quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Fruet é o candidato a Senador pelo PSDB

Quem analisa a pesquisa divulgada pela Gazeta do Povo na terça (29 de dezembro) fica com a sensação de que o PSDB não pode deixar de ter uma vaga de Senado para si.
A campanha presidencial do PSDB e a de governador no Paraná darão as condições para termos um senador com AS MAIORES chances de ser eleito entre as duas vagas em disputa no pleito de 2010.

A candidatura de Gustavo Fruet é a única que não teve exposição de mídia em horário eleitoral gratuito no ano de 2009 - apareceram Osmar Dias, Alvaro Dias, Beto Richa, Ricardo Barros, Abelardo Lupion, Gleisi Hoffmann e Roberto Requião nos horários destinados à divulgação partidária.

Fruet abriu mão de seu tempo para que os candidatos a governador pelo PSDB aparecessem na mídia em todo o Paraná e consolidasse o tempo de TV e rádio para Aécio Neves e José Serra.
O alto índice de votos declarados em Curitiba - ocupando a primeira colocação e desbancando o três vezes governador e ex-prefeito de Curitiba - Roberto Requião, mostra que ele poderá ser utilizar-se do crescimento da capital para o interior.

A segunda opção entre os que já escolheram um candidato ao Senado dá a ele a liderança também o que demonstra que a candidatura de Gustavo Fruet têm folego e será o diferencial para angariar votos tanto de Requião como dos outros candidatos.

Agora ao PSDB do Paraná é fundamental dar a ele a estrutura de divulgação necessária e garantir a Gustavo Fruet as chances de aparecer de igual para igual com Roberto Requião e aí sim nós teremos em 2010 um senador eleito e que contribuirá com a governabilidade de nosso futuro presidente da República.

2010 já começa com um excelente notícia para os tucanos do Paraná.

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Álvaro, de havaianas?

Recentemente um blog da capital considerou o Senador Álvaro Dias como "de férias" da postulação de candidato do PSDB/PR ao governo do Estado.
Todos sabem, a despeito da aparente tranquilidade que paira na superfície do oceano Tucano, do aparente mar de Almirante, na verdade a menos de meio metro as águas estão revoltas, imaginem em níveis abissais.
Alguém estaria "fritando", querendo o "fígado" do Senador.
Em ano eleitoral, especialmente quando está em disputa o poder da República, necessariamente o Projeto Nacional deve sobrepor idiossincrasias locais.
Não a velhinha de Taubaté, mas não posso crer que os Tucanos Paranaenses cometerão a loucura, o desatino que representa o lançamento da candidatura do Prefeito de Curitiba, o jovem Beto Richa, em detrimento do interesse nacional do Partido.
O aparente prestígio que goza o prefeito, sobreviverá? Transporá o Rubicão?
A candidatura de Beto, se DESCOLA de Serra.
Tendo a cidadela da Prefeitura de Curitiba, estaria disposto o PSDB abrir mão, entrega-lá ao ex-trotikista, social-Lernista, neo-liberal vice-prefeito Ducci?
Jogada de risco, altíssimo risco.
Os ensinamentos de "Arte da Guerra", sustentam a manutenção dos redutos.
Como será entendida a RENÚNCIA de Beto?
Recém-eleito, teve que fazer muitas promessas e propostas para 4 anos de mandato. Vai abandonar no Primeiro ano?
O eleitor não se sentirá logrado, "mané"? Não levará Beto, a pecha de FUJÃO?
Não será considerado um rapazola arrivista?
A oposição não deixará barato, não se iludam...
O escândalo PRTB, voltará com toda força e requinte.
FUJÃO é forte. Pode pegar.
A rigor existe empate técnico nas atuais pesquisas.
Os Tucanos tem o privilégio de ter duas candidaturas viáveis.
Na política, assim como na vida, existem regras não escritas que determinam A HORA E A VEZ.
Outra cidadela importante é um assento, um mandato no Senado da República.
Os tucanos paranaenses tem duas bandeiras muito bem cravadas no cenário político.
Pode dispor de uma delas para travar a batalha sem CORRER RISCOS desnecessários.
Levantar a bandeira errada pode significar o enterro da sigla no Paraná, e mais, arrastar a candidatura nacional para a mesma sepultura!
Pesquisas mostram que o eleitorado que se identifica e vota com os Tucanos, fecharia 100% com o candidato indicado, porém qual amplia mais? Qual seria capaz de AGLUTINAR forças políticas de peso?
Empunhar a bandeira errada pode significar a ceifa, a guilhotina, a morte pré-matura.
Todos conhecem a "PEGADA" do Senador em campanha.
Não creio que ele esteja de havaianas, está sim,lustrando os coturnos, desenssarilhando e lubrificando a artilharia, conhece o território, o campo e o teatro da batalha.
Pra mim, Álvaro Dias está calçando os coturnos.
Cabe ao ESTADO MAIOR Tucano escolher o melhor comandante.
De Ávaro é a hora, de Álvaro é a vez!

Paulo Roberto Aguilera

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

2009: Um ano com gosto de café requentado?

É inevitável chegarmos já próximos da virada de ano e olharmos para os doze meses que se passaram, tentando entender nossos passos, os passos dos outros, os passos do mundo. Vimos uma gripe mudar de nome, de suína à H1N1, matar milhares de pessoas, para depois sabermos que não passava da gripe espanhola de 1918, requentada! O ser-humano quer gastar milhões de dólares em viagens turísticas espaciais e sonha em tirar água de Marte, mas ainda não é capaz de controlar o vírus de uma gripe já conhecida. Sem dúvida alguma, as prioridades da ciência devem ser repensadas.

Também vimos uma crise econômica sem precedentes passar. Tsunami para alguns, marolinha para outros! De acordo com o FMI, 10 trilhões de dólares saíram dos cofres públicos para não deixar bancos, seguradoras e montadoras de automóveis quebrarem. O capitalismo requentou o socialismo quando lhes foi conveniente! A pergunta que fica sem resposta é se alguém viu alguma mudança no controle da especulação financeira, depois da crise, conforme as promessas no meio da crise? Michael Jackson se foi, mas o “thriller” é o mesmo! Como diz a letra: ‘Cause this is thriller, thriller night. There ain't no second chance, against the thing with the forty eyes, girl. Thriller, Thriller night!’ -- ‘Porque isto é terror, noite de terror. Não há segunda chance, contra a coisa com quarenta olhos, garota. Terror! Noite de Terror!’

Em 2009, se comemorou vinte anos da queda do muro de Berlim, que separou famílias na Alemanha por quase trinta anos. Por outro lado, Israel constrói outro muro, isolando terras férteis na Cisjordânia e impedindo que palestinos tenham acesso a água, comida e o direito de ir e vir. Com quase 300 km extensão e declarado ilegal pela Corte Internacional de Justiça (ICJ), a sentença foi ignorada por Israel. Ironicamente, vimos neste final de ano, o roubo e a recuperação da placa com a inscrição "Arbeit macht frei" ("O trabalho nos faz livres"), que ficava na entrada do antigo campo de extermínio nazista de Auschwitz, na Polônia. A memória de um tempo sombrio onde liberdades eram restritas e se matavam pessoas pelas suas crenças e raças! O muro na Terra Santa é um símbolo requentado, pois encobre as atrocidades cometidas na região pelo superior poder bélico israelense. O escritor português, José Saramago, ganhador do Prêmio Nobel de Literatura, confronta Israel com a verdade histórica: “O que está acontecendo na Palestina é um crime que podemos comparar com o que ocorreu em Auschwitz”.

Do lado rico do Planeta, tivemos momentos de esperança, com a eleição de um presidente negro da maior economia do mundo, apontado como um paladino do bem, se contrapondo ao seu antecessor, George Bush, o senhor da guerra. No entanto, Barack Obama decepcionou a todos ao aumentar a ofensiva americana no Afeganistão, logo após ganhar de prêmio Nobel da Paz. Também na maior conferência do ano para conter as mudanças climáticas, se omitiu de assumir metas de redução nas emissões dos Gases do Efeito Estufa (GEE). Ele não estava sózinho na COP 15, em Copenhage, já que grandes poluidores como a China e países produtores de petróleo, também fizeram de tudo para que compromisso algum fosse assumido. Requentaram o que já estava quente! Segundo um relatório do Fórum Humanitário Global (FHG), as mudanças no clima já matam cerca de 315 mil pessoas por ano, de fome, doenças ou desastres naturais, e o número deve subir para 500 mil até 2030.

Grande parte dessas mortes ocorrerão na África, sendo que o continente representa menos de 4% às emissões globais de GEE! Obama traiu sua origem africana. Este sentimento está sintetizado na frase do primeiro-ministro etíope Meles Zenawi, o negociador-chefe dos 53 países membros da União Africana, que declarou - "o fim do Protocolo de Kyoto significa a morte da África". Ironicamente, a avó do presidente dos Estados Unidos, Mama Sarah, terá melhor qualidade de vida com as placas para gerar energia solar instaladas pelo Greenpeace, em sua casa em Kogelo, no Quênia!

Na COP 15 também esteve Arnold Schwarzenegger, mostrando as regulamentações de controle de emissões implantadas no estado da Califórnia, onde governa e promentendo mais do que presidente do seu país. O ex-ator de cinema ficou bem na fita, enquanto Obama pode representar o verdadeiro “exterminador do futuro”!

Em tempo, o estudo “Caminhos para uma Economia de Baixa Emissão de Carbono”, da McKinsey & Co, que teve a WWF (Fundo Mundial para a Natureza) como um dos patrocinadores, demonstra que até 2030, energias solar, eólica e de outras fontes renováveis poderiam contribuir com até um terço de toda a demanda global; eficiência energética poderia reduzir as emissões de gases de efeito estufa em mais de um quarto; e as emissões oriundas do desmatamento de florestas tropicais – atualmente um quinto das emissões globais – poderiam ser praticamente eliminadas. E tudo isto a um custo de menos de 0,5% do Produto Interno Bruto Global.

Enquanto isto, no país do futuro, vimos nosso presidente ser apontado como o “cara”, personagem global do ano! País emergente, agora o Brasil está entre os dez mais, capa do Financial Times, é a bola da vez! Se por um lado há o brilho, por outro, há corrupção requentada, que vai dos mensalões as meias e cuecas do Distrito Federal, um lado sórdido da política brasileira que insiste em permanecer. Promessas são muitas, de conter desmatamento à reduzir as mazelas sociais, de mais educação, moradias e menos criminalidade. No entanto, a cada dez horas uma criança é assassinada no Brasil, segundo o NEV (Núcleo de Estudos da Violência, da USP). É o tempo deste texto chegar no editorial do jornal e ser impresso. Em ano eleitoral, precisaremos mais do que frases de efeito e promessas de palanque requentadas para mudarmos esta realidade! A ministra da casa civil, Dilma Housseff, chefe da delegação brasileira na COP15, precisa estudar mais a cartilha ambiental para não cometer gafes como declarar ao mundo que “o meio ambiente é uma ameaça ao desenvolvimento sustentável”!

Aproveitando uma mensagem de natal enviada virtualmente por um um amigo, deixo aos leitores o pensamento lúcido e esperançoso de Carlos Drumond de Andrade:

Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias,
a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial.
Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão.
Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro
número e outra vontade de acreditar que daqui para diante vai ser diferente.

