sábado, 31 de março de 2012

China prende 6 e fecha websites após boatos de golpe

A polícia chinesa prendeu seis pessoas e fechou 16 sites de internet em meio à disseminação de rumores pela rede de que veículos militares estariam nas ruas de Pequim, segundo anunciaram fontes oficiais neste sábado.

As mensagens que sugeriam um possível golpe militar em curso, sem nenhuma evidência, repercutiram na última semana em alguns meios de comunicação internacionais, num momento de tensão por conta da recente demissão do prefeito da cidade de Chongqing, Bo Xilai, um dos políticos mais populares do país.

Bo foi retirado de seu cargo após o chefe da polícia da cidade, que tem cerca de 30 milhões de habitantes, ter buscado refúgio no consulado americano, supostamente após ter iniciado uma investigação sobre familiares do prefeito.

Desde então, uma série de acusações vêm sendo divulgadas contra Bo. No início da semana divulgou-se a informação de que o governo da Grã-Bretanha teria pedido às autoridades chinesas que reabrissem as investigações sobre a morte do empresário britânico Neil Heywood, supostamente amigo próximo do ex-prefeito.
Novela

A novela política em torno de Bo Xilai representa a maior crise política enfrentada pelos líderes chineses em vários anos.

O país se prepara para iniciar o processo de mudança na liderança do país, num ritual que ocorre apenas uma vez a cada dez anos. A demissão de Bo Xilai, considerado até então um dos favoritos para promoção no politburo do Partido Comunista, sugere uma feroz batalha de bastidores pelo controle do partido.

Antes das prisões e dos fechamentos de sites anunciados neste sábado, os censores chineses já vinham bloqueando as buscas por termos ligados a Bo.

O departamento do governo que controla a internet no país afirmou que os rumores sobre golpe eram "uma influência muito negativa sobre o público".

Dois populares serviços de microblogs no país - Sina Weibo e Tencent Weibo, semelhantes ao Twitter - interromperam temporariamente os comentários sobre posts de outros usuários.

Segundo eles, os comentários ficarão desativados entre este sábado e a terça-feira para que eles possam "agir para interromper a disseminação de boatos".

Um porta-voz do departamento de internet afirmou à agência Xinhua que os dois serviços foram "criticados e punidos de acordo".

Ele afirmou ainda que várias outras pessoas foram "advertidas ou educadas".
Estabilidade social

A ação das autoridades chinesas contra as supostas fontes dos rumores de golpe mostram uma forte preocupação das autoridades chinesas em manter a estabilidade em um momento de transição política e de desaceleração econômica no país.

O correspondente da BBC em Pequim Michael Bristow observa que os fóruns na internet e os microblogs são talvez o único foro no qual os cidadãos chineses podem expressar livremente suas visões, e muitos deles fazem isso anonimamente.

Ele observa que em um país onde as informações oficiais são escassas, os boatos ganham uma força que provavelmente não teriam em outros lugares.

Em um editorial, o Diário do Povo, jornal oficial do Partido Comunista, afirmou que "os boatos na internet e as mentiras embaladas como 'fatos' transformam as conjecturas em 'realidades', alimentam a confusão online e perturbam as mentes das pessoas".

"Se forem deixados fora de controle, eles perturbarão seriamente a ordem social, afetarão a estabilidade social e farão mal à integridade social", complementa o jornal.

Doação de empresa que vendeu lanchas é 'malfeito', diz ex-ministro da Pesca

Luiz Sérgio diz que contrato para comprar lanchas foi um erro evidente e critica o próprio partido

Questionado se enxergava corrupção no caso, Luiz Sérgio optou pelo vocabulário adotado pela presidente Dilma Rousseff. “Eu diria, como a nossa presidente tem feito, que é um malfeito.” Luiz Sérgio ficou no cargo apenas seis meses, após perder o posto de articulador político do governo para a ministra Ideli Salvatti, em junho do ano passado.

Na quinta-feira, 29, o dono da Intech Boating, José Antônio Galízio Neto, afirmou ao Estado que a doação ao partido havia sido feita em 2010 a pedido do ministério. “A solicitação veio pelo Ministério da Pesca, é óbvio. E eu não achei nada demais, porque eu estava trabalhando para o governo, faturando naquele momento R$ 23 milhões, R$ 24 milhões, não havia nenhum tipo de irregularidade”, disse, mudando em seguida de versão e apontando um político local, “um vereador ou candidato a deputado, uma coisa assim”, como o responsável pelo pedido de doação ao PT.

Irregular. O negócio que resultou em doação para o comitê petista contém irregularidades, segundo auditoria aprovada pelo TCU na quarta-feira. O relatório afirma que a licitação foi dirigida para a Intech Boating, sediada em Santa Catarina, base política dos ministros Altemir Gregolin e Ideli Salvatti. Além disso, ainda de acordo com o tribunal, as lanchas foram compradas sem necessidade e superfaturadas.

Nesta sexta-feira, o dono da Engetec - empresa desclassificada “sem justificativa adequada” da licitação das lanchas, segundo o TCU - confirmou a interpretação do tribunal. César Thomé Filho contou que a Engetec reduziu o preço proposto pela Pesca de R$ 1,6 milhão para R$ 1 milhão. Apesar de atender aos pré-requisitos do edital, perdeu o negócio.

