nada de classe média, nada de sindicatos, nada de democracia, nenhuma igualdade e nenhuma justiça, só oligarcas armados, autorizados a fazer o que bem entendam, protegidos por leis que os beneficiam e acobertam.

Está bem claro no livro de Milton Friedman, de 1962, Capitalismo e liberdade. Lá se lê:

“... só uma crise – real ou pressuposta – produz mudança verdadeira. Quando ocorre uma crise, as ações a tomar dependem das ideias que haja à volta. Nossa função básica é desenvolver alternativas às políticas existentes (e nos preparar para suspendê-las) quando o impossível passar a ser politicamente inevitável.”

Para Friedman, as únicas funções do governo seriam “proteger nossa liberdade do assalto de inimigos externos e de outros cidadãos; preservar a lei e a ordem, para garantir que contratos privados sejam cumpridos; preservar a propriedade privada; e promover a competição nos mercados.”

Tudo em mãos públicas é socialismo, ideologia, para Friedman, blasfema. Dizia que os mercados funcionam melhor quando funcionam sem regras, regulações, impostos, barreiras protecionistas, “interesses entrincheirados”, interferência humana. De tal modo que o melhor governo seria, na prática, o nenhum governo.

Em outras palavras, o business faria melhor, tudo o que qualquer governo faça. Ideias sobre democracia, justiça social e sociedade cuidada ou protegida, dizia Friedman, seria tabu, porque interfeririam no capitalismo solto ladeira abaixo, na banguela.

Disse que a saúde pública deveria ser posta em mãos privadas, a acumulação de lucros, ilimitada, abolidos todos os impostos cobrados de todas as empresas, e os serviços sociais reduzidos, ou completamente abolidos. Acreditava que “a liberdade econômica é um fim em si mesma e meio indispensável para que se chegue a liberdade política”.

Em relação à Líbia, nem a liberdade econômica nem a liberdade política são sequer pensáveis, a menos que a resistência popular impeça que prossiga o saque e retome, dos saqueadores ocidentais e seus aliados, o que já saquearam e venham a saquear. Sem resistência, nada restará aos líbios além da servidão.

Essa dura realidade tem de ser mudada, é preciso resistir, não importa o que custe ou quanto tempo dure a resistência. Temos de esperar que os líbios estejam à altura do sacrifício e da luta que se exige deles. Que se alimentem da fúria contra a planejada ocupação pela OTAN e o saque em andamento. Desistir é via que não poderão sequer considerar.

A resistência bem pode ser o coringa contra o qual Washington espera não ser obrigado a disputar. Em outro artigo, escrevi “Líbia: Manter viva a chama da liberdade” [5]. Em outro, “Nada acaba antes de terminar”. [6]

Lembremos os versos de John Lennon, “Imagine nada por que matar ou morrer. Viver a vida em paz. Esperar que um dia o mundo viva como um só mundo”. [7] É preciso tentar.

É preciso tempo para alcançar coisas importantes. O impossível demora um pouco mais.

O primeiro passo é detonar a visão de Friedman do que seria o melhor dos mundos, a OTAN, Washington ocupada pelas grandes corporações.

Conseguindo isso, teremos dado um primeiro passo para ajudar a libertar os líbios e, talvez, mais gente, em outros pontos do mundo, lutando pelo mundo em que todos merecem viver. Não é difícil. Está aí fora, à espera de que nos decidamos a ir buscá-lo.



Notas dos tradutores
[1] 22/8/2011, “Discurso do presidente sobre a Líbia (em inglês).
[2] 25/8/2011, “Declaração da secretária de Estado sobre a Líbia (em inglês).
[3] 27/8/2011, “Libya: on brink of humanitarian disaster (em inglês).
[4] 29/8/2011, em Global Research, LIBYA – Resistence to US/NATO Conquest Continues (em inglês).
[6]It Ain't Over Till It's Over”; é título de uma canção de Leni Kravitz (vídeo e letra). O artigo (24/8/2011) está em Libya War: It Ain’t Over Till It’s Over (em inglês).
[7] Pode ser ouvido em John Lennon – Imagine

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Zé Dirceu: Repórter Gustavo Nogueira Ribeiro cometeu crime

do blog do Zé Dirceu

Depois de abandonar todos os critérios jornalísticos, a revista Veja, por meio de um de seus repórteres, também abriu mão da legalidade e, numa prática criminosa, tentou invadir o apartamento no qual costumeiramente me hospedo em um hotel de Brasília.