Que dois mil e dez não tenhamos gosto de café requentado, novamente!

Eloy Casagrande Jr., PhD - Coordenador do Escritório Verde e Professor da Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR (eloy.casagrande@gmail.com)

sábado, 26 de dezembro de 2009

Mensagem de fim de ano aos nossos inúmeros leitores

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Bachelet homenageia Víctor Jara em seu velório

A presidente chilena, Michelle Bachelet, homenageou na sexta-feira o compositor e cantor chileno Víctor Jara durante o velório do artista, 36 anos depois de seu assassinato. Os restos mortais de Jara, que foi torturado e assassinado, foram exumados em meados deste ano como parte de uma investigação sobre as causas de sua morte durante a ditadura de Augusto Pinochet, um dos casos mais representativos dos crimes cometidos no período de 1973 a 1990.

"Finalmente, depois de 36 anos, Víctor pode descansar em paz, mas também há muitas outras famílias que querem poder descansar em paz", disse Bachelet durante o velório na sede da Fundação Víctor Jara, na Plaza Brasil, em Santiago.

Pinochet morreu em 2006 aos 91 anos sem ter sido condenado pela Justiça pelas cerca de 3.000 pessoas mortas, nem pelas 28.000 que sofreram torturas durante sua ditadura, incluindo Bachelet e sua mãe.

"Esse funeral não é um funeral normal, é um ato de amor e luta por todos nossos mortos e também a celebração da vida de Víctor e de todos eles também", disse a britânica Joan Turner, viúva do compositor, no velório.

Os restos mortais de Jara serão sepultados no sábado no Cemitério Geral de Santiago

Lerner é denunciado por desvio de dinheiro

O ex-governador do Paraná Jaime Lerner (1995-2002) foi denunciado à Justiça por crimes de formação de quadrilha, desvio de dinheiro público (peculato) e dispensa de licitação irregular num contrato firmado em 8 de agosto de 2001 entre o governo do estado, por meio da Cele­­­­par, e a Associação dos Diploma­­­dos da Faculdade de Economia, Ad­­­ministração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (Adifea-USP).

Além de Lerner, outras 10 pessoas foram denunciadas ? entre eles o ex-secretário estadual da Casa Civil José Cid Campêlo Filho assim como ex-diretores e funcionários da Celepar e da Adifea. A denúncia, assinada em 12 de novembro de 2009 pelo promotor Marcelo Alves de Souza, foi acolhida no último dia 14 pela juíza Angela Regina Ramina de Lucca, da 9.ª Vara Criminal de Curitiba.
No documento, de 70 páginas, o promotor detalha a ação daquilo que classificou como ?quadrilha? que teria lesado em R$ 627,3 mil os cofres públicos. O esquema montado, segundo a denúncia do MP, começou em fevereiro de 2001, quando iniciou o processo de contratação da Adifea para a prestação de serviços em diversas áreas ? no caso da denúncia, contratos para a ?recuperação de tributos e afins?. No entendimento do MP, a credibilidade da Adifea foi utilizada como justificativa para as ações criminosas dos 11 denunciados.

Depois da assinatura do contrato ilegal, segundo o MP, a Adifea elaborou uma planilha de créditos tributários e previdenciários a serem recuperados pela Celepar ? o órgão do governo do estado responsável pelo processamento de dados e sistemas de informática do estado. Os créditos a serem recuperados seriam de R$ 15,5 milhões.

O elevado valor chamou a atenção dos setores jurídico e contábil da Celepar, que consideraram frágeis os relatórios feitos pela Adifea, que não teriam qualquer fundamentação jurídica. Diante esta fragilidade, diz o promotor na denúncia, o grupo reviu os valores emitindo um novo relatório, desta vez com o valor de R$ 5,9 milhões em créditos a receber. Mesmo assim, a Celepar resolveu compensar ou recuperar apenas as multas pagas em razão dos recolhimentos de tributos e contribuições em atraso ? R$ 1,6 milhão.

O MP considerou como indevido o processo de compensação de créditos realizado pela Celepar porque ?se baseou apenas no relatório apresentado pela organização criminosa, sem ter lançado mão de qualquer procedimento judicial ou administrativo que amparasse sua pretensão?.
O contrato previa o pagamento de valores para a Adifea na medida em que ocorresse a recuperação dos créditos. As compensações tiveram início em setembro de 2001. A Celepar pa­­­­gou R$ 291,9 mil aos denunciados, por intermédio da Adifea.

Sacramentado o desvio de re­­cursos da Celepar, diz um trecho da denúncia, ?a organização criminosa lavava o dinheiro para depois repartir entre os acusados de integrar esta quadrilha?. O di­­­nheiro, ainda de acordo com o promotor, era esquentado por meio de duas empresas capitaneadas por dois dos acusados. Dos R$ 291 mil recebidos, R$ 256 mil foram redistribuídos para essas duas empresas.
Aparências
Num primeiro entendimento, relata o promotor, a ação da Adifea parecia um bom negócio, já que a Celepar teria recuperado R$ 1,6 milhão em créditos tributários e pagou quase R$ 300 mil pelo serviço prestado pela Adifea. No entanto, o MP entendeu que a Celepar tomou um prejuízo de R$ 627 mil porque teve de restituir quase R$ 2 milhões ao Fisco, depois de inspetorias do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e da Secretaria da Receita Federal (SRF). ?Como sempre ocorre quando não há uma cristalina diferenciação entre o público e o privado, referido prejuízo segue, até o presente, pendente de ressarcimento?, diz um trecho da denúncia. O contrato firmado entre a Celepar e a Adifea só foi rescindido em agosto de 2002, após uma recomendação do Tribunal de Contas do Paraná.

A reportagem procurou o ex-governador Jaime Lerner e o ex-secretário Campêlo Filho, mas eles não atenderam aos telefonemas. A Gazeta do Povo também procurou a Adifea, mas ninguém atendeu o telefone da sede da entidade.

Por que não festejo e me faz mal o Natal?

por Mário Maestri*

Não festejo e me faz mal o Natal por diversas razões, algumas fracas, outras mais fortes. Primeiro, sou ateu praticante e, sobretudo, adulto. Portanto, não participo da solução fácil e infantil de responsabilizar entidade superior, o tal de “pai eterno”, pelos desastres espirituais e materiais de cuja produção e, sobretudo, necessária reparação, nós mesmos, humanos, somos responsáveis.

Sobretudo como historiador, não vejo como celebrar o natalício de personagem sobre o qual quase não temos informação positiva e não sabemos nada sobre a data, local e condições de nascimento. Personagem que, confesso, não me é simpático, mesmo na narrativa mítico-religiosa, pois amarelou na hora de liderar seu povo, mandando-o pagar o exigido pelo invasor romano: “Dai a deus o que é de deus, dai a César, o que é de César”!

O Natal me faz mal por constituir promoção mercadológica escandalosa que invade crescentemente o mundo exigindo que, sob a pena da imediata sanção moral e afetiva, a população, seja qual for o credo, caso o tenha, presenteie familiares, amigos, superiores e subalternos, para o gáudio do comércio e tristeza de suas finanças, numa redução miserável do valor do sentimento ao custo do presente.

Não festejo e me desgosta o Natal por ser momento de ritual mecânico de hipócrita fraternidade que, em vez de fortalecer a solidariedade agonizante em cada um de nós, reforça a pretensão da redenção e do poder do indivíduo, maldição mitológica do liberalismo, simbolizada na excelência do aniversariante, exclusivo e único demiurgo dos males sociais e espirituais da humanidade.
Desgosta-me o caráter anti-social e exclusivista de celebração que reúne egoísta apenas os membros da família restrita, mesmo os que não se freqüentaram e se suportaram durante o ano vencido, e não o farão, no ano vindouro. Festa que acolhe somente os estrangeiros incorporados por vínculos matrimoniais ao grupo familiar excelente, expulsos da cerimônia apenas ousam romper aqueles liames.

Horroriza-me o sentimento de falsa e melosa fraternidade geral, com que nos intoxica com impudícia crescente a grande mídia, ano após ano, quando a celebração aproxima-se, no contexto da contraditória santificação social do egoísmo e do individualismo, ao igual dos armistícios natalinos das grandes guerras que reforçavam, e ainda reforçam – vide o peru de Bush, no Iraque – o consenso sobre a bondade dos valores que justificavam o massacre de cada dia, interrompendo-o por uma noite apenas.

Não festejo o Natal porque, desde criança, como creio para muitíssimos de nós, a festa, não sei muito bem por que, constituía um momento de tensão e angústia, talvez por prometer sentimentos de paz e fraternidade há muito perdidos, substituindo-os pela comilança indigesta e a abertura sôfrega de presentes, ciumentamente cotejados com os cantos dos olhos aos dos outros presenteados.

Por tudo isso, celebro, sim, o Primeiro do Ano, festa plebéia, hedonista, aberta a todos, sem discursos melosos, celebrada na praça e na rua, no virar da noite, ao pipocar dos fogos lançados contra os céus. Celebro o Primeiro do Ano, tradição pagã, sem religião e cor, quando os extrovertidos abraçam os mais próximos e os introvertidos levantam tímidos a taça aos estranhos, despedindo-se com esperança de um ano mais ou menos pesado, mais ou menos frutífero, mais ou menos sofrido, na certeza renovada de que, enquanto houver vida e luta, haverá esperança.
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* Historiador e professor do curso de História e do Programa de Pós-Graduação em História da UPF, RS. Publicado em La Insignia.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

O tráfico salvou o interbancário

por Wálter Fanganiello Maierovitch

Todo fim de ano faço para CartaCapital um apanhado sobre o fenômeno das drogas ilícitas. Esse fenômeno, como sempre chamo a atenção, é utilizado para encobrir, sob o falso rótulo de ?guerra às drogas?, interesses geoeconômicos, geopolíticos e geoestratégicos de potências imperialistas e de Estados com governos a elas subservientes, como sucede, por exemplo, na Colômbia de Álvaro Uribe.

Neste ano, alguns fatos novos chamaram a atenção para esse mercado de muitas drogas proibidas, de menos de 10% das apreensões policiais e que continua a movimentar no sistema bancário-financeiro internacional, por baixo, cerca de 300 bilhões de dólares ao ano.

Com efeito, o ?setor de serviços? da máfia balcânica, responsável pelo envio e armazenamento da cocaína andina na Europa, passou a ser quase hegemônico, graças a diferentes estratégias, estrutura e método. A máfia balcânica desbancou as espanholas que, até 2007, imperavam no transporte e na oferta da cocaína, considerada a rainha das drogas.

O fato de a Sérvia ter ficado sem saída para o mar, em face da independência de Montenegro, após consulta popular em maio de 2006, em nada afetou os negócios e os lucros, pois esta referida organização criminosa balcânica é também chamada, tanto pela mescla como pelas origens dos chefes e dos membros, de máfia sérvio-montenegrina. Por evidente, atua sem fronteiras e logrou cooptar políticos de peso.