Contratada, a Intech teve o preço das lanchas aumentado por vários “aditivos” contratuais. Entre os motivos estava até dar manutenção às embarcações sem uso. A Intech nega ter sido favorecida com o contrato e qualquer superfaturamento.
Ao final da auditoria do TCU, 19 das 28 lanchas estavam sob a guarda do fabricante ou não haviam entrado em operação. Outras quatro estavam avariadas ou com operações suspensas.

Compradas pelo Ministério da Pesca sem que a pasta tivesse competência para fiscalizar a pesca irregular, 11 das 28 lanchas-patrulha começaram a ser doadas para a Marinha em novembro de 2011. Na quinta-feira, ainda restavam quatro embarcações no estaleiro da Intech Boating.

Erro. “Quando cheguei (ao ministério), havia mais de um ano que esses equipamentos estavam parados. É evidente que isso demonstra que houve um erro, um equívoco em como a questão foi encaminhada”, disse Luiz Sérgio, sobre a ação dos ministros do PT. Altemir Gregolin encomendou as lanchas. Ideli pagou parcela pendente de R$ 5,2 milhões do contrato.
Luiz Sérgio deixou duas das lanchas aos cuidados do Instituto Estadual do Ambiente do Rio (Inea), sua base política. Uma delas estava ancorada numa marina privada, deteriorando-se.

Bar vendia chope mais barato como se fosse Brahma, no centro de SP

Estabelecimento é interditado; gerente do bar é preso

Bar cobrava R$ 9,40, como se fosse chopp Brahma.O gerente do Bar Léo foi autuado após oferecer chope Ashby, que custa R$ 5,30, como se fosse Brahma, pelo valor de R$ 9,40. De acordo com o delegado titular do DPPC, Marcelo Jacobucci, no site do bar consta a informação de que o local é abastecido diariamente com chope Brahma, "e isso não condiz com a realidade", afirmou Jacobucci.

Madir Milan, de 77 anos, irmã da proprietária do local, também foi autuada e irá responder por crime contra relação de consumo.

O DPPC explica que a Coordenadoria de Vigilância Sanitária do Município de São Paulo já interditou o bar, mas que ainda não determinou por quanto tempo ele permanecerá fechado.

sexta-feira, 30 de março de 2012

Militares da reserva são cercados por manifestantes na Cinelândia, no Rio

PM usou gás de pimenta e bombas de efeito moral; evento marca o aniversário do golpe de 64

RIO - Dezenas de militares da reserva que assistiram ao debate "1964 - A Verdade" ficaram sitiados no prédio do Clube Militar, na Cinelândia, no centro do Rio, na tarde desta quinta-feira, 29. O prédio foi cercado por manifestantes que impediram o trânsito pelas duas entradas do imóvel.

O evento marcou o aniversário do golpe militar de 1964 e reuniu militares contrários à Comissão da Verdade. Ao fim do evento, eles tentaram sair, mas foram impedidos por militantes do PC do B, do PT, do PDT e de outros movimentos organizados que protestavam contra o evento.

"Tortura, assassinato, não esquecemos 64", gritavam os manifestantes. "Milico, covarde, queremos a verdade", diziam outros. Velas foram acesas na frente da entrada lateral do centenário do Clube Militar, na Avenida Rio Branco, representando mortos e desaparecidos durante a ditadura militar. Homens que saíam do prédio foram hostilizados com gritos de "assassino". Tinta vermelha e ovos foram jogados na calçada e nos militares.

Homens do Batalhão de Choque foram ao local e lançaram spray de pimenta e bombas de efeito moral contra o grupo, que revidou com ovos. Um dos manifestantes foi imobilizado por policiais e liberado em seguida após ser atingido supostamente por uma pistola de choque, e outro foi detido e algemado.

Os militares foram inicialmente orientados a sair em pequenos grupos por uma porta lateral, na rua Santa Luzia, mas tiveram que recuar por conta do forte cheiro de gás de pimenta que tomou o térreo do clube. A Polícia Militar tentou conter os manifestantes e chegou a liberar a saída de algumas pessoas pela porta principal, mas por medida de segurança voltou a impedir a saída.

Um grupo que saiu sob proteção do Batalhão de Choque da Polícia Militar foi alvo de xingamentos. Os manifestantes chamaram os militares de "assassinos" e "porcos". Mais tarde, a saída dos militares da reserva foi liberada por meio de um corredor aberto por PMs entre o prédio e a entrada da estação Cinelândia do metrô, a poucos metros do Clube Militar.

Por volta das 18 horas, saiu do prédio o general Nilton Cerqueira, ex-secretário de Segurança do Rio, que comandou a operação que culminou na morte do ex-capitão Carlos Lamarca, que aderiu à luta armada e foi morto no interior da Bahia em 1971.

Às 18h20, o ambiente continuava tenso, com manifestantes cercando as duas saídas, e um dos militares foi empurrado. O trânsito na Rua Santa Luzia entre a México e a Avenida Rio Branco foi interrompido e há engarrafamento na Rio Branco.

Brasileiros lideram compra de imóveis caros em Miami

O Estado de S. Paulo

Os brasileiros foram, entre os estrangeiros, os que mais compraram imóveis acima de US$ 1 milhão em Miami, nos Estados Unidos, no ano passado. Eles também ficaram na vice-liderança do ranking de compradores internacionais na região para todas as faixas de preço de imóveis, com 12% dos negócios, atrás somente dos venezuelanos (15%), revela uma pesquisa feita pelo sindicato dos corretores de Miami (Miami Realty Association).

