terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Entramos em férias, voltamos em janeiro!

Escárnio

política em debate

Tudo indica que a Câmara Municipal de Curitiba deve dar hoje mais um passo para enterrar de vez qualquer resto de respeito perante a opinião pública, com o arquivamento das investigações da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) criada para apurar as suspeitas de irregularidades nos contratos de publicidade da Casa.

As declarações do relator, vereador Denilson Pires (DEM), de que a investigação encontrou “dezenas de indícios” de irregularidades, mas não conseguiu provas para responsabilizar ou pedir a punição de ninguém soam como um escárnio perante a população, que na semana passada já viu os parlamentares aprovarem um aumento de 28% para seus salários, mesmo diante da absoluta crise de credibilidade por que passa o Legislativo municipal.

Em tempo: Denilson Pires é o mesmo vereador que foi preso em setembro do ano passado sob a acusação de desvio de dinheiro do Sindicato dos Motoristas do Transporte Coletivo de Curitiba, que ele presidiu.

No Uruguai, Chávez se diz "plenamente recuperado" do câncer

O presidente venezuelano, Hugo Chávez, disse nesta terça-feira que está "plenamente recuperado" do câncer diagnosticado em junho. "Sinto-me muito bem, passei por situações muito difíceis mas já (estou) plenamente recuperado, não apenas do câncer e de duas operações muito complicadas que foram feitas, mas depois da quimioterapia. Isso é duro", disse Chávez a jornalistas em sua chegada a um hotel em Montevidéu, onde participa da cúpula do Mercosul.

"Foram-me feitos há poucas semanas plenos e completos (estudos) e não há vestígios da presença de (tumor) maligno algum nas células de meu corpo, estou pronto e assumi novamente a vanguarda da revolução bolivariana", destacou Chávez nesta que é sua primeira viagem oficial desde a descoberta da doença.

O presidente venezuelano, de 57 anos, foi operado de um tumor no dia 20 de junho em Cuba e se submeteu a quatro ciclos de quimioterapia em Havana e Caracas para combater a doença. A participação de Chávez na cúpula foi surpreendentemente confirmada na tarde de segunda-feira.

Geração de empregos formais em novembro cai 69% em relação a 2010

bbc

O Brasil gerou 42.735 empregos formais em novembro deste ano, uma queda de 69,1% em relação ao mesmo mês do ano passado, quando foram geradas 138.237 vagas, segundo apontam dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados nesta terça-feira pelo Ministério do Trabalho.

A geração de empregos formais em novembro foi 0,11% maior do que a de outubro, de acordo com o governo.

Entre janeiro e novembro deste ano, segundo o Caged, foram criados 2.320.753 empregos formais, uma queda de 20,5% no número de vagas em relação ao mesmo período de 2010.

Nos últimos 12 meses, segundo o Caged, a geração de empregos formais chegou a 1.900.571 postos, o que aumentou em 5,23% o número de trabalhadores com carteira assinada no país.

O setor do comércio, com a criação de 107.920 postos de trabalho, apresentou a maior alta de novembro, com 1,3%.

Já a maior retração em números absolutos ocorreu na indústria de transformação, com o corte de 54.306 postos no mês passado (redução de -0,65% no número de postos), devido, segundo o ministério, a fatores conjunturais e sazonais.

Em novembro, 21 Unidades da Federação tiveram alta na criação de empregos elevação Os melhores resultados, em números absolutos, foram do Rio de Janeiro, com 24.867 postos (alta de 0,7%), Rio Grande do Sul, com 12.875 empregos (alta de 0,52%) e Santa Catarina, com 12.089 vagas (alta de 0,66%).

Já São Paulo perdeu 29.145 postos (queda de 0,24%), enquanto Goiás fechou 10.466 vagas (queda de 0,96%) e Mato Grosso, 5.791 (queda de 1,02%).

Nova liminar do STF suspende poder do CNJ de quebrar sigilo de juízes

paranaonline

O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, proferiu liminar nesta segunda-feira (19/12) para suspender o poder da Corregedoria Nacional de Justiça de violar o sigilo bancário de funcionários do Judiciário sem autorização judicial. Por causa da decisão, está suspenso o andamento processual de dois Pedidos de Providências impetrados no CNJ, em que a Corregedoria quebrou, de ofício, o sigilo de milhares de magistrados, servidores e seus familiares. Esses poderes estão suspensos até a chegada de informações pedidas à Corregedoria do CNJ. O ministro quer saber o alcance da quebra de sigilo.

A liminar do ministro Lewandowski veio por conta de Mandado de Segurança interposto em conjunto pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), Associação Nacional dos Juízes Federais (Ajufe) e Associação Nacional dos Magistrados do Trabalho (Anamatra) contra poderes da Corregedoria Nacional de Justiça. Há ainda uma Ação Direta de Inconstitucionalidade que questiona a quebra de sigilo por ato da Corregedoria Nacional de Justiça.

De acordo com o MS, a Corregedoria não pode determinar a quebra sem autorização prévia do Judiciário, e o corregedor não pode receber Pedido de Providências por distribuição, pois eles são de competência dos conselheiros do CNJ.

O poder para quebra de sigilo bancário está descrito no inciso V do artigo 8º do Regimento Interno do CNJ. O dispositivo autoriza a Corregedoria a vasculhar as folhas de pagamento dos servidores do Judiciário no decorrer de processos administrativos. De acordo com a petição das entidades de classe, a investigação da prática de supostos crimes cometidos por magistrados deve ser feita pela polícia, com instrução do Ministério Público.

Diz o MS que a Corregedoria não tem poder para quebrar o sigilo bancário sem prévia autorização da Justiça, e que o corregedor não poderia ter recebido, por distribuição, os Pedidos de Providências - eles são de competência dos conselheiros do CNJ. De acordo com a liminar do ministro do Supremo, o andamento desses PPs está suspenso até que o pleno da Corte analise o assunto. O ministro Lewandowski ainda não entrou no mérito da questão.

Grande parte das quebras de sigilo bancário foi feita em tribunais de São Paulo. As diligências da Corregedoria Nacional de Justiça apuram suspeitas de que desembargadores receberam verbas que não foram pagas aos demais integrantes da corte.

A Emenda Constitucional 45, que criou o CNJ, regulamenta o Regulamento Interno do órgão. Há indícios de irregularidades nas folhas de pagamentos de diversos tribunais, de acordo com investigações feitas pela Corregedoria em parceria com o Tribunal de Contas da União (TCU) e com o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).

No TJ paulista, a motivação das diligências vem da época em que o desembargador Viana Santos, morto em janeiro, era o presidente do tribunal. Houve também investigações do Tribunal Militar de São Paulo e no Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região, em Campinas (SP).

Os poderes e a competência
A liminar do ministro Lewandowski vem horas depois de outra liminar, do ministro Marco Aurélio. A última declara que a competência do CNJ é subsidiária à competência das corregedorias locais para instaurar processos disciplinares e administrativos.

Pela decisão de Marco Aurélio, o CNJ não pode ser o órgão originário de todas as questões relacionadas à atuação de juízes. Ele pode, sim, atuar como fiscalizador de sua atuação, e inclusive avocar para si processos disciplinares, "mas não pode atropelar o autogoverno dos tribunais".

Esta liminar também foi concedida em recurso interposta pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB). Desta vez, a AMB impetrou Ação Direta de Inconstitucionalidade contra a Resolução 135 do CNJ, que descreve os poderes correcionais do Conselho.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Ataque cardíaco mata líder norte-coreano Kim Jong-il aos 69 anos

Um ataque cardíaco é a provável causa da morte do líder norte-coreano Kim Jong-il, revelada nesta segunda-feira (19) pela TV estatal KCTV. O recluso e enigmático ditador tinha 69 anos morreu no sábado (17), mas a notícia só foi divulgada dois dias depois, para tristeza do povo da Coreia do Norte, que o tinha como o “Querido Líder”, e surpresa das potencias ocidentais.

Kim Jong-il morreu às 8h30 do último sábado (horário local, 21h30 de sexta-feira em Brasília), em razão de um provável infarto, causado pela “fadiga física” durante uma viagem de trem, durante a qual faria “inspeções de campo”, segundo informações de um despacho da rede norte-coreana publicado pela agência sul-coreana Yonhap.

Kim Jong-il tinha sofrido uma apoplexia (doença cerebral que afeta os sentidos e os movimentos) em agosto de 2008 e desde então havia numerosos rumores sobre seu estado de saúde, com indicações de que ele sofreria de doenças do coração e diabetes. Ainda assim, o líder norte-coreano carregou até o fim da vida o seu gosto por cigarros, conhaque e cozinha gourmet. Recentemente, havia feito viagens a China e Rússia, nas quais fazia questão de desmentir as suspeitas sobre a sua saúde.

A morte do líder norte-coreano fez com que o presidente da Coreia do Sul, Lee Myung-bak, colocasse as Forças Armadas do país em “alerta máximo”, além de convocar uma reunião de emergência em Seul.

O funeral do líder norte-coreano está marcado para o próximo dia 28 de dezembro (horário de Pyongyang). O país comunista permanecerá de luto até um dia mais tarde, 29 de dezembro, segundo a agência estatal KCNA. O corpo de Kim Jong-il ficará no Palácio Memorial de Kumsusan, que abriga o corpo embalsamado do “grande líder” Kim Il-sung, e é um dos principais pontos de visita da hermética Coreia do Norte.

O que o futuro reserva para o país ainda é um mistério. Em setembro de 2010, Kim Jong-il indicou o seu terceiro filho, Kim Jong-un, como seu provável sucessor. Ele irá presidir o funeral do pai, de acordo com a agência.

Perfil polêmico e passado místico marcaram vida de Kim Jong-il

As aparições sempre foram raras, o que tornaram Kim Jong-il uma figura pouco conhecida para o grande público, sobretudo ocidental. Era um dos líderes mais misteriosos do mundo, vindo de um país do qual também pouco se sabe, a não ser a respeito do polêmico programa nuclear, da extrema pobreza de sua população e dos conflitos políticos e até militares com a Coreia do Sul.

Filho do fundador da Coreia do Norte, Kim Il-Sung, Kim Jong-il assumiu o país em 1994, após um ataque cardíaco matar o então líder norte-coreano desde o armistício da Guerra da Coreia, em 1953, depois de três anos de conflitos.