Ao contrário do que ocorria com as organizações criminosas espanholas, a máfia balcânica assume sozinha o custo e o risco do transporte da cocaína adquirida na América Latina. No caso de apreensão policial, o prejuízo fica por conta dela. E dominou o mercado europeu por não trabalhar mais sob encomenda. Não há mais divisão de riscos. Para se ter ideia, a N?Drangheta calabresa compra cocaína diretamente dos entrepostos da máfia sérvio-montenegrina, ou seja, não mais encomenda partidas de cocaína nem partilha o risco no caso de apreensão policial ou perda do produto durante o transporte por mar e ar.

Um exemplo ajuda a esclarecer. Em 15 de outubro, na cidade uruguaia de Santiago Vázquez, foi realizada a maior apreensão de drogas deste ano, ou seja, mais de 2,5 toneladas de cocaína pura. A droga estava no iate Maui, de bandeira britânica e tripulação só de sérvios e montenegrinos. A rota marítima principal utilizada pela máfia balcânica é a seguinte: Uruguai (ou Argentina), África do Sul e Montenegro. Diversa é a rota aérea: Colômbia, África Central, Turquia e Montenegro.

Com mil narcossoldados treinados, a máfia balcânica é composta de 45 células, vende cocaína a 35 mil euros o quilo, sem espera e tirada do estoque. A concorrência espanhola, com risco de divisão de prejuízos, oferece por 40 mil euros, pagos antecipadamente e com prazo de entrega.

Como se estivessem em guerra, os narcossoldados sérvios estão equipados e preparados para enfrentar qualquer força de ordem, conforme um reservado dossiê dos 007 da Soca, a agência britânica anticrime organizado. Com táticas especiais, meios e sistemas, os narcossoldados conseguem proteger as células territoriais e seus depósitos. No particular, seguem os modelos introduzidos pelos cartéis mexicanos Los Zetas e do Golfo. Os Zetas foram adestrados por militares norte-americanos de elite e travam guerra com o cartel La Familia Michoacana, também militarizada, e de controle do tráfico pelo Golfo da Califórnia, a partir dos estados de Michoacán e Guerrero.

Com oferta estabilizada e demanda crescente, observado que o tráfico e o mercado de heroína (droga decadente) operam de forma diversa ao da cocaína e das drogas sintéticas, não pode ser desprezada a revelação do responsável pelo escritório da agência antidrogas e anticrime das Nações Unidas, dirigida desde 2002 por Antonio Costa, um burocrata e sabujo de Bush saído dos quadros de funcionários de carreira das Nações Unidas, proveniente da área econômica. Segundo Costa declarou ao britânico The Observer, milhões e milhões de dólares provenientes do mercado ilegal de drogas, nestes tempos bicudos de crise, circularam pelo sistema financeiro: ?Os proventos da criminalidade internacional foram para os bancos, em muitos momentos, o único capital de investimento líquido (em papel-moeda) disponível?.

Depois da quebra do Lehman Brothers, em setembro de 2008, o mercado interbancário (pelo qual as instituições se abastecem reciprocamente) minguou. Aí entraram os 300 bilhões de dólares, justamente o dinheiro movimentado pela droga, afirmou o italiano Costa.

Sobre os nomes dos bancos beneficiados, Costa os guarda em segredo, inclusive para conseguir ficar mais tempo no cargo, agora que não conta mais com o apoio de Bush.

Clima ruim para a Monsanto

A empresa-símbolo dos transgênicos é apontada em Copenhague como a principal vilã do aquecimento global, apesar de todo o esforço para se mostrar mais "verde"

Na terça-feira 15, a multinacional americana Monsanto foi alvo de uma galhofa no mínimo incômoda. A empresa, que se tornou sinônimo de alimentos geneticamente modificados, "venceu" uma disputa nada agradável: o "Troféu Sereia Zangada". A iniciativa é encabeçada pela escritora e ativista Naomi Klein, conhecida nos bastidores das discussões climáticas mundiais e pertencente à ONG Amigos da Terra Internacional. O símbolo da campanha é uma sereia para lá de aborrecida com a poluição dos mares. A ideia, segundo os organizadores, é destacar as empresas que mais contribuíram para o aumento das emissões de gases causadores do aquecimento global. O anúncio aconteceu em meio aos debates da Cúpula do Clima, em Copenhague, e mostrou que dos dez mil votos contacontabilizados no site da premiação, a Monsanto ficou em primeiro lugar com 37%. A empresa fez jus ao prêmio porque, de acordo com a ONG, o avanço da soja transgênica tem contribuído para o desflorestamento. Em nota, a Monsanto nega as acusações e afirma que busca com outros setores da sociedade soluções para frear as mudanças climáticas. "A Monsanto se orgulha de fazer parte da 'nova Revolução Verde', ao apostar na biotecnologia e desenvolver tecnologias que contribuem para aumentar a produção de alimentos, ao mesmo tempo que reduzem o uso de agroquímicos, água e combustíveis e a emissão", afirmou a companhia.

O fato é que, nos últimos anos, a Monsanto parece não conseguir se desvencilhar de repetidas polêmicas. No ano passado, a francesa Marie- Monique Robin lançou o livro O mundo segundo a Monsanto, em que faz denúncias acerca dos métodos usados para desenvolver os alimentos transgênicos. Nos Estados Unidos, há uma série de investigações antitruste que visam barrar a estratégia de crescimento da empresa. Para ganhar espaço, a Monsanto tem licenciado seus genes a empresas menores, que podem utilizá-los em novos produtos. Com isso, algumas contrapartidas são exigidas. Entre elas, a condição de que as parceiras não firmem acordos com empresas concorrentes, como Syngenta e DuPont. "Nós não acreditamos que haja qualquer mérito nas alegações sobre o nosso acordo de licenciamento ou os termos de contrato", disse o porta-voz da Monsanto, Lee Quarles, de St. Louis (EUA).

mundo segundo a Monsanto, em que faz denúncias acerca dos métodos usados para desenvolver os alimentos transgênicos. Nos Estados Unidos, há uma série de investigações antitruste que visam barrar a estratégia de crescimento da empresa. Para ganhar espaço, a Monsanto tem licenciado seus genes a empresas menores, que podem utilizá-los em novos produtos. Com isso, algumas contrapartidas são exigidas. Entre elas, a condição de que as parceiras não firmem acordos com empresas concorrentes, como Syngenta e DuPont. "Nós não acreditamos que haja qualquer mérito nas alegações sobre o nosso acordo de licenciamento ou os termos de contrato", disse o porta-voz da Monsanto, Lee Quarles, de St. Louis (EUA).

Em Copenhague, para limpar sua imagem, a empresa tem procurado se destacar de outras formas. Uma delas é a participação na mesa-redonda da soja responsável, destinada a produtores, empresas e tradings. Só resta saber se agora alguém pretende levar a taça para casa

Ibiapaba Netto - Revista Istoé Dinheiro

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Natal: Jesus não nasceu em 25 de dezembro

Por Emanuelle Bezerra

Nesta época do ano, o comércio fatura mais do que em dias normais, as ruas ficam enfeitadas; há troca de presentes entre pessoas especiais e colegas de trabalho; e as escolas e as igrejas tentam ensinar às crianças que o verdadeiro sentido do Natal é o nascimento de Cristo. Verdadeiro? Até mesmo entre os cristãos há divergência quanto à celebração da data.

O nascimento de Jesus só passou a ser atrelado a essa data quando, por uma questão política, o imperador romano Constantino procurou resgatar a unidade religiosa do povo que governava. Constantino aproveitou a difusão do cristianismo para controlar o império. Foi ele que estabeleceu os costumes e rituais da Igreja Católica Romana, criada no Concílio de Nicéia em 325 d.C., passando o dia de celebração do sábado para o domingo e criando o Natal cristão. Além disso, a Igreja Romana assimilou muitos costumes de outros povos que o império dominava, como conta Henry Bettenson em seu livro Documentos da Igreja Cristã.

O que ocorre é que em outras culturas, anteriores a Cristo, 25 de dezembro era marcado como o dia do nascimento de deuses, geralmente ligados ao Sol. Na definição da Enciclopédia Barsa, o Natal é uma data fixada no ano de 440, a fim de cristianizar grandes festas pagãs realizadas neste dia.

Estas festas estão relacionadas às estações do ano. O culto pagão Natalis Invistis Solis (nascimento do deus sol invencível), ao deus Mithra, da Pérsia, do qual Constantino era sumo sacerdote, é celebrado nesta data, porque do dia 24 para o 25 acontece a passagem do Solstício de Inverno para o Equinócio de Primavera nos países do Hemisfério Norte. Durante o período do Solstício de Inverno, os dias são curtos e frios porque, segundo o Observatório Astronômico da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), desta perspectiva, o Sol se move durante seis meses para o sul e fica mais fraco. Ao nascer do dia 25, ele se move um grau, mas, desta vez, para o norte, trazendo dias mais longos e quentes e, claro, a primavera com suas flores, a colheita, o acasalamento dos animais e todo o culto em torno da fertilidade.

Os solstícios são as posições da Terra em relação ao Sol. Entre eles há os Equinócios de Primavera e Outono, que ocorrem quando os dois hemisférios ficam dispostos simetricamente em relação ao Sol, que sempre foi motivo de culto e adoração em inúmeros povos.

No Egito, 3000 anos a.C., o Sol aparece na figura do deus Hórus, que nasceu da virgem Isis, na mesma data de Mithra. Seu arqui-inimigo era Set, que representava o mal, as trevas ou a noite. Todos os dias eles travavam batalhas. Ao entardecer, Set ganhava e mandava Hórus para as trevas, ao amanhecer, acontecia o contrário e Hórus reaparecia vitorioso no céu. Durante a primavera e o verão, quando os dias são mais longos, Hórus prevalecia. De igual forma, a mesma estrutura mitologica é encontrada uma das versões da história de Krishna, da Índia, cujo nascimento teria sido em 25 de dezembro a 900 anos a.C., também de uma virgem, Devaki.

Jesus não poderia ter nascido nesta data, pois em Israel é inverno e dificilmente pessoas peregrinam nesta época. Os pais de Jesus estavam a caminho de Belém, próximo a Jerusalém, o que só ocorria em duas ocasiões: no aniversário da segunda cidade e na Festa dos Tabernáculos, ou Sucot, a festa das colheitas do povo judaico. Os indícios apontam que o nascimento teria acontecido na segunda ocasião. Russel Shedd constatou em seus estudos para a tese de doutorado que o nascimento se deu em outubro, durante a festividade, considerando os turnos de sacerdócio de Zacarias, pai de João Batista, primo de Jesus. Ele nasceu na época da Festa dos Tabernáculos, em outubro. Seu nascimento pode ser calculado assim: Zacarias exercia seu turno em julho (Lc. 1:5,8) por ser do turno de Abias, o oitavo turno do ano eclesiástico que começava em março (I Cr. 24:10). Foi o mês da concepção de João Batista, (Lc. 1:23-24), que nasceu, pois em abril do ano seguinte. Jesus nasceu seis meses mais tarde, (Lc. 1:26), portanto em plena Festa dos Tabernáculos.

Os insurretos do século 21: a I Insurreição Pirata

Carolina Gutierrez

Se você tem uma maçã e eu tenho uma maçã e nós trocamos as maçãs, então você e eu ainda teremos uma maçã. Mas se você tem uma idéia e eu tenho uma idéia e nós trocamos essas idéias, então cada um de nós terá duas idéias? (Bernard Shaw).

