quarta-feira, 31 de março de 2010

NO MARANHÃO, FRATURA EXPOSTA NA ALIANÇA PT-PMDB

No Blog do Noblat, via CORREIO BRAZILIENSE:

PT decide não intervir no diretório maranhense, que apoiará candidatura de comunista ao governo do estado em vez de Roseana Sarney, do PMDB, e instaura crise entre os dois partidos

De Denise Rothenburg:

O comando nacional do PT já avisou aos petistas maranhanses que, se depender dos principais comandantes do partido, não haverá intervenção no diretório estadual.

A medida foi cobrada pelo PMDB por causa da decisão do PT do Maranhão de apoiar a candidatura de Flávio Dino (PCdoB) ao governo do estado em vez da governadora Roseana Sarney (PMDB), que disputará a reeleição.

A avaliação dos petistas — feita numa reunião entre o presidente da sigla, José Eduardo Dutra, os líderes partidários e ministros filiados ao PT — foi a de que não há muito o que fazer agora.

Os petistas consideraram que o PCdoB do Maranhão é mais ligado ao governo de Roseana Sarney do que o próprio PT. Portanto, caberia ao PMDB maranhense atrair os comunistas a fim de evitar a candidatura de Flávio Dino contra Roseana.

Para completar, afirmam, o PMDB em nenhum momento retirou a candidatura de Geddel Vieira Lima, que concorrerá ao governo da Bahia contra o atual governador, Jaques Wagner (PT), que tentará a reeleição.

A intenção dos petistas em fazer “cara de paisagem” ante a decisão do PT estadual promete abrir uma crise entre os dois partidos que pretendem seguir juntos na campanha presidencial.

O clima de desconfiança foi criado justamente na véspera do dia em que a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), deixa o cargo para se dedicar exclusivamente à montagem dos palanques estaduais e à campanha da corrida pelo Palácio do Planalto.

Estados Unidos: balanço desanimador da política externa de Obama

Em pouco mais de um ano após assumir a Casa Branca, os democratas concentram-se com êxito até o momento na aprovação parlamentar da reforma do sistema de saúde, proposta rejeitada por setores mais conservadores, em especial os agrupados em torno do ‘Partido do Chá’. Posicionamento incompreensível tendo em vista que quase 50 milhões de americanos não desfrutam de um plano médico regular.



Paradoxalmente, de acordo com uma estimativa do próprio Congresso, se tornada lei, a mudança proporcionaria ao governo americano uma redução do déficit com o setor médico de quase 150 bilhões de dólares ao longo de uma década. Nos anos seguintes, as despesas reduzir-se-iam ainda mais.



Enquanto isso, as pendências na política externa avolumam-se, tendo em vista a incorporação, mesmo involuntária, da ‘herança maldita’ do governo Bush: o presídio de Guantánamo ainda funciona, apesar da promessa de deixá-lo inoperante até o início de 2010.



A sua desativação seria o primeiro passo para medidas mais ousadas, conectadas ao encerramento de outros cárceres, situados em vários países aliados, tristemente apontados como centros heterodoxos de interrogatório com técnicas extremas de investigação.



No Iraque, prevê-se inicialmente para agosto de 2010 a retirada do grosso dos contingentes – restariam como força de estabilização 50 mil efetivos. Todavia, é possível que se estenda o prazo de permanência, tendo por justificativa a incapacidade, mesmo temporária, do governo iraquiano de combater a insurgência.



No Afeganistão, a redução de tropas nem sequer foi cogitada, sob a desculpa de que a Al-Qaeda e o Talibã ainda se movimentam com desenvoltura, ao circularem até mesmo no território de um país próximo e aliado do Ocidente: o Paquistão. Diante disso, desenrola-se um novo conflito: a guerra afegã-paquistanesa – em inglês, abreviada como AfPak War.



Novamente, em vez da aplicação de instrumentos diplomáticos, utiliza-se o emprego da força, via o uso de aviões não tripulados, por exemplo, não obstante a pouca repercussão política do Talibã perante a população paquistanesa. Assim, contribui-se para ampliar o repúdio à presença norte-americana na região e, paradoxalmente, fortalece-se o integrismo local.



Uma das áreas em que se robustece o fundamentalismo é a Caxemira, ponto intenso de atrito entre Nova Déli e Islamabad. Esta manifesta simpatia aos grupos radicais caxemiros, enquanto aquela intensifica a repressão, notadamente após os atentados terroristas a Bombaim/Mumbai. Desta forma, o governo afegão inclina-se atualmente ao indiano ao passo que os talibãs ao do Paquistão, por causa da proximidade política na fronteira.



Um encaminhamento possível para distensionar a região seria um plebiscito, monitorado pela comunidade internacional, para decidir o futuro do território: indiano, paquistanês ou simplesmente independente. Todavia, Washington estimula Nova Déli a ser um contraponto no continente asiático a Pequim, de maneira que se impeça toda sorte de debate em torno do status político da Caxemira.



Nas cercanias do Oriente Médio, não se melhorou o relacionamento com o mais polêmico dos países de lá: o Irã. Os Estados Unidos continuam a valer-se de uma postura de força, materializada na ameaça econômica, no caso o boicote.



Note-se que a questão iraniana foi um dos principais itens da pauta de Hillary Clinton em sua passagem pelo Brasil há poucos dias, em decorrência da preocupação com a política nuclear do controverso presidente Mahmoud Ahmadinejad.



Exatamente por causa de Teerã, Washington justifica o seu projeto de instalar um sistema de mísseis em países da Europa Oriental – cujas gestões sejam exageradamente filoamericanas -, com o suposto fito de defendê-la de um dos membros do antigo Eixo do Mal.



Por fim, não se assiste até o momento ao desmonte da estratégia da chamada Guerra Global ao Terror, apesar da retórica de distensão. Na prática, houve a substituição do nome tão-somente: Operações de Contingência Ultramar.



Desta maneira, a gestão Obama reitera a percepção de que a política bélica é a de Estado, transcendente ao revezamento partidário de republicanos e democratas.



por Virgílio Arraes, doutor em História das Relações Internacionais pela Universidade de Brasília (UnB) e professor colaborador do Instituto de Relações Internacionais da mesma instituição.

terça-feira, 30 de março de 2010

Assembleia aprova R$ 229,5 milhões para obras de infraestrutura da Copa do Mundo

A Assembleia Legislativa aprovou nesta segunda-feira (29), em duas discussões, projeto de lei que autoriza o Governo do Paraná a contratar empréstimo de R$ 229,5 milhões, junto a Caixa Econômica Federal, para obras de infraestrutura, pavimentação e segurança, em Curitiba e Região Metropolitana, previstas para atender a Copa do Mundo de 2014. O projeto será votado ainda nesta terça-feira (30), em terceira discussão, e segue para sanção do governador Roberto Requião.

Os recursos serão aplicados em projetos de melhoria do trânsito e da segurança da região. Entre as obras, está a revitalização da Avenida das Torres, Visconde de Guarapuava e Cândido de Abreu; a implantação do eixo metropolitano, que vai melhorar a ligação entre as cidades da RMC e Curitiba; e a implantação de um sistema de monitoramento de segurança pública.

As obras vão melhorar a infra-estrutura viária, notadamente no corredor metropolitano limítrofe aos municípios de Colombo, Pinhais, São José dos Pinhais, Araucária e Fazenda Rio Grande, e de importantes vias de comunicação como o corredor aeroporto-rodoferroviária e corredor Marechal Floriano.

No corredor metropolitano, além das duas vias expressas para veículos, está prevista linha exclusiva para ônibus, e implantação de pontes, viadutos, trincheiras, e de sistema de monitoramento, sinalização e iluminação pública. “A construção e melhoria destas vias são de grande importância para poder receber, condignamente, o afluxo de turistas durante a Copa do Mundo, reduzindo as dificuldades de tráfego geradas por engarrafamentos”, disse o deputado Luiz Claudio Romanelli (PMDB), líder do Governo na Assembleia Legislativa.

Dos R$ 229,5 milhões, os custos previstos para as obras são os seguintes: Corredor Aeroporto Rodoferroviária (R$ 42,3 milhões), Sistema Integrado de Monitoramento (R$ 10 milhões), Requalificação do Corredor Marechal Floriano (R$ 10 milhões), Corredor Metropolitano - Implantação e Requalificação de Diversas Vias Existentes (R$ 130,7 milhões),Vias de Integração Radial Metropolitanas (R$ 36,5 milhões).

fonte: aen

ODM: o que Brasil já fez e o que falta fazer

Levantamento com base no relatório nacional sobre os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio mostra os avanços feitos em cada meta

da PrimaPagina

O quarto Relatório Nacional de Acompanhamento dos ODM (Objetivos de Desenvolvimento do Milênio), divulgado esta semana, traz uma análise detalhada de vários dados econômicas e sociais ligados ao compromisso firmado pelos países da ONU, em 2000.

O estudo inclui não apenas os indicadores estabelecidos pela ONU, mas também os ligados às metas que o governo federal se autoimpôs e vários outros que ajudam avaliar melhor os avanços e desafios do Brasil nos Objetivos do Milênio. Ao todo, a publicação traz 180 páginas, 27 tabelas e 77 gráficos.

Abaixo, segue um levantamento sumário, que leva em consideração apenas os indicadores relacionados mais diretamente ao texto das metas definidas pela ONU.

leia mais

A 5 anos dos ODM, Brasil atinge duas metas

País reduziu pobreza e fome e controlou doenças, como preveem os Objetivos do Milênio; esgoto e óbito materno são desafios até 2015

DANIELLE BRANT da PrimaPagina

Faltando menos de cinco anos para terminar o prazo dado pelas Nações Unidas para que sejam atingidos os ODM (Objetivos de Desenvolvimento do Milênio), o Brasil alcançou o integralmente o primeiro, relacionado ao combate à pobreza e à fome, e o sexto, que prevê deter a propagação de doenças como Aids e malária. Contudo, ainda são necessários esforços para cumprir os demais, especialmente em saneamento, mortalidade materna e alguns indicadores de desigualdade entre os sexos. É o que mostra um estudo divulgado em Brasília nesta quarta-feira, feito pelo IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e coordenado pela Casa Civil, com apoio das Nações Unidas.

“O Brasil atingiu excelentes resultados e já aparece como um líder em muitas áreas. O país se destaca não apenas pelo compromisso em atingir os ODM, mas também pelo seu empenho em apoiar outros países nesse esforço”, destaca na introdução a coordenadora-residente interina da ONU no Brasil, Marie Pierre Poirier. “No entanto, os avanços são desiguais. O gênero, a raça, a etnia e o local de nascimento de uma criança brasileira ainda determinam, em grande parte, suas oportunidades futuras. Essas desigualdades têm repercussões diretas também na saúde da mulher e na razão da mortalidade materna”, ressalva. “Não há dúvidas, então, de que o maior desafio do país nos próximos anos será transformar os ODM em uma realidade efetiva para todos e todas.”