Em números redondos, os brasileiros adquiriram em 2011 cerca de 150 imóveis avaliados entre US$ 1 milhão e US$ 3 milhões, em Miami e Fort Lauderdale. É exatamente atrás desses compradores que o diretor da filial da Flórida (EUA) da ONE Sotheby’s International Realty, Daniel de la Vega, está desde segunda-feira no País.

Ele busca compradores para um empreendimento residencial de alto padrão em Miami, chamado Bellini, que fica em Williams Island. São 70 apartamentos distribuídos por 24 andares. Com área que varia entre 208 metros quadrados e 406 metros quadrados, os preços dos apartamentos oscilam entre US$ 1,050 milhão e US$ 4,250 milhões, respectivamente.

O empreendimento começou a ser construído em outubro de 2011 e deve ser concluído em junho de 2013. O projeto tem área de lazer com 16 quadras de tênis, marina para ancoragem de barcos e elevador privativo para cada residência.

"Estamos muito contentes com o resultado de vendas obtido até agora", afirma Vega, sem revelar números. Os negócios fechados do empreendimento até o momento não incluem os brasileiros, segmento de mercado que começará a ser garimpado a partir de agora.

Vega conta que a estratégia da imobiliária é vir a cada três meses ao Brasil para vender o empreendimento. Nesta semana, ele se reuniu com os corretores brasileiros, mas houve encontros com clientes interessados no empreendimento. Segundo ele, o desempenho da economia do País, associado à preferência do brasileiro por Miami, é o motivo que o trouxe até aqui.

"Se tivéssemos vendendo um empreendimento no Alasca, não estaríamos aqui. O brasileiro está comprando é em Miami", diz Vega. Ele explica que, além de ser um destino internacional de fácil acesso, vários outros fatores atraem os brasileiros para lá: grandes shoppings, praias belíssimas e as pessoas falando espanhol e até português.

"Miami é uma cidade quase latina e muito familiar para os brasileiros." Ele observa que nem precisa fazer muito esforço para vender os imóveis. "Os brasileiros, quando vêm procurar um imóvel em Miami, já estão vendidos", brinca.

Preços. Vega observa que não é possível comparar os preços do metro quadrado em São Paulo com os de Miami por causa da localização dos imóveis, mas afirma que as cotações de lá estão mais em conta. No caso do empreendimento que ele está vendendo, o preço do metro quadrado de área total varia entre US$ 4,2 mil e US$ 7,4 mil, dependendo do tipo de apartamento.

Ele também ressalta que, depois da crise imobiliária que atingiu os Estados dos Unidos em setembro de 2008, com a quebra do Lehman Brothers, a tendência dos preços é de alta. Em dólar, os preços dos imóveis em Miami estão 50% menores em relação ao pico, atingido em 2006. Também as cotações estão no mesmo nível de dez anos atrás.

No ano passado, Vega já esteve no País vendendo outros empreendimentos e obteve resultados positivos. De um total de 120 clientes atendidos, 60% fecharam negócios e os 40% restantes estão em fase de negociação. Ele explica que há uma fatia de compradores brasileiros que ainda tem uma certa insegurança de comprar um imóvel no exterior. "Eles consultam advogados e demoram mais tempo para fechar o negócio."

De qualquer forma, Vega já identificou três perfis de compradores brasileiros em Miami. O primeiro grupo é formado por investidores que adquirem o imóvel para alugar. O segundo grupo é de jovens executivos solteiros, que procuram apartamentos com um único quarto e que oferecem serviços.

O último grupo reúne famílias que já frequentam Miami, possuem um imóvel lá e querem comprar outro melhor. Ele observa que, normalmente, quando um brasileiro adquire um imóvel em Miami, aparecem outros brasileiros, amigos ou parentes,querendo comprar imóveis. A preferência é pela compra de um imóvel no mesmo bairro e, se possível, no mesmo prédio no qual os parentes e amigos já têm uma propriedade.

Na Índia, Dilma endossa Brics e pede a países que ‘baixem retórica’ sobre Irã

Presidente brasileira diz que sanções a Teerã são medidas ‘extremamente perigosas’ e defende o direito do país de ter acesso à energia nuclear

NOVA DÉLHI - A presidente Dilma Rousseff resumiu ontem, em Nova Délhi, em entrevista coletiva, o sentimento de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – grupo de países conhecido como Brics – em relação ao Irã. Dilma pediu que os demais países “baixem o nível da retórica e se entendam” em relação à situação iraniana. Ela se referia às pressões, principalmente dos EUA e de países europeus, para que sejam aplicadas sanções aos iranianos.

A ideia das sanções é forçar o Irã a desacelerar seu programa nuclear – que os países acusam de ter finalidade bélica. Teerã rejeita a acusação.

Dilma qualificou de “extremamente perigosas as medidas de bloqueio de compras do Irã”. Ela justificou que vários países precisam importar produtos, como petróleo, oferecidos pelos iranianos, assim como eles precisam vendê-los para não ficarem isolados e acuados.

Para Dilma, qualquer posição em relação ao Irã só pode ser adotada pela ONU e não isoladamente por qualquer país. “Nós achamos que é necessário que haja, de parte a parte, uma redução do conflito, para permitir que, no âmbito do direito internacional – e não de decisões de país, mas no âmbito da ONU –, se façam todas as tratativas para prevenir conflitos”, declarou.