Kim Jong-il foi preparado por 20 anos para assumir o cargo de chefe máximo da Coreia do Norte. Contudo, poucos detalhes se sabem a respeito. Não há sequer uma informação 100% apurada sobre o seu local e data de nascimento. Enquanto diplomatas e historiadores acreditam que o ditador nasceu em 1941, na Sibéria, onde seu pai estava exilado na União Soviética, as autoridades norte-coreanas asseguram que Kim nasceu em 1942, em um acampamento no monte Paektu, considerado uma terra sagrada na mitologia coreana. É popular em Pyongyang a crença de que o nascimento foi acompanhado pelo aparecimento de uma estrela brilhante no céu e um arco-íris duplo, que tocou a terra.

Pouco se sabe sobre sua formação, a não ser que Kim Jong-il se formou na Universidade Kim Il-sung, uma das muitas instituições concebidas em homenagem ao seu pai. Eram tempos da Guerra Fria, e a Coreia do Norte esteve envolta em diversas crises durante o período, como a captura de um navio norte-americano em 1968. Há relatos que viveu como um playboy durante a juventude, o que explicaria o seu fascínio pela cultura ocidental.

Com a morte de Kim Il-Sung, Kim Jong-il assumiu o comando do país e sempre foi adorado pelo povo norte-coreano. Não há uma casa ou edificação no país que não tenha uma imagem dele e de seu pai, “líderes incomparáveis” para a população. O estilo do líder sempre chamou a atenção e até gerou comentários irônicos diante da baixa estatura, dos inseparáveis óculos escuros, e o corte de cabelo singular. Se tornou o estereótipo do ditador dos tempos pós-Guerra Fria.

No Ocidente, o então presidente americano George W. Bush incluiu a Coreia do Norte de Kim Jong-il como parte do “eixo do mal”, ao lado de Irã e Iraque. Livros escolares sul-coreanos não são muito elogiosos ao líder norte-coreano, retratando-o como um “verdadeiro diabo”.

Os poucos que o conheceram o descrevem como alguém “sincero”, “flexível” e “esperto”. Foi assim que sempre negociou com as potencias ocidentais, utilizando o seu programa nuclear para barganhar acordos e doações para um país falido e com alto índice de pobreza (cerca de 2 milhões de pessoas – 10% da população – morreu nos anos 90 em decorrência da fome e dos desastres naturais negligenciados pelo governo).

Durante os seus 17 anos no poder, Kim Jong-il viveu um grande isolamento, tendo na China e Rússia os seus principais parceiros comerciais e políticos. Também manteve relações com outras nações ditatoriais, como a Síria, a qual inclusive teria ajudado em seu programa nuclear. Com poucos apoios, travou muito da sua política externa na base das ameaças, diversas delas endereçadas aos sul-coreanos, mas algumas mais assustadoras para outras nações. Como os testes com mísseis no mar do Japão, que causaram pânico entre os japoneses.

Filho mais novo é favorito a assumir o poder

Kim Jong-il deixa três filhos e, a princípio, todos são candidatos a sucedê-lo. O mais velho, Kim Jong-nam, seria a escolha natural, mas desde 2008 o líder norte-coreano pareceu preferir o terceiro da linhagem, Kim Jong-un.

Kim Jong-un, que se acredita que tenha nascido por volta de 1983 da terceira mulher de Kim Jong-il, consolidou sua posição como futuro líder da Coreia do Norte desde que em setembro de 2010 foi nomeado general de quatro estrelas e membro da direção do Partido dos Trabalhadores. Segundo o Ministério de Unificação sul-coreano, Kim Jong-un está envolvido em decisões econômicas e assuntos intercoreanos, ao mesmo tempo em que colocou pessoas de sua confiança dentro da estrutura de poder do regime, como o Exército e os organismos de segurança.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Entrevista a Stella Calloni. Sobre governos progressistas da América Latina pende ameaça golpista de Unoamérica, organização militar de ultradireita

Cronicon.net
O Observatorio Latinoamericano
Adital
Tradução: ADITAL

Na América Latina há uma ameaça latente de setores militares de ultradireita que buscam reeditar a Operação Condor contra os governos progressistas, a mesma que nas décadas dos anos 70 e 80 e com o auspício de Washington assolou os países do Cone Sul, no sentido de realizar um trabalho supranacional de desestabilização com os auspícios de dirigentes da catadura do ex-presidente Álvaro Uribe Vélez, denuncia a jornalista argentina, investigadora e ativista de direitos humanos, Stella Calloni.

Com o apoio da CIA, de fundações norte-americanas, bem como do neofranquista Partido Popular, da Espanha, a ultradireita latino-americana está empenhada a todo custo em propiciar golpes de Estado ou criar circunstâncias de choque em países da região governados por líderes de esquerda. Fundamentalmente, o foco está dirigido contra os governos de Hugo Chávez, na Venezuela; Rafael Correa, no Equador; Evo Morales, na Bolívia; Cristina Fernández de Kirchner, na Argentina; e Daniel Ortega, na Nicaragua, ao mesmo tempo em que lança fogos contra os presidentes Dilma Rousseff, do Brasil e José Mujica, do Uruguai; da União das Nações Sul-americanas (Unasul) e, claro está, contra o Fórum de São Paulo, que reúne aos partidos de esquerda do hemisfério.

Stella Calloni, investigadora experiente dos horrores cometidos pelas ditaduras militares da América do Sul, autora do livro Operación Cóndor, pacto criminal (Edições La Jornada, México, 2001), assinala que Unoamérica (http://www.unoamerica.org/) nasceu na Colômbia, em dezembro de 2008 e está integrado por militares acusados de violação de direitos humanos e comprometidos com as ditaduras latino-americanas que buscam reeditar o tresnoitado discurso anticomunista da Guerra Fria.

Em consonância com Unoamérica, o ex-presidente Uribe Vélez criou, recentemente, sua Fundação Internacionalismo Democrático (http://fidauv.org/) e uma de suas primeiras tarefas é trabalhar pelo desprestígio dos governos de Chávez e Correa.

A jornalista e escritora argentina conta que na direção de Unoamérica está o golpista venezuelano Alejandro Peña Esclusa, atualmente na prisão por ter sido encontrado em sua residência, em junho de 2010, material explosivo e de estar vinculado com o terrorista salvadorenho Francisco Chávez Abarca, deportado por autoridades de Caracas para Cuba, em julho de 2011.

Para falar sobre os planos da ultradireita latino-americana, que é um instrumento de Washington na região, e analisar a atual conjuntura política do continente, o Observatório Sociopolítico Latinoamericano – http://www.cronicon.net/ dialogou, em Buenos Aires, com Stella Calloni.

Acompanhados por um bom café no Centro Cultural da Cooperação Floreal Gorini, em plena Avenida Corrientes, a investigadora nos fez uma consciente análise da realidade latino-americana e da ingerência estadunidense.

Calloni é uma jornalista experiente; escritora e poetisa. Foi correspondente de guerra na América Central e se especializou em política internacional. Em sua vasta obra publicada estão incluídas crônicas, ensaios e livros, entre outros, como Torrijos y el Canal de Panamá (1975); La guerra encubierta contra Contadora (1993); Nicaragua: el tercer día (1986); Panamá, pequeña Hiroshima (1992); Los años del lobo: Operación Cóndor (1999); Operación Cóndor, pacto criminal (2001); Argentina: de la crisis a la resistencia (2002); la invasión a Irak, guerra imperial y resistencia (2002); América Latina siglo XXI (2004); Evo en la mira. CIA y DEA en Bolivia (2009).

Atualmente, é correspondente do Cone Sul para o diário La Jornada, do México e também atua como docente universitária. Entre as múltiplas distinções que recebeu, destacam-se o Premio Latinoamericano José Martí (1986); Premio Madres de Plaza de Mayo (1998); Premio Margarita Ponce Derechos Humanos de la Unión de Mujeres Argentinas y Premio Latinoamericano de Periodismo Samuel Chavkin, da revista Nacla Report of the Americas de Nueva York, ambos em 2001; além do Premio Escuela de Comunicaciones de la Universidad de la Plata, Argentina (2002).

Em função jornalística, percorreu praticamente toda a América Latina, bem como vários países da Europa, da África. Portanto, suas análises são feitas a partir de apalpar a realidade no próprio terreno. É conferencista internacional sobre temas de geopolítica latino-americana e sobre direitos humanos.

A INVASÃO SILENCIOSA DOS EUA NA AMÉRICA LATINA
- A senhora considera que a ingerência dos Estados Unidos tem se configurado de maneira mais sutil, ou continua sendo mantida a mesma estratégia de finais de século XX para dominar os povos?
- Se eles, em todos os seus documentos de política exterior, começaram a considerar que deviam levar em conta a Doutrina Monroe ("América para os americanos”) equivale assinalar que ela continua sendo a base de muitas coisas que eles fazem, com algo muito mais grave: agora o lema é "o mundo para os americanos”. Tudo isso, mais a reconfiguração que aconteceu após as Torres Gêmeas, que é um fato que ainda não sabemos quem é o responsável; pois, poderão dizer o que queiram, mas provas não existem de nenhuma espécie; é como se você me dissesse que alguém possa me dar uma prova de que a pessoa que mataram no Paquistão era Bin Laden. Não há provas; não existem e o que Estados Unidos digam, para mim não tem nenhuma veracidade, porque mentem eternamente. Após a configuração dessa doutrina de segurança hemisférica, começa também a nova doutrina de guerra preventiva, de guerra sem fronteiras e sem limites; desconhecendo as soberanias nacionais, ao mesmo tempo em que executam outra vertente de trabalho, que é sutil: o envio de todas essas fundações que nasceram durante o esplendor conservador de Reagan para evitar a presença direta da CIA, sobretudo depois de 1975, quando se formou a Comissão Church no Senado estadunidense para investigar o papel dessa Agência de Inteligência no golpe de Estado no Chile, o que motivou que, nos anos 80, a renovação da estratégia de conflitos e de guerra de baixa intensidade, que tem como base a contrainsurgência, que, em linguagem norte-americana, é a permissão aberta para todo tipo de ilegalidade no plano militar, político, cultural, social, econômico etc. Quando já se recicla para o período dos anos 90, são conformadas a NED (National Endowment for Democracy, fundação para a democracia; porém, teríamos que perguntar-nos que tipo de democracia), a Usaid (a agência internacional para o desenvolvimento, que nunca teve esse papel). Mas, sabemos que onde se instala esse organismo, há uma interferência direta dos Estados Unidos e a CIA está por trás. Com isso, conseguiram a invasão silenciosa na América Latina. Pude verificar isso diretamente no próprio terreno, por exemplo, na Bolívia, e observei como essas fundações trabalham, criando ONGs, que cumprem um papel chave na guerra de baixa intensidade; isto é, desestabilização de governos; intromissão em lugares; trabalho com grupos indígenas, como é o caso boliviano, no qual buscaram um líder indígena para fazê-lo aparecer, com o propósito de substituir a Evo Morales. Infelizmente, os governos latino-americanos ainda são muito débeis e não têm a suficiente clareza no sentido de que devem deter esse intervencionismo que pode levar a situações muito complicadas. De fato, no golpe de Estado na Venezuela, estavam a NED, a Usaid e outras fundações, inclusive socialdemocratas da Europa, que ficaram metidas no esquema internacional da CIA.