Essa é a lógica do compartilhamento. Idéias não são bens materiais. E isso pauta a I Insurreição Pirata que acontecerá na ONG Ação Educativa nos próximos dias 28 e 29 de março. O evento é organizado por ativistas da cybercultura e pessoas defensoras do conhecimento livre, para a formação, também no Brasil, de uma agremiação política que combata o copyright ? o Partido Pirata.

Explico. Uma insurreição? Pirata? contra os abusos da indústria copyright. E contra a criminalização do compartilhamento em rede. Se baixar, subir, compartilhar músicas, vídeos, textos, fotos, cachorros e papagaios é crime, então somos todos criminosos. No final das contas, somos todos piratas?

Sérgio Amadeu, ativista do software livre, é enfático: ? Os Piratas são eles. Não estamos a procura do ouro!?

Para Amadeu, a metáfora pirataria é péssima para se referir a bens compartilhados. O termo pirata é ambíguo, nos remete à idéia de roubo. E diga-se de passagem, compartilhamento e roubo são coisas bem distintas e distantes. E é com o intuito, de pelear contra todo o obscurantismo provocado, que a I Insurreição debaterá temas, em formato de desconferências, relacionados à livre circulação de informações.

Le Monde Brasil

Aécio Neves faz bem em abrir mão de sua pré-candidatura à Presidência?

O governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), desistiu de tentar a indicação do partido para concorrer à Presidência da República em 2010. O anúncio foi feito pelo governador, por meio de uma nota à imprensa, na tarde desta quinta-feira (17) em Belo Horizonte.

"O que me propunha (era) tentar oferecer (algo) novo ao nosso projeto, no entanto, estava irremediavelmente ligado ao tempo da política, que, como sabemos, tem dinâmica própria. E se não podemos controlá-lo, não podemos, tampouco, ser reféns dele. Sempre tive consciência de que uma construção com essa dimensão e complexidade não poderia ser realizada às vésperas das eleições", disse Aécio. O governador leu o pronunciamento ao lado do senador e presidente do PSDB, Sérgio Guerra, e do vice-governador Antônio Augusto Anastasia.

José Serra e Aécio Neves disputavam a candidatura à presidência da República do PSDB

Leia frases de Aécio sobre a candidatura à Presidência

"Deixo a partir deste momento a condição de pré-candidato do PSDB à Presidência da República, mas não abandono minhas convicções e minha disposição para colaborar, com meu esforço e minha lealdade, para a construção das bandeiras da Social Democracia Brasileira", completou. "Busco contribuir, dessa forma, para que o PSDB e nossos aliados possam, da maneira que compreenderem mais apropriada, com serenidade e sem tensões, construir o caminho que nos levará à vitória em 2010."

Com isso, o governador de São Paulo, José Serra, passa a ser o único pré-candidato do PSDB à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Serra quer adiar até março - prazo para deixar o governo - o anúncio da candidatura, o que contrariava Aécio, que pressionava o partido para definir seu candidato até dezembro.

O partido Democratas - cogitado para indicar o vice na chapa - também tem pressionado Serra a lançar a pré-candidatura.

Ao desistir da Presidência, Aécio deve se candidatar a uma cadeira no Senado em 2010. Publicamente, o mineiro rejeita a ideia de integrar a candidatura à vice numa chapa com Serra.

Em todas as pesquisas de opinião divulgadas ao longo do ano, José Serra está na liderança na corrida ao Planalto, seguido pela ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, pré-candidata do PT à Presidência.

Em 2010, Aécio encerra seu mandato à frente do governo de Minas. Ele foi reeleito no primeiro turno em 2006. Antes de chegar ao governo, chegou à presidência da Câmara dos Deputados.

Aécio é neto de Tancredo Neves, presidente eleito pelo voto indireto em 1985, mas que morreu antes de assumir o cargo, dando lugar ao hoje senador José Sarney (PMDB-AP).

*Com informações do UOL Notícias, em São Paulo

Bresser-Pereira: BC deve estar subordinado a eleitos pelo povo

O ex-ministro da Fazenda Luiz Carlos Bresser-Pereira criticou a independência do Banco Central (BC), durante audiência da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Dívida Pública. Ele destacou que o BC elabora políticas fundamentais para o país ? como de juros e de câmbio ?, diretamente relacionadas à vida das pessoas, tarefa que, avalia, deve ser entregue aos representantes eleitos pelo povo.

"A ideia de que, em vez disso, eu atribua essa responsabilidade a técnicos iluminados, absolutamente independentes, é uma loucura. A tese da independência do BC é de que os políticos são todos populistas e sem-vergonhas e que os técnicos são todos maravilhosos e incorruptíveis. Não é verdade isso."

O ex-ministro Bresser Pereira também condenou, na audiência, a alta taxa de juros praticada no País. Ele atribui esse comportamento aos fortes interesses dominantes dos rentistas e dos especuladores. Segundo Bresser, esse cenário não é bom, porque desestimula os investimentos e aumenta a dívida pública todos os anos. "O Brasil gasta uma fortuna em juros, muito mais do que gasta em educação e saúde, o que é uma coisa quase que patética."

A supervalorização do real também foi alvo de críticas. O ex-ministro da Fazenda defendeu uma administração forte do câmbio e classificou o atual modelo de ?populismo cambial?. Bresser explicou que, quando a taxa cambial é alta, a exemplo do que acontece hoje, os salários reais aumentam, as pessoas têm mais chance de comprar mercadorias importadas dentro do País e de fazer viagens ao exterior, porque tudo fica mais barato. "É uma alegria. Só que representa déficit em conta corrente, diminuição em investimentos, menor crescimento do país e crise?, ressaltou.

A prorrogação dos trabalhos da CPI da Dívida Pública foi aprovada em plenário nesta quarta-feira. Conforme explicou o relator, deputado Pedro Novais (PMDB-MA), a comissão vai funcionar nos meses de fevereiro e março para ouvir convidados já agendados e para a elaboração, discussão e votação do relatório final. Pedro Novais disse que vai analisar as informações sobre o modo como ocorreu o endividamento brasileiro nos últimos anos e propor medidas para melhorar o controle da dívida daqui para a frente.

Fonte: Agência Câmara

COP 15 – o último a sair que apague as luzes!

Por Eloy F. Casagrande Jr.*

Sexta-feira (17) é o dia D na COP 15, a Conferência do Clima das Nações Unidas. Todos os aliados já desembarcaram na bela Copenhage, até mesmo os chefes de estado há três dias se movimentam nos bastidores para não deixar naufragar o acordo para controlar o aquecimento global. Neste cenário falta o presidente do país que é considerado o maior poluidor do Planeta! Barack Obama chegará somente para a cerimônia de encerramento da conferência.

Com esta atitude, o ganhador do prêmio Nobel da Paz mostra a importância que seu país deu para a mesma. Isto começa a nos revelar uma outra face do mocinho que se tornou um herói mundial ao derrotar malfeitor George Bush! Obama mandou seus fieis escudeiros para negociar que não haja comprometimento de metas de redução de Gases do Efeito Estufa (GEE) e valores de financiamento para países pobres, que mais serão afetados com as mudanças climáticas.

Até quarta-feira (16), ao invés de números, o chefe da negociação americana, Todd Stern, queria que nos textos finais aparecesse a letra “xix”. Isto mesmo, um grande e cruzado “X”! O X aqui é até irônico, já que Obama admite que um dos seus grandes ídolos foi Malcolm X (ou El Hajj Malik El Shabazz), líder negro americano, também muçulmano, que defendia maiores direitos para sua raça e foi brutalmente assassinado em 1965. Mas voltando ao xis da questão, o fato é que há mais interesses econômicos e políticos na COP 15, do que deixar o Planeta derreter.

Os Estados Unidos já chegou a causar mal estar entre os negociadores quando anunciou no início uma ajuda de 1 bilhão de dólares para o fundo destinado a desacelerar o desmatamento. Para um país que em dezembro de 2008, liberou 14 bilhões de dólares para salvar a Chrysler e a GM, montadores de produtos altamente poluentes, isto soava como zombaria! Para limpar a barra, a secretária de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton, chegou quinta-feira (17) com a cavalaria e a corneta anunciando que seu país está disposto a colocar US$ 100 bilhões por ano até 2020, no um fundo destinado a ajudar os países pobres, cobrando participação também dos países emergentes. A questão aqui não somente dinheiro, mas mudança de matriz energética, de redução de consumo, de mobilidade menos poluente e de mudança de modelo carbono-intensivo para uma economia de baixo carbono!

Todos representam no grande teatro que se tornou Copenhage, até mesmo o Brasil garante bilheteria com suas metas, mesmo sendo bastante confusas. A candidata a presidente do PT, Dilma Rousseff e o Ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, não conseguem falar a mesma língua! A matemática da redução de desmatamento ainda não está clara para os especialistas. Anunciam-se valores a serem investidos em energia a partir de hidrelétrica como compensação de emissões, mas ao mesmo tempo há planos para a construção de mais de 100 termelétricas na pasta do Ministro Edison Lobão!

A delegação brasileira, composta por cerca de 700 pessoas é mais numerosa da conferência. Por baixo, num cálculo estimado, a viagem destes delegados oficiais e não oficiais, foram responsáveis pela emissão de cerca de duas mil toneladas de gás carbônico (CO2), o que equivale a emissão diária de uma frota de aproximadamente 600 mil veículos!

A esperança é que antes que outros mil protestantes sejam presos do lado de fora da COP 15, sejam ouvidos os apelos dos países-ilhas do Oceano Pacífico, ameaçados de afundar e dos países africanos ameaçados de virarem grandes desertos. Milhares de vidas podem ser salvas se uma luz de fonte renovável ilumine a cabeça dos líderes mundiais e não deixem que a temperatura do Planeta aumente 2 graus.

Afinal, tudo é possível estando tão próximo do Natal. Em toco caso, acendemos algumas velas para que isto aconteça, sem esquecer (eco)logicamente de apagar as luzes!

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

CHILE: ENTRE O FIM DA CONCERTAÇÃO E O NEOPINOCHETISMO

por Emir Sader

O Chile foi o único país, dos que tiveram ditaduras militares no cone
sul, em que as forças da ditadura se reciclaram para um partido
político, reivindicaram o período ditatorial e se constituíram em
força quase majoritária, no período democrático. Em todas as eleições,
o bloco de partidos neopichetista sempre conseguiu proporção alta de
votos, em duas vezes foi derrotado por menos de 5 % dos votos no
segundo turno.

A oposição à ditadura, depois da derrota das organizações
clandestinas – MIR, Movimento de Esquerda Revolucionaria, e Frente
Manoel Rodriguez – foi liderada pela aliança entre os partidos
Democrata Cristão e Socialista, antes inimigos, porque este o partido
de Allende e aquele, o Eduardo Frei Montalva, que pregava o golpe
militar. Para isso teve que romper sua aliança histórica com o Partido
Comunista e organizar a chamada Concertação, com o Partido Democrata
Cristão, em consonância com o fenômeno interncional de reciclagem de
Partido Socialistas e Social Democratas para o neoliberalismo.