E insistiu: “Em vez da retórica agressiva, que se use – diante do direito internacional – o direito de os países usarem energia nuclear para fins pacíficos, assim como nós fazemos”.

O documento final firmado pelos cinco presidentes dos países emergentes, traz um parágrafo em relação ao tema, advertindo que é preciso impedir que haja uma “escalada em direção a um conflito”.

Cita ainda o dever do Irã de permitir visitas de inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) às suas instalações nucleares.

Todos os presidentes dos Brics apresentaram suas posições em relação ao tema, seguindo a linha da conciliação.

A presidente brasileira, mais cedo, em seu discurso na reunião do bloco tinha dito que era preciso abrir espaço para uma solução negociada.

Ela defendeu a necessidade de que se encontre uma solução para o Irã e emendou dizendo que “o diálogo e o reconhecimento das diversidades são componentes essenciais para a paz”.

Síria. O documento final assinado pelos presidentes dos cinco países emergentes também faz menção à escalada da violência na Síria e pede o fim dos confrontos. Os países apoiam ainda a missão do ex-secretário-geral das Nações Unidas Kofi Annan de mediação do conflito e descartam a possibilidade de darem apoio a uma intervenção armada na Síria. “No caso da Síria, repudiamos a violência e as violações aos direitos humanos e apoiamos a ação do enviado especial das Nações Unidas e da Liga dos Estados Árabes, Kofi Annan, disse Dilma.

Já o presidente da Rússia, Dmitri Medvedev, após destacar que não se pode permitir interferências externas na Síria, defendeu o entendimento entre governo e oposição.

Medvedev apresentou ainda uma proposta de ajuda humanitária pelos Brics ao país e disse que a Rússia já estava oferecendo essa assistência. Os demais países se omitiram da tarefa de comentar a proposta em seus comunicados.

O documento resume a posição dos Brics dizendo que o bloco expressa “a profunda preocupação com a situação na Síria”. “Apelamos pelo fim imediato de toda a violência e as violações aos direitos humanos naquele país”, diz o relatório final da cúpula.

Palestinos. Apenas a presidente Dilma fez menção explícita à questão palestina.

O documento apenas pede que não se adie a resolução de conflitos duradouros, referindo-se ao existente entre Israel e os países árabes.

“O Oriente Médio tem de deixar de ser foco permanente de tensões mundiais. Isso só será possível com a existência de um Estado palestino, livre e soberano, em convivência pacífica com um Estado de Israel seguro em suas fronteiras e em paz com seus vizinhos”, afirmou a presidente, acrescentando que “naquela região, como em outras, a indiscriminada utilização de sanções econômicas e, sobretudo, de ações militares – unilaterais ou ao arrepio do direito internacional – têm produzido uma deterioração das situações que pretendiam resolver”.

quinta-feira, 29 de março de 2012

Venezuela quer que embargo norte-americano a Cuba seja discutido na Cúpula das Américas

Agência Brasil

Brasília – O embargo dos Estados Unidos a Cuba, imposto há cerca de meio século, deve ser tema da reunião da Cúpula das Américas, marcada para o próximo mês em Cartagena, na Colômbia. O embaixador da Venezuela na Organização dos Estados Americanos (OEA), Roy Chaderton, defendeu que o assunto seja debatido, no esforço de acabar com as restrições econômicas e financeiras aos cubanos.

Chaderton lembrou que o embargo a Cuba faz a região ficar “cada vez mais” isolada do restante do mundo, devido às limitações impostas pelos Estados Unidos. O embaixador destacou que na última reunião da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) o assunto foi discutido pelas delegações presentes.

A presidenta Dilma Rousseff deve participar da Cúpula das Américas, em Cartagena, ao retornar de uma visita aos Estados Unidos. O governo brasileiro defende o fim do embargo norte-americano a Cuba e apoia a abertura econômica em curso, comandada pelo presidente cubano, Raúl Castro.

*Com informações da emissora multiestatal, Telesur//Edição: Graça Adjuto

Em maio, será realizada a 20ª Convenção de Solidariedade a Cuba em Salvador (BA)

Acontecerá de 24 a 27 de maio, em Salvador (BA), a 20ª Convenção de Solidariedade a Cuba. Na abertura, que será realizada no Centro de Convenções da Bahia, haverá uma caminhada pelas praias do Porto e do Farol da Barra pela libertação imediata dos 5 heróis cubanos que estão presos injustamente nos Estados Unidos.

A agenda completa do evento, bem como as atividades culturais no Pelourinho e na Concha Acústica do Teatro Castro Alves, será divulgada em breve no blog da Convenção, que estará no ar no final de março.

A organização do evento conclama a todos a se empenhar para realizar suas convenções estaduais e trazer o maior número possível de delegados. Haverá 100 vagas para hospedagem solidária prioritariamente para estudantes com maiores dificuldades financeiras, sem a necessidade de trazer colchonete, roupas de cama e banho. Posteriormente, será divulgada a quantidade de vagas para cada Estado.

Todos em Salvador.

Todos na 20ª Convenção de Solidariedade a Cuba.

Fidel Castro: EUA colocarão a espécie humana em perigo se atacar o Irã

Via AFP

O líder cubano Fidel Castro advertiu que, se os Estados Unidos atacarem o Irã para deter seu programa nuclear, levarão a espécie humana ao desastre, em mais uma de suas reflexões publicada pela imprensa.