A ULTRADIREITA MILITAR LATINO-AMERICANA
- E no golpe de Estado em Honduras contra o presidente Manuel Zelaya?
- Em Honduras, também; e aí a intervenção teve também a participação de Unoamérica, sobre a qual a Colômbia deve ter muito cuidado e estar bem atenta às suas atuações. É uma fundação que nasceu na Colômbia, com um grupo de militares da ultradireita e com vários ex-militares de todas as ditaduras da América Latina.

- Qual é seu propósito?
- O propósito é praticamente executar a Operação Condor levada a outro plano. Apesar de que a Operação Condor não pode ser repetida. Unoamérica coincide no trabalho supranacional para poder mover-se sem nenhum limite nos vários países. Esses militares de ultradireita sustentam o mesmo que na época do Plano Condor, no sentido de que assim como o Cone Sul tinha que combater a coordenadora guerrilheira que havia se integrado nos anos 70, agora tem que enfrentar tanto os governos de esquerda, que participam no Fórum São Paulo, quanto a Unasul, a qual consideram igualmente uma organização supranacional; portanto, eles devem atuar para evitar o comunismo, porque falam do comunismo como se fosse no tempo da Guerra Fria. Por isso, nuclearam ao pior que encontram de militares envolvidas nas ditaduras latino-americanas e realizam um trabalho especial dentro dos grupos de segurança dos exércitos e das polícias, reciclando o discurso anticomunista do passado. Fazem um trabalho nas Forças Militares da região porque têm suas velhas conexões e, por isso, jogaram um papel determinante no golpe de Estado em Honduras. Alejandro Peña Esclusa, que hoje está preso na Venezuela e que é o presidente de Unoamérica, foi condecorado por Roberto Micheletti por sua colaboração efetiva para dar o golpe. Unoamérica provê mercenários, faz contrainsurgência para as necessidades da CIA, se move por toda a América Latina; vários de seus integrantes estiveram na Bolívia metidos no golpe de Estado que tentaram contra Evo Morales e, sobretudo, na tentativa de assassiná-lo.

- Conhecendo a catadura de um ex-presidente colombiano, como o tão questionado Álvaro Uribe Vélez, que papel ele joga em Unoamérica, de acordo com suas investigações?
- Vários militares que fazem parte de Unoamérica, segundo os registros que tenho, apóiam aos grupos paramilitares na Colômbia e são muito próximos a Uribe. Na Argentina, temos já a lista dos vinculados a essa fundação, que é encabeçada pelo coronel do grupo de caras-pintadas, Jorge Mones Ruiz, bem como há militares da ultradireita boliviana, uruguaia; eles buscaram os remanescentes das velhas ditaduras latino-americanas e se apóiam politicamente em grupos ultradireitistas da região.

- Geopoliticamente falando, nas atuais circunstâncias, quais são os aliados mais importantes dos Estados Unidos na América Latina?
- Geopoliticamente, enquanto está a invasão silenciosa, por cima estão mandando tropas e o porta-aviões dos Estados Unidos na região obviamente é a Colômbia com todas as suas bases militares e com sua estrutura. Além disso, o golpe de Honduras conservou a base de Palmerola e as novas como a Base de Gracia de Dios, que lhes permite controlar a Nicarágua.

- Aqui na Argentina, existe o convencimento de que na Colômbia estão operando as sete bases que o governo de Uribe entregou ao Comando Sul dos Estados Unidos. No entanto, a Corte Constitucional proibiu a utilização dessas bases. Segundo suas investigações, ditas bases militares estão realmente operando?
- Na realidade estão aí. É algo muito similar ao que acontece com a Base Mariscal Estigarribia, do Paraguai, ou com a Base de Palmerola, em Honduras. Aí, o que existem são pistas onde podem aterrizar aviões grandes, como têm feito na Colômbia. Essas bases não estão ocupadas permanentemente por soldados norte-americanos porque eles nunca se metem em lugares fechados. Agora, os Estados Unidos não necessitam enviar soldados para fazer funcionar as bases militares; mas as têm à sua inteira disposição. Obviamente, têm tudo preparado para se acaso necessitam mandar tropas. Ou, como acontecia na Bolívia, em que metiam uma estrutura da DEA dentro de uma base, que utilizaram quando quiseram matar Evo Morales, na época em que era deputado. Algo parecido estão fazendo na Colômbia.

JUAN MANUEL SANTOS E SUA RELAÇÃO COM O MOSSAD
- Na Colômbia também operam o Mossad (Agência de Segurança Israelita) e o Mi6 (Serviço de Inteligência Inglês). Em outros países latino-americanos também operam?
- O Mossad está no Paraguai, na Bolívia, na Venezuela e na Guatemala. Na Venezuela, sua presença é muito forte e na Colômbia opera há muitos anos, inclusive, antes que chegasse seu agente Yair Klein, que treinava e trazia da Jamaica armas para os grupos paramilitares. O problema é que o Mossad, atualmente, tem mais força do que a CIA; vários de seus membros se infiltram em comunidades judias dos países latino-americanos; porém, além disso, estão presentes no Iraque e na Líbia. Nas tarefas e na direção de todas as movidas de guerra suja, o Mossad é chave. No caso colombiano, o presidente Santos é filho do Mossad e ele não pode separar-se de Israel. Não se pode esquecer o papel que Santos jogou no ataque a Sucumbíos, quando a soberania equatoriana foi violada, para atacar o acampamento de Raúl Reyes. Recordo o sorriso de hiena de Santos quando mataram esse chefe guerrilheiro. Não creio que Santos queira a paz na Colômbia, como Israel tampouco a quer; o que ele deseja terminantemente é exterminar de qualquer maneira a um grupo político-militar insurgente.

- E no México, cuja situação social é muito explosiva?
- Nessa ocupação geopolítica, do Plano Colômbia, que é um plano de recolonização do continente, passaram para o Plano Mérida, do México. Esse plano é uma cópia do Plano Colômbia e, de fato, em seis anos, o México caiu em uma violência atroz. Nesse lapso, temos o mesmo número de mortos que na Colômbia e a isso devemos somar a destruição do campo mexicano e da cultura profunda dos povos, com o Tratado de Livre Comércio que assinou com os Estados Unidos e com o Canadá.

DESINFORMAÇÃO, ARMA DE GUERRA
- Falemos de outro aspecto fundamental para condicionar os povos, que é a guerra midiática...
- A guerra midiática é parte do projeto contrainsurgente. Hoje, a desinformação é uma arma de guerra utlizada para armar um projeto de guerra como aconteceu no Iraque, com a invenção das armas de destruição massiva, ou com o que aconteceu na Líbia, onde nunca houve um bombardeio de Gadafi contra a população civil, o que está totalmente provado. Para controlar o mundo, necessitam controlar a informação.
- A senhora denunciou o aproveitamento das máfias durante a etapa de esplendor do neoliberalismo...
- Um dos aspectos que temos que identificar nesse período histórico é a presença mafiosa nos governos. Os Estados Unidos estão sob o poder de máfias; sempre as usou para seus jogos. Necessitam da máfia; não podem sobreviver a esse esquema sem ela. Quem recebe a droga nos Estados Unidos: Onde é recebida? Mas, vem matar no lado mexicano; porém, por que não se dedicam a pescar do outro lado aos que recebem a droga? Por que os aviões carregados de droga chegavam às bases do Comando Sul, na Florida? E não era Manuel Antonio Noriega quem a mandava, porque ele não tinha nenhuma capacidade de operar com o Comando Sul. Mentiram de uma forma descarada na invasão do Panamá (em 20/12/1989) e percebi tudo porque eu estava lá. A gênese de todas as intervenções tem uma mentira por detrás e um aparelho de desinformação, que agora é mais fácil porque controlam tudo.

A LIDERANÇA DE CHÁVEZ
- Apesar de uma matriz de manipulação midiática, boa parte das pessoas na América Latina já não acreditam, e isso pode ser observado em países como a Venezuela, o Equador, a Bolívia, a Argentina, o Uruguai... Que pensa?
- O que acontece é que não entenderam que o processo neoliberal iria trazer uma realidade social terrível e as pessoas começaram a ter um olhar distinto. Isso aconteceu em países como a Venezuela, com Chávez, cujo povo passou a ser pensante e consciente.

- Falando da Venezuela, a senhora esteve recentemente em Caracas. Como está a liderança de Chávez? Tem possibilidade de reeleger-se em outubro de 2012?
- Sim, tem possibilidade de reeleger-se; inclusive, os índices de popularidade e de apoio ao seu governo aumentaram. Vejo que há uma grande consciência nas pessoas com relação aos alcances positivos do processo político liderado por Chávez. As coisas e os grandes avanços que foram feitos na Venezuela não são divulgados; porém, há uma recuperação do sentido de pátria, de defesa, de dignidade; e a enfermidade de Chávez produziu um apressamento nas bases para solidificar a unidade e a organização.

- Processos integracionistas que estão acontecendo na América Latina, como Unasul e Celac constituem uma pedra no sapato de Washington?
- Sim; qualquer coisa que seja unidade e integração é uma pedra no sapato. A unidade africana e a intenção que tinha Gadafi de concretizar uma moeda comum na África incomodam aos Estados Unidos. São coisas que eles não podem aceitar. Agora, tem uma América Latina com uns países modelo de algo distinto. No começo, não davam importância porque sempre os Estados Unidos conseguia interferir; por exemplo, em processos como o Mercosul. Porém, agora, a coisa é diferente, e nisso Chávez teve uma presença histórica, porque foi a cabeça para produzir uma federação distinta. Essa nova integração política e comercial dos países da América Latina é alto terrível para os Estados Unidos e, sobretudo, os fatos protagonizados por presidentes como Chávez e Evo Morales. No caso da Bolívia, Morales retirou a CIA e a DEA. Desde que a DEA saiu da Bolívia, e isso para os colombianos é essencial, o país deixou de ter uma violência no índice que tinha; deixou de morrer gente por conta da suposta guerra contra o narcotráfico. A embaixada norte-americana contava com um escritório na casa de governo, junto a do presidente da Bolívia. Quando Evo Morales assumiu perguntou por uma porta fechada junto ao seu escritório, que conduzia aos escritórios da DEA e da CIA. Para que saibamos até onde chegou a ingerência norte-americana sem que os países da América Latina o soubessem.