O ardil começou na tarde dessa quarta-feira (24/08), quando o jornalista Gustavo Nogueira Ribeiro, repórter da revista, se registrou na suíte 1607 do Hotel Nahoum, ao lado do quarto que tenho reservado. Alojado, sentiu-se à vontade para planejar seu próximo passo. Aproximou-se de uma camareira e, alegando estar hospedado no meu apartamento, simulou que havia perdido as chaves e pediu que a funcionária abrisse a porta.

O repórter não contava com a presteza da camareira, que não só resistiu às pressões como, imediatamente, informou à direção do hotel sobre a tentativa de invasão. Desmascarado, o infrator saiu às pressas do estabelecimento, sem fazer check out e dando calote na diária devida, ainda por cima. O hotel registrou a tentativa de violação de domicílio em boletim de ocorrência no 5º Distrito Policial.

A revista não parou por aí.

O jornalista voltou à carga. Fez-se passar por assessor da Prefeitura de Varginha, insistindo em deixar no meu quarto “documentos relevantes”. Disse que se chamava Roberto, mas utilizou o mesmo número de celular que constava da ficha de entrada que preencheu com seu verdadeiro nome. O golpe não funcionou porque minha assessoria estranhou o contato e não recebeu os tais “documentos”.

Os procedimentos da Veja se assemelham a escândalo recentemente denunciado na Inglaterra. O tablóide News of the Word tinha como prática para apuração de notícias fazer escutas telefônicas ilegais. O jornal acabou fechado, seus proprietários respondem a processo, jornalistas foram demitidos e presos.

No meio da tarde da quinta-feira, depois de toda a movimentação criminosa do repórter Ribeiro para invadir meu apartamento, outro repórter da revista Veja entrou em contato com o argumento de estar apurando informações para uma reportagem sobre minhas atividades em Brasília.

Invasão de privacidade

O jornalista Daniel Pereira se achou no direito de invadir minha privacidade e meu direito de encontrar com quem quiser e, com a pauta pronta e manipulada, encaminhou perguntas por e-mail já em forma de respostas para praticar, mais uma vez, o antijornalismo e criar um factóide. Pereira fez três perguntas:

1 – Quando está em Brasília, o ex-ministro José Dirceu recebe agentes públicos – ministros, parlamentares, dirigentes de estatais – num hotel. Sobre o que conversam? Demandas empresariais? Votações no Congresso? Articulações políticas?

2 – Geralmente, de quem parte o convite para o encontro – do ex-ministro ou dos interlocutores?

3 – Com quais ministros do governo Dilma o ex-ministro José Dirceu conversou de forma reservada no hotel? Qual o assunto da conversa?

Preparação de uma farsa

Soube, por diversas fontes, que outras pessoas ligadas ao PT e ao governo foram procuradas e questionadas sobre suas relações comigo. Está evidente a preparação de uma farsa, incluindo recurso à ilegalidade, para novo ataque da revista contra minha honra e meus direitos.

Deixei o governo, não sou mais parlamentar. Sou cidadão brasileiro, militante político e dirigente partidário. Essas atribuições me concedem o dever e a legitimidade de receber companheiros e amigos, ocupem ou não cargos públicos, onde quer que seja, sem precisar dar satisfações à Veja acerca de minhas atividades. Essa revista notoriamente se transformou em um antro de práticas antidemocráticas, a serviço das forças conservadoras mais venais.

Independent: Como Israel se vinga de meninos que atiram pedras

Viomundo

O menino, pequeno e frágil, está lutando para ficar acordado. Sua cabeça pende para o lado, a certa altura caindo sobre o peito. “Levanta a cabeça! Levanta!”, grita um dos interrogadores, estapeando o menino. Mas ele a essa altura não parece mais se importar, porque está acordado por pelo menos doze horas desde que foi tirado de casa e separado dos pais às duas da manhã, sob a mira de uma arma. “Eu gostaria que vocês me soltassem”, ele choraminga, “assim eu poderia dormir um pouco”.