“Israel declarou abertamente seu propósito de atacar a usina produtora de urânio enriquecido no Irã, e o governo dos Estados Unidos investiu milhões de dólares na fabricação de uma bomba com esse propósito”, afirmou Fidel, em uma nova reflexão, a primeira que publica em dois meses.

“Imaginemos as forças dos Estados Unidos lançando monstruosas bombas sobre instituições industriais capazes de 60 metros de concreto. Jamais semelhante aventura foi concebida”, afirmou ainda.

“Faz falta uma palavra a mais para compreender a gravidade de semelhante política. Por esse caminho, nossa espécie será conduzida inexoravelmente ao desastre”.

“Da minha parte, não tenho a menor dúvida de que os Estados Unidos estão a ponto de cometer e conduzir o mundo ao maior erro de sua história”, concluiu o líder comunista.

quarta-feira, 28 de março de 2012

Soldado não tem medo da chuva


Luiz Manfredini

Nos anos em que passei no Colégio Militar de Curitiba – quando os colégios militares eram escolas e quartéis a um só tempo – entre o ginásio e o começo do científico (hoje segundo grau), ouvia de sargentos e oficiais uma frase recorrente: “Soldado não tem medo de chuva”. Referia-se, a sentença, ao fato de não podermos usar guarda-chuvas, mesmo que o céu desabasse em aguaceiros. Devíamos enfrentar as chuvas – dos temporais de verão às entendidas chuvaradas de inverno – apenas envolvendo os quepes com um plástico apropriado, parte do uniforme.

Mas sargentos, oficiais e mesmo professores iam além. A coragem do soldado não se restringia às chuvas, aplicava-se aos demais fenômenos atmosféricos e a tudo o que fosse na vida. Coragem, atributo visceral do soldado, coragem física, moral, intelectual. E assim nos formamos entre aulas, marchas e desfiles.

Acontecimentos recentes, no entanto, me inculcam dúvidas. Parece-me que o soldado, se ainda não teme a chuva – não vejo nenhum militar, entre os poucos que hoje em dia usam farda fora dos quartéis, valendo-se de guarda-chuvas – passou a temer a verdade. É o que se depreende das reações dos clubes militares às declarações das ministras Maria do Rosário e Eleonora Menicucci, que defenderam investigações sobre torturas cometidas durante a ditadura implantada em 1964. A nota emitida pelos clubes, e veiculada pela Internet no dia 16 de fevereiro, também criticou a presidente Dilma Roussef por não ter reagido àquelas declarações.

O governo reagiu hierarquicamente. Afinal, a presidente é a comandante-em-chefe das Forças Armadas e esse pessoal que se reúne nos clubes do exército, aeronáutica e marinha, mesmo sendo da reserva, está submetido ao Estatuto Militar, sendo-lhe, portanto, vedado confrontar a autoridade. Diante disso, os presidentes dos clubes desautorizaram o texto que eles próprios haviam confeccionado.

Mas a insubordinação não cessou. Dias depois, sob o agressivo título – quase uma declaração de guerra - Eles que venham, por que não passarão, novo manifesto confirmou a nota inicial dos presidentes dos clubes, agregando mais assinaturas. Eram cerca de 400 oficiais superiores signatários, fora os subalternos, no último dia cinco, número que provavelmente cresceu. Esses clubes, embora congreguem oficiais da reserva, também vocalizam sentimentos da caserna.

A segunda nota foi veiculada num sítio mantido pela mulher do coronel reformado do exército Carlos Alberto Brilhante Ustra, o tenebroso chefe do Doi-Codi paulista nos anos 70, onde torturou presos políticos, segundo acusações c que lhe são feitas.

Todo esse alvoroço tem um motivo: a Comissão da Verdade, que começará a funcionar logo, levantando – embora sem poder julgá-los - os crimes da ditadura militar. Para os militares insubordinados, a comissão é “ato inconsequente de revanchismo explícito e de afronta à Lei da Anistia com o beneplácito, inaceitável, do atual governo". Em outras palavras: esses militares não querem sequer tocar no assunto. Negam-se, terminantemente, a assumir suas responsabilidades perante o País, a irrecusável responsabilidade de ter deposto um governo constitucional em março de 1964 e instalado em seu lugar uma ditadura que perseguiu, prendeu, torturou e matou. Argumentam com base numa lei de anistia concedida por eles próprios, numa conjuntura em que ainda dispunham de certo poder de fogo, justamente para isentar-se da punição pelos crimes que cometeram. Essa lei deve ser revista, como o fizeram, corajosamente, os argentinos.

A covardia desses setores beira à insanidade em sua terminante negativa do passado. Recentemente, em entrevista, o general da reserva Luiz Eduardo Rocha Paiva simplesmente negou que o jornalista Vladimir Herzog tenha sido trucidado na tortura, o mesmo ocorrendo em relação à atual presidente Dilma Roussef, para citar apenas dois casos mais emblemáticos em que esses militares fazem de conta que não aconteceu nada.

A Comissão da Verdade, logo que comece a funcionar, vai enfrentar essa resistência insana dos covardes. É preciso reagir a isso. A sociedade brasileira, que aspira conhecer seu passado, colocá-lo em pratos limpos para seguir em paz sua rota de desenvolvimento, democracia e progresso social, precisa se manifestar, cercar e neutralizar essas ilhas de reação e obscurantismo. É luta política de largo alcance. Mas irrecusável.