Um dos destaques da quarta edição do Relatório Nacional de Acompanhamento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio é que, na luta contra a pobreza, o país cumpriu antecipadamente não só a meta traçada pela ONU (chegar a 2015 com metade da proporção de pessoas muito pobres que havia em 1990), mas também a meta mais rigorosa estipulada pelo governo federal (redução de 75%).

Em 1990, 25,6% dos brasileiros tinham renda domiciliar per capita inferior à linha de pobreza estabelecida pelo Banco Mundial (US$ 1,25 ao dia, corrigido pela paridade do poder de compra, método que desconta a variação de custo de vida entre países). Em 2008 esse percentual caiu para 4,8%. "A meta internacional para 2015 foi superada em 2002 e a meta nacional foi superada em 2008. Se o ritmo da redução se mantiver nos próximos anos, a pobreza extrema será erradicada do Brasil por volta de 2013-2014", afirma o relatório.

O Brasil também cumpriu a meta da ONU de diminuir em 50% a parcela da população que passa fome. Em 1996, havia 4,2% de crianças brasileiras de zero a quatro anos com peso abaixo do esperado para a idade (indicador usado para mensurar desnutrição infantil). Dez anos depois, o percentual tinha caído a menos da metade: 1,8%. Agora, o desafio é alcançar o objetivo que o país se autoimpôs: erradicar o problema até 2015.

Saúde

Houve avanços na meta que determina que a mortalidade de crianças menores de cinco anos de idade deve cair em dois terços (66,7%), entre 1990 e 2015. Em 2008, a taxa de mortalidade na infância foi de 22,8 óbitos por mil nascidos vivos, e, para alcançar o ODM, o Brasil precisaria reduzi-la para 17,9. "Estima-se que, se persistir a tendência de redução atual, o Brasil atingirá a meta antes do prazo, em 2013", indica o relatório.

A queda tem sido expressiva em todas as regiões — sobretudo no Nordeste, em que o problema ainda é mais grave. De 1990 a 2008, o recuo foi de 62% nesta região, seguida pelo Sul (57%), Sudeste (55%) e Norte/Centro-Oeste (53%).

O país também deve cumprir, antes do prazo, o compromisso de diminuir em dois terços a mortalidade infantil (que se refere a crianças de até 1 ano). De 1990 a 2008, foi registrada redução de 60% nos óbitos infantis, que chegaram a 19,0 por mil nascidos vivos no ano retrasado. O relatório estima que a meta de 15,7 deve ser alcançada no ano que vem.

Os números demonstram que houve progressos também no combate à mortalidade materna, embora ainda sejam necessários esforços adicionais. O quinto Objetivo do Milênio estabelece que em 2015 a taxa de mortalidade das mães até 42 dias após o fim da gravidez deve ser 75% menor do que era em 1990. Até 2007 (últimos dados disponíveis), o recuo no Brasil havia sido de 46% — de 140 para 75 óbitos por 100 mil nascidos vivos. Para cumprir a meta, o país precisa baixar o número para pelo menos 35 nos próximos cinco anos. O relatório não aponta se, mantido o ritmo recente, essa cifra será ou não alcançada.

Na área da saúde, outra conquista importante foi a estabilização da epidemia de Aids, uma das metas do sexto Objetivo do Milênio. Segundo dados do relatório, entre 2002 a 2009 foram identificados, em média, 35 mil casos de Aids por ano. "As taxas de incidência foram crescentes até 2000 e estão estabilizadas desde então, embora em patamares elevados, comparados a padrões internacionais". Algumas medidas adotadas conseguiram ampliar a sobrevida dos portadores do vírus HIV, como a disponibilização, na rede pública, da terapia antirretroviral.

O Brasil também conseguiu frear a propagação da tuberculose (o número de casos por 100 mil habitantes passou de 35,5, em 2000, para 31,9, em 2008) e da malária (a incidência caiu de pouco mais de 30 casos por mil habitantes na Amazônia brasileira, em 1990, para 22,8 em 2006 e 12,9 em 2008). Mais dificuldade tem sido encontrada no alcance de uma meta que o país se autoimpôs: a erradicação da hanseníase em 2010. Em 2008, foram registrados 39.047 novos casos (20,6 por 100 mil habitantes).

Educação e igualdade de gênero

No segundo Objetivo do Milênio (universalizar a educação básica), o Brasil avançou bastante até meados desta década, mas posteriormente o ritmo de melhoria diminuiu. A proporção de crianças de 7 a 14 anos matriculadas no ensino fundamental passou de 81,4%, em 1992, para 94,4%, em 2005. De lá até 2008, o número subiu para 94,9%.

De qualquer modo, o relatório observa que “a tendência de universalização do acesso à educação obrigatória tem avançado no Brasil”. O principal desafio agora, avalia o texto, é garantir que todos que entrem na primeira série concluam o ensino fundamental. A parcela de pessoas de 18 anos que concluíram esse nível passou de 34%, em 1992, para 75,2%, em 2008. “Apesar de ainda estar aquém do desejável, a taxa de conclusão do ensino fundamental teve grande aumento”, afirma o estudo.

O desafio educacional em outra área — a de igualdade entre os sexos — também é diferente no Brasil. O cerne do terceiro Objetivo do Milênio é que seja semelhante a proporção de homens e mulheres matriculados nos três níveis de ensino (fundamental, médio e superior). A ideia da ONU, ao propor esse tópico, era de promover a igualdade de gênero e a autonomia das mulheres.

O relatório nota, porém, que a proporção semelhante de meninos e meninas na escola "não se configura, na realidade brasileira, como aspecto central para o alcance do objetivo de promoção da autonomia das mulheres, uma vez que as meninas apresentam, em geral, indicadores mais positivos do que os meninos no campo educacional".

O problema, ressalta o relatório, é que essa grande participação feminina nos bancos escolares não se traduz em melhores salários no mercado de trabalho, nem em uma maior atuação nos cargos de tomada de decisão.

Meio ambiente

O país deu passos importantes nas áreas ligadas ao sétimo ODM (garantir a sustentabilidade ambiental), apesar de dados sobre desmatamento na Amazônia indicarem que houve um pequeno aumento em relação a 2007. O desflorestamento contribui também para a alta das emissões de dióxido de carbono na atmosfera, problema ampliado pelo crescimento da população e da economia brasileira.

O consumo do gás clorofluorcarbono (CFC) caiu de 10 mil toneladas PDO (Potencial de Destruição da Camada de Ozônio), em 1995, para cerca de 290 toneladas, em 2008. Ao mesmo tempo, o país precisou recorrer aos HCFCs (hidroclorofluorcarbonos) para suprir a demanda, e agora tem que conter o uso desta substância nociva.

Em relação à meta de reduzir pela metade, até 2015, a proporção da população sem acesso permanente e sustentável a água potável e esgotamento sanitário, uma parte dela foi cumprida, conforme indica o relatório. "O porcentual da população urbana com abastecimento de água com canalização interna proveniente de rede geral passou de 82,3%, em 1992, para 91,6%, em 2008", afirma o estudo.

Já o saneamento básico ainda deixa a desejar nas áreas rurais. Nas grandes cidades a cobertura da coleta de esgotamento sanitário por rede geral ou fossa séptica aumentou mais de 14% desde 1992 e já alcançava 80,5% da população em 2008. Enquanto isso, no campo, a cobertura por rede geral de esgotos ou fossa séptica ligada ou não à rede geral subiu de 10,3%, em 1992, para 23,1%, em 2008.

Por fim, para cumprir o ODM 8, que estabelece parceria mundial para o desenvolvimento, o país priorizou ações que promovam a ampliação de acesso a medicamentos, capacitação técnica, fomento à pesquisa e à inovação tecnológica e assistência humanitária.

PNUD e Sony vão combater Aids na Copa

Empresa japonesa montará telões em Camarões e Gana; testes e informações sobre doença também estarão disponíveis ao público

UNDP Divulgação

O PNUD, a Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA) e a Sony Corporation firmaram parceria para reforçar a luta mundial pelo fim da extrema pobreza em 2015 e pelo cumprimento de outros Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, com foco no combate ao vírus HIV e à AIDS.

Como parte da parceria, uma campanha contra o avanço da doença na África vai se focar na ajuda a comunidades carentes, levando informações médicas a Gana e Camarões. Nos dois países, a Sony montará telões que transmitirão, de graça, cerca de 20 jogos da Copa do Mundo, permitindo que a população local, que tem pouco acesso a televisores, possa acompanhar a participação de suas seleções no maior evento esportivo do ano.

Junto com a transmissão dos jogos, o PNUD, a JICA e seus parceiros locais oferecerão aos espectadores orientações e testes de HIV/AIDS. Esta é a primeira vez que o Mundial de futebol entre seleções, disputado desde 1930, é realizado no continente africano. A competição começa em junho.

A administradora do PNUD Helen Clark diz que “a Copa do Mundo une as pessoas em torno de suas equipes, torcendo por seus jogadores”, e que “o mesmo pode acontecer com os Objetivos do Milênio”. Ela afirma ainda que não há espectadores no combate à pobreza. “Todos têm uma função na luta para atingir os oito objetivos do milênio. Esses esforços vão melhorar a qualidade de vida de milhões de pessoas nos países em desenvolvimento.”

Tendo a Copa como atrativo, os participantes da campanha esperam ajudar, neste ano, aproximadamente 13 mil pessoas, e realizar cerca de 1.800 testes de HIV. O presidente da JICA, Sadako Ogata, acrescenta que a Copa do Mundo da África do Sul é a oportunidade perfeita para reafirmar a solidariedade mundial para com o continente africano.

Para ele, Sony, PNUD e JICA estão dando um importante passo de aproximação com a África. “Esforços colaborativos entre pessoas e povos na África e no mundo são indispensáveis para se alcançar paz e prosperidade no mundo”, completa.

Embora o futebol seja um esporte muito popular em Camarões e Gana, apenas uma pequena porcentagem de seus habitantes tem acesso a televisores (22% em Camarões e 21% em Gana) e, por isso, a maioria não consegue acompanhar os jogos de suas seleções e apoiá-las.

Howard Stringer, presidente e CEO da Sony, se diz muito feliz em poder contribuir com uma campanha contra o HIV/AIDS e ainda levar “uma grande experiência futebolística” às pessoas de Camarões e Gana por meio da tecnologia e do apoio da FIFA, a entidade que regula o futebol mundial.

Após a Copa, a Sony continuará apoiando as Nações Unidas no esforço para que os Objetivos do Milênio sejam atingidos, como parte de suas atividades complementares, aproveitando a tecnologia da companhia japonesa e sua presença em todo o mundo.