Dessa forma, quando Pinochet perdeu o referendo que ele mesmo havia
convocado, em 1988, sobre sua reeleição, dois anos depois a
Concertação conseguiu eleger a um democrata-cristão, Patricio Alwin –
ex-dirigente radical contra o governo de Allende, como presidente do
seu partido -, o primeiro presidente civil desde o golpe militar de
1973. A Concertação manteve a política econômica da ditadura militar,
que havia conquistado o apoio do grande empresariado chileno, baseado
em uma política de abertura econômica, de um modelo
primário-exportador de um Tratado de Livre Comércio – que um governo
posterior da Concertação, então já presidido por um socialista,
Ricardo Lagos, assinou com os EUA, o que impede o Chile de participar
do Mercosul - entre outras conseqüências. Tratou de amainar os duros
efeitos sociais da ditadura pinochetista, que tinham levado o Chile de
um dos países menos desiguais do continente a um dos mais desiguais.
No entanto, manteve as políticas de livre comércio, no marco do
neoliberalismo implementado por Pinochet.

Depois de Alwyn, foi eleito Eduardo Frei Ruiz Tagle – filho do
ex-presidente Eduardo Frei Montalva -, até que os socialistas elegeram
os dois presidentes seguintes do Chile – Ricardo Lagos e Michelle
Bachelet -, sem que se operasse qualquer mudança substancial na
política implementada até ali por presidentes democrata-cristãos.
Quando se elegeu Bachelet, da mesma forma que seu antecessor, por
margem muito estreita sobre o candidato das forças neopinochetistas,
ela sofreu um grande desgaste ao implementar uma plano que pretendia
transformar radicalmente o transporte urbano de Santiago
simultaneamente, em um único dia, plano herdado do seu antecessor. Os
resultados foram catastróficos, durante muitos meses, ao que se
somaram mobilizações dos estudantes secundários, dos pequenos
produtores mineiros e dos povos mapuches, fazendo com que o prestigio
da presidente descesse a níveis muito baixos.

Aos poucos, apesar de ter um ministro da economia do estilo Chicago
boy, conforme chegou a crise internacional, Bachelet foi recuperando
apoio, ao implementar medidas compensatórias diante dos efeitos
sociais mais graves da crise, como um correção parcial da privatização
da Previdência e bônus para os setores mais afetados, até que termina
seu mandato com um índice de apoio similar ao de Lula.

No entanto, a sucessão se apresentava difícil, dado que a Concertação
nunca conseguiu impor à direita neopinochetista uma grande derrota –
um dos seus maiores fracassos politicos -, reaparecendo novamente
Sebastien Piñera como forte candidato a sucedê-la. Piñera é das
maiores fortunas do país, enriquecido durante a ditadura de Pinochet,
quando seu irmão e sócio, José Piñera, ex-Ministro do Trabalho da
ditadura, implementou a malfadada “flexibilização laboral”, pela
primeira vez no continente. O grupo Piñera, entre outras grandes
empresas chilenas agressivamente expansivas no Chile e no exterior, é
proprietário da Lan Chile (assim como da Lan Peru e fez oferta para
comprar a Varig, antes da Gol arrematá-la), além do Colo-Colo (mesmo
torcendo para outro time, comprou a maior parte das ações de equipe
mais popular do Chile) e de um canal de TV.

Com Piñera favorito, a Concertação acreditou que tinha que apelar
para um candidato com uma imagem mais moderada do que um socialista e
chamou o ex-presidente Eduardo Frei Ruiz Tagle para candidato. Como
resultado desse passo audaz e timorato, saíram do Partido Socialista
três outras candidaturas, revelando o descontentamento com a posição
da direção do Partido. Entre elas, um ex-ministro de Allende, Jorge
Arrate, apoiado pelo Partido Comunista, e Marco Enriquez-Ominami,
filho biológico do dirigente máximo do MIR, Miguel Enriquez, de um
namoro com uma jornalista, que foi adotado posteriormente por quem se
casou com esta, Carlos Ominami, ex-militante expulso do MIR por ter se
asilado, que passou ao PS, onde foi ministro neoliberal da economia.
Enquanto Arrate acabou tendo pouco mais de 6% dos votos, Marco chegou
a 20%, com uma imagem renovado, uma espécie de terceira via, muito
contemplada pelos espaços na imprensa (praticamente toda ela de
direita no Chile), na crença de que roubaria votos da Concertação.

No primeiro turno, Piñera obteve 44% contra um pouco menos de 30% de
Frei. Aquele tem sido o resultado histórico da direita. A diferença é
que, desta vez, o candidato da Concertação tem, de longe, o pior
resultado de um candidato dessa coalizão e não pode contar com muita
transferência de votos – as pesquisas acrescentam uns 3% de outros
candidatos. Isto é, nem sequer a decisão do PC e de Arrate de apóia-lo
no segundo turno, tem permitido que os votos obtidos por eles sejam
canalizados para Frei no segundo turno. Menos ainda os de
Enriquez-Ominani, que liberou seus eleitores.

Assim, se avizinha, ao que tudo indica, um retorno da direita ao
governo no Chile, como um dos resultados das políticas da Concertação,
de conciliação com o modelo herdado de Pinochet, sem sequer ter
convocado uma Assembléia Constituinte para permitir que o Chile tenha
uma Constituição democrática e não um remendo daquela imposta pela
ditadura, nem tampouco ter conseguido um apoio popular muito amplo, de
tal forma que grande setores de origem pobre votam pelo candidato
neopinochetista. Quatro mandatos – em um total de vinte anos – de
candidatos da Concertação, dois dos quais presididos por socialistas
chilenos, desembocam, provavelmente, em um fracasso e na devolução do
governo ao (neo)pinochetismo, sem ter rompido com o modelo econômico e
sem ter conseguido desarticular a direita originária da ditadura
militar. O Chile, exibido pelas instituições financeiras
internacionais como o modelo supostamente bem logrado de implementação
das políticas de livre mercado, volta às mãos dos que a formularam e a
implementaram durante a ditadura pinochetista.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Mensagem ao presidente da República Bolivariana da Venezuela

(Extraído do Cubadebate)
>
> Caro Hugo:
>
> * COMPLETAM-SE hoje 15 anos do nosso encontro na Aula Magna da
> Universidade de Havana, em 14 de dezembro de 1994. Na noite anterior,
> tinha esperado você ao pé da escada do avião que o trouxe a Cuba.
>
> Conhecia do seu levantamento em armas contra o governo pró-ianque da
> Venezuela. Em Cuba tinham chegado notícias de suas idéias quando
> estava na cadeia, e tal como nós, consagrava-se ao aprofundamento do
> pensamento revolucionário que o levou ao levantamento de 4 de
> fevereiro de 1992.
>
> Na Aula Magna, de forma espontânea e transparente, você exprimiu as
> idéias bolivarianas que levava dentro de si, e que lhe conduziram, nas
> condições específicas do seu país e da nossa época, à luta pela
> independência da Venezuela contra a tirania do império. Depois do
> esforço de Bolívar e demais colossos que, plenos de sonhos lutaram
> contra o jugo colonial espanhol, a independência da Venezuela era
> apenas uma ridícula aparência.
>
> Nenhum minuto da história é igual a outro; nenhuma idéia ou
> acontecimento humano pode ser julgado fora de sua própria época. Tanto
> você quanto eu partimos de conceitos que foram evoluindo ao longo de
> milênios, mas têm muito em comum com a história longínqua ou recente
> em que a divisão da sociedade em donos e escravos, exploradores e
> explorados, opressores e oprimidos sempre foi antipática e odiosa. Na
> época atual, constitui a maior vergonha e a principal causa da
> infelicidade e do sofrimento dos seres humanos.
>
> Quando a produtividade do trabalho, apoiada hoje na tecnologia e na
> ciência, se multiplicou por dezenas e em alguns aspectos centenas e
> até milhares de vezes, tais e tão injustas diferenças deviam
> desaparecer.
>
> Você, eu e conosco, milhões de venezuelanos e cubanos, partilhamos
> dessas idéias.
>
> Você partiu dos princípios cristãos que lhe inculcaram e um caráter
> rebelde; eu, das idéias de Marx e um caráter também rebelde.
>
> Há princípios éticos universalmente admitidos que são válidos tanto
> para um cristão, como para um marxista.
>
> Desse ponto de partida, as idéias revolucionárias se enriquecem
> constantemente com o estudo e a experiência.
>
> Resulta conveniente sublinhar que nossa amizade sincera e
> revolucionária surge quando você não era presidente da Venezuela.
> Nunca lhe pedi nada. Quando o movimento bolivariano obteve a vitória,
> nas eleições de 1999, o petróleo valia menos de 10 dólares o barril.
> Lembro bem disso porque você me convidou a sua tomada de posse.
>
> O seu apoio a Cuba foi espontâneo, como sempre o foi nossa cooperação
> com o irmão povo da Venezuela.
>
> Em pleno período especial, quando a URSS desabou, o império endureceu
> seu brutal bloqueio contra nosso povo. Em um determinado momento, os
> preços do combustível ficaram elevados e nossos fornecimentos se
> tornaram difíceis. Você garantiu o fornecimento comercial seguro e
> estável ao nosso país.
>
> Não podemos esquecer que, depois do golpe político contra a Revolução
> Bolivariana, em abril de 2002, e sua brilhante vitória frente ao golpe
> petroleiro a finais desse próprio ano, os preços se elevaram acima de
> 60 dólares o barril, e aí você nos ofereceu o fornecimento de
> combustível e facilidades de pagamento. Bush já era Presidente dos
> Estados Unidos e foi o autor daquelas ações ilegais e traidoras contra
> o povo da Venezuela.
>
> Lembro-me o quanto se indignou você com que ele exigisse minha saída
> do México, como condição para aterrar nesse sofrido país, onde você e
> eu participávamos em uma conferência internacional das Nações Unidas
> em que também ele devia comparecer.
>
> À Revolução Bolivariana nunca lhe perdoarão seu apoio a Cuba, quando o
> império imaginou que nosso povo, depois de quase meio século de
> resistência heróica, cairia de novo em suas mãos. Em Miami, a
> contra-revolução reclamava três dias de licença para matar
> revolucionários, logo que se instaurasse o governo de transição em
> Cuba que Bush exigia.
>
> Já decorreram dez anos de exemplar e frutuosa cooperação entre a
> Venezuela e Cuba. A ALBA nasceu nesse período. Tinha fracassado a ALCA
> --promovida pelos Estados Unidos-- mas o império está de novo à
> ofensiva.
>
> O golpe de Estado em Honduras e o estabelecimento de sete bases
> militares na Colômbia, são fatos recentes acontecidos depois da tomada
> de posse do novo Presidente dos Estados Unidos. Seu predecessor já
> tinha restabelecido a IV Frota, meio século depois de finalizada a
> última contenda mundial, e não existia nem Guerra Fria, nem a União
> Soviética. São óbvias as intenções reais do império, desta vez, sob o
> sorriso amável e o rosto afro-americano de Barack Obama.
>
> Daniel Ortega explicou ontem a forma em que o golpe em Honduras
> determinou o enfraquecimento e a conduta dos membros do Sistema da
> Integração Centro-Americana.
>
> O império mobiliza atrás de si as forças de direita da América Latina
> para golpear a Venezuela, e com ela, aos Estados da ALBA. Se
> conseguisse apoderar-se de novo dos quantiosos recursos petroleiros e
> de gás da Pátria de Bolívar, os países do Caribe anglófono e outros da
> América Central perderão as generosas condições de fornecimento que
> hoje a Venezuela revolucionária lhes oferece.
>
> Há uns dias, após o discurso pronunciado pelo presidente Barack Obama,
> na escola militar de West Point, para anunciar o envio de 30 mil
> soldados à guerra do Afeganistão, escrevi uma reflexão na qual
> qualificava de ato cínico aceitar o Prêmio Nobel da Paz quando já
> tinha adotado essa decisão.
>
> No passado 10 de dezembro, ao proferir em Oslo o discurso de
> aceitação, fez afirmações que constituem um exemplo da lógica e do
> pensamento imperialista. "...sou responsável pelo desdobramento de
> milhares de jovens para lutarem em um país distante. Alguns matarão. A
> outros os matarão.", afirmou, tentando apresentar como uma "guerra
> justa" a brutal carnificina que leva a cabo naquele distante país,
> onde a maioria dos que morrem, são povoadores indefesos das aldeias
> onde explodem as bombas lançadas por aviões não-tripulados.
>
> Depois dessas frases, pronunciadas entre as primeiras, dedica mais de
> 4.600 palavras a apresentar a chacina de civis como guerra justa.
> "Nas guerras de hoje --afirmou-- morrem muitos mais civis do que
> soldados".
>
> Ultrapassam o milhão de civis não-combatentes os que já morreram no
> Iraque e no Afeganistão e na fronteira do Paquistão.
>
> Nesse mesmo discurso elogia Nixon e Reagan, como personagens ilustres,
> sem se deter a lembrar que um deles jogou mais de um milhão de
> toneladas de bombas no Vietnã, e o outro fez explodir, por meios
> eletrônicos, o gasoduto da Sibéria, sob a aparência de um acidente.
> Foi tão forte e destruidora a explosão que os aparelhos monitores dos
> testes nucleares a registraram.
>
> O discurso pronunciado em Oslo se diferencia do de West Point, porque
> o proferido na academia militar estava mais bem elaborado e declamado.
> No discurso na capital da Noruega, o rosto do orador expressava a
> consciência da falsidade de suas palavras.
>
> O momento e as circunstâncias também não eram iguais. Oslo se localiza
> nas proximidades de Copenhague. Neste ponto, tem lugar a
> importantíssima Conferência sobre a Mudança Climática, onde sei que
> você e Evo pensam participar. Naquele lugar se trava, nestes momentos,
> a batalha política mais importante da história humana. Ali se pode
> constatar em toda sua magnitude, quanto prejuízo tem ocasionado à
> humanidade o capitalismo desenvolvido. Hoje, a humanidade deve lutar
> desesperadamente não só pela justiça, mas também pela sobrevivência da
> espécie.
>
> Acompanhei de perto a reunião da ALBA. Meus parabéns para todos.
> Desfrutei imenso ao ver tantos e tão queridos amigos elaborando idéias
> e lutando unidos. Meus parabéns para todos.
>
> Até à vitória sempre!
>
> Um forte abraço
>
>
>
> Fidel Castro Ruz
> 14 de dezembro de 2009 *

