terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Clima ruim para a Monsanto

A empresa-símbolo dos transgênicos é apontada em Copenhague como a principal vilã do aquecimento global, apesar de todo o esforço para se mostrar mais "verde"

Na terça-feira 15, a multinacional americana Monsanto foi alvo de uma galhofa no mínimo incômoda. A empresa, que se tornou sinônimo de alimentos geneticamente modificados, "venceu" uma disputa nada agradável: o "Troféu Sereia Zangada". A iniciativa é encabeçada pela escritora e ativista Naomi Klein, conhecida nos bastidores das discussões climáticas mundiais e pertencente à ONG Amigos da Terra Internacional. O símbolo da campanha é uma sereia para lá de aborrecida com a poluição dos mares. A ideia, segundo os organizadores, é destacar as empresas que mais contribuíram para o aumento das emissões de gases causadores do aquecimento global. O anúncio aconteceu em meio aos debates da Cúpula do Clima, em Copenhague, e mostrou que dos dez mil votos contacontabilizados no site da premiação, a Monsanto ficou em primeiro lugar com 37%. A empresa fez jus ao prêmio porque, de acordo com a ONG, o avanço da soja transgênica tem contribuído para o desflorestamento. Em nota, a Monsanto nega as acusações e afirma que busca com outros setores da sociedade soluções para frear as mudanças climáticas. "A Monsanto se orgulha de fazer parte da 'nova Revolução Verde', ao apostar na biotecnologia e desenvolver tecnologias que contribuem para aumentar a produção de alimentos, ao mesmo tempo que reduzem o uso de agroquímicos, água e combustíveis e a emissão", afirmou a companhia.

O fato é que, nos últimos anos, a Monsanto parece não conseguir se desvencilhar de repetidas polêmicas. No ano passado, a francesa Marie- Monique Robin lançou o livro O mundo segundo a Monsanto, em que faz denúncias acerca dos métodos usados para desenvolver os alimentos transgênicos. Nos Estados Unidos, há uma série de investigações antitruste que visam barrar a estratégia de crescimento da empresa. Para ganhar espaço, a Monsanto tem licenciado seus genes a empresas menores, que podem utilizá-los em novos produtos. Com isso, algumas contrapartidas são exigidas. Entre elas, a condição de que as parceiras não firmem acordos com empresas concorrentes, como Syngenta e DuPont. "Nós não acreditamos que haja qualquer mérito nas alegações sobre o nosso acordo de licenciamento ou os termos de contrato", disse o porta-voz da Monsanto, Lee Quarles, de St. Louis (EUA).

mundo segundo a Monsanto, em que faz denúncias acerca dos métodos usados para desenvolver os alimentos transgênicos. Nos Estados Unidos, há uma série de investigações antitruste que visam barrar a estratégia de crescimento da empresa. Para ganhar espaço, a Monsanto tem licenciado seus genes a empresas menores, que podem utilizá-los em novos produtos. Com isso, algumas contrapartidas são exigidas. Entre elas, a condição de que as parceiras não firmem acordos com empresas concorrentes, como Syngenta e DuPont. "Nós não acreditamos que haja qualquer mérito nas alegações sobre o nosso acordo de licenciamento ou os termos de contrato", disse o porta-voz da Monsanto, Lee Quarles, de St. Louis (EUA).

Em Copenhague, para limpar sua imagem, a empresa tem procurado se destacar de outras formas. Uma delas é a participação na mesa-redonda da soja responsável, destinada a produtores, empresas e tradings. Só resta saber se agora alguém pretende levar a taça para casa

Ibiapaba Netto - Revista Istoé Dinheiro

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