Requião acusa Campana de ser funcionário fantasma da AL

Postado agora pouco no twitter do Governador Requião:

"Depois de 20 anos sem trabalhar Campana pede licença da Assembléia. Concede-la é crime de ocultação de cadáver."

Aguardaremos desdobramentos a respeito desta acusação.

fonte

Hauly quer Paraná totalmente imunizado contra gripe suína

O deputado Luiz Carlos Hauly (PR) reivindica que todos os cidadãos da região Sul, notadamente do Paraná, recebam a vacina contra a gripe Influenza A (H1N1). A região foi uma das áreas mais atingidas pela doença no ano passado, ao registrar o maior número de mortos. “Não houve critério regional para atender a essa população, que continuará correndo graves riscos por causa da questão climática”, alertou o deputado.

Falta de cobertura – O Ministério da Saúde divulgou a compra de 83 milhões de doses da vacina que já começaram a serem aplicadas de acordo com o critério de risco. Com isso, serão priorizados profissionais da saúde, população indígena, pessoas com problemas crônicos, mulheres grávidas, pessoas entre 20 e 29 anos, crianças entre 6 meses e 2 anos e idosos com doenças crônicas. “Faltou incluir os estados onde há ocorrência de baixas temperaturas. Neles a ocorrência da gripe A foi altíssima”, reiterou.

Em ofício encaminhado ao Procurador Geral da República, Roberto Gurgel, Hauly lembrou que embora não haja no país vacinas em quantidade suficiente para atender a todas as situações de risco, o governo brasileiro se propõe a doar parte de seu estoque para a Organização Mundial de Saúde. Enquanto isso, a população brasileira ficará sem o necessário atendimento preventivo.

Charge do dia

by Cláudio Fajardo

segunda-feira, 29 de março de 2010

Encontro do PTC em Londrina reune mais de 250 lideranças de todo o estado

Tércio Albuquerque discursa no Segundo Encontro Estadual do PTC - realizado em Curitiba


Realizado neste último sábado em Londrina, o terceiro Encontro Estadual do Partido Trabalhista Cristão - PTC - reuniu mais de 250 lideranças de todo o estado do Paraná.

Segundo seu presidente estadual, Tércio Albuquerque, "isso demonstra uma grande unidade partidária conquistada através de propostas sérias, que vão direto aos anseios da população". O evento contou também com as presenças do presidente nacional da PTC, Dr. Daniel Tourinho e do Prof. Marcos César Kaimen, mestre, doutorando em Direito Constitucional na Pontifícia Universidade católica de São Paulo, apresentando a palestra “Conjuntura Política Nacional e a Fidelidade Partidária”.

Encerrado os trabalhos, Tércio Albuquerque rumou diretamente para São Paulo, onde gravou o programa eleitoral do partido que irá ao ar no dia 8 de abril - "Conclamo todos os paranaenses a acompanharem este programa para conhecerem melhor o nosso querido PTC." - finalizou Tércio.

Desemprego atinge 23% entre os mais pobres, mostra estudo do Ipea

POR QUE AS DELEGACIAS E OS PRESIDIOS ESTÃO SUPERLOTADOS?

ATENÇÃO: "Segundo o Ipea, a taxa de desemprego entre os pobres foi de 23,1%. É 5,2 vezes maior do que a daqueles que não se encontravam em situação de pobreza".

"Segundo o estudo, 59,9% dos desempregados tinham idade entre 21 e 40 anos, e 23% com até 20 anos.

"Bens primários não geram empregos de qualidade e o Brasil precisa ter mais qualidade nas vagas geradas, na busca por produtos com maior valor agregado", afirmou o presidente do Ipea.

"Holerite: quase 80% dos pisos não ultrapassam 1,5 salário mínimo", diz Dieese

Pedro Peduzzi

A conclusão consta do estudo A Desigualdade no Desemprego no Brasil Metropolitano, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

O presidente do Ipea, Márcio Pochmann explicou que o estudo abrange o conjunto das principais regiões metropolitanas que, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). "E ele mostra as principais tendências da evolução da desigualdade no interior do mercado de trabalho para as principais regiões metropolitanas brasileiras, desde março de 2002", afirmou.

Segundo o Ipea, a taxa de desemprego entre os pobres foi de 23,1%. "É 5,2 vezes maior do que a daqueles que não se encontravam em situação de pobreza", disse o presidente do Ipea. No mesmo período, a taxa de desemprego para os trabalhadores não pobres foi de 4,4%. O Ipea considera pobre o indivíduo cuja renda mensal per capita da família, ou seja, por pessoa, é de, no máximo, meio salário mínimo.

"Quanto à distribuição pessoal de renda, em julho deste ano, registramos que os 20% mais pobres respondiam por 40,4% do desemprego, enquanto os 20% mais ricos correspondiam a 5,2%", informou Pochmann. "Além disso, mais de 80% da composição absoluta do desemprego estão concentrados entre as pessoas de até 40 anos de idade. "Segundo o estudo, nesse período, 59,9% dos desempregados tinham idade entre 21 e 40 anos, e 23% com até 20 anos.

Um ponto que chamou a atenção dos técnicos foi a questão da escolaridade: os desempregados pobres tendem a ter maior dificuldade de conseguirem uma vaga no mercado de trabalho, mesmo tendo mais escolaridade.

"Isso nos leva a crer que a educação é condição necessária para o acesso a um melhor posto de trabalho, mas não é necessariamente suficiente para isso", disse o pesquisador.

A maior parte dos desempregados registrados em julho (56,1%) frequentaram a escola durante 11 ou mais anos. No mesmo mês de 2002, eram 35,6% o número de desempregados com a mesmo tempo de escolaridade. Em julho de 2005, o índice aumentou para 45,8% e, em 2007, para 49,8%.

"Muitas conclusões podem ser extraídas dessa informação. Em primeiro lugar, mostra que existe, sim, um preconceito que acaba por valorizar as pessoas de origem não pobre. Há também a questão do racismo, uma vez que há, entre os pobres, um maior número de negros. Além disso, a competição é mais acirrada quando o que há em vista são os melhores postos de trabalho", analisou Pochmann.

O ritmo de expansão da escolaridade, segundo ele, tem sido maior do que o ritmo de criação de empregos para este grupo. "Bens primários não geram empregos de qualidade e o Brasil precisa ter mais qualidade nas vagas geradas, na busca por produtos com maior valor agregado", afirmou o presidente do Ipea.

"É bom lembrar que escolaridade é diferente de qualificação, que significa adaptação específica a um determinado posto de trabalho", completou.

Autor: Agência Brasil

PARABÉNS CWB!

Rua XV de Novembro, centro de Curitiba.
A capital paranaense completa hoje 317 anos.

Carlos Lessa diz:

do blog do Molina

“Não há melhor negócio no mundo que trazer dólares para o Brasil e ganhar as altas taxas de juros. Fico horrorizado com esta política econômica ...

...Quem manda no Brasil é o Banco Central e que este órgão hoje é independente do povo, do governo e do país e submetido aos interesses do sistema financeiro internacional....

...A crise corroeu o receituário neoliberal, que sempre era mostrado como única alternativa, e que agora há uma enorme janela ideológica no mundo. A economia não é ciência exata. Nela não existe receita única como o sistema financeiro, que impõem a recomendação de política econômica seguindo ao seu determinado interesse, quer demonstrar. A história vai mostrar o que deu certo e o que não deu certo e com certeza será a de que o BC ao paceitar as imposições do sistema financeiro agiu de forma antinacional" ...

Minha opinião:

A explosão da dívida interna decorre de uma má gestão das políticas monetária e fiscal, com altas taxas de juros, livre movimentação de capitais e isenção tributária para investidores estrangeiros, que com todos estes atrativos trazem seus dólares em massa ao país. O governo compra estes dólares pagando com títulos da dívida interna – cujos juros são altíssimos – e aplica tais dólares em títulos do Tesouro norte-americano, que rendem juros negativos.

A participação de estrangeiros na dívida pública interna subiu ao equivalente a R$ 114,45 bilhões, ou 8,74% do total em janeiro deste ano, um nível recorde. Houve alta de cerca de 4,3% sobre a posição de R$ 109,7 bilhões (8,11% do total) vista em dezembro de 2009. A dívida pública mobiliária federal interna fechou o mês de janeiro/2010 em R$ 1,355 trilhão.

O motivo claro é a rentabilidade paga pelo Tesouro brasileiro, com juros entre os mais elevados em todo o mundo. Em tempos de taxas quase zero por causa da crise em outros países, os papéis brasileiros acabam atraindo a procura volátil especulativa do grande capital internacional, pois não é um dinheiro investido a longo prazo na produção, o que para eles financeiramente é muito bom, mas para nós nenhum pouco desenvolvimentista produtivo.

A cada vez maior bancada dos desiludidos

por Renata Camargo do Congresso em Foco

José Eduardo Cardozo, Roberto Magalhães, Fernando Coruja, Ibsen Pinheiro. Por que um número grande de políticos tidos como sérios desiste da vida parlamentar?

Quando parlamentares com notório reconhecimento público não se sentem mais tentados a permanecer na política, é hora de repensar as estruturas políticas de uma sociedade. Um fenômeno crescente no país está fazendo com que deputados desistam de disputar as eleições deste ano. Esse fenômeno, tido com um desestímulo coletivo em relação à política, é causado por vários fatores, mas todos desembocam em insatisfações pessoais de parlamentares em relação às regras políticas vigentes.

Em entrevistas ao Congresso em Foco, três nomes de peso na política nacional ? José Eduardo Cardozo (PT-SP), Roberto Magalhães (DEM-PE) e Fernando Coruja (PPS-SC) - apontaram os principais motivos que os levaram à aposentadoria parlamentar. Entre eles, estão as incoerentes regras eleitorais e a falta de vontade política para realizar uma concreta reforma política; a ditadura ilegítima das maiorias no Congresso, que impõe no Legislativo pretensões do Executivo; e os desgastes da imagem política na sociedade.

José Eduardo Cardozo: "Não tenho mais ânimo para essas regras"

Roberto Magalhães: "Há uma ditadura de uma maioria ilegítima"

Fernando Coruja: "Nosso mandato anda um pouco inútil"

E o “Fica Beto” como é que fica?

por André Gonçalves da Gazeta do Povo

“Fica Beto” talvez tenha sido o melhor slogan eleitoral de todas as campanhas nas capitais em 2008. Funcionou como um mantra espontâneo, que instigava o cidadão a se esforçar para manter o prefeito no cargo. Nem parecia que na verdade era o candidato quem pedia apoio.

A estratégia colaborou para a reeleição de Beto Richa com inimagináveis 778.514 votos (77,24% do total), contra 183.027 (18,7%) de Gleisi Hoffmann (PT). Era a mostra de um capital eleitoral tão grande que se tornaria difícil limitá-lo ao Palácio 29 de Março. Após a divulgação do resultado, nascia um candidato a governador.