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

BANKBOSTON PODE ASSUMIR A PRESIDÊNCIA DO BRASIL

De fato o Brasil é uma dádiva de Deus.
Num passado não muito remoto, éramos considerados uma "Berlíndia", um misto de Bélgica com Índia.
A Bélgica não é mais a mesma, nem tampouco a Índia.
Apesar de toda miséria a Índia hoje é considerada emergente e a Bélgica, apesar de toda riqueza cambaleia.
O Brasil com seu pífio PIB, também parece em ascensão.
Mas o que chama à atenção de fato é a nossa "capacidade" política. Se não obra divina, com certeza uma engenharia digna de teses e mais teses para a academia sociológica.
O Partido dos Trabalhadores e seu líder maior, outrora símbolos de radicalismo e de ética, mergulharam num mar de lama de corrupção e transformaram-se em adestrados pragmáticos.
Os retalhos de esquerda que fazem parte do governo e que insolentes, ainda tentam rotular a gestão de centro-esquerda, poderão entrar em campanha para eleger o BANKBOSTON para dirigir o Brasil!
Lula, sorrateiro e pragmático (que merda!),não esconde mais sua preferência. Viabilizada sua engenharia, Meirelles será o vice de Dilma.
Causa arrepios pensar que,se pode ser vice, porque não ser cabeça de chapa?
A dita "comunidade financeira internacional" cobra de afagos e não medirá esforços (entendam "esforços") para nomeá-lo.
Ser vice já está garantido(aceito). Instada a respeito, Dilma respondeu:-Pode, uai.E por que não?
Retornando ao contraste e a dádiva...
Pra lembrar só deste período político de governo(LULA), em 2006, sem disparar sequer um petardo, um comunista assumiu a presidência do Brasil. Lógico, na sequência a Petezada percebeu o perigo e tratou de defenestrá-lo da Presidência da Câmara.
Numa hipotética eleição da Chapa Dilma/Meirelles, veremos fatalmente o BANKBOSTON assumir a Presidência do Brasil!
É o que Lula deseja. O PT adestrado obedece bovinamente. Os retalhos de Esquerda funcional arrumará uma justificativa, baseada na "mudança da conjuntura" e após a devida genuflexão dirá amém...
Chega de intermediários! BANKBOSTON prá Presidente!

Paulo Roberto Aguilera

domingo, 13 de dezembro de 2009

ARTIGO: Por que Evo ganhou?

Por Atílio A. Boron

Celebrávamos uma semana atrás o triunfo de Pepe Mujica no Uruguai. Temos hoje renovadas - e também mais profundas - razões para festejar a extraordinária vitória de Evo Morales. Tal como há algum tempo havia indicado o analista político boliviano Hugo Moldiz Mercado, o grande veredicto das urnas assinala pelo menos três marcos importantíssimos na história da Bolívia: a) Evo é o primeiro presidente democraticamente reeleito para dois mandatos sucessivos; b) é o primeiro, além disso, a melhorar a porcentagem de votos com que foi eleito na primeira vez: saltou dos 53,7% aos atuais 63,3%; e c) é o primeiro a obter uma esmagadora representação na Assembleia Legislativa Plurinacional. Além disso, mesmo antes de se ter os números definitivos, é praticamente certo que Evo obterá os dois terços no Senado e na Câmara de Deputados, o que lhe permitiria nomear autoridades judiciais e aplicar a nova Constituição sem oposição. Tudo isso o
converte, do ponto de vista institucional, no presidente mais poderoso da convulsionada história da Bolívia. E um presidente comprometido com a construção de um futuro socialista para o seu país.

Obviamente estas conquistas não impedirão a Washington de reiterar as suas conhecidas críticas à ?defeituosa qualidade institucional? da democracia boliviana, o ?populismo? de Evo e a necessidade de melhorar o funcionamento político do país para garantir a vontade popular, como, por exemplo, se faz na Colômbia. Neste país, sem irmos muito longe, cerca de 70 parlamentares do uribismo estão sendo investigados pela Corte Suprema de Justiça e pela Procuradoria por seus supostos vínculos com os paramilitares, e 30 deles foram enviados à prisão por esse motivo.

Quatro milhões de pessoas deslocadas pelo conflito armado, auge do narcotráfico e do paramilitarismo sob amparo oficial e com a aquiescência de Washington, violação sistemática dos direitos humanos, entrega da soberania nacional aos Estados Unidos mediante um tratado negociado em segredo e que concedeu a instalação de sete bases militares estadunidenses em território colombiano e a fraudulenta manipulação processual para conseguir a re-re-eleição do presidente Álvaro Uribe... estes são todos traços que caracterizam uma democracia de alta ?qualidade institucional?, que não provoca a menor preocupação das falsas salvaguardas da democracia nos Estados Unidos.

O desempenho eleitoral do líder boliviano é impressionante: obteve um triunfo arrebatador na convocatória da Assembleia Constituinte, em julho de 2006, que assentaria as bases institucionais do futuro Estado Plurinacional; outra esmagadora vitória em agosto de 2008 (67%) no Referendo Revogatório forçado pelo Senado, controlado pela oposição, com o aberto propósito de derrubá-lo; em janeiro de 2009 os 62% dos votantes aprovou a nova Constituição Política do Estado e apenas algumas poucas horas atrás, outra plebiscitária ratificação de quase dois terços do eleitorado.

O que há por trás desta impressionante máquina de ganhar eleições, indestrutível apesar do desgaste de quatro anos de gestão, dos obstáculos interpostos pela Corte Nacional Eleitoral, da hostilidade dos Estados Unidos, das numerosas campanhas de desabastecimento, das tentativas de golpe de estado, das ameaças separatistas e dos planos de magnicídio?

O que há é um governo que cumpriu com as suas promessas eleitorais e que, por isso mesmo, desenvolveu uma ativa política social que lhe garantiu a indelével gratidão de seu povo: o Vale Juancito Pinto, que chega a mais de um milhão de crianças; a Renda Dignidade, um programa universal para todos os bolivianos com mais de 60 anos sem renda alguma; o Vale Juana Azurduy, para as gestantes. Um governo que erradicou o analfabetismo aplicando a metodologia cubana do programa ?Sim Eu Posso?, o que permitiu alfabetizar a mais de um milhão e meio de pessoas em dois anos, razão pela qual em 20 de dezembro de 2008 a UNESCO (não os partidários de Evo) declarou a Bolívia território livre do analfabetismo.

Trata-se de uma conquista extraordinário para um país que sofreu uma secular história de opressão e exploração, afundado por suas classes dominantes e seus senhores imperiais em uma dolorosa pobreza, apesar da imensa riqueza que guarda em suas entranhas e que, recentemente, com o governo de Evo, é recuperada e posta a serviço do povo. Por outro lado, o solidário internacionalismo de Cuba e da Venezuela também permitiu a construção de numerosos hospitais e centros médicos, ao mesmo tempo em que milhares de pessoas recuperaram a visão graças à Operação Milagro.

Importantes avanços também foram registrados em matéria de reforma agrária: cerca de meio milhão de hectares foram transferidos para as mãos dos camponeses e na anunciada recuperação das riquezas básicas (petróleo e gás), o que em seu momento provocou o nervosismo de seus vizinhos, especialmente do Brasil, mais preocupado em garantir a rentabilidade da Petrobrás do que em cooperar com o projeto político de Evo.

Por último, o cuidadoso manejo da macroeconomia tem permitido à Bolívia, pela primeira vez na sua história, contar com importantes reservas estimadas em 10 bilhões de dólares e uma situação de bonança fiscal que, somada à colaboração da Venezuela nos marcos da ALBA, permitiu a Morales realizar numerosas obras de infraestrutura nos municípios e financiar a sua ambiciosa agenda social.

Claro que ainda há muitas coisas pendentes e nem tudo o que foi feito está isento de crítica. Em nota recente, Pablo Stefanoni, editor do Le Monde Diplomatique na Bolívia, advertia sobre a instável convivência entre ?uma pregação eco-comunitarista nos fóruns internacionais e um discurso desenvolvimentista sem muitos matizes no âmbito interno.? Ainda que exista a tensão, é preciso reconhecer que a vocação eco-comunitarista de Evo transcende o plano de suas performances nos fóruns internacionais: seu compromisso com a Mãe Terra, a Pachamama, e os povos originários é sincero e efetivo e tem indicado um marco na história de Nuestra América. Obviamente o extrativismo do padrão de desenvolvimento boliviano é inegável, mas também inevitável, dadas as características brutalmente predatórias que a acumulação capitalista assumiu na Bolívia. Pensar que da noite para o dia o governo popular poderia sustentar um modelo de
desenvolvimento alternativo deixando de lado a exploração das imensas riquezas minerais e energéticas deste país é completamente irreal.