O BLOQUEIO A CUBA, DELITO DE LESA HUMANIDADE
- Falemos de Cuba. Hoje, a revolução cubana não é nenhuma ameaça aos Estados Unidos. No entanto, em pleno século XXI, como se explica que Washington continue mantendo o bloqueio econômico à ilha? Não é o caso de delito de lesa humanidade?
- Claro! É um delito de lesa humanidade. Além disso, tudo o que o bloqueio produziu, as consequências das agressões (como a guerra química e biológica contra Cuba), a cifra de doentes, o número de mortes pela dengue hemorrágica, mais a invasão a Bahia Cochinos, está reconhecido pelo próprio Congresso dos Estados Unidos. Mas Cuba continua sendo um exemplo de como poder resistir a noventa milhas do império para manter uma revolução que não quer sair do socialismo. Em contraste, os Estados Unidos ficaram em mãos de uma máfia que eles mesmos criaram. Uma máfia cubana que conta com senadores, representantes, governadores, prefeitos, todos com um passado espantoso e com relações profundas com o narcotráfico. Tentaram destruir Cuba por todos os meios, o bloqueio foi feito, inclusive, mais forte; porém, não puderam asfixiá-la e não creio que consigam.

AMÉRICA LATINA E SEU MELHOR MOMENTO HISTÓRICO
- Com exceção de países como o México, a Colômbia, o Chile e algumas nações da América Central, a América Latina está passando por um bom momento histórico, que pensa?
- Historicamente, a América Latina está passando por seu melhor momento; tem conseguido salvar-se da crise econômica e mostrar ao mundo que o remédio que estão utilizando na Europa não serviu para nada; portanto, podemos dizer que estamos à vanguarda da resistência, com lideranças como as de Chávez, Kirchner, Evo, Correa que brotaram dentro de um jogo eleitoral que os Estados Unidos impunham como salvação. Quantas tropas necessitarão para poder controlar o mundo? O certo é que os Estados Unidos vão a caminho de afundar. E em relação com a América Latina temos que dizer que nossos governos não podem mostrar nem um pouquinho de debilidade, porque qualquer abertura dá pé para que se meta esse poder imperial; temos tudo para evitar e uma mostra disso é o que aconteceu com a OEA, que já não tem voz; está falando como um afônico, porque a Unasul a substituiu mesmo sem ser ainda um organismo totalmente sólido.

CURTAS & GROSSAS

by Ernesto Aguiar

GREVE DOS AEROVIÁRIOS
Com justa razão, Aeroviários Brasileiros, se preparam para uma paralisação no próximo dia 22 de dezembro.
Pedem apenas 9% de reajuste e alteração nos pisos salariais da categoria, que vão entre 700 e 1.200 reais! (ATENÇÃO! ATENÇÃO!, VC SABIA QUE MECÂNICOS DE AERONAVES ESTÃO INCLUÍDOS NESSE PISO?)
Enquanto isso nos aeroportos PERMANECE o ASSALTO das LANCHONETES!
Uma coxinha e uma lata de refrigerante, R$11,50 - ISSO MESMO! - Onze Reais e Cinquenta Centavos!
Pior!
Vários deles irão a LEILÃO!
Imaginem os PRIVATISTAS deitando e rolando AINDA MAIS!
Rogai por nós N. Sra. da Boa Viagem Aérea!

ABRAM OS CÁRCERES! LIBERTEM OS PRISIONEIROS!
Jader Barbalho, volta ao Senado!
Bem, se Jader está SOLTO e vai assumir uma cadeira no Senado da República, porque não, uma ANISTIA, Ampla, Geral e Irrestrita a todo e qualquer meliante de baixo escalão, que por ventura esteja AINDA atrás das grades!
Questão de Justiça!

TERRORISTAS SE ARTICULAM!
Em entrevista ao sítio CRONICON.net,(reproduzido pelo www.boiaquente.info), a jornalista Stella Calloni, faz importante denúncia sobre as Múmias Assassinas, gerenciadas pelo MOSSAD, que se articulam a partir da Colômbia, para praticarem ATOS DE TERRORISMO de EXTREMA-DIREITA em todo continente.
Essa GENTALHA (vereadores de Curitiba?) não se conforma com o crescimento do ANTI-NEOLIBERALISMO que se espalhou pela Americalatina.
Vale a pena conferir.

RO$$ONI NO SENADO
Atropelando toda e qualquer possibilidade democrática, VALDIR RO$ONI, atual Presidente da ALEP, passou a perna ou um "sossega moleque" em Álvaro Dias e lançou-se precocemente ao Senado.
Sonho de consumo do ricaço parlamentar, o Senado da República é seu objetivo.

PRIVATARIA TUCANA
Já atingiu 80mil exemplares as vendas do livro sobre as articulações do Zé Serra.
Aécio tentou ontem apartear no Senado seu parceiro Aloisyo, que não lhe deu trela.
Está escancarada com FARTA DOCUMENTAÇÃO as MARACUTAIAS do PSDB no poder da República.

DERO$$O, VAI LARGAR O O$$O??
O candidato a VICE do DULCE, DerO$O, á boca pequena, promete que se de fato for jogado aos lobos, não vai cair sozinho.
Promete o zelo$o presidente da MÁFIA da Câmara, esparramar mais dossiês pela praça!

GENTALHA! GENTALHA!
A Gentalha que segundo a Vereadora Bueno, dirige hoje a Casa Bandida, se une e promete resistir.
Estão blindando o CHEFE da MÁFIA (candidato a VICE na Chapa de DULCE a reeleição), enrolando, empurrando com a barriga as investigações sobre a CORRUPÇÃO na CASA.
Acredita a CAMARILHA que o tempo não é exatamente senhor da razão, mas sim, parteiro do esquecimento.

TÁ TODO MUNDO ENROLANDO?
A Tática da CATERVA é jogar no "esquecimento" , ABAFAR o ESCÂNDALO, crendo na impunidade.
É um jogo perigoso, mas acredita a GENTALHA que com as festas de final de ano, a chegada do Carnaval, tudo vai acabar em FOLIA!

REVOLTA NA ALEP!
Acreditando-se LESADOS pela Presidência da Casa, a DEPUTADAIADA está "tiririca" com o Milionário RO$$ONI.
Consideram uma INJUSTIÇA o corte dos LEGÍTIMOS Décimos Terceiro,Quarto e Quinto Salários dos zelosos Parlamentares suspensos pelo JUSTICEIRO/MADEIREIRO/EMBUSTEIRO deputado Presidente.

PELA ORLA
Nossa educada e singela COLUNA, dá uma parada até meados de JANEIRO/2012.
Estaremos em retiro e silêncio obsequioso, recarregando as baterias pelo litoral.
Voltaremos com a promessa de manutenção de nosso ALTO NÍVEL para deleite de nossos "INÚMEROS" e fiéis seguidores.
Melhor ano a todos...

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Computador de R$ 50 usará Linux e exibirá filmes em alta definição

'Raspberry Pi' é uma placa do tamanho de um cartão de crédito. Sistema usa processador ARM e poderá ser ligado a uma TV.

G1

Pesquisadores britânicos ligados à Universidade de Cambridge acreditam que irão comercializar até o fim de 2011 um computador batizado de “Raspberry Pi”. O sistema é na verdade uma placa do tamanho de um cartão de crédito com saídas USB e HDMI para que possa ser conectado à TV, teclado e mouse.

O computador terá dois modelos. O mais simples, modelo A, custará US$ 25 (cerca de R$ 50) e terá 128 MB de memória. O mais caro, modelo B, custará US$ 35 (R$ 70), mas terá o dobro de memória (256 MB) e também conexão à rede cabeada. No modelo mais simples, a única forma de conexão com a internet é usando um adaptador USB.

O Raspberry Pi também tem saída de áudio e saída de vídeo composto, frequentemente encontrada até em aparelhos de TV mais simples. Ele é capaz de reproduzir vídeo 1080p a 30 quadros por segundo – a qualidade de alta definição usada por vídeos em Blu-Ray.

O computador usará um processador ARM de 700 Mhz. O processador ARM é comum em celulares, mas é diferente do que se encontra na maioria dos computadores e notebooks. Ele não poderá executar aplicativos comuns em PCs, mas os desenvolvedores dizem ter o suporte de algumas distribuições Linux para serem usadas no aparelho.

O armazenamento de dados será feito em um cartão de memória SD, idêntico ao usado em muitas câmeras fotográficas e filmadoras digitais. A fonte de alimentação pode ser feita por um microUSB de cinco volts e até mesmo o modelo B, que usará mais energia, e poderá ser alimentado por um carregador de celular. Ele também poderá usar um conjunto de quatro pilhas AA.

O principal objetivo do projeto é criar um computador barato para ser usado como “brinquedo” por crianças e incentivar o estudo da informática em pessoas mais jovens para que cheguem à universidade mais interessadas e com mais conhecimento sobre computadores.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

‘Governo brasileiro abriu mão do controle da política econômica do petróleo’

No último dia 7 de novembro, o Brasil finalmente teve uma dura lição sobre as conseqüências da entrega da soberania nacional a empresas estrangeiras. Operadora do campo de Frade, na Bacia de Campos, a empresa anglo-americana Chevron causou o maior desastre ambiental da história do país ao permitir vazamento de óleo do poço que perfurava. Após primárias investigações, já se notou enorme negligência da empresa e uso de equipamentos ultrapassados e envelhecidos – além de fiscalização nula.

Ainda não se pode medir a proporção do desastre, mas sim a leniência do governo brasileiro, que, através do Ibama e ANP (a Agência Nacional do Petróleo, dominada pelo PC do B), anunciou multas irrisórias e pareceu mais trabalhar como advogado da empresa. Esta, por sua vez, repetiu sua conduta criminosa já vista em outros países e tratou o tempo todo de mentir e dissimular sobre o tamanho do vazamento. Para isso, contou com prestimosa ajuda da mídia, velha associada dos cartéis de petróleo, de modo que o desastre da BP no Golfo do México tomou conta dos nossos noticiários com muito mais força e rapidez do que o vazamento ocorrido em nosso próprio país...