Amanhã, o prefeito renuncia ao mandato e entra na disputa ao Palácio Iguaçu. Entra é um verbo cordial nesse caso, já que ele já está em campanha plena há mais de um ano. Mas e o “Fica Beto” como é que fica?

Até agora é difícil medir o que a decisão do prefeito significará para aqueles quatro quintos dos eleitores de Curitiba que compraram o slogan há pouco menos de dois anos. Beto lidera todas as pesquisas estaduais mais recentes para o governo do estado, com uma vantagem de aproximadamente cinco pontos porcentuais sobre o senador Osmar Dias (PDT). À primeira vista, poucos enxergam problema na decisão.

No começo do ano passado, um levantamento do Paraná Pesquisas mostrou que 60% dos curitibanos ficariam satisfeitos se ele deixasse o cargo para concorrer a governador. Mas o impacto real só será percebido quando a decisão for oficializada – quando o eleitor entenderá mesmo que se trata de uma renúncia. E que ao invés de cumprir o slogan de 2008, ele estará fazendo justamente o contrário.

Renúncia é um termo historicamente pesado para o eleitor brasileiro desde que Jânio Quadros desistiu de usar a vassourinha para varrer a bandalheira, em 1961, e abriu o caminho para o golpe militar, em 1964. Um fardo que Beto terá de carregar e que não será esquecido pelos adversários. É só reparar como Osmar tem reforçado o termo compromisso quando fala na eleição.

Ao olhar para o passado, no entanto, a decisão de Beto não é nenhuma novidade. O presidenciável José Serra (PSDB) usou o mesmo expediente quando deixou a prefeitura de São Paulo para eleger-se governador em 2006. Colou tão bem que repetirá a dose nesta semana, quando não terá mais como ficar em cima do muro e se candidatará a presidente.

Só que nem sempre dá certo. Em 1988, Pimenta da Veiga (outro tucano histórico) foi eleito para a prefeitura de Belo Horizonte. Jovem, sucumbiu à popularidade e dois anos mais tarde se candidatou a governador de Minas Gerais – mas não chegou nem ao segundo turno.

Beto tem dois bons exemplos dentro do próprio partido. Prova de que a decisão não obedece a uma fórmula mágica. É legítimo que ele queira se candidatar a governador, assim como é legítimo que o eleitor curitibano entenda a renúncia como uma traição.

Por isso é tão difícil prever o que acontecerá. Trata-se de uma longa novela que começa amanhã. O final será feliz? Depende do ponto de vista.

Quarta tem passeata!

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domingo, 28 de março de 2010

Ação contra vice-prefeito do PTC é considerada improcedente pelo TRE

A Corte do Tribunal Regional Eleitoral (TRE/PR) julgou improcedente representação na qual o PSDB reivindicava o mandato do vice-prefeito de Fazenda Rio Grande, Nassib Kassen Hammad, que migrou para o PTC depois das eleições de 2008.

Nassib alegava que mudou de partido por não concordar com o direcionamento da administração no trato a saúde.

Os juízes do TRE aceitaram a argumentação e decidiram que o caso não se configurava infidelidade partidária.

sábado, 27 de março de 2010

Cuba: Dissidentes ou Traidores?

Escrito por Atilio A. Boron

A "imprensa livre" da Europa e das Américas – essa que mentiu descaradamente ao dizer que existiam armas de destruição em massa no Iraque ou que qualificou de "interinato" o regime golpista de Micheletti em Honduras – redobrou sua feroz campanha contra Cuba. Impõe-se, portanto, distinguir entre a razão de fundo e o pretexto. A primeira, e que estabelece o marco global dessa campanha, é a contra-ofensiva imperial desencadeada desde fins da administração Bush, cujo exemplo mais eloqüente foi a reativação e mobilização da IV Frota Naval.

Contra os prognósticos de alguns iludidos, essa política ditada pelo complexo militar-industrial não só continuou, como se aprofundou, por conta do recente tratado firmado por Obama e Uribe, mediante o qual se concede aos EUA o uso de pelo menos sete bases militares em território colombiano, imunidade diplomática para o pessoal estadunidense envolvido em suas operações, licença para introduzir ou tirar do país qualquer tipo de carregamento sem que as autoridades do país anfitrião possam sequer tomar nota do que entra ou sai e ainda o direito dos viajantes norte-americanos de entrar ou sair da Colômbia com qualquer documento que comprove sua identidade.

Como se o anterior fosse pouco, a política de Washington, reconhecendo a "legalidade e legitimidade" do golpe de Estado em Honduras e as fraudulentas eleições subseqüentes, é uma mostra a mais da perversa continuidade que liga as políticas implementadas pela Casa Branca, com independência da cor da pele de seu principal ocupante. E nessa contra-ofensiva geral do império, o ataque e a desestabilização de Cuba desempenham papéis de grande importância.

Essas são as razões de fundo. Mas o pretexto para esse relançamento foi o fatal desenlace da greve de fome de Orlando Zapata Tamayo, potencializado agora pela idêntica ação iniciada por outro "dissidente", Guillermo Fariñas Hernández, e que será seguida, sem dúvidas, pelas de outros partícipes e cúmplices dessa agressão. Como é bem sabido, Zapata Tamayo foi (e continua sendo) apresentando pelos "meios de desinformação de massas" - como adequadamente qualificara Noam Chomsky – como "um dissidente político", quando na realidade era um preso comum que foi recrutado pelos inimigos da revolução e utilizado inescrupulosamente como mero instrumento de seus projetos subversivos. O caso de Fariñas não é igual, mas ainda assim guarda semelhanças e aprofunda uma discussão que é imprescindível conduzir com toda a seriedade.

É preciso lembrar que tais ataques têm larga história. Começam no próprio triunfo da revolução, mas, como política oficial e formal do governo dos EUA, se iniciam em 17 de março de 1960, quando o Conselho de Segurança Nacional aprovou o "Programa de Ação Encoberta" contra Cuba proposto pelo então diretor da CIA, Allen Dulles. Parcialmente desqualificado em 1991, esse programa identificava quatro cursos principais de ação, sendo os dois primeiros "a criação da oposição" e o lançamento de uma "poderosa ofensiva de propaganda" para fortalecê-la e torná-la crível. Mais claro impossível.

Após o estrondoso fracasso desses planos, George W. Bush cria, dentro do próprio Departamento de Estado, uma comissão especial para promover o "cambio de regimen" em Cuba, eufemismo utilizado para evitar dizer "promover a contra-revolução". Cuba tem o duvidoso privilégio de ser o único país do mundo para o qual o Departamento de Estado elaborou um projeto de tal tipo, ratificando desse modo a vigência da doentia obsessão ianque em anexar a ilha e, por outro lado, o quão acertado estava Jose Marti quando alertou nossos povos sobre os perigos do expansionismo estadunidense.

O primeiro informe dessa comissão, publicado em 2004, tinha 458 páginas e ali se explicitava com grande minúcia tudo o que se deveria fazer para introduzir a democracia liberal, respeitar os direitos humanos e estabelecer uma economia de mercado em Cuba. Para viabilizar esse plano, forneciam 59 milhões de dólares por ano (fora o que se destinava por vias obscuras), dos quais 36 milhões estariam destinados, segundo a proposta, a fomentar e financiar as atividades de dissidentes. Para resumir, o que a imprensa apresenta como uma nobre e patriótica dissidência interna pareceria mais a metódica aplicação do projeto imperial desenhado para cumprir o velho sonho da direita norte-americana de dominar Cuba definitivamente.

Esclarecimento conceitual
Dito o anterior, impõe-se uma precisão conceitual. Não é casual que a imprensa do sistema fale com extraordinária ligeireza sobre os "dissidentes políticos" encarcerados em Cuba. Mas, são "dissidentes políticos" ou são outra coisa? Seria difícil dizer todos, mas, com toda segurança, a maioria dos que estão na prisão não se encontra ali por dissidência política, mas sim por uma caracterização muito mais grave: "traidores da pátria". Vejamos em detalhes.

No célebre Dicionário de Política de Norberto Bobbio, o cientista político Leonardo Morlino define o dissenso como "qualquer forma de desacordo sem organização estável e, portanto, não institucionalizada, que não pretende substituir o governo em suas funções por um novo, muito menos derrubar o sistema político vigente. O dissenso se expressa só no exortar, persuadir, criticar, pressionar, sempre por meios não violentos a fim de induzir os ‘tomadores de decisões’ a preferirem certas opções em lugar de outras ou a modificar decisões anteriores ou direcionamentos políticos. O dissenso nunca põe em discussão a legitimidade ou as regras fundamentais que fundam a comunidade política, mas apenas normas ou decisões bastante específicas" (p. 567-568).

Mais adiante assinala que existe um limiar que, uma vez ultrapassado, transforma o dissenso, e os dissidentes, em outra coisa. "O limiar é cruzado quando se colocam em dúvida a legitimidade do sistema e suas regras de jogo, fazendo-se uso da violência; ou quando se incorre em desobediência intencional a uma norma; ou, por fim, quando o desacordo se institucionaliza na oposição, que pode ter entre seus objetivos também o de derrubar o sistema" (p. 569).

Na extinta União Soviética, dois dos mais notáveis dissidentes políticos, cujo agir se ajusta à definição supracitada, foram o físico Andrei Sakharov e o escritor Alexander Isayevich Solzhenitsyn; Rudolf Bahro foi o mesmo na República Democrática Alemã; Karel Kosik, na antiga Tchecoslováquia; nos EUA destacou-se, avaliando o século passado, Martin Luther King; e em Israel de nossos dias, Mordekai Wanunu, cientista nuclear que revelou a existência do arsenal atômico deste país, o que o fez ser condenado a 18 anos de prisão sem que a "imprensa livre" tomasse nota do assunto.

A dissidência cubana, diferentemente do ocorrido com Sakharov, Solzhenitsyn, Bahro, Kosik, King e Wanunu, se enquadra em outra figura jurídica, pois seu propósito é subverter a ordem constitucional e derrubar o sistema. Além do mais, e esse é o dado essencial, pretende fazê-lo colocando-se a serviço de uma potência inimiga, os Estados Unidos, que há 50 anos agridem Cuba por todos os meios imagináveis com um bloqueio integral (econômico, financeiro, tecnológico, comercial e informático), com permanentes ataques de diversos tipos e com uma legislação migratória exclusivamente desenvolvida para a ilha (a Lei de Ajuste Cubano) e que estimula a migração ilegal para os EUA, colocando em risco a vida de quem quer acorrer para seus braços em busca de benefícios.

Enquanto Washington levanta um novo muro da vergonha em sua fronteira com o México para deter a entrada de imigrantes tanto astecas como da América Central, concede todos os benefícios imagináveis a quem, vindo de Cuba, ponha o pé em seu território.