As forças armadas – indispensáveis, é bom que se diga, em qualquer nação soberana – só se desgastam com tal espetáculo de fuga à responsabilidade, de acabrunhante ausência de bravura. Afinal, o soldado não deve ser corajoso apenas em relação à chuva. Deve sê-lo, sobretudo, diante da história e da sociedade da qual é fruto e à qual deve servir.

Morre escritor Millôr Fernandes aos 87 anos

Morreu na noite desta terça-feira (27), aos 87 anos, o escritor Millôr Fernandes. Desenhista, dramaturgo, poeta e jornalista, ele faleceu em sua casa, no Rio de Janeiro, em decorrência de falência múltipla de órgãos. O velório será realizado até as 15h desta quinta-feira (29), no Rio, mas ainda não há detalhes sobre cerimônia de sepultamento ou cremação. As informações são do cemitério Memorial do Carmo.

Nascido no bairro do Méier, no Rio, em 16 de agosto de 1923, Millôr foi registrado oficialmente em 27 de maio de 1924. Com um ano, ficou órfão de pai e, aos 10 anos, de mãe. Ao longo da vida, se firmou como um dos mais importantes e atuantes intelectuais brasileiros. Adaptou e escreveu obras para teatro e para televisão, além de ter imortalizado diversos frases e aforismos.

Cerca de 75% dos brasileiros jamais pisaram em uma biblioteca, diz estudo

Pesquisa do Instituto Pró-Livro mostra que 71% da população têm fácil acesso a uma biblioteca

O Estado de S.Paulo

O desempregado gaúcho Rodrigo Soares tem 31 anos e nunca foi a uma biblioteca. Na tarde desta terça-feira, ele lia uma revista na porta da Biblioteca São Paulo, zona norte da cidade. "A correria acaba nos forçando a esquecer essas coisas." E Soares não está sozinho. Cerca de 75% da população brasileira jamais pisou numa biblioteca - apesar de quase o mesmo porcentual (71%) afirmar saber da existência de uma biblioteca pública em sua cidade e ter fácil acesso a ela.

Vão à biblioteca frequentemente apenas 8% dos brasileiros, enquanto 17% o fazem de vez em quando. Além disso, o uso frequente desse espaço caiu de 11% para 7% entre 2007 e 2011. A maioria (55%) dos frequentadores é do sexo masculino.

Os dados fazem parte da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, do Instituto Pró-Livro (IPL), o mais completo estudo sobre comportamento leitor. O Estado teve acesso com exclusividade a parte do levantamento, cuja íntegra será divulgada nesta quarta-feira em Brasília.

Para a presidente do IPL, Karine Pansa, os dados colhidos pelo Ibope Inteligência mostram que o desafio, em geral, não é mais possibilitar o acesso ao equipamento, mas fazer com que as pessoas o utilizem. "O maior desafio é transformar as bibliotecas em locais agradáveis, onde as pessoas gostam de estar, com prazer. Não só para estudar."

A preocupação de Karine faz todo sentido quando se joga uma luz sobre os dados. Ao serem questionados sobre o que a biblioteca representa, 71% dos participantes responderam que o local é "para estudar". Em segundo lugar aparece "um lugar para pesquisa", seguido de "lugar para estudantes". Só 16% disseram que a biblioteca existe "para emprestar livros de literatura". "Um lugar para lazer" aparece com 12% de respostas.

Perfil. A maioria das pessoas que frequentam uma biblioteca está na vida escolar - 64% dos entrevistados usam bibliotecas de escolas ou faculdades. Dados sobre a faixa etária (mais informações nesta página) mostram que, em geral, as pessoas as utilizam nessa fase e vão abandonando esse costume ao longo da vida.

A gestora ambiental Andrea Marin, de 39 anos, gosta de livros e lê com frequência. Mas não vai a uma biblioteca desde que saiu dos bancos escolares. "A imagem que tenho é de que se trata de um lugar de pesquisa. E para pesquisar eu sempre recorro à internet", disse Andrea.

Enquanto folheava uma obra na Livraria Cultura do Shopping Bourbon, na Pompeia, zona oeste, diz que prefere as livrarias. Interessada em moda, ela procurava livros que pudessem ajudá-la com o assunto. "Nem pensei em procurar uma biblioteca. Nas livrarias há muita coisa, café, facilidades. E a biblioteca, onde ela está?", questiona. Dez minutos depois, passa no caixa e paga R$ 150 por dois livros.

O estudante universitário Eduardo Vieira, de 23 anos, também não se lembra da última vez que foi a uma biblioteca. "Moro em Diadema e lá tem muita biblioteca. A livraria acaba mais atualizada", diz ele, que revela ler só obras cristãs. "Acho que nem tem esse tipo de livro nas bibliotecas."

Fidel Castro e Bento 16 terão encontro nesta quarta-feira

DA EFE

O ex-presidente de Cuba Fidel Castro manterá nesta quarta-feira (28) um encontro com o papa Bento 16, na última jornada do pontífice na ilha, segundo anunciou o líder cubano em artigo publicado no site oficial "Cubadebate".