Diante de tamanho quadro de confusão do público, o Correio da Cidadania entrevistou o economista e estudioso da área petrolífera Wladmir Coelho. Dono de blog que publica artigos sobre o assunto, Wladmir denuncia o caráter depredador e imediatista da exploração do ouro negro, dentro de um bizarro quadro de duas legislações para o setor: uma para o Pré-Sal, e outra para o petróleo que já se havia descoberto. A despeito da ninharia dos royalties, ambas as leis têm em comum o entreguismo e o objetivo de manter intactas as reservas e lucros de multinacionais cada vez mais desesperadas por novos pólos de exploração petrolífera. (clique aqui para ler o texto completo)

Bandeira palestina já tremula diante da sede da Unesco

A bandeira da Palestina já tremula diante da sede da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), hasteada nesta terça-feira pelo presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmud Abbas.

Abbas, o chanceler Riad Maliki e a diretora-geral da Unesco, Irina Bokova, lideraram a tradicional cerimônia, efetuada toda vez que um novo membro se filia à entidade.

Durante o ato, realizado sob uma persistente chuva, também foi tocado o hino nacional da Palestina.

Em 31 de outubro a Conferência Geral da Unesco aprovou por ampla maioria a incorporação do país árabe como o 195º estado da organização, apesar das pressões contrárias dos Estados Unidos.

A plena filiação foi formalizada em 23 de novembro, quando foi assinada em Londres a Carta Constitutiva da Unesco.

A adesão palestina a essa organização foi qualificada como um fato histórico e um ato de justiça para com esse povo árabe.

Em represália, Washington suspendeu seus pagamentos à Unesco, inclusive cerca de 60 milhões de dólares, correspondentes a este ano, o que colocou em uma situação difícil a organização, que deve cortar gastos e revisar programas.

Os Estados Unidos também se opõem à entrada da Palestina como membro pleno da ONU, uma solicitação apresentada em setembro passado e que conta com o apoio de mais de 130 Estados da Organização Mundial.

Apesar das dificuldades da ONU, na qual os Estados Unidos têm direito ao veto, Abbas declarou em 5 de dezembro que seu país continuará lutando para conseguir um lugar nesse foro mundial.

Fonte: Prensa Latina



NOSSA CAIXA - II

Dilma manda demitir peemedebista da Caixa para conter disputa com o PT

O Estado de S.Paulo

A presidente Dilma Rousseff decidiu pôr um fim à disputa política entre PT e PMDB pelo controle da Caixa Econômica Federal. Informada ontem de que a estatal vive um clima de conflagração, Dilma Rousseff decidiu autorizar o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente da Caixa, Jorge Hereda, a demitirem o vice-presidente de Fundos de Governo e Loterias da instituição, Flávio Cleto, apadrinhado de líderes peemedebistas.

Dilma, no entanto, fez uma ressalva, visando a preservar as boas relações com o PMDB: a demissão será revertida se Cleto desistir de alimentar as brigas internas entre os diretores da Caixa.

Hoje ele é o representante da estatal no Conselho Curador do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), cujo mandato termina dia 17. O vice-presidente quer ser reconduzido ao conselho, mas não tem recebido sinais de que isso ocorrerá.

Flávio Cleto entrou na Caixa pelas mãos do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), um aliado de conveniência do Planalto: se está satisfeito, briga como nunca por todos os projetos de interesse do governo; se está contrariado, faz de tudo para atrapalhar qualquer votação.

Nesse momento está contrariado. Tanto é que, conforme informações que correm na própria Caixa e que já são do conhecimento da presidente, tem orientado seu protegido a criar casos nas decisões da diretoria.

Polêmica. De acordo com informações do Palácio do Planalto, a presidente decidiu comprar a briga com Eduardo Cunha. Já avisou à bancada do PT que vai vetar a parte do texto da Medida Provisória 540 que autoriza o uso de cerca de R$ 5 bilhões do FGTS para ser aplicado, por exemplo, em obras como aeroportos, metrô, reforma urbanística e até construção de hotéis. De acordo com a MP, os recursos só não poderão ser usados na construção de estádios e arenas esportivas.

Como o PMDB de Eduardo Cunha defende o uso do dinheiro do FGTS nas obras de infraestrutura e mobilidade da Copa, Flávio Cleto tem agido dentro da Caixa para ajudar o partido. Aliado do PT, o vice-presidente de Gestão de Ativos de Terceiros da Caixa, Marcos Vasconcelos, fez um parecer de quatro páginas contrário ao uso dos recursos nessas obras de apoio à Copa. Encaminhou-o a Cleto.

Este, no entanto, fez um outro parecer, agora favorável à decisão tomada pelo Congresso no dia 22 de novembro.

Cleto argumentou que se alguém deveria fazer um parecer, esse alguém seria ele, porque FGTS é assunto ligado à sua vice-presidência. Além do mais, pelo menos até o dia 17, é ele o representante da Caixa no Conselho Curador do FGTS.

Os dois pareceres foram entregues ao presidente da instituição, Jorge Hereda, filiado ao PT, e também contrário ao uso dos recursos do FGTS em obras de infraestrutura da Copa.
Silêncio. Nenhum dos diretores da Caixa quiseram se pronunciar a respeito das brigas internas. A informação fornecida pela Caixa foi de que eles não vão falar sobre estas questões.
Os diretores passaram todo o dia de ontem envolvidos em reuniões, na tentativa de encontrar uma saída para as brigas políticas internas.

Nos contatos que teve com Jorge Hereda, a presidente Dilma Rousseff deixou claro que ficará ao lado dele. Disse que, apesar de dar-lhe broncas de vez em quando, pessoalmente ou por telefone, gosta muito do presidente da Caixa e o preservará.

Jorge Hereda tem ligações históricas com o PT. De 1993 a 2002 foi secretário de Habitação e de Desenvolvimento Urbano da prefeitura de Diadema, de Desenvolvimento Sustentável de Ribeirão Pires e presidente da Companhia de Habitação de São Paulo (Cohab).

Com a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência em 2002, Hereda mudou-se para Brasília, onde ocupou a Secretaria de Habitação do Ministério das Cidades até 2005, na gestão de Olívio Dutra.

Em seguida, foi para a vice-presidência de Governo da Caixa, onde ficou até março deste ano, quando saiu para substituir Maria Fernanda Coelho na presidência da instituição.
Bastidores. Informações que já chegaram à presidente Dilma Rousseff dão conta de que a conflagração na diretoria da Caixa Econômica Federal envolvendo Fábio Cleto e os diretores ligados ao PT surgiram desde que começou a aumentar as especulações de que o vice-presidente não seria reconduzido ao cargo de representante da estatal no Conselho Curador do FGTS.

NOSSA CAIXA - I

Banco vira palco de disputa de rivais na BA

O Estado de S.Paulo


A guerra entre PT e PMDB ameaça as operações de mercado da Caixa Econômica Federal. O governador da Bahia, Jaques Wagner, que é do PT, está acertando a transferência da administração da folha de pagamento dos 250 mil servidores ativos e inativos do Banco do Brasil para a Caixa a um preço de cerca de R$ 500 milhões.

O vice-presidente de Pessoa Jurídica da Caixa, Geddel Vieira Lima, que é do PMDB e adversário de Wagner na Bahia, no entanto, trabalha para melar a negociação que está sendo feita entre o governador e o presidente da Caixa, Jorge Hereda.

O temor de Geddel é de que os R$ 500 milhões sirvam para que Wagner eleja o candidato a prefeito de Salvador em 2012. O petista favorito para a disputa é o deputado Nelson Pellegrino.

Geddel apoia o ex-prefeito Mário Kertész, que já foi homem de confiança do ex-senador Antonio Carlos Magalhães (DEM), e que hoje está no PMDB. O vice-presidente da Caixa tenta, ao mesmo tempo, montar uma frente de oposição a Wagner, que contaria com o PSDB do deputado Juthay Jr e com o DEM do deputado ACM Neto.

Na eleição para governador, no ano passado, Geddel disputou contra Wagner e perdeu.

Nessa briga, os peemedebistas têm usado todas as armas de que dispõem.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Israel e EUA preparam “guerra secreta” contra Irã

Sinais de conflito iminente se multiplicaram nos últimos meses, incluindo o assassinato cientistas nucleares iranianos



A queda de um avião não-tripulado (drone) em solo iraniano é o evento mais recente de uma série de tentativas de retaliar seu plano nuclear. Analistas acreditam que a opção militar é inevitável.

A aeronave que caiu no território do Irã causou preocupação em Washington, pois seria uma confirmação de que os EUA estão envolvidos em algum tipo de atividade militar naquele país.

Esse foi o mais recente de uma série de eventos misteriosos, quase todos dirigidos contra o programa nuclear de Teerã. Parece existir uma operação secreta para abortar o esforço do Irã de construir uma bomba atômica.

O porta-voz da Casa Branca, Jay Carney se recusou a fazer qualquer comentário sobre o caso. Mas um funcionário que falou anonimamente, reconheceu que o drone, operado pela CIA e criado para fotografar locais estratégicos, caiu em consequência de uma falha técnica.

A missão desta unidade não passou despercebida pelas autoridades iranianas. Embora tenha caído em uma região muito remota do leste do país, o governo do Irã disse que derrubou o avião-robô americano.

Embora exista preocupação de que a sofisticada tecnologia do robô caia nas mãos dos iranianos, o perigo pareceu menor para Washington que os riscos de uma operação militar de resgate do avião.

A administração Obama tem dito repetidas vezes que a opção militar para interromper o programa nuclear iraniano não é descartada, mas ainda estão tentando resolver isso através de pressão diplomática e econômica.

No entanto, alguns analistas, especialmente na Rússia e Israel, consideram que esta opção já está em andamento.

Vários outros eventos marcantes ocorreram este ano. No mês passado, uma explosão em uma instalação da Guarda Revolucionária Iraniana, que controla o programa nuclear, matou 16 pessoas, incluindo o general Hassan Moqaddam, um dos principais dirigentes do projeto nuclear.

Na semana passada, outra explosão ocorreu em uma fábrica de conversão de urânio em Isfahan, embora as autoridades não informaram sobre as consequências desse evento. Tudo indica que não é sabotagem e incidentes imprevistos.

Em julho, o físico nuclear Darioush Rezaie foi assassinado a tiros. Cerca de um ano atrás, o cientista Majid Shahriari morreu em consequência da explosão de um carro-bomba.

Tanto Israel quanto os EUA parecem estar atentos e preparados para qualquer situação inesperada. O Comando Militar de Defesa de Israel realizou semana passada um exercício em todo o país, simulando ataques de mísseis contra o país. Esta ação seria consequência do vazamento de um relatório mostrando que a Guarda Revolucionária do Irã está se preparando para a guerra e Israel seria o primeiro alvo.