Quem recebe dinheiro, assessoria, conselhos, orientações de um país objetivamente inimigo de sua pátria, e atua em congruência com sua aspiração de precipitar uma "cambio de regimen" que ponha fim à revolução, pode ser considerado "dissidentes políticos"?

O que eles fariam?
Para responder, esqueçamos por um momento das leis cubanas e vejamos o que estabelece a legislação em outros países. A constituição dos EUA fixa em seu artigo 3 que o "o delito de traição contra os Estados Unidos consistirá apenas na tomada de armas contra a nação ou em se unir aos inimigos, dando-lhes ajuda e facilidades"; a sanção que merece tal delito fica a cargo do Congresso. Em 1953, Julius e Ethel Rosenberg foram executados na cadeira elétrica acusados de traição à pátria por terem supostamente se "unido aos inimigos", revelando segredos da fabricação da bomba atômica para a União Soviética.

No caso do Chile, o Código Penal deste país estabelece em seu artigo 106 que "todo aquele que dentro do território da República conspirar contra sua segurança exterior para induzir uma potência estrangeira a guerrear contra o Chile será castigado com penas maiores, em seu grau máximo de prisão perpétua. Se são seguidas de hostilidades bélicas a pena poderá ser elevada até a própria morte".

No México, país vítima de uma larga história de intervencionismo norte-americano em seus assuntos internos, o Código Penal qualifica em seu artigo 123 como delitos de traição à pátria uma ampla gama de situações, como "realizar atos contra a independência, soberania ou integridade da nação mexicana com a finalidade de submetê-la a pessoa, grupo ou governo estrangeiro; tomar parte em atos de hostilidade contra a nação, mediante ações bárbaras que possam prejudicar o México; receber qualquer benefício, ou aceitar promessa de recebê-lo; aceitar do invasor um emprego, cargo ou comissão e ditar, acordar ou votar providências encaminhadas a afirmar o governo intruso e debilitar o nacional". A penalidade prevista pela comissão desses delitos é, segundo as circunstâncias, de cinco a quarenta anos de prisão.

A legislação argentina estabelece no artigo 214 de seu Código Penal que "será reprimido com reclusão ou prisão de dez a vinte e cinco anos, ou reclusão ou prisão perpétua, e tanto em um caso como em outro, inabilitação absoluta perpétua, sempre que o fato não se encontre compreendido em outra disposição deste código, todo argentino, ou pessoa que deva obediência à nação por razão de seu emprego ou função pública, que pegue em armas contra esta, se una a seus inimigos ou lhes preste qualquer ajuda ou socorro".

Não é necessário prosseguir com essa simples revisão da legislação comparada para compreender que o que "imprensa livre" denomina dissidência é o que em qualquer país do mundo – começando pelos EUA, o grande promotor, organizador e financista da campanha anticubana – seria caracterizado pura e simplesmente como traição à pátria, e nenhum dos acusados jamais seria considerado "dissidente político".

No caso dos cubanos, à grande maioria dos chamados dissidentes (se não todos) está imputado este delito, ao se unirem à potência estrangeira que está em aberta hostilidade contra a nação cubana e receberem seus representantes (diplomáticos ou não), dinheiro e toda sorte de apoios logísticos para, como diz a legislação mexicana, "afirmar o governo intruso e debilitar o nacional". Dito em outras palavras, para destruir a nova ordem social, econômica e política criada pela revolução.

Não seria outra a caracterização que adotaria Washington para julgar um grupo de seus cidadãos que estivesse recebendo recursos de uma potência estrangeira que durante meio século tivesse acossado os EUA com o mandato de subverter a ordem constitucional.

Nenhum dos genuínos dissidentes acima mencionados incorreu em seus países em tamanha infâmia. Foram implacáveis críticos de seus governos, mas jamais se puseram a serviço de um Estado estrangeiro que ambicionava oprimir sua pátria. Eram dissidentes, não traidores.

Atilio A. Boron é diretor do PLED, Programa Latinoamericano de Educación a Distancia em Ciências Sociais, Buenos Aires, Argentina.
Website: http://www.atilioboron.com/.
Traduzido por Gabriel Brito, jornalista, Correio da Cidadania.

sexta-feira, 26 de março de 2010

PTC realiza Encontro Estadual em Londrina

O Partido Trabalhista Cristão realizará amanhã, 27/03, o 3ª Encontro Estadual do PTC no Paraná na cidade de Londrina.

Segundo seu presidente estadual, Tércio Albuquerque, o evento visa consolidar mais ainda o partido dentro do estado. “Somos entre os ditos partidos em crescimento aqui no Paraná, certamente o que mais tem crescido. Além de vereadores e vice-prefeitos que elegemos, temos recebido inúmeras adesões de novas lideranças, e um Encontro como este, é o cenário perfeito para discutimos os rumos que deveremos tomar para as próximas eleições.”

O Encontro será realizado no Sindicato da Indústria da Construção Civil do Norte do Paraná e contará com a presença do presidente nacional do PTC, Dr. Daniel Tourinho.

Também será apresentada a Palestra “Conjuntura Política Nacional e a Fidelidade Partidária”, com o Prof. Marcos César Kaimen, mestre, doutorando em Direito Constitucional na Pontifícia Universidade católica de São Paulo.

Fidel: Obama e a reforma sanitária dos Estados Unidos

Em novo artigo, o líder cubano elogia a aprovação da reforma sanitária norte-americana, mas tece críticas ao presidente Barack Obama, que classifica como "um fanático crente do sistema capitalista imperialista imposto pelos Estados Unidos ao mundo.

Por
Fidel Castro, no Granma

Apoiando-se numa das mais profundas crises econômicas que o mundo já conheceu e na dor causada pelos jovens norte-americanos que perderam a vida ou foram feridos ou mutilados nas guerras genocidas de conquistas de seu predecessor, obteve os votos da maioria dos 50% de norte-americanos que se dignam a ir às urnas nesse democrático país.

Por elementar sentido ético, Obama deveria abster-se de aceitar o Prêmio Nobel da Paz, quando já tinha decidido o envio de 40 mil soldados a uma guerra absurda no coração da Ásia.

A política militarista, o saque dos recursos naturais, o intercâmbio desigual da atual administração com os países pobres do Terceiro Mundo em nada se diferenciam das dações de seus antecessores, quase todos da extrema direita, com algumas exceções, ao longo do século passado.

O documento antidemocrático imposto na Cúpula de Copenhague à comunidade internacional — que acreditara na sua promessa de cooperar na luta contra a mudança climática — foi outro dos fatos que desiludiram muitas pessoas no mundo. Os Estados Unidos, o maior emissor de gases de efeito estufa, não estavam dispostos a realizar os sacrifícios necessários, apesar das palavras lisonjeiras prévias de seu presidente.

Seria interminável a lista de contradições entre as ideias que a nação cubana defende com grandes sacrifícios durante meio século e a política egoísta desse império colossal.

Apesar disso, não sentimos nenhuma aversão por Obama, e muito menos pelo povo dos Estados Unidos. Consideramos que a Reforma da Saúde foi uma importante batalha e um sucesso de seu governo. Não obstante, parece algo realmente insólito que só 234 anos depois da Declaração de Independência, na Filadélfia, em 1776 - inspirada nas ideias dos enciclopedistas francesas -, o governo desse país tenha aprovado o atendimento médico para a imensa maioria de seus cidadãos, coisa que Cuba conseguiu para toda sua população há mais de meio século, apesar do cruel e desumano bloqueio imposto e ainda vigente por parte do país mais poderoso que jamais existiu. Antes, depois de quase um século de independência e sangrenta guerra, Abraham Lincoln conseguiu a liberdade legal dos escravos.

Não posso, por outro lado, deixar de pensar num mundo onde mais de um terço da população não tem atendimento médico e os medicamentos essenciais para garantir sua saúde, situação que se agravará na medida em que a mudança climática, a escassez de água e de alimentos sejam maiores, num mundo globalizado onde a população cresce, os bosques desaparecem, a terra agrícola diminui, o ar se torna irrespirável, e a espécie humana que o habita — que emergiu há menos de 200 mil anos, ou seja 3,5 bilhões de anos depois que surgiram as primeira formas de vida no planeta — corre o risco real de desaparecer como espécie.

Admitindo que a reforma sanitária significa um êxito para o governo de Obama, o atual presidente dos Estados Unidos não pode ignorar que a mudança climática significa uma ameça para a saúde e, pior ainda, para a própria existência de todas as nações do mundo, quando o aumento da temperatura — além dos limites críticos que são visíveis— dilua as águas gélidas das calotas polares, e dezenas de milhões de quilômetros cúbicos armazenados nas enormes camadas de gelo acumuladas na Antártida, Groenlândia e Sibéria degelem numas poucas dezenas de anos, inundando todas as instalações portuárias do mundo e as terras onde hoje vive, se alimenta e trabalha grande parte da população mundial.

Obama, os líderes dos países ricos e seus aliados, seus cientistas e centros sofisticados de pesquisas sabem disso; é imposível que o ignorem.

Compreendo a satisfação com que se expressa e reconhece, no discurso presidencial, a contribuição dos membros do Congresso e da adminitração que tornaram possível o milagre da reforma sanitária, o qual fortalece a posição do governo face a lobistas e mercenários da política, que limitam as faculdades da adminitração.

Seria pior se os que protagonizaram as torturas, os assassinatos por contrato e o genocídio ocupassem novamente o governo dos Estados Unidos. Como pessoa incontestavelmente inteligente e suficientemente bem informada, Obama sabe que não exagero nas minhas palavras. Espero que as tolices que, às vezes, expressa sobre Cuba não turvem sua inteligência.

Depois do sucesso nesta batalha pelo direito à saúde de todos os norte-americanos, 12 milhões de imigrantes, em sua imensa maioria latino-americanos, haitianos e de outros países do Caribe, reclaman a legalização de sua presença nos Estados Unidos, onde realizam os trabalhos mais duros e dos quais a sociedade norte-americana não pode prescindir, na qual são presos, afastados de suas famílias devoltos a seus países.

A imensa maioria emigrou para a América do Norte como consequência das tiranias impostas pelos Estados Unidos aos países da área e da brutal pobreza à qual foram submetidos como consequência do saque de seus recursos e do intercâmbio desigual. Suas remessas familiares constituem uma elevada porcentagem do PIB de suas economias. Esperam agora um ato de justiça elementar. Se ao povo cubano foi imposta uma Lei de Ajuste, que promove o roubo de cérebros e o despojo de seus jovens instruídos, por que são empregados métodos tão brutais com os imigrantes ilegais dos países latino-americanos e caribenhos?

O devastador terremoto que açoitou o Haiti — o país mais pobre da América Latina, que acaba de sofrer uma catástrofe natural sem precedentes que deixou um saldo de mais de 200 mil óbitos — e o terrível prejuízo econômico que outro fenômeno similar ocasionou no Chile são provas eloquentes dos perigros que ameaçam a chamada civilização e a necessidade de drásticas medidas que outorguem à especie humana a esperança de sobreviver.