A Bolívia não tem ao seu alcance, ao menos por agora, uma opção como a que em seu momento tiveram a Irlanda ou a Finlândia. Mas seria injusto ignorar que a orientação de seu modelo econômico e o seu forte conteúdo distribuidor separa-o claramente de outras experiências em marcha no Cone Sul. E isso sem falar da assumida intenção de Evo em avançar na complicada - e, por isso mesmo, lenta e cheia de vigilâncias - construção de um renovado socialismo, algo que nada tem a ver com o nebuloso ?capitalismo andino-amazônico? que alguns insistem em apresentar como uma tão inexorável como inverossímil ante-sala do socialismo.

Todos estes êxitos, somados à sua absoluta integridade pessoal e a uma cotidianidade espartana (que contrasta muito favoravelmente com as volumosas fortunas ou os elevados padrões de consumo que outros líderes e políticos ?progressistas? da região exibem) têm feito de Evo um líder dotado de um formidável carisma pessoal que lhe permite derrubar qualquer rival que se atreva a desafiá-lo na arena eleitoral. Mas ainda por cima, sua permanente preocupação em conscientizar, mobilizar e organizar a sua base social ? deixando de lado os desprestigiados aparatos burocráticos que, como na Argentina, no Brasil e no Chile não mobilizam nem conscientizam ninguém - não apenas satisfaz a impostergável necessidade de construir uma subjetividade apropriada para as lutas pelo socialismo como também, ao mesmo tempo, se constitui em uma carta decisiva na hora de prevalecer na arena eleitoral.

As forças da atribulada ?centro-esquerda? do Cone Sul, que têm diante de si um futuro político pouco promissório levando-se em conta o crescimento da direita alimentado por seu resignado ?possibilismo? [pragmatismo], fariam bem em tomar nota da luminosa lição que oferece o triunfo de Evo nas eleições do domingo passado. Uma lição que demonstra que frente ao perigo da restauração do domínio da direita a única alternativa possível é a radicalização dos processos de transformação em curso. Derrotada no terreno eleitoral a direita dobrará a sua ofensiva nos múltiplos cenários da luta de classes. Seria suicida supor que se inclinará sem oferecer batalha diante de um revés eleitoral. Oxalá se aprenda também esta lição.

(tradução de Rodrigo Oliveira Fonseca. Texto original em www.atilioboron.com )

Acesso à internet aumenta 75,3% em três anos

Estudo revela também que mais da metade dos brasileiros possui telefone celular

De 2005 a 2008, o percentual de brasileiros a partir de dez anos de idade que acessaram ao menos uma vez a Internet pelo computador aumentou 75,3%, passando de 20,9% para 34,8%, ou 56 milhões de usuários, em 2008. No mesmo período, a proporção dos que tinham telefone celular para uso pessoal passou de 36,6% para 53,8% da população com dez anos ou mais. Os números são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2008, divulgados nesta sexta-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Embora os mais escolarizados tenham usado com maior frequencia a rede mundial de computadores, o acesso cresceu mais entre aqueles com menos anos de estudo. O percentual de usuários com 15 anos ou mais de estudo era de 80,4%; entre os com 11 a 14 anos de estudo, 57,8%; com 8 a 10 anos de estudo, 38,7%; com 4 a 7 anos de estudo, 23,4%; e entre as pessoas sem instrução ou com menos de 4 anos, 7,2%. Em todos os níveis de escolaridade, foi observado aumento do acesso em relação a 2005.

O principal local de acesso à Internet é o próprio domicílio, seguido pelos centros públicos de acesso pago ? ou lan houses -, que superaram o local de trabalho (segundo local de acesso em 2005). Também houve mudança no principal motivo que leva as pessoas a usarem a Internet: 83,2% acessaram a rede em 2008 para se comunicar com outras pessoas. Em 2005, o principal motivo era educação ou aprendizado, que caiu para o terceiro lugar.

Banda Larga ? Dos que acessaram a Internet no domicílio em 2008, 80,3% o fizeram somente pela banda larga; 18,0% unicamente por conexão discada e 1,7% das duas formas. Em relação a 2005, o aumento da conexão por banda larga foi bastante expressivo: naquele ano o percentual foi de 41,2%. Regionalmente, a conexão por banda larga também foi disseminada e passou a ser a principal forma de acesso, com destaque para o Centro-Oeste, onde 93,4% das pessoas a usavam contra 57,1% em 2005.

Celulares - Em 2008, mais da metade (53,8%) da população com dez anos ou mais de idade, ou seja, cerca de 86 milhões de pessoas, tinham telefone celular para uso pessoal ? percentual que era de 36,6% em 2005, que corresponde a 56 milhões de pessoas. De 2005 para 2008, enquanto essa parcela da população cresceu 5,4%, o contingente daqueles que possuíam celular teve aumento de 54,9%. Das pessoas que tinham celular para uso pessoal, 44,7% (38,6 milhões) não tinham telefone convencional no domicílio em que moravam, percentual que era decrescente de acordo com o aumento do rendimento mensal domiciliar per capita.

sábado, 12 de dezembro de 2009

QUANDO O ROCK CAMINHA AO LADO DA COMUNICAÇÃO

A banda Rock'n Rony é formada de três jornalistas e um publicitário

Música é comunicação. Quem sabe muito bem disso é a banda Rock'n Rony, composta de três jornalistas e um publicitário, que no melhor estilo rock´n roll usa as melodias para informar e transformar através da arte. A banda existe há um ano, e surgiu naquelas velhas e conhecidas histórias: “quando acaba uma banda surgem pelo menos outras três”. É assim que o baixista Roni Pimentel definiu o surgimento da Rock'n Rony, que também tem Maurício Bevervanso na bateria, Rômulo no vocal e Edson Rimonatto na guitarra.

O fato da banda ser composta de comunicadores sociais, pode ter sido coincidência ou não. No final de 2008, cerca de 10 anos depois que Roni havia saído de sua banda em Foz do Iguaçu, bateu, como ele mesmo explica “aquela vontade de voltar a tocar”. Nessa época conheceu o Rima (Edson Rimonatto), quando foram fazer um trabalho juntos. “O Rima toca guitarra desde sempre e estava com problemas na sua banca antiga. Ai foi rapidão para as ideias baterem”, comentou Roni.

A partir daí foram a “caça” dos outros talentos musicais para compor a banda. Roni já conhecia o Rômulo, que apesar de nunca ter tocado em banda, “tem a música nas veias”. A bateria foi um pouco mais complicado, mas o reencontro com Maurício Bevervanso, que já tocou em várias bandas de Foz do Iguaçu, completou o quarteto.

De Cazuza a Black Sabbath
As influências musicais da banda são bem ecléticas, mas dentro de um único estilo, o rock´n roll. “Minhas bandas sempre foram punk rock e hardcore. O Rima veio do death metal extremo. A Zilda (Maurício Bevervanso) quase sempre tocou em bandas heavys, meio melódico até. O Rômulo, que veio de Pato Branco, nunca teve banda, mas conhece todos os estilos”, comenta Roni.

A banda compõe musicas próprias, com letras de personagens dos seus imaginários ou até mesmo de suas realidades. Também fazem covers de bandas que vão de ACDC, Deep Purple e Black Sabbath, até Legião Urbana, Titãs e Cazuza.

Para Roni Pimentel a música representa uma sensação de liberdade, um vôo num universo paralelo. “A música é a forma de expressar uma rebeldia. Então, música é comunicação. Aliás, é só comunicação e sempre esteve ligada as transformações. Mesmo que seja apenas por um assovio, um ruído qualquer”, finaliza.

Por Carolina Wadi, de O Paraná

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Comentário de um coxa branca tomando chá de cadeira‏*

Meu caro Juca;

Acompanho seu trabalho faz muito tempo, e sem precisar jogar confete, considero você, ao lado do Trajano e Tostão, as "penas e vozes" mais lúcidas da nossa crônica esportiva.

Você tem defendido que a provável e, com certeza, justa punição contra o Coritiba, tenha que ser exemplar, e desde que seja aplicada a outros clubes no futuro. Mas é justamente ai que mora o perigo...

No longínquo 1989, fatídico ano em que um fálido e desconhecido sujeito chamado Ricardo Teixeira ganhou a presidência da CBF do seu famoso sogro, houve um imbróglio entre o Coritiba X CBF. Para entender melhor, segue abaixo trechos de uma reportagem da Gazeta do Povo:

4/10/1989 – Na vitória do Coriti­­ba por 2 a 1 sobre o Sport, um tor­­cedor se aproveita da reforma do Couto Pe­­rei­­ra para invadir o gra­­mado e bater em Rafael Cam­­marota, goleiro do time per­­­­nam­­bucano. O clube é punido com a perda de um mando de jogo. Na se­­quência, a CBF determina que o con­­fronto com o Santos seja dis­­putado em Juiz de fora (MG). A diretoria alviverde aceita a punição, mas pede que a par­­tida seja dis­­putada no mesmo dia e horário de Sport x Vas­­co (25/10) – o Co­­­­­xa disputa com a equi­­pe carioca um lugar na segunda fase.

20/10/89
– O Coritiba consegue uma liminar permitindo que a partida com Peixe seja jogada simul­­ta­­nea­­mente à do Vasco com o Sport.

21/10/89
– Reunião de diretoria no Couto Pereira decide que o Coritiba não vai a Juiz de Fora.

22/10/89
– O Santos entra em campo e é declarado vencedor por W.O.

23/10/89
– A CBF cassa a liminar e sus­­pen­­de o clube por 1 ano de competições oficiais.

12/12/89
– Jacob Mehl, sucessor de Ba­­yard Osna, costura acordo com Ri­­cardo Teixeira. O Coritiba retira a ação na Jus­­tiça Comum. A CBF per­­mite que o Coxa dispute a Série B em 1990. O clube só voltaria à elite em 1996.

Naquele ano, o Coxa foi implacavelmente eliminado do campeonato (e tinhamos uma equipe pra lutar pelo título) e rebaixado para a segunda divisão, isto num ato de "benevolência" deste repugnante e até hoje presidente da CBF. Mas tal punição "exemplar" foi aplicada em outras equipes por deixarem mandar seus times a campo?

Pra citar apenas dois casos de times com sede no Rio de Janeiro: No campeonato carioca de 1998, tanto o Botafogo como o Flamengo não compareceram para jogar contra o Vasco da Gama. E o que aconteceu??

O Coritiba merece ser punido, mas não podemos ter a ilusão de que uma punição "exemplar" vinda da caneta do mandatário da CBF servirá de base futuras punições aos times chamados grandes do Brasil.

Somos uma grande nação, um clube centenário com uma torcida linda e apaixonada que não tem nada a ver com esses vândalos.