Sirenes foram ouvidas em Jerusalém e no norte de Israel como parte do teste de um novo sistema de alerta. Os soldados do Comando de Defesa analisaram os prováveis danos, caso mísseis atinjam hospitais, escolas e outros edifícios públicos, onde um grande número de vítimas seria morta nesse tipo de ataque. O mês passado, o Comando de Defesa também realizou treinamentos que simulavam um ataque maciço de mísseis convencionais à Tel Aviv.

Os temores de uma guerra regional têm sido impulsionados pelo debate público em Israel sobre fazer ou não um ataque preventivo contra o programa nuclear do Irã. A Agência Internacional de Energia Atômica confirmou recentemente que os iranianos estão trabalhando com o objetivo de criar armas nucleares.

Funcionários da agencia de inteligência israelense afirmam que a Guarda comandada pelo general Mohammed Ali Jafari recentemente fez todos os mísseis de longo alcance do Irã serem transferidos para locais mais seguros. Eles estariam preparando uma retaliação contra Israel. Embora esta mudança de política certamente contribua para uma maior hostilidade na Síria, no Líbano e, possivelmente, no novo regime no Egito, é improvável que uma Liga Árabe ataque a Israel em conjunto.

Mas esse embate pode tomar proporções globais. O jornal La Voz de Argentina informa que o vice-primeiro-ministro israelense, Moshe Yaalon, acredita que o Irã está desenvolvendo, em parceria com a Venezuela, uma ”infraestrutura terrorista” na América Latina, para ataque dos EUA, Israel e seus aliados

PRIVATARIA TUCANA: DEPOIS DAS DENÚNCIAS DE AMAURY RIBEIRO JR., O PERSONAGEM CENTRAL DO ESCÂNDALO, JOSÉ SERRA, JÁ COMEÇA A PROTAGONIZAR CHARGES E PEDID

educação política

Enfim, Serra conseguiu o que queria. Tornou-se o centro das atenções nacionais, claro que não pelos motivos que ele desejava e sim por aquilo que ele realmente fez para o país.

Escute trecho da programação da Rádio Brasil Atual em que são entrevistados o deputado estadual do PT, Simão Pedro, que investigou e denunciou o caso Fence de arapongagem, abordado pelo livro de Amaury, e também o cientista político Francisco Fonseca que cobrou investigação minuciosa após as denúncias contra Serra e boa parte da sua família.

Cientista político defende investigação minuciosa após denúncia contra Serra

A Rádio Brasil Atual repercutiu, nesta segunda-feira, 12, a bomba que caiu no PSDB quando foi publicada na revista Carta Capital a reportagem exclusiva “O escândalo Serra”, que revela trechos do livro “A Privataria Tucana”, do jornalista Amaury Ribeiro Junior. Na publicação, o ex-governador José Serra é o personagem central das denúncias feitas pelo repórter, que revelam as maracutaias das privatizações no país. O trabalho de investigação jornalística, que durou 12 anos, denuncia pessoas ligadas ao ex-governador tucano, desde o ex-diretor da área internacional do Banco do Brasil até a filha, o genro e o marido da prima de Serra. Todos estariam envolvidos em um esquema de lavagem de dinheiro no exterior. E essa verba teria sido usada na campanha presidencial de José Serra. O livro aborda ainda o caso Fence de arapongagem denunciado e investigado pelo deputado estadual do PT, Simão Pedro. Ele foi entrevistado por Marilu Cabañas. O cientista político Francisco Fonseca também comentou o assunto.

http://audio.tcdn.cc/player_mp3_maxi.swf?mp3=http://audio.tcdn.cc/radio/programas/jornal-brasil-atual/cientista-politico-defende-investigacao-minuciosa-apos-denuncia-contra-serra/index_html (clique para ouvir)

Mahmud Abbas içará bandeira palestina na UNESCO

Paris, 13 dez (Prensa Latina) O presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmud Abbas, içará hoje a bandeira de seu país na sede da Organização de Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).

Abbas presidirá junto à diretora geral da UNESCO, Irina Bokova, a cerimônia oficial que terá lugar após o país árabe ter sido aceito como membro pleno nesse foro.

Em 31 de outubro passado, a Conferência Geral da UNESCO aprovou por ampla maioria a incorporação de Palestina como o Estado número 195 da organização, apesar das pressões dos Estados Unidos.

Vários oradores concordaram em destacar o fato como histórico e transcendental, e o qualificaram de ato de justiça para esse povo.

Em represália, Washington decidiu suspender os fundos à UNESCO, inclusive cerca de 60 milhões deste ano, o que pôs em uma situação difícil à organização, que teve que cortar despesas e revisar seus programas para o último trimestre.

Estados Unidos também se opõe ao rendimento de Palestina como membro pleno na ONU, uma solicitação apresentada em setembro passado e que conta com o apoio de mais de 130 Estados da organização mundial.

Apesar das dificuldades na ONU, na qual Washington pode exercer o direito ao veto, Abbas declarou no passado 5 de dezembro que seu país seguirá lutando por atingir seu rendimento nesse foro

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Chega às livrarias ‘A Privataria tucana’, de Amaury Ribeiro Jr. CartaCapital relata o que há no livro

Não, não era uma invenção ou uma desculpa esfarrapada. O jornalista Amaury Ribeiro Jr. realmente preparava um livro sobre as falcatruas das privatizações do governo Fernando Henrique Cardoso. Neste fim de semana chega às livrarias “A Privataria Tucana”, resultado de 12 anos de trabalho do premiado repórter, que durante a campanha eleitoral do ano passado foi acusado de participar de um grupo cujo objetivo era quebrar o sigilo fiscal e bancário de políticos tucanos. Ribeiro Jr. acabou indiciado pela Polícia Federal e tornou-se involuntariamente personagem da disputa presidencial.

Na edição que chega às bancas nesta sexta-feira 9, CartaCapital traz um relato exclusivo e minucioso do conteúdo do livro de 343 páginas publicado pela Geração Editorial e uma entrevista com autor (reproduzida abaixo). A obra apresenta documentos inéditos de lavagem de dinheiro e pagamento de propina, todos recolhidos em fontes públicas, entre elas os arquivos da CPI do Banestado. José Serra é o personagem central dessa história. Amigos e parentes do ex-governador paulista operaram um complexo sistema de maracutaias financeiras que prosperou no auge do processo de privatização.

Ribeiro Jr. elenca uma série de personagens envolvidas com a “privataria” dos anos 1990, todos ligados a Serra, aí incluídos a filha, Verônica Serra, o genro, Alexandre Bourgeois, e um sócio e marido de uma prima, Gregório Marín Preciado. Mas quem brilha mesmo é o ex-diretor da área internacional do Banco do Brasil, o economista Ricardo Sérgio de Oliveira. Ex-tesoureiro de Serra e FHC, Oliveira, ou Mister Big, é o cérebro por trás da complexa engenharia de contas, doleiros e offshores criadas em paraísos fiscais para esconder os recursos desviados da privatização.

O livro traz, por exemplo, documentos nunca antes revelados que provam depósitos de uma empresa de Carlos Jereissati, participante do consórcio que arrematou a Tele Norte Leste, antiga Telemar, hoje OI, na conta de uma companhia de Oliveira nas Ilhas Virgens Britânicas. Também revela que Preciado movimentou 2,5 bilhões de dólares por meio de outra conta do mesmo Oliveira. Segundo o livro, o ex-tesoureiro de Serra tirou ou internou no Brasil, em seu nome, cerca de 20 milhões de dólares em três anos.

A Decidir.com, sociedade de Verônica Serra e Verônica Dantas, irmã do banqueiro Daniel Dantas, também se valeu do esquema. Outra revelação: a filha do ex-governador acabou indiciada pela Polícia Federal por causa da quebra de sigilo de 60 milhões de brasileiros. Por meio de um contrato da Decidir com o Banco do Brasil, cuja existência foi revelada por CartaCapital em 2010, Verônica teve acesso de forma ilegal a cadastros bancários e fiscais em poder da instituição financeira.

Na entrevista a seguir, Ribeiro Jr. explica como reuniu os documentos para produzir o livro, refaz o caminho das disputas no PSDB e no PT que o colocaram no centro da campanha eleitoral de 2010 e afirma: “Serra sempre teve medo do que seria publicado no livro”.

CartaCapital: Por que você decidiu investigar o processo de privatização no governo Fernando Henrique Cardoso?

Amaury Ribeiro Jr.: Em 2000, quando eu era repórter de O Globo, tomei gosto pelo tema. Antes, minha área da atuação era a de reportagens sobre direitos humanos e crimes da ditadura militar. Mas, no início do século, começaram a estourar os escândalos a envolver Ricardo Sérgio de Oliveira (ex-tesoureiro de campanha do PSDB e ex-diretor do Banco do Brasil). Então, comecei a investigar essa coisa de lavagem de dinheiro. Nunca mais abandonei esse tema. Minha vida profissional passou a ser sinônimo disso.

CC: Quem lhe pediu para investigar o envolvimento de José Serra nesse esquema de lavagem de dinheiro?

ARJ: Quando comecei, não tinha esse foco. Em 2007, depois de ter sido baleado em Brasília, voltei a trabalhar em Belo Horizonte, como repórter do Estado de Minas. Então, me pediram para investigar como Serra estava colocando espiões para bisbilhotar Aécio Neves, que era o governador do estado. Era uma informação que vinha de cima, do governo de Minas. Hoje, sabemos que isso era feito por uma empresa (a Fence, contratada por Serra), conforme eu explico no livro, que traz documentação mostrando que foi usado dinheiro público para isso.

CC: Ficou surpreso com o resultado da investigação?

ARJ: A apuração demonstrou aquilo que todo mundo sempre soube que Serra fazia. Na verdade, são duas coisas que o PSDB sempre fez: investigação dos adversários e esquemas de contrainformação. Isso ficou bem evidenciado em muitas ocasiões, como no caso da Lunus (que derrubou a candidatura de Roseana Sarney, então do PFL, em 2002) e o núcleo de inteligência da Anvisa (montado por Serra no Ministério da Saúde), com os personagens de sempre, Marcelo Itagiba (ex-delegado da PF e ex-deputado federal tucano) à frente. Uma coisa que não está no livro é que esse mesmo pessoal trabalhou na campanha de Fernando Henrique Cardoso, em 1994, mas sob o comando de um jornalista de Brasília, Mino Pedrosa. Era uma turma que tinha também Dadá (Idalísio dos Santos, araponga da Aeronáutica) e Onézimo Souza (ex-delegado da PF).

CC: O que você foi fazer na campanha de Dilma Rousseff, em 2010?