Durante o vídeo, de quase seis horas, o palestino Islam Tamimi, de 14 anos de idade, exausto e amedrontado, é continuamente pressionado, a ponto de começar a incriminar homens de sua vila e a tecer lendas fantásticas que, acredita, seus tormentadores querem ouvir.

Estas imagens raras, vistas pelo Independent, oferecem uma janela num interrogatório israelense, quase um rito de passagem que centenas de crianças palestinas acusadas de atirar pedras enfrentam todo ano.

Israel tem defendido fortemente seu comportamento, argumentando que o tratamento dados aos menores melhorou vastamente com a criação de uma corte militar juvenil dois anos atrás. Mas as crianças que enfrentaram a dura justiça da ocupação contam uma história bem diferente.

“Os problemas começam muito antes de as crianças serem trazidas para o tribunal, começam com a prisão delas”, diz Naomi Lalo, uma ativista do No Legal Frontiers, um grupo israelense que monitora os tribunais militares. É durante os interrogatórios que o destino da criança “é decidido”, ela diz.

Sameer Shilu, de 12 anos, estava dormindo quando soldados derrubaram a porta da frente da casa dele uma noite. Ele e o irmão mais velho sairam do quarto com os olhos embaçados para encontrar seis soldados destruindo a sala-de-estar.

Checando o nome do menino na carteira de identidade do pai, o oficial israelense parecia “chocado” quando viu que precisava prender uma criança, disse o pai de Sameer, Saher. “Eu disse, ‘ele é muito jovem: por que você o quer?’ ‘Eu não sei’, ele respondeu”. Vendado e com as mãos dolorosamente atadas por algemas plásticas nas costas, Sameer foi colocado em um Jeep, com o pai gritando que não tivesse medo. “Nós choramos, todos nós”, o pai diz. “Eu conheço meus filhos; eles não atiram pedras”.

Nas horas que antecederam o interrogatório, Sameer foi mantido vendado e algemado, sem poder dormir. Eventualmente levado para um interrogatório sem um advogado ou parente presente, um homem o acusou de participar de uma demonstração e mostrou imagens de um menino atirando pedras, dizendo que era ele.

“Ele disse, ‘este é você’ e eu disse que não era eu. Então ele me perguntou, ‘quem são eles?’ e eu disse que não sabia”, Sammer conta. “A certa altura, o homem começou a gritar comigo, me agarrou pelo colarinho e disse ‘eu vou jogar você pela janela e te bater com um pau, se você não confessar’”.

Sameer, que se disse inocente, teve sorte; ele foi solto algumas horas depois. Mas a maior parte das crianças é amedrontada a ponto de assinar uma confissão, sob ameaça de violência física ou contra as famílias, como a da retirada das permissões de trabalho.

Quando uma confissão é assinada, os advogados geralmente orientam as crianças a aceitar um acordo e a servir uma sentença de prisão, mesmo que não sejam culpadas. Alegar inocência quase sempre representa longas ações no tribunal, durante as quais a criança quase sempre fica presa. Sentenças em favor das crianças são raras. “Numa corte militar, você deve saber que não deve procurar por justiça”, diz Gabi Lasky, uma advogada israelense que representou crianças.

Existem muitas crianças palestinas em vilas da Cisjordânia sob a sombra do Muro israelense da separação ou de assentamentos judaicos em terras palestinas. Onde grandes protestos não-violentos se deram como forma de resistência, existem crianças que atiraram pedras e patrulhas de Israel nessas vilas são comuns. Mas advogados e grupos de defesa dos Direitos Humanos protestam contra a política de Israel de tornar alvo as crianças de vilas que resistem à ocupação.

Na maioria dos casos, crianças de até 12 anos de idade são arrancadas da cama à noite, algemadas e vendadas, ficam sem dormir ou sem comida, são submetidas a longos interrogatórios e então forçadas a assinar confissões em hebreu, um idioma que poucas tem capacidade de ler.