A Guerra Fria não trouxe nenhum benefício para a população mundial. O imenso poder econômico, tecnológico e científico dos Estados Unidos não pode sobeviver à tragédia que paira sobre o planeta. O presidente Obama deve procurar no seu computador os dados pertinentes e dialogar com seus cientistas mais eminetes; ele constatará quão longe está seu país de ser o modelo que apregoa para a humanidade.

Por ser afro-americano, ali sofreu as afrontas da discriminação, segundo narra em seu livro "Os sonhos de meu pai"; ali conheceu a pobreza em que vivem dezenas de milhões de norte-americanos; ali educou-se, mas ali também desfrutou como profissional bem-sucedido os privilégios da classe média rica, e terminou idealizando o sistema social, no qual a crise econômica, as vidas dos norte-americanos inutilmente sacrificadas e seu indiscutível talento político lhe deram a vitória eleitoral.

Apesar disso, para a direita mais recalcitrante, Obama é um extremista, portanto ameaçam continuar travando a batalha no Senado para neutralizar os efeitos da reforma e sabotá-la abertamente em vários Estados da União, declarando inconstitucional a Lei aprovada.

Os problemas da nossa época são, contudo, ainda muito mais graves.

O Fundo Monetário Internacional, o Banco Mundial e outros organismos internacionais de créditos, sob controle estrito dos Estados Unidos, permitem que os grandes bancos norte-americanos — criadores dos paraísos fiscais e responsáveis pelo caos financeiro no planeta — sejam trazidos à superfície pelos governos desse país em cada uma das frequentes e crescentes crises do sistema.

A Reserva Federal dos Estados Unidos emite à vontade as moedas conversíveis que finaciam as guerras de conquista, os lucros do Complexo Militar-Industrial, as bases militares espalhadas por todo o mundo e os grandes investimentos de multinacionais que controlam a economia em muitos países do mundo.

Nixon suspendeu unilateralmente a conversão do dólar em ouro, enquanto nos Bancos de Nova Iorque se guardam sete mil toneladas de ouro, pouco mais do 25% das reservas mundiais desse metal, cifra que no fim da 2ª Guerra Mundial ultrapassava 80%.

Argumenta-se que a dívida pública é de acima de US$10 trilhões, o que excede 70% do seu PIB, como uma carga que é transferida para as novas gerações. Isto afirma-se quando, na verdade, quem paga essa dívida é a economia mundial, com enormes gastos em bens e serviços que oferece para adquirir dólares norte-americanos, com os quais as grandes multinacionais desse país se apropriaram de uma parte considerável das riquezas do mundo e sustentam a sociedade de consumo dessa nação.

Qualquer um compreende que tal sistema é insustentável e por que os setores mais ricos nos Estados Unidos e seus aliados no mundo defendem um sistema apenas sustentável com a ignorância, as mentiras e os reflexos condicionados criados na opinião mundial através do monopólio da mídia, incluídas, as redes principais da internet.

Hoje, tudo isto colapsa diante do avanço acelerado da mudança climática e suas funestas consequências, que colocam a humanidade ante um dilema excepcional.

As guerras entre as potências não parecem ser neste momento a solução possível para estas grandes contradições, como o foram até a segunda metade do século 20; mas, ao mesmo tempo, têm incidido de tal forma nos fatores que tornam possível a sobrevivência humana, que podem pôr fim prematuramente à existência da atual espécie inteligente que habita nosso planeta.

Há alguns dias, expressei minha convicção de que, à luz dos conhecimentos científicos que hoje se dominam, o ser humano deverá resolver seus problemas no planeta Terra, já que jamais poderá percorrer a distância entre o Sol e a estrela mais próxima, situada a quatro anos luz, velocidade que equivale a 300 mil quilômetros por segundo — como sabem nossos alunos de ensino secundário —, se ao redor desse Sol existisse um planeta parecido com nossa bela Terra.

Os Estados Unidos investem avultadas quantias para comprovar se no planeta Marte há água, e se existiu ou existe alguma forma elementar de vida. Ninguém sabe para quê, a não ser por curiosidade científica. Milhões de espécies desaparecem a ritmo crescente em nosso planeta e suas fabulosas quantidades de água constantemente são contaminadas.

As novas leis da ciência — a partir da fórmula de Einstein sobre a energia e a matéria, e a teoria da grande explosão como origem dos milhões de constelações e infinitas estrelas ou outras hipótese — deram lugar a profundas mudanças em conceitos fundamentais como o espaço e o tempo, que atraem a atenção e a análise dos teólogos. Um deles, nosso amigo brasileiro Frei Betto, trata do assunto no seu livro "A obra do artista: Uma visão holística do Universo", lançado na última Feira Internacional do Livro de Havana.

Os avanços da ciência nos últimos cem anos impactaram os enfoques tradicionais que prevaleceram durante milhares de anos nas ciências sociais e, inclusive, na filosofia e na teologia.

Não é pouca a atenção que os mais honestos pensadores prestam aos novos conhecimentos, mas não sabemos absolutamente nada do que pensa o presidente Obama sobre a compatibilidade da sociedade de consumo e a ciência.

Entretanto, vale a pena meditar de quando em quando sobre estes temas. Com certeza, não por isso o ser humano deixará de sonhar e de levar as coisas com calma e nervos de aço. Este é o dever, ao menos, daqueles que escolheram o ofício de políticos e o nobre e irrenunciável propósito de uma sociedade humana solidária e justa.

Fidel Castro Ruz

Família Sarney não terá tratamento especial, diz Suíça

"Aqui pouco importa se a pessoa é rica ou pobre, famosa ou não", afirmou a presidente da Suíça, em resposta a uma questão sobre um possível tratamento diferenciado à família Sarney.

A presidente da Suíça, Doris Leuthard, disse que seu país não fará diferença no tratamento de um escândalo de corrupção envolvendo a família Sarney apenas pela procedência ou importância política de seus membros. "Aqui tratamos todos de forma igual." Ela indicou que o dinheiro que teria sido bloqueado na Suíça - US$ 13 milhões em uma conta do empresário Fernando Sarney, filho do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP) - poderá ser devolvido ao Brasil. Mas para isso o governo brasileiro teria de primeiro condenar o dono da conta.

Aqui pouco importa se a pessoa é rica ou pobre, famosa ou não", afirmou ela, em resposta a uma questão sobre um possível tratamento diferenciado à família Sarney por estar relacionada a um ex-presidente do Brasil. Doris Leuthard ainda lembrou que, nos últimos meses, a Suíça abriu verdadeiras batalhas legais contra personalidades como o coronel Muanmar Kadafi, presidente da Líbia, e seu filho, assim como contra o cineasta Roman Polanski, acusado de abusos sexuais contra uma menor.

Segundo reportagem do jornal Folha de S. Paulo, que revelou a descoberta da conta e seu bloqueio, o dinheiro rastreado a pedido da Justiça brasileira não está declarado à Receita Federal. Fonte do Ministério da Justiça disse que os indícios sobre a existência de contas da família Sarney no exterior, administradas por offshores, em paraísos fiscais, apareceram em investigações da Polícia Federal (PF).

Eduardo Ferrão, advogado do empresário Fernando Sarney, afirmou ontem que não iria tratar do assunto. No fim da tarde, em contato telefônico, disse apenas: "Como o inquérito está sob sigilo, não vou me manifestar." Alvo da Operação Boi Barrica (rebatizada de Faktor) da PF, o empresário foi indiciado por formação de quadrilha, tráfico de influência, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica, entre outros crimes.

fonte: gazetaonline

Verri diz que Osmar é quem deve articular base

O presidente estadual do PT, deputado Enio Verri, considera natural a exigência do senador Osmar Dias (PDT) de ter todos os partidos da base aliada do presidente Lula (PT) apoiando sua candidatura ao governo para fechar a aliança que teria a ministra Dilma Rousseff como candidata à sucessão presidencial. Porém, o presidente do PT acha que cabe a Osmar articular a atração das forças políticas que integram a coalizão de Lula.

“Se eu fosse candidato a governador, eu ia querer também. Mas o PT pode ajudar, contribuir, mas a principal responsabilidade é do senador Osmar Dias”, disse Verri. O PT também se empenha para unir a base em torno da candidatura do pedetista, mas Osmar é que deve sair a campo em busca dessa unidade, reforçou o presidente do PT.

As declarações de lideranças do PDT sobre a necessidade de incluir o PMDB na composição deixaram os líderes petistas com a pulga atrás da orelha. “Mas e se o PMDB não vier? Para nós, a chapa e o projeto continuam mesmo assim. Porque nós estamos conversando sobre um projeto para o Paraná”, comentou Verri.

Como o PMDB tem um pré-candidato à sucessão do governador Roberto Requião, o vice-governador Orlando Pessuti, a equação proposta pelo PDT não será facilmente resolvida, acredita Verri.“O vice-governador tem todo o direito de ser candidato. E se essa for a decisão do PMDB, é importante lembrar que nós vamos poder conversar no segundo turno”, afirmou

quinta-feira, 25 de março de 2010

MPF pede na Justiça que todos os paranaenses recebam a vacina contra a gripe A

Órgão pediu na ação que se compre doses da vacina de forma imediata

O Ministério Público Federal (MPF) no Paraná impetrou ação na Justiça Federal nesta quarta-feira (24) para que todos os paranaenses sejam vacinados contra a gripe A H1N1. O órgão pediu na ação que se compre doses da vacina de forma imediata. A ação foi distribuída para a 2ª Vara Federal de Curitiba.

A população do estado é de aproximadamente 10,7 milhões de pessoas, de acordo com dados do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes). A previsão é de que 5 milhões de paranaenses sejam imunizados, segundo a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa).

O mesmo posicionamento do MPF havia sido defendido em uma reunião de entidades médicas do Paraná que aconteceu no dia 15 de março. Naquele evento, o presidente da Associação Médica do Paraná (AMP), José Fernando Macedo, afirmou que a vacina era o único meio de impedir a transmissibilidade da nova gripe e, consequentemente, de um novo surto da pandemia.

Já a Sesa divulgou uma nota afirmando que não tinha sido notificada da ação do MPF e que a vacinação no estado segue o protocolo do Ministério da Saúde (MS).

O órgão informou também que irá discutir com o MS a possibilidade de ampliar a vacinação, assim como ocorreu anteriormente, quando os adultos entre 30 e 39 anos também foram incluídos na campanha de imunização contra a nova gripe. Apesar disso, estava descartada a hipótese de quebra do protocolo do MS.