Forte abraço.
Sandro L. Querino

* referência ao bordão utilizado pelo Joca Kfouri em seu programa na CBN: Tomando chá de cadeira esperando a queda do Ricardo Teixeira

Brasil é mais desigual que Argentina no IDH

Diferença do maior para o menor indicador nos Estados brasileiros é quase o dobro da distância entre a melhor e a pior província argentina

As desigualdades regionais no IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do Brasil são quase o dobro das da Argentina, de acordo com os números mais recentes dos dois países. A distância entre o maior IDH brasileiro (de Brasília) e o menor (Alagoas) é 95% maior que o fosso entre o máximo (província de Buenos Aires) e o mínimo (Formosa) argentino.

Os números da Argentina estão no Relatório de Desenvolvimento Humano da Argentina, recém-divulgado pelo PNUD, e referem-se a 2006. Os do Brasil estão no estudo Emprego, Desenvolvimento Humano e Trabalho Decente – A experiência brasileira recente, lançado no ano passado, e são de 2005.

Embora o IDH do Distrito Federal (o maior do Brasil, de 0,874) supere o índice da província autônoma de Buenos Aires (o maior IDH da Argentina, com 0,869), no extremo oposto a vantagem se inverte. O pior índice argentino (Formosa, com 0,768) é maior do que o de metade dos Estados brasileiros, ficando muito acima de Alagoas, com 0,677. Na Argentina, 15 das 24 províncias podem ser consideradas de alto desenvolvimento humano (IDH igual ou maior a 0,800); no Brasil, apenas 10 de 27 unidades da federação.

Além disso, a desigualdade regional também caiu mais na Argentina, apesar da crise enfrentada pelo país no início desta década. De 1996 a 2006, a diferença entre a província argentina com pior e a com melhor IDH recuou 10%; no Brasil, de 1995 a 2005, a diminuição foi de 9%.

“O Brasil, historicamente, tem grandes diferenças entre as regiões Sudeste e Norte e Nordeste, que se refletem em indicadores sociais muito desiguais. A industrialização concentrada no Sudeste na década de 50 levou a fluxos de migração nos anos 70 e 80 que aprofundaram a desigualdade. As regiões mais populosas receberam mais verbas para infraestrutura e o Nordeste foi desfavorecido, criando condições piores de serviços públicos”, analisa Renato Baumann, diretor do escritório da CEPAL (Comissão Econômica para América Latina e o Caribe) no Brasil e coordenador do estudo que traz o IDH dos Estados brasileiros.

Na Argentina, observa o economista, isso não aconteceu com a mesma intensidade. “A distribuição é mais homogênea, herança um pouco do modelo de imigração. Ao contrário do Brasil, que baseou suas atividades no trabalho escravo durante muito tempo, a Argentina começou mais cedo a receber migração para trabalho assalariado na manufatura do couro, o que pesa menos que a escravidão em termos de indicadores sociais para as próximas gerações”, compara Baumann.

Semelhanças

Embora o nível de desigualdade entre as regiões seja diferente, em ambos os países os piores índices se concentram na região Nordeste e os melhores, no Sul. Enquanto os nove estados nordestinos detêm os nove piores IDHs no Brasil, das seis províncias de Gran Chaco e Mesopotâmia, no Nordeste argentino, cinco estão nas últimas posições.

Já nas duas regiões mais ao sul da Argentina, Patagônia e Pampas, estão oito dos dez melhores IDHs do país. Coincidentemente, os sete estados do Sudeste e do Sul estão entre os 10 melhores IDHs brasileiros.

“O sul da Argentina tem poucas pessoas, é rico, e tem algumas das terras mais férteis do mundo. Com poucas pessoas e uma riqueza grande sendo gerada pelo agronegócio, parece plausível que a renda puxe o IDH para cima neste caso”, pontua Baumann. A hipótese de Baumann parece se confirmar nos dados divulgados pelo relatório de Desenvolvimento Humano da Argentina. Entre as dez províncias com maior subíndice de renda do IDH, oito estão localizadas no sul do país.

A Argentina ocupa atualmente a 49ª posição no ranking do IDH, com destaque no subíndice de educação, o 37º melhor do mundo. Já o Brasil está na 75ª posição, também considerado de alto desenvolvimento humano, embora seus subíndices de renda e de esperança de vida estejam abaixo de (0,800). A educação é também o campo onde os brasileiros se saem melhor (70ª posição do ranking).

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Índices Surpreendentes‏

Por Carlos Castilho - Carta Maior - de São Paulo

Fala-se muito na crise das publicações impressas, como jornais e revistas, mas quando se analisa os dados reais percebe-se que a situação é muito mais grave do que imaginamos e que a busca por novos modelos de negócios é ainda mais urgente do que se previa.
Quando você descobre que a Folha de S.Paulo, considerada um dos três mais influentes jornais do país, vendeu em média 21.849 exemplares diários em bancas em todo o território nacional entre janeiro e setembro de 2009, é possível constatar a abissal queda de circulação na chamada grande imprensa brasileira. Em outubro de 1996, a venda avulsa de uma edição dominical da Folha chegava a 489 mil exemplares.
Segundo o Instituto Verificador de Circulação (IVC) a Folha é o 24º jornal em venda avulsa na lista dos 97 jornais auditados pelo instituto, atrás do Estado de S.Paulo, em 19° lugar e O Globo, em 15° lugar. Somados os três mais influentes jornais brasileiros têm uma venda avulsa de quase 96 mil exemplares diários, o que corresponde a magros 4,45% dos 2.153.891 jornais vendidos diariamente em banca nos primeiros nove meses de 2009.
São números muito pequenos comparados ao prestígio dos três jornalões, responsáveis por boa parte da agenda pública nacional. Globo, Folha e Estado compensam sua baixa venda avulsa com um considerável número de assinantes, o que configura a seguinte situação: Os três jornais dependem mais do que nunca das classes A e B, que são maioria absoluta entre os assinantes, já que a população de menor renda é a principal cliente nas compras avulsas em bancas.
Esta constatação não é nova, mas ela aponta um dilema crucial: As classes A e B são aquelas onde a penetração informativa da internet é mais intensa. Nesta conjuntura, o futuro de O Globo, Estado e Folha depende umbilicalmente das classes média e alta, o que levou a uma disputa acirrada para saber qual deles interpreta melhor a ideologia destes segmentos sociais.
O atual perfil da imprensa brasileira mostra que os três grandes jornais nacionais agarram-se à classe média para manter assinantes e influenciar na agenda política do país, mesmo com tiragens reduzidíssimas, correspondentes a menos de 5% da média da venda avulsa nacional.
Nos últimos nove meses houve uma pequena recuperação nos índices de venda avulsa do Globo, Estado e Folha em 2009. O IVC registrou um crescimento de 5,5 % em relação aos quatro últimos meses do ano passado. É um aumento bem acima da média dos 97 jornais auditados pelo IVC, cuja venda avulsa diária total subiu insignificantes 0,27% no mesmo período. Mas a recuperação tem que ser vista num contexto de patamares muito baixos e que não garantem a rentabilidade futura dos jornais.
Em compensação os jornais locais e populares ocupam um espaço cada vez maior na mídia nacional. Dos dez jornais com maior venda avulsa, segundo dados do IVC, nove são claramente populares, voltados para as classes C e D. Destes, dois são de Minas Gerais, um do Rio Grande do Sul, cinco do Rio e dois de São Paulo. Somados eles chegam a uma venda avulsa diária média de 1.401.054 exemplares, ou seja 64,5% de todos os jornais auditados entre janeiro e setembro do ano passado.
O jornal Super Notícia, de Belo Horizonte, vende em bancas, em média, 290.047 exemplares (13,47% de todos os jornais auditados pelo IVC) - o que corresponde a cerca de 13,2 vezes a circulação avulsa da Folha de S.Paulo, em todo o país. Números que indicam uma clara tendência do mercado da venda avulsa de jornais no sentido das publicações populares, regionais, com apelo sensacionalista.
Isto também significa que os grandes jornais, tradicionais vitrines da agenda nacional, dependem, hoje, mais do prestígio herdado do passado do que do fluxo de caixa. A sua principal matéria prima, a notícia, perdeu valor de mercado em favor da opinião. Um prestígio que ainda alimenta uma receita publicitária compensadora, principalmente no setor imobiliário, de supermercados e revendas de automóveis, mas cujos dias também estão contados porque a migração destes segmentos para a internet é cada vez maior.
O conglomerado Globo aposta cada vez mais nos jornais populares regionais e segmentados - como o Extra, no Rio. Talvez busque inspiração no caso do Lance!, um jornal esportivo que vende, na média diária, 124 mil exemplares em bancas e jornaleiros. No sul, o grupo RBS aposta no Diário Gaúcho, o terceiro em vendas avulsas no ranking nacional do IVC e 8,4 vezes maior do que a do carro chefe do conglomerado, o jornal Zero Hora.

Carlos Castilho é jornalista.
Artigo publicado originalmente no Observatório da Imprensa

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Curtas e Grossas

Nova atração
Depois do Mensalão do LULO-petismo, Valerioduto Azeredo-Tucano, entra em cartaz o Mensalão do DEMO, um verdadeiro banho de "Arruda"

Questão Fashion
Petistas só de cuecas, Demos só de meias.

Tucanos Empoleirados
O presidente nacional do Tucanato subiu no muro. A questão da escolha do candidato a governador devera ser decisão dos próprios paranaenses.
Quem viver verá...

ARRUDINHA
Comenta-se a boca pequena que o "Príncipe" João Arruda I, pode adotar o codinome João Requião. Seriam dois os motivos:- Desligar-se do acidente automobilístico que provocou duas mortes e o outro , mais obvio, evitar qualquer semelhança ou parentesco com o governador do DF-Arruda.

De orelha em Pé
Precaução e canja de galinha não fazem mal a ninguém. Sabias palavras ditas pelo Presidente Estadual do PTC, Tércio Albuquerque, em recente encontro da agremiação em Curitiba.
Referia-se a política de alianças do Partido no Paraná.
-Já pensaram se nos anteciparmos e explodir algo semelhante ao escândalo de Brasília?
Estaria fazendo previsões?

Pergunta que não quer se calar...
Seria o DEM um aliado oportuno?
No Paraná, qual a repercussão do Mensalão/Demo?
Taniguchi e importante secretário de Arruda. E de Curitiba, e bicho do Paraná.

Exaltante
Apesar da indefinição do PSDB paranaense, o senador Álvaro Dias, tem o que comemorar nesta segunda-feira.
Felicidades e boa sorte ao senador!

Uma imagem, mil palavras...
Contrariando a lógica, para o Presidente Lula, imagem não e tudo.
Tentou minimizar o escândalo Arruda/DEM, pedindo cautela ao clamor popular.
Gato escaldado tem medo de água fria...

Fogo amigo I
Pré-candidatos a Federal na chapa do PMDB, prometem "vazar" dossiês do acidente provocado por João Arruda em Curitiba.
Esperar pra ver...

Fogo Amigo II
O espectro do PRTB, mais a amizade/parceria com o Lernismo, tomarão fôlego na disputa internado Tucanato Paranaense?

Alo Londrina!
Barbosinha começou a botar as manguinhas de fora.
Se arrebenta ou termina de arrebentar com Londrina?

Campanha da Coluna
-Eu boto fé e nos Francenildos!