"Gostosamente, cumprimentarei amanhã Sua Excelência o papa Bento 16, como fiz com João Paulo II, um homem a quem o contato com as crianças e os cidadãos humildes do povo suscitava invariavelmente sentimentos de afeto", escreveu Fidel Castro na última de suas "Reflexões".

No texto, Fidel explica que decidiu solicitar ao pontífice "uns minutos de seu muito ocupado tempo" quando soube, através do chanceler cubano, Bruno Rodríguez, que o papa "apreciaria esse modesto e simples contato".

Em seu artigo, o líder cubano não especifica onde nem quando acontecerá o encontro.
Desta forma, 14 anos após receber o papa João Paulo 2 em sua histórica visita a Cuba de 1998, Fidel Castro, de 85 anos e agora retirado do poder, cumprimentará outro pontífice.

Bento 16 concluirá nesta quarta-feira sua visita de três dias a Cuba com uma missa às 9h locais (11h de Brasília) na Praça da Revolução, em Havana.

A partida do pontífice rumo a Roma está prevista para as 16h30 locais, depois de um percurso em papamóvel desde a cidade até o aeroporto de Havana.

Lula recebe visita de FHC em SP

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu nesta terça-feira a visita do seu antecessor, Fernando Henrique Cardoso (PSDB), durante uma sessão de fonoaudiologia no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.

Segundo assessoria do Instituto Lula, FHC chegou por volta de 11h e conversou com Lula por uma hora. "Eles ficaram a maior parte do tempo a sós", afirmou a assessoria.

Lula está realizando semanalmente sessões de fonoaudiologia no hospital como parte de seu tratamento contra o câncer. Após o encontro, ele retornou à sua residência em São Bernardo do Campo.

Tratamento
Lula se recupera de um câncer na laringe, diagnosticado no ano passado. Desde então, ele se submeteu a sessões de quimioterapia e radioterapia.

Entre o final de fevereiro e o início deste mês, o ex-presidente ficou internado uma semana por conta de uma infecção pulmonar.

Torcidas tentam a “revanche”

A Polícia Civil já sabe que integrantes das torcidas organizadas Mancha Alviverde e Gaviões da Fiel tentam marcar um novo confronto para vingar a morte de dois torcedores palmeirenses. André Alves Lezo, de 21 anos, morreu na noite de domingo, e Guilherme Vinícius Jovanelli Moreira, de 19, teve morte encefálica na madrugada de ontem.

As informações foram detectadas pelo setor de inteligência da Polícia Civil em mensagens trocadas pela internet, em redes sociais. "Há denúncias de mais confrontos e retaliação por causa da morte desses torcedores", afirmou Margarette Barreto, titular da Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), que investiga a briga entre palmeirenses e corintianos.

O confronto ocorrido no domingo, por volta das 10 horas, na Avenida Inajar de Souza (zona norte de São Paulo), já seria uma resposta dos integrantes da Gaviões da Fiel a outro crime (leia abaixo). O clássico entre Corinthians e Palmeiras só começaria às 16 horas, no Estádio do Pacaembu, distante quase 10 km do local da briga.

Ontem, a Polícia Civil começou a agir na busca pelos culpados da confusão que envolveu pelo menos 300 pessoas. Com mandados de prisão, busca e apreensão, os policiais foram às sedes da Mancha Alviverde e da Gaviões da Fiel e também às residências de suspeitos. Foram detidas seis torcedores, todos ligados à organizada palmeirense.

O nome dos torcedores não foi divulgado, mas a polícia confirma que um deles é Tiago Alves Lezo, irmão gêmeo de André. Tiago já havia sido detido no domingo, após denúncia por porte de arma. Como na ocasião nada foi encontrado, o torcedor passou por um exame residuográfico e foi liberado. Com prisão temporária de 30 dias decretada, os detidos serão investigados e interrogados - ontem à tarde foram transferidos para o 77.º DP, no bairro de Santa Cecília.

Na busca realizada na sede da Gaviões, outra pessoa foi detida, mas por porte de maconha, sem envolvimento no caso. Também foram encontrados R$ 150 mil, cuja procedência deverá ser comprovada para ressarcimento. Em todos os locais visitados, a polícia apreendeu computadores para analisar dados e mensagens postadas em redes sociais.

De acordo com Margarette Barreto e o delegado Jorge Carlos Carrasco, diretor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), outros mandados serão cumpridos nos próximos dias - a Polícia Civil não informa o número total de pessoas procuradas para preservar os objetivos da investigação.

"Indivíduos fugiram do Estado de São Paulo, mas até já sabemos o paradeiro deles. Alguns foram para o Rio de Janeiro", disse Carrasco. "A gente prossegue na investigação, até para também poder prender integrantes da outra facção (Gaviões da Fiel)", garantiu a delegada.

Buscas. Um dos objetivos da polícia é descobrir quem são os responsáveis pelas mortes de André e Guilherme Vinicius. "As investigações prosseguem para identificar os autores específicos dos homicídios. Mas estamos investigando o confronto como um todo, porque não ocorreu apenas o crime de homicídio", afirmou Margarette. Segundo ela, os envolvidos podem ser indiciados também por lesão corporal, tentativa de homicídio e formação de quadrilha.