O grupo de Direitos Humanos B’Tselem concluiu que “os direitos dos menores são severamente violados, que a lei quase sempre fracassa na proteção de seus direitos, e que os poucos direitos dados a eles sob a lei não são implementados”.

Israel alega que trata os menores palestinos no espírito de sua própria lei para jovens mas, na prática, este é raramente o caso. Por exemplo, crianças não deveriam ser presas à noite, advogados e parentes deveriam estar presentes durante os interrogatórios e é preciso ler os direitos para as crianças presas. Mas Israel trata isso como comportamento recomendando, não como exigência legal, e os direitos das crianças são frequentemente violados. Israel considera jovens israelenses como crianças até 18 anos, enquanto palestinos são vistos como adultos a partir dos 16 anos de idade.

Advogados e ativistas dizem que mais de 200 crianças palestinas estão em prisões israelenses. “Se você quer prender estas crianças, se quer julgá-las”, diz a srta. Lalo, “tudo bem, mas faça isso de acordo com a lei de Israel. Dê a elas os seus direitos”.

No caso de Islam, o menino do vídeo, a advogada dele, srta. Lasky, acredita que o vídeo é prova de sérias irregularidades no interrogatório.

Em particular, o interrogador não disse a Islam que ele tinha direito de ficar calado, e o menino foi ouvido sem a advogada, que tentou vê-lo mas não conseguiu. Em vez disso, o interrogador pediu a Islam que contasse tudo a ele e aos colegas, sugerindo que se fizesse isso ele seria solto. Um interrogador sugestivamente socou uma das mãos, fechada, na palma da outra.

Ao final do interrogatório Islam, chorando entre soluços, sucumbiu aos interrogadores, aparentemente dando a eles o que queriam ouvir. Numa página de fotografias, a mão do menino se moveu sobre as imagens, identificando moradores da vila que mais tarde seriam presos por protestar.

A srta. Lasky espera que a divulgação do vídeo mude o tratamento das crianças presas nos territórios ocupados, em particular na forma como são usadas para incriminar outros, o que advogados alegam é o principal objetivo dos interrogadores. O vídeo ajudou a conseguir a soltura de Islam, do presídio para prisão domiciliar, e pode levá-lo a ser inocentado das acusações de atirar pedras. Mas, neste momento, um Islam silencioso não acredita em sua sorte. A metros de sua casa em Nabi Saleh fica a casa de uma prima, cujo marido está preso à espera de julgamento junto com uma dúzia de outros com base na confissão do menino.

A prima é magnânima. “Ele é uma vítima, ele é apenas uma criança”, diz Nariman Tamimi, de 35 anos, cujo marido, Bassem, de 45 anos, está na prisão. “Não devemos culpá-lo pelo que aconteceu. Ele estava sob enorme pressão”.

A política de Israel tem sido bem sucedida num sentido: criar medo entre as crianças e evitar que elas participem de futuras manifestações. Mas as crianças ficam traumatizadas, sujeitas a pesadelos e a molhar a cama à noite. A maioria acaba perdendo o ano escolar, ou abandona a escola.

Os críticos de Israel dizem que a política em relação às crianças palestinas está criando uma nova geração de ativistas com os corações cheios de ódio contra Israel. Outros dizem que ela mancha o caráter do país. “Israel não tem nada que prender estas crianças, julgá-las ou oprimí-las”, a srta. Lalo diz, com os olhos marejados. “Elas não são nossas crianças. Meu país está fazendo muitas coisas erradas e as justificando. Nós deveríamos servir de exemplo, mas nos tornamos um estado opressor”.

Números de crianças detidas

7000. O número estimado de crianças palestinas detidas e processadas pelos tribunais militares israelenses desde 2000, de acordo com relatório do Defesa Internacional de Crianças Palestinas (DCIP)

87. Porcentagem de crianças submetidas a alguma forma de violência física durante a custódia. Cerca de 91% tiveram os olhos vendados em algum momento da detenção.

12. A idade mínima de responsabilidade criminal, conforme estipulado pela Ordem Militar 1651.

62. Porcentagem das crianças presas entre meia-noite e 5 da manhã.