ARJ: Um amigo, o jornalista Luiz Lanzetta, era o responsável pela assessoria de imprensa da campanha da Dilma. Ele me chamou porque estava preocupado com o vazamento geral de informações na casa onde se discutia a estratégia de campanha do PT, no Lago Sul de Brasília. Parecia claro que o pessoal do PSDB havia colocado gente para roubar informações. Mesmo em reuniões onde só estavam duas ou três pessoas, tudo aparecia na mídia no dia seguinte. Era uma situação totalmente complicada.

CC: Você foi chamado para acabar com os vazamentos?

ARJ: Eu fui chamado para dar uma orientação sobre o que fazer, intermediar um contrato com gente capaz de resolver o problema, o que acabou não acontecendo. Eu busquei ajuda com o Dadá, que me trouxe, em seguida, o ex-delegado Onézimo Souza. Não tinha nada de grampear ou investigar a vida de outros candidatos. Esse “núcleo de inteligência” que até Prêmio Esso deu nunca existiu, é uma mentira deliberada. Houve uma única reunião para se discutir o assunto, no restaurante Fritz (na Asa Sul de Brasília), mas logo depois eu percebi que tinha caído numa armadilha.

CC: Mas o que, exatamente, vocês pensavam em fazer com relação aos vazamentos?

ARJ: Havia dentro do grupo de Serra um agente da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) que tinha se desentendido com Marcelo Itagiba. O nome dele é Luiz Fernando Barcellos, conhecido na comunidade de informações como “agente Jardim”. A gente pensou em usá-lo como infiltrado, dentro do esquema de Serra, para chegar a quem, na campanha de Dilma, estava vazando informações. Mas essa ideia nunca foi posta em prática.

CC: Você é o responsável pela quebra de sigilo de tucanos e da filha de Serra, Verônica, na agência da Receita Federal de Mauá?

ARJ: Aquilo foi uma armação, pagaram para um despachante para me incriminar. Não conheço ninguém em Mauá, nunca estive lá. Aquilo faz parte do conhecido esquema de contrainformação, uma especialidade do PSDB.

CC: E por que o PSDB teria interesse em incriminá-lo?

ARJ: Ficou bem claro durante as eleições passadas que Serra tinha medo de esse meu livro vir à tona. Quando se descobriu o que eu tinha em mãos, uma fonte do PSDB veio me contar que Serra ficou atormentado, começou a tratar mal todo mundo, até jornalistas que o apoiavam. Entrou em pânico. Aí partiram para cima de mim, primeiro com a história de Eduardo Jorge Caldeira (vice-presidente do PSDB), depois, da filha do Serra, o que é uma piada, porque ela já estava incriminada, justamente por crime de quebra de sigilo. Eu acho, inclusive, que Eduardo Jorge estimulou essa coisa porque, no fundo, queria apavorar Serra. Ele nunca perdoou Serra por ter sido colocado de lado na campanha de 2010.

CC: Mas o fato é que José Serra conseguiu que sua matéria não fosse publicada no Estado de Minas.

ARJ: É verdade, a matéria não saiu. Ele ligou para o próprio Aécio para intervir no Estado de Minas e, de quebra, conseguiu um convite para ir à festa de 80 anos do jornal. Nenhuma novidade, porque todo mundo sabe que Serra tem mania de interferir em redações, que é um cara vingativo.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

EX-MINISTRO DA COMUNICAÇÃO DIZ QUE AVANÇO NA PRODUÇÃO DE REPORTAGENS É ESSENCIAL PARA QUE BLOGOSFERA NÃO SE TORNE “GRILO FALANTE” DA IMPRENSA

O ex-ministro da Comunicação do governo Lula, Franklin Martins, falou de forma bastante otimista sobre o futuro das comunicações no Brasil em seminário promovido pela Altercom (Associação Brasileira de Empresas e Empreendedores da Comunicação), realizado em São Paulo na última segunda-feira.

Como mostra notícia publicada pela Rede Brasil Atual, para o ex-ministro, a blogosfera cumpre um importante papel na conjuntura atual, no entanto, um dos seus grandes desafios estaria em avançar na reportagem. Ou seja, ao invés de somente comentar o conteúdo ou a falta de conteúdo da grande mídia, a blogosfera precisaria produzir seu próprio conteúdo na opinião de Franklin e assim, ter mais condições de se impor diante dos grandes meios de comunicação.

O ex-ministro falou em uma espécie de “central de reportagem autônoma”, que potencializaria a democratização da informação viabilizada pelo baixo custo na produção de conteúdo na rede. “O modelo seria o de uma central de uma rede de veículos que captaria recursos, absorveria e remuneraria a produção. O conjunto de publicações na internet, seja de portais de notícia, seja de blogues, reproduziria as reportagens, permitindo ampliar a visibilidade da produção. “Sozinho, ninguém tem ‘bala na agulha’ para isso”, avalia.

Não deixa de ser algo a se pensar. A blogosfera precisa se preparar para falar sobre aquilo que a grande mídia já não fala, dar a informação que eles omitem por interesse ou simplesmente porque boa parte da realidade já não lhes interessa. Em outras palavras, trata-se da velha receita de deixar de lado um pouco a opinião e produzir informação de fato.

Mesmo assim, o ministro lembra que os bons momentos do jornalismo começaram com muita opinião, com a vontade de dizer, comentar os abusos ou as omissões, fazer valer a “justiça dos fatos”, e só depois, surgia a necessidade de produzir informação e se transformar em meio condutor dela.

Potencial a blogosfera já demonstrou que tem para fazer de fato um outro jornalismo, oposto a esse feito pelos jornais do Brasil que, como lembrou Franklin, “são muito ruinzinhos, não se pautam pelo imponderável da notícia, mas pelos seus próprios preconceitos”. (Texto completo da notícia)

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Apesar de protestos, deputados aprovam privatização da saúde

Os deputados estaduais aprovaram, por volta das 23h45 desta segunda-feira (5), na Assembleia Legislativa do Paraná, o projeto de lei que permite ao Governo do Estado terceirizar serviços públicos. O texto foi aprovado em segunda discussão e recebeu 39 votos favoráveis e oito contrários.

Por volta das 00h13 já da terça-feira (6), os deputados aprovaram cinco emendas feitas ao projeto - uma sexta emenda foi rejeitada, tratando da composição do Conselho Fiscal do convênio.

O projeto será votado em terceira discussão no plenário da Assembleia em sessão ordinária na terça-feira. Antes de seguir para sanção do governador Beto Richa (PSDB), a proposta precisa ser aprovada ainda em redação final. O regimento interno da Alep, porém, possibilita que esta última votação seja dispensada por meio de requerimento aprovado pelo plenário.

O presidente da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), Valdir Rossoni (PSDB), ignorou o protesto de 250 pessoas, que desde às 17h desta segunda-feira (5) ocupavam o plenário da Casa, e colocou em votação, a partir das 21h, o projeto.

A ocupação da Assembleia por sindicalistas e estudantes pretendia evitar a votação do projeto sem a participação da sociedade, através de audiências públicas. Durante a invasão, houve empurra-empurra com seguranças, que chegaram a usar armas de choque-elétrico para conter os manifestantes, mas sem sucesso.

Os deputados chegaram a se reunir no “plenarinho” - sala menor próxima ao plenário principal - para retomar a sessão suspensa desde o fim da tarde. Ao perceber que não evitariam a votação da pauta, os manifestantes começaram a deixar a Assembleia de mãos dadas e gritando palavras de ordem. O “plenarinho” chegou a ser isolado por PMs à paisana para evitar uma nova invasão e a interrupção da votação.

Após a saída dos sindicalistas e estudantes, os deputados retornaram ao plenário principal e continuaram a sessão. (gazeta do povo, foto boca maldita)

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Mato Grosso do Sul assumiu “luta anti-indígena” como política de Estado

correio da cidadania

Na madrugada de 18 de novembro, o Brasil voltou a registrar novos e vergonhosos fatos relativos ao secular genocídio de povos indígenas, desta vez capitaneados pelo agronegócio e pela inoperância do governo federal. O cacique kaiowá guarani Nísio Gomes foi a vítima, executado covardemente dentro do acampamento Tekoha Guayviri, um dos 30 que os guarani mantêm mobilizados em beiras de estradas e portas de fazenda, à espera do sonhado retorno às terras originárias.

O mesmo processo de massacre ocorre com as tribos do Xingu que serão afetadas pela construção de Belo Monte, com quem a presidente Dilma se recusa a qualquer diálogo. Num contexto de radicalização da expansão capitalista no território brasileiro, com apoio e financiamento público, a causa indígena ganha contornos ainda mais dramáticos, uma vez que seus direitos são esmagados de forma escancarada.

Diante do quadro desesperador dos índios guarani, o Correio da Cidadania entrevistou o antropólogo Egon Heck, do Conselho IndigenistaMissionário no estado do Mato Grosso do Sul - local onde o racismo e a intolerância à diversidade se tornaram políticas de Estado, com aparelhamento do judiciário, cooptação da mídia, sempre a serviço do poder econômico, e uso simultâneo e mal disfarçado de forças de segurança públicas e privadas contra os indígenas.

Além de denunciar o mencionado processo de genocídio deliberado dos povos indígenas, Egon cobra ações efetivas do governo federal, único ente capaz de fazer a lei chegar onde a pistola e o dinheiro ainda são os determinantes dos rumos da vida. Com um agronegócio ávido por terras e pelas riquezas do Aqüífero Guarani (cada vez mais contaminado), ele afirma que estamos chegando a uma situação-limite, na qual, de um lado, os povos indígenas buscam o retorno imediato às terras originárias e, do outro, o agronegócio põe em prática ofensiva para dizimar tais povos, passando por cima de todas as leis e direitos humanos que conhecemos.

Clique aqui para ler a entrevista completa

O Doutor fugiu a padrões normais. Injusto avaliá-lo como um qualquer

Por Antero Greco

A profissão me ensinou a guardar distância de entrevistados. Em nome do senso crítico, aprendi desde cedo que jogador não pode ser visto como amigo, muito menos como ídolo. Esse é sentimento de torcedor. Há exceções - Sócrates foi uma delas. O Doutor, ou o Magrão, como todos da minha geração o chamavam, fugiu à regra, quebrou padrões. Dentro de campo foi tão craque como outros abençoados com o dom de domar a bola. Fora, mostrou-se incomum, diferente. Suas atitudes e ideias não seguiram parâmetros habituais para os boleiros. E, por métodos tradicionais, também não poderia ser avaliado. Sócrates foi único. Injusto tratá-lo como os demais.

Sócrates destoava a partir do visual e do tipo físico. Era muito magro, mas aguentava caneladas com coragem. Era alto e, para não perder o equilíbrio, desenvolveu a técnica de dar passes de calcanhar. Era barbudo, numa época em que raros jogadores por aqui ousavam ir além de bigodes. Não escondia convicções políticas, num período em que a mão de ferro tratava de calar vozes dissidentes. Bebia - e o fazia às claras.