O delegado Jorge Carlos Carrasco pediu à Federação Paulista de Futebol (FPF) que mantenha a proibição da entrada em estádios das duas torcidas organizadas envolvidas até a elucidação dos crimes. "Nós estamos preparando um trabalho para a identificação de todas as torcidas. Temos que catalogar esse pessoal que frequenta estádio. Alguns são até reincidentes na bagunça", afirmou. "Estamos conversando com a Federação, Polícia Militar e Ministério Público, e com certeza traremos alguma coisa nova que permita esse controle."

terça-feira, 27 de março de 2012

O Procurador Geral, o Senador e o bicheiro

Luis Nassif

A revelação das ligações do senador Demóstenes Torres com o bicheiro Carlinhos Cachoeira lança uma sombra de suspeita sobre o procurador geral Roberto Gurgel.

Demóstenes foi elemento central na recondução de Gurgel ao cargo de Procurador Geral, desempenhando papel bastante conhecido em assembléias de acionistas.

Nessas assembléias há um estratagema corporativo que consiste em canalizar as insatisfações dos minoritários para um deles. O sujeito esbraveja, fala alto e torna-se o líder da resistência contra os controladores. Depois, à medida em que a AGE avança, ele cede rapidamente aos argumentos dos controladores, esvaziando a reação dos demais.

Demóstenes desempenhou esse papel no processo de recondução de Gurgel ao cargo de Procurador Geral.

Primeiro esbravejou, exigindo de Gurgel a abertura de processo contra Antonio Palocci, ameaçando não votar a favor da sua recondução ao cargo. Depois, recuou, disse que, infelizmente, as alegações de Gurgel - de que não havia nenhum elemento que comprovasse origem ilícita dos recursos de Palocci - eram corretas e só lhe restava acatar a lei.

Independentemente do mérito dos argumentos de Gurgel, os movimentos iniciais de Demóstenes lhe conferiram o papel de líder dos minoritários; e seu convencimento final matou toda a reação contra a indicação do Procurador Geral.

Poderia ser apenas um caso de um Senador procurador reconhecendo o mérito da alegação de outro, não fosse a circunstância de que Gurgel há dois anos estava sentado em cima de um inquérito que denunciava as ligações espúrias de Demóstenes com Cachoeira.

Demóstenes só chegou a essa posição de destaque no Senado, a ponto de ser figura chave na aprovação do Procurador Geral, graças à cobertura que recebia da revista Veja - que, por sua vez, se associou ao bicheiro Carlinhos Cachoeira em diversas denúncias. E foi graças a essa posição de destaque que Demóstenes tornou-se suspeito da mais grave armação contra as instituições desde o Plano Cohen: a farsa do grampo sem áudio.

É importante entender que essa promiscuidade mídia-político-criminoso - que não é generalizada na velha mídia, mas específica da revista Veja - não é apenas um caso de exorbitância jornalística: é algo que ameaça a própria normalidade institucional do país, abrindo espaço inédito para que o crime organizado ascenda aos mais altos escalões da República, constrangendo autoridades diversas. No caso Daniel Dantas, a revista fuzilou reputação de Ministro do STJ que havia confirmado uma liminar contra o banqueiro.

Até agora, apenas alguns blogs, isoladamente, têm atuado como contrapeso a esse poder avassalador de um jornalismo sem limites. Mas somos vítimas de uma judicialização da discussão - com torrentes de ações desabando sobre nós. Em nome de uma visão equivocada sobre os limites da liberdade de imprensa, o Judiciário é condescendente. Quando age, sempre é com enorme atraso, devido aos problemas processuais conhecidos. Os demais veículos se calam ante os abusos da Veja.

Gurgel terá que provar, daqui para diante, sua independência - e não propriamente em relação ao Executivo. E os poderes públicos - especialmente o Judiciário - terão que acordar para a realidade de que, hoje em dia, são reféns da escandalização praticada pelo mau jornalismo. E que a melhor maneira de defender a liberdade de imprensa é expurgar as práticas criminosas que se escondem debaixo do seu manto.

Cuba denuncia politização da visita do Papa com provocações

Cuba denunciou hoje a existência de planos promovidos e financiados em Miami, Estados Unidos, para que grupos contrarrevolucionários executem provocações dirigidas a politizar a visita do Papa Bento XVI.

Segundo um artigo publicado nesta quarta-feira (21) no jornal Granma, "representantes de organizações contrarrevolucionárias de Miami enviaram indicações precisas, mensagens eletrônicas e dinheiro a elementos contrarrevolucionários em Cuba para orquestrar provocações e atos desrespeitosos".

"Além disso deu orientações para que esses sujeitos se misturem aos fiéis em diferentes igrejas a fim de participar nas missas e criar desordens para chamar a atenção da imprensa internacional", agrega o texto.

O artigo do Granma considera que esses atos constituem um reflexo da "impotência de não ter conseguido impedir a visita" do Sumo Pontífice, prevista de 26 a 28 de março.

Além disso, adverte que "tais ações atentam contra o espírito de celebração que vive todo nosso povo e, em especial, as comunidades católicas" pela chegada do Papa, que oficiará uma missa em Santiago de Cuba e outra em Havana e se reunirá com autoridades governamentais e religiosas.

O trabalho publicado pelo órgão oficial do Partido Comunista recorda recentes atos realizados em vários pontos de Havana, entre eles a ocupação de uma igreja.

As atividades dos grupos contrarrevolucionários em instalações religiosas foram recusadas pelo próprio Arcebispado de Havana, que denunciou a existência de uma estratégia preparada e coordenada com o propósito de criar situações críticas para a visita de Bento XVI