A nota da Sesa dizia que “[...] o governo do estado (do Paraná) irá cumprir o protocolo do Ministério da Saúde que preconiza a vacinação para grupos específicos, que abrangem as faixas populacionais que epidemiologicamente apresentam os maiores riscos de complicação da doença. Desta forma, o Ministério da Saúde, responsável pela aquisição da vacina, disponibiliza as doses na quantidade relativa a população estimada em cada um destes grupos [...]”

Conselho de Direitos Humanos da ONU condena Israel; EUA se opõem

O Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou nesta quarta-feira três resoluções condenando Israel por suas políticas nos territórios sírios e palestinos sob ocupação. Os Estados Unidos votaram contra as três.

Outra resolução, criando um fundo para indenizar palestinos que tiveram prejuízos durante a ofensiva militar israelense de 14 meses atrás em Gaza, deve ser aprovada na quinta-feira.

Uma das resoluções sobre as "graves violações dos direitos humanos" cometidas por forças israelenses exigia o fim da ocupação nos territórios palestinos capturados na guerra de 1967 e o fim das agressões contra civis palestinos e o seu patrimônio cultural.

O texto, aprovado por 31 votos a 9 com 7 abstenções, pedia também o fim de todas as operações militares em terras palestinas e a suspensão do bloqueio econômico à Faixa de Gaza.

Os Estados Unidos e a União Europeia, cujos sete integrantes do Conselho costumam votar em uníssono, se opuseram, por considerar a resolução desequilibrada.

Outra resolução dizia que Israel deve parar de fazer construções em todos os assentamentos em territórios ocupados, além de tomar medidas para desocupar os já existentes. Nesse caso, foram 45 votos favoráveis, já que a União Europeia aderiu, e só os EUA mantiveram sua oposição.

O terceiro documento condena Israel pelo que diz serem violações sistemáticas de direitos humanos nas colinas do Golã, um território sírio sob ocupação. Os EUA votaram "não" e 15 países, inclusive os da UE, se abstiveram.

Os EUA, que atualmente têm atritos com Israel por causa da ampliação dos assentamentos judaicos, disseram no Conselho que as três resoluções não contribuem para a paz no Oriente Médio.

A delegação norte-americana afirmou ainda que o Conselho continua sendo usado como plataforma para atacar Israel, enquanto violações em outros países permanecem ignoradas.

A Grã-Bretanha, que na terça-feira expulsou um diplomata israelense suspeito de envolvimento em um caso de falsificação de passaportes britânicos, votou a favor das resoluções relativas aos direitos dos palestinos e ao fim dos assentamentos, mas se absteve no caso de Golã.

O Conselho na prática é dominado por um bloco de países em desenvolvimento, no qual a Organização da Conferência Islâmica tem forte influência, e que obtém rotineiramente o apoio de China, Rússia e Cuba.

Fonte: Reuters

Suíça bloqueia conta de filho de Sarney

da Folha Online

O governo da Suíça encontrou e bloqueou conta de US$ 13 milhões controlada por Fernando Sarney, filho mais velho de José Sarney (PMDB-AP), presidente do Senado, informa reportagem de Leonardo Souza e Andreza Matais, publicada nesta quinta-feira pela Folha de São Paulo.

Os depósitos foram rastreados a pedido da Justiça brasileira. Segundo a Folha apurou, o dinheiro não está declarado à Receita. O bloqueio ocorreu quando Fernando tentava enviar recursos da Suíça para Liechtenstein, paraíso fiscal.

A medida é administrativa; se comprovado que o dinheiro tem origem ilícita, o bloqueio passará a ter caráter criminal, e os recursos poderão ser repatriados.

Fernando Sarney disse que soube do assunto pela Folha e afirmou que não falaria do que não conhece. Procurada, sua defesa não ligou de volta. Segundo o senador Sarney, "Fernando é maior de idade e tem advogado constituído".

Comunistas celebram 88 anos do Partido e 25 anos de legalidade

Por José Reinaldo Carvalho

A passagem de mais um aniversário do Partido Comunista do Brasil é momento de festa, mais militância e ao mesmo tempo de reflexão. Festa dos comunistas, dos seus aliados em amplos setores políticos e sociais com os quais o PCdoB compartilha convicções e trincheiras na luta pelo aprofundamento e ampliação da democracia no Brasil, em defesa e reforço da soberania nacional, pelos direitos dos trabalhadores e do povo, pelo progresso social, a solidariedade internacional, o combate à opressão capitalista e ao domínio do mundo pelo imperialismo. Militância de todos aqueles que, membros da organização comunista, realizam ações políticas junto ao povo para elevar sua consciência. É um momento propício também a reafirmações – do caráter comunista do Partido e do rumo socialista da revolução brasileira -, pelo que deram a vida heróis e mártires do nosso povo, dignos militantes e dirigentes da legenda comunista.

Um quarto de século na legalidade

O aniversário deste ano assume significado especial porque é celebrado simultaneamente com a passagem dos 25 anos da legalidade, conquistada com o advento da Nova República, quando o país se democratizava depois de 21 anos sob a famigerada ditadura militar vende-pátria e inimiga do povo, e conquistava vitórias históricas, como o direito de eleger os seus representantes e governantes em todos os níveis, o de escrever a Constituição, o de livre funcionamento das centrais sindicais, organizações estudantis e populares.

Um exame não só da história do Partido, mas de todo o período republicano e em especial do século 20, dá-nos elementos para valorizar esta conquista. A não ser em pequenos intervalos, espécies de breves hiatos na nossa história, em regra o Brasil do século 20 foi um país antidemocrático, sob o feroz tacão das classes dominantes herdeiras do colonialismo e do escravismo. Mesmo quando essa burguesia e os latifundiários se modernizaram, integradas ao sistema de dominação imperialista que submeteu o país a uma espécie de neocolonialismo, não perderam, ao contrário muitas vezes acentuaram, seu caráter reacionário e antidemocrático, recorrendo à repressão política para assegurar seu modelo econômico e social subordinado ao sistema capitalista mundial. Esse traço das classes dominantes nativas é tão forte que já no período democrático, durante a segunda metade dos anos 1990 e até o início do século 21, praticou, durante o governo de FHC, o que um eminente jurista chamou de “ditadura dos punhos de renda”. Todas as vezes que o Brasil viveu tais derivas antidemocráticas, a primeira vítima eram os comunistas, que se tornavam o alvo preferencial de perseguições, como o encarceramento, a tortura e o assassinato seletivo. Os comunistas brasileiros aprenderam, assim, a valorizar a liberdade e a democracia pagando-lhes tributo de sangue.

Um quarto de século de vida democrática para o povo brasileiro e de legalidade para os comunistas é, assim, uma imensa e valorosa conquista a consolidar, ampliar e aprofundar. Vivendo na democracia, os trabalhadores e o povo exercem o direito de lutar por seus direitos, fazendo nessa luta frutífera experiência, adquirindo consciência, organização e acumulando forças para novas e maiores vitórias.

Papel ativo e decisivo nas conquistas democráticas

Foi ativo e decisivo o papel do PCdoB na luta contra a ditadura, na consolidação da Nova República, na convocação e funcionamento da Assembleia Constituinte, nas sucessivas eleições presidenciais. Tal como ao longo do século 20, não há fato marcante da vida contemporânea brasileira que não tenha o selo da política e da ação do Partido Comunista do Brasil.

Com a legalidade, veio o desafio da luta pelo voto e da participação em nome do partido nas casas legislativas municipais, estaduais e federais, domínio em que os comunistas adquiriram rica experiência. Hoje somos um partido politicamente influente, interlocutor credenciado de todas as forças políticas, fiador das mudanças políticas e sociais e pivô de grandes coalizões voltadas para a conquista dos objetivos históricos do povo brasileiro.

Nova fase na Vida do Partido

A vida democrática e a legalidade impactaram fortemente a postura e o funcionamento do Partido. Depois de rigorosa clandestinidade, os comunistas inauguraram novos métodos de atuação, novas formas de organização e novo estilo de direção. Desde então as fileiras partidárias conheceram vertiginoso crescimento. Ao longo destas duas décadas e meia foi-se plasmando uma nova política de organização e uma política de quadros, cuja experiência acaba de ser sistematizada no último Congresso. A campanha pela legalização do Partido foi feita nas ruas, o apelo ao ingresso na organização comunista foi dirigido às amplas massas e os seus dirigentes tornaram-se lideranças políticas e sociais.

Atualmente, criam-se as condições para o Partido dar um salto qualitativo na sua construção e credenciamento como força revolucionária capaz de se colocar nas primeiras fileiras do combate por um novo Brasil. Temos um Programa político, aprovado em novembro do ano passado pelo 12º Congresso, bem situado estratégica e taticamente no qual se entrelaçam os objetivos socialistas da revolução brasileira com os caminhos peculiares que estamos percorrendo, pontilhado por lutas de caráter patriótico, democrático e popular. Temos uma nítida identidade comunista e somos reconhecidos na esquerda brasileira e no movimento comunista internacional como um partido que jamais se deixou embair pelo canto de sereia do oportunismo social-democrata. E somos constituídos por uma militância e quadros dirigentes experimentados, capazes de conduzir a grande massa de novos militantes e lutadores das classes trabalhadoras e da intelectualidade que ingressam no nosso Partido.

Dizia o poeta Vinícius de Moraes que são demais os perigos desta vida pra quem tem paixão. Parafraseando-o diríamos que são demais os desafios para quem tem convicções e vontade de revolucionar o país, mudar o mundo e construir uma nova sociedade. Atualizando-se incessantemente, tendo no povo brasileiro a fonte inesgotável da sua força e no socialismo científico, no marxismo-leninismo, o conceito teórico-ideológico que informa a linha política estratégica e tática, o PCdoB é e deve continuar sendo o dínamo de transformações revolucionárias em nosso país. E construir-se tendo em vista esta missão histórica, situando nesse horizonte mais largo as tarefas do dia a dia.

Tarefa incontornável nesse esforço é combater o pragmatismo, o liberalismo, o oportunismo corrosivo e a tendência a diluir o Partido fazendo-o retroceder de organização de vanguarda e luta política de classes em movimento fluido e amorfo envolvido apenas em batalhas parciais e imediatas. Organizar o Partido em função da política não pode significar a confusão bernsteiniana de que “o objetivo é tudo, o objetivo final é nada”. As indispensáveis flexões táticas, atualizações teóricas e adaptações organizativas adequadas ao momento político atual subordinam-se à estratégia geral, à luta pelo socialismo no Brasil, o que pressupõe a existência e o desenvolvimento de um partido comunista revolucionário, de classe e de combate.

fonte: portal vermelho

SUPOSTA ADVOGADA DE SUPOSTO JORNALISTA ALI KAMEL TENTA, SUPOSTAMENTE, CENSURAR CLOACA NEWS

"No lusco-fusco desta terça-feira, quando retornávamos da faina diária de revolver o lixão de nossa imprensa escrita, falada e televisada, eis que encontramos em nossa caixa postal esta ameaçadora correspondência, intitulada…

NOTIFICAÇÃO EXTRAJUDICIAL
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Prezados,
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Na qualidade de procuradora do jornalista ALI KAMEL, diretor da Central Globo de Jornalismo, venho pela presente NOTIFICAR os senhores a respeito do que segue:
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Foi constatado que nesse blog há uma postagem com o título “As taras proibidas de Ali Kamel”, disponível no endereço http://cloacanews.blogspot.com/2009/08/as-taras-proibidas-de-ali-kamel.html. Tal postagem faz alusão ao jornalista Ali Kamel como ator em um filme pornô, nos anos 80, disponibilizando trecho da obra retirada do site Youtube.
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Não restam dúvidas de que o notificante nunca exerceu atividade profissional diversa da carreira jornalística, razão pela qual o conteúdo da postagem é inverídico.
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Pelo exposto, sem prejuízo de quaisquer outras providências que possam ser levadas a efeito, venho pela presente notificá-los para que sejam tomadas as seguintes providências:
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a) que seja removido IMEDIATAMENTE o conteúdo acima citado desse site;
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b) que se abstenham de repetir o erro em quaisquer meios hoje disponíveis (impressos ou eletrônicos).
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Atenciosamente,
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Jxxxxxx Mxxxxxx
OAB/RJ nº 100.xxx
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Orientados pela nossa douta banca de jurisconsultos, respondemos à suposta causídica – com cópia para Deus e todo o mundo – o que segue.
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Prezada Jxxxxxx, suposta “procuradora do jornalista Ali Kamel”,
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Na qualidade de autor e editor responsável pelo blog denominado “Cloaca News”, doravante apenas “Cloaca”, valho-me da presente para, igualmente, NOTIFICAR a senhora – e seu cliente – a respeito da equivocidade abrigada em sua mensagem eletrônica enviada nesta terça-feira, 25 de agosto de 2009, às 19:04h, sob o espampanante título “Notificação extrajudicial”.
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Data venia, se é inegável que o Cloaca postou um artigo em 16/08/2009, com o título “As taras proibidas de Ali Kamel” (http://cloacanews.blogspot.com/2009/08/as-taras-proibidas-de-ali-kamel.html), há um clamoroso equívoco fático em sua afirmação peremptória de que “Tal postagem faz alusão ao jornalista Ali Kamel como ator em um filme pornô…etc”.
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Reproduzo abaixo, ipsis verbis, o texto publicado na referida postagem:
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Um tia ninfomaníaca e suas sobrinhas estão de luto por causa da morte de um cachorro. Diretor de famosa rede de TV e seu amigo pilantra fingem que são primos e vão consolá-las.
Entre os pontos altos da película, a magistral interpretação do galã no take “isso, gostosa!” e o momento em que ele, no afã de arrastar a moça pro matinho, discorre sobre a moralidade – “Sabe o que é imoral? Imoral é a fome, são nossos irmãos do nordeste morrendo de fome. Imoral são tantos cada vez mais pobres e uns poucos cada vez mais ricos. Fazer amor não é imoral. É o pouco a que temos direito”.Produção de 1984, de Roberto Mauro, o mesmo diretor de “Eu compro essa Virgem” (1979) e “As Cangaceiras Eróticas” (1974).
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Como vê, trata-se da sinopse da obra cinematográfica “Solar das Taras Proibidas”, da lavra de conhecido diretor, prolífero em décadas passadas. Sua asserção de que aludimos a um “jornalista”, portanto, carece de lastro veraz. Tampouco procede que tenha sido utilizada a expressão “filme pornô” nesta ou em qualquer outra postagem do Cloaca, mesmo porque consideramos tal linguagem absolutamente inadequada.
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Da mesma forma, causa-nos estupefação seu argumento de que “Não restam dúvidas de que o notificante nunca exerceu atividade profissional diversa da carreira jornalística, razão pela qual o conteúdo da postagem é inverídico”. Não conheço o “notificante” que a senhora diz representar, portanto nada sei de sua vida atual ou pregressa. No caso de nossa postagem, objeto de sua extravagante interpelação, prestamos uma singela homenagem ao cinema brasileiro de tempos remotos, e o trecho exibido diretamente do website Youtube destaca a atuação de alguns jovens e talentosos atores, todos devidamente apresentados nos créditos iniciais da película “Solar das Taras Proibidas”. Não há, pois, qualquer conteúdo “inverídico” postado pelo Cloaca.
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Pelo exposto, e sem prejuízo de quaisquer outras providências que possam ser levadas a efeito, NOTIFICO-A, prezada Jxxxxxx, para que tome as seguintes providências:
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a) que se retrate, IMEDIATAMENTE, por este mesmo meio, por ter me imputado conduta que, efetivamente, não tive;
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b) que se abstenha de repetir o erro de tentar intimidar quem quer que seja, inda mais utilizando meio eletrônico, com o expediente da “notificação extrajudicial”.
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Atenciosamente,
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Cloaca News
http://cloacanews.blogspot.com/

quarta-feira, 24 de março de 2010

Pessuti explica obras a serem construídas para a Copa 2014

O vice-governador Orlando Pessuti explicou nesta quarta-feira (24) os projetos de infraestrutura que serão realizados na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), por conta do PAC da Mobilidade Urbana, para a Copa de 2014. Foi durante encontro realizado na Associação Industrial e Comercial da Fazenda Rio Grande (Acinfaz), onde estavam prefeitos, empresários e lideranças comunitárias dos municípios da RMC.

“São diversos os investimentos, mas teremos o eixo metropolitano rodoviário, uma obra de R$ 229 milhões que esperamos ter concluído o mais rápido possível para desfrutarmos destes 52 quilômetros de rodovias, avenidas e ruas que vamos modificar e melhorar”, disse Pessuti.

O prefeito Francisco Luis dos Santos, disse que a região ganhará muito com as obras. “Estamos recebendo investimentos de diversas empresas e a nossa cidade está crescendo muito. Então, temos que nos preparar para o futuro. As obras no acesso vão acelerar o desenvolvimento da região”, afirmou. O presidente da Acinfaz, Eudes Moreira, enfatizou a necessidade de melhorias no acesso ao município. “Este é o desejo de todo o nosso comércio”, disse.

O secretário do comitê executivo da Copa do Mundo de 2014, Wilson Portes, destacou que as obras no Paraná vão representar um investimento de aproximadamente R$ 600 milhões. “Na semana que vem, teremos uma reunião com o Ippuc e Copel em que será definido o projeto de revitalização da Avenida das Torres e o cabeamento subterrâneo da rede elétrica”, disse.

PALESTRA – O diretor técnico da Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec), Antonio Wandscheer, destacou as obras viabilizadas pelo Governo do Estado na região, em especial em Fazenda Rio Grande.

“Estas obras do PAC da Mobilidade vão atender, além dos visitantes, os trabalhadores da região, pois o tempo de viagem, de 30 minutos até o Pinheirinho, vai diminuir pela metade”, informou.

Na sequência, o assessor técnico da Comec, Gil Polidoro, falou sobre o PAC da Mobilidade e sobre o Programa de Integração do Transporte – PIT.

VALE A PENA VER DE NOVO: SOLAR DAS TARAS PROIBIDAS

do cloaca news.
Para saber mais sobre a obra, clique aqui.
Para saber mais sobre o talentoso protagonista, clique aqui.

O CloacaNews descobriu que o cinema perdeu um grande talento das artes cênicas.

A Globo poderia ter um Ali Kamel estrelando o papel de um indiano na novela das oito, ou, talvez, contracenando em filmes pornográficos.

Em 1984, Ali Kamel foi uma das "estrelas" do filme "Solar das Taras Proibidas".

O filme erótico dirigido por Roberto Mauro, o mesmo diretor de "Eu compro essa Virgem" (1979) e "As Cangaceiras Eróticas" (1974). conta a estória de uma tia ninfomaníaca e suas sobrinhas, de luto por causa da morte de um cachorro. Vagabundos fingem que são primos e vão consolá-las (um deles é Ali Kamel que chega num Jipe).

Entre os pontos altos da película, a magistral interpretação do galã no take "isso, gostosa!" e o momento em que ele, no afã de arrastar a moça pro matinho, discorre sobre a moralidade - "Sabe o que é imoral? Imoral é a fome, são nossos irmãos do nordeste morrendo de fome. Imoral são tantos cada vez mais pobres e uns poucos cada vez mais ricos. Fazer amor não é imoral. É o pouco a que temos direito".

Campanha de Marina Silva não terá marqueteiro

A coordenação da pré-campanha da senadora Marina Silva (PV-AC) à Presidência da República decidiu não contratar um marqueteiro, figura constante nas disputas eleitorais e muitas vezes paga com salários milionários.

"A gente não precisa de alguém que a transforme numa outra mulher, como esses marqueteiros da pesada que mudam o visual e tudo. (...) Não vai ter um mago que iria operar uma cirurgia plástica na imagem dela e transformá-la numa pessoa que ela não é”, diz o vereador do Rio de Janeiro Alfredo Sirkis, coordenador da pré-campanha da senadora.

Segundo ele, há um consenso entre os membros da coordenação de que um dos pontos positivos da imagem da senadora é o despojamento e que isso poderia ser desvirtuado com um programa de TV “pirotécnico”, por exemplo.

“Em pesquisas qualitativas, descobrimos que o forte é ela falando ‘olho no olho’ com o telespectador, o que não é usual porque geralmente as pessoas reagem mal com o político falando na TV, correm com o controle remoto pra mudar o canal da TV”, diz Sirkis.

No lugar do marqueteiro, haverá uma equipe de vários profissionais de comunicação. "Estamos trabalhando com tudo o que os outros terão. Teremos pesquisas, diretor de arte, redator etc. Só não teremos um cara acima do bem e do mal", diz Marco Mroz, outro coordenador da campanha.

Para Sirkis, a presença de marqueteiro numa campanha não é algo "obrigatório".

“Isso de marqueteiro é muito uma coisa do Brasil. Se você olhar a campanha do Barack Obama (presidente dos Estados Unidos), tem um especialista em pesquisa, depois tem o diretor de arte, o roteirista que faz os textos de TV, o outro escreve os discursos, o outro dirige o programa de TV. É uma equipe. Se você perguntar quem é o Duda Mendonça do Obama ou quem é o Duda Mendonça da Hillary Clinton, não existe”, diz Sirkis.

De acordo com ele, o dinheiro que seria gasto para a contratação de um marqueteiro também foi levado em consideração. "Não teríamos jamais recursos pra bancar um cara desse, mas não é apenas por isso. Se tivéssemos, também não seria essa a opção." Já Mroz diz que a decisão não foi tomada em função dessa variável. "Não se pediu orçamento para nenhum marqueteiro", afirma.

fonte: gazeta do povo