Sócrates era boêmio, gostava de conversa de mesa de bar, onde concedeu entrevistas antológica. Seu universo de interesses passava por política, filosofia, arte, amor e... futebol, que conhecia como poucos. O jeito despojado fascinava jovens repórteres dos idos dos anos 1970. Também éramos barbudos, também queríamos liberdade, também imaginávamos mudar o jornalismo. Por isso, o víamos como um de nós. Era nosso ídolo, embora fosse pecado admiti-lo em público.

Acompanhei a carreira dele, do surgimento em Ribeirão Preto, passando pelo auge na Democracia Corintiana e na seleção, ao declínio no fim dos anos 1980. Emocionei-me com o gol que marcou contra a Itália, tive vontade de dar-lhe um abraço após o fatídico 5 de julho de 1982. Me contive, para ser isento. Naquele dia, lágrimas teimosas me escaparam por causa de uma derrota esportiva. Agora, brotam porque se foi um grande do futebol, um Brasileiro especial.

Caramba, me dou conta que éramos coetâneos! Entro na fase em que se colecionam saudades: John Lennon, George Harrison, Sócrates...

domingo, 4 de dezembro de 2011

Morre Sócrates, aos 57 em São Paulo

O ex-jogador Sócrates morreu às 4h30 deste domingo aos 57 anos em decorrência de um choque séptico, que ocorre quando bactérias de uma infecção chegam à corrente sanguínea e se espalham pelo corpo.

O eterno ídolo do Corinthians, estava internado desde a última quinta-feira na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital Albert Einsten, na zona sul de São Paulo, após dar entrada com quadro de infecção intestinal.

Sócrates, sua mulher e um amigo haviam se sentido mal na noite de quinta-feira (1º) após comerem em um evento.

Segundo o jornalista Juca Kfouri, colunista da Folha, um prato de estrogonofe contaminado com uma bactéria foi o responsável por desencadear a internação do ex-jogador.

Sócrates já esteve internado outras duas vezes entre agosto e setembro, também na UTI, por conta de hemorragias digestivas.

Ainda não foram divulgados detalhes do velório e do enterro de Sócrates.

Confira abaixo a íntegra da nota de falecimento divulgada pelo hospital:

NOTA DE FALECIMENTO (São Paulo, 4 de dezembro de 2011, 5h30) O Hospital Israelita Albert Einstein informa com profundo pesar o falecimento do ex-jogador Sócrates Brasileiro Sampaio de Sousa Vieira de Oliveira às 4h30, em conseqüência a um choque séptico. Médicos Responsáveis Dr. Fernando Luis Pandullo Dr. Ben-Hur Ferraz Neto Diretor de Prática Médica Dr. Oscar Fernando Pavão dos Santos

folhaonline

sábado, 3 de dezembro de 2011

Metendo os Peitos: Jogos da última rodada

por Carolaine

Chegou a hora de saber quem será o campeão do Brasileirão 2011! A última rodada promete fortes emoções, mas não só na parte de cima da tabela. Além do título e das vagas na Taça Libertadores ainda serão decididos mais alguns destinos: Ceará, Cruzeiro e Atlético Paranaense disputam a permanência na Série A e apenas um se salvará. O domingo estará repleto de clássicos decisivos e sem favoritos. Esperamos belas partidas e muita disputa, mas apenas dentro de campo!

Corinthians x Palmeiras – O clássico será disputado no Pacaembu lotado pela torcida Alvinegra, que tem grandes chances de comemorar o título logo sobre os maiores rivais. O Corinthians vem de quatro vitórias consecutivas e precisa apenas do empate, mas não contará com Ralf, Danilo e Émerson. O Palmeiras jogará motivado pelos incentivos financeiros oferecidos em troca da vitória, mas também pela possibilidade de “salvar” o ano, na perspectiva dos torcedores. Estragar a festa dos rivais acalmaria sim os ânimos, mas apenas momentaneamente. O clube terá muito trabalho pela frente se quiser fazer as pazes com a torcida. A partida promete ser tensa e truncada, absolutamente sem favorito.

São Paulo x Santos – Este clássico não terá tanta atenção nesta rodada, pois a possibilidade do seu resultado mudar alguma coisa na tabela não é grande. O São Paulo viu suas chances de chegar à próxima Libertadores muito diminuídas após a derrota contra o Palmeiras na rodada anterior, e agora não depende apenas de si mesmo para alcançar este objetivo. O Santos jogará com o time reserva, mas com jogadores tentando garantir sua vaga no Mundial. O time da casa entra em campo com leve favoritismo, mas não podemos descartar a possibilidade de vitória dos visitantes.

Internacional x Grêmio – Grenal importantíssimo para as pretensões Coloradas. O time de Dorival Júnior precisa da vitória e de um tropeço do Flamengo ou do Coritiba para garantir uma vaga na Libertadores. O Grêmio por sua vez joga para atrapalhar os rivais e acalmar a torcida. O técnico Celso Roth já confirmou sua saída da equipe, mas estará em campo neste último compromisso. A rivalidade entre os times é enorme, portanto, apesar da superioridade técnica apresentada pelo Internacional durante o ano, não existe um favorito absoluto para a partida.

Cruzeiro x Atlético-MG – Provavelmente um dos jogos mais tensos do campeonato! A partida promete ser uma batalha. Os dois times ainda tem objetivos na competição: O Cruzeiro precisa vencer para garantir a permanência na Série A, e o Galo para garantir a vaga na Copa Sul-Americana. Nenhum dos clubes mineiros fez grande campanha este ano, mas o Atlético chega melhor nesta reta final. Além da pressão pelo resultado, da grande rivalidade e do medo de ver o time cair para a segundona pela primeira vez em sua história, o clube Celeste ainda terá de superar as ausências de Fábio, Montillo e Marquinhos Paraná. Apesar das dificuldades, tudo pode acontecer!

Atlético-GO x América-MG – Partida menos interessante da rodada. O América já está rebaixado e o Dragão tentará garantir a participação na Copa Sul-Americana. O time da casa entra com o favoritismo, mas os mineiros não têm nada a perder e podem surpreender.

Atlético-PR x Coritiba – Mais uma grande batalha da rodada! O Furacão lutará para continuar na elite do futebol nacional, enquanto o Coxa precisa vencer para garantir sua participação na próxima Libertadores. A rodada anterior foi muito favorável ao time Alviverde, que agora depende apenas de si mesmo para conquistar a sonhada vaga. Os técnicos fizeram mistério sobre as escalações, mas podemos esperar um jogo muito disputado e de fortes emoções! Apesar da melhor campanha e do histórico recente favorecer os visitantes, o jogo deve ser duro e não possui favorito.

Bahia x Ceará – Jogo decisivo para o Ceará. Além de vencer, o Vozão precisará torcer contra o Cruzeiro para escapar do rebaixamento. O Bahia também precisa vencer para buscar uma vaga na Sul-Americana. Jogo difícil e sem favorito, pois apesar da polêmica causada pela página oficial do Bahia (que desejava sorte ao Ceará), o time ainda tem objetivos na competição e não deve facilitar a vida do Alvinegro.

Avaí x Figueirense – O clássico catarinense mostra a disparidade entre os dois times de Florianópolis neste ano; enquanto o Avaí já está rebaixado, o Figueirense ainda disputa uma vaga na Libertadores. Mas apesar desta grande diferença nas campanhas dos dois clubes, o time visitante não deve ter vida fácil. Os donos da casa prometem tentar estragar a festa dos rivais.

Botafogo x Fluminense – O Botafogo tem pouquíssimas chances de chegar a Libertadores, e o Fluminense já está garantido na competição. O time da estrela solitária decepcionou este ano, pois tinha tudo para estar disputando o título, e aparentemente não conseguirá ficar nem mesmo no G5. Considerando o momento dos times o Fluminense é favorito para a partida, mas se tratando de um clássico e nas condições atuais da tabela, surpresas podem acontecer.

Vasco x Flamengo – Um dos jogos mais esperados da rodada! O clássico carioca pode dar o título ao Vasco, se o time vencer o grande rival e o Palmeiras derrotar o Corinthians. Além disso, a partida define também a situação do Flamengo; uma derrota pode tirar o Rubro-Negro da Libertadores de 2012. Partida de fortes emoções e nenhum favoritismo!

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Chevron: No pântano da farsa

carta capital

O presidente da Chevron no Brasil, George Buck, chegou ao Congresso Nacional na quarta-feira 23 ciente de que a credibilidade da empresa sob seu comando tinha ido parar no fundo do poço. Responsável por uma equivocada estratégia baseada em mentiras, manipulações e arrogância empresarial, o executivo da quarta maior petroleira privada do mundo perdeu-se entre desculpas e desenganos até ser avisado, ainda durante a audiência pública da qual participava, do tamanho da encrenca em que se metera. Daquele dia em diante, e por tempo indeterminado, a Chevron estava proibida de explorar petróleo no Brasil.

A decisão da Agência Nacional do Petróleo (ANP) foi anunciada no início da noite da quarta 23, exatos 15 dias depois de um vazamento de óleo ter começado a manchar as águas do Oceano Atlântico, a 120 quilômetros da costa de Macaé (RJ), um desastre ambiental ainda em andamento e cuja dimensão não foi calculada com exatidão. Fala-se em 3 mil barris, ou 476,9 mil litros de óleo, mas o vazamento continuava (na noite de quinta-feira a companhia informou que ele havia parado, mas o comunicado ainda carecia de comprovação). A reação tardia da ANP, assim como a hesitação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em enfrentar o caso, escancarou as deficiências da fiscalização das concessões de exploração e a inexistência de um plano de contingência estatal capaz de garantir efetividade em um acidente como o ocorrido na Bacia de Campos, na área chamada Campo de Frade.

“Peço sinceras desculpas à população e ao governo brasileiro”, disse Buck em ensaiada contrição. Antes, em confuso preâmbulo a uma maçante apresentação via PowerPoint, o executivo chegou a afirmar que parte do trabalho da Chevron era ajudar o Brasil a se tornar uma “superpotência”. O uso de um termo obsoleto da Guerra Fria, embora ainda caro à autoestima dos Estados Unidos, serviu apenas para revelar o deslocamento de Buck da realidade que o cercava, justo quando ele ainda acreditava poder contar de novo com a calmaria dos primeiros dias. “Provavelmente não terei todas as respostas hoje”, avisou logo cedo, até porque, sabia ele, havia muito mais do que óleo derramado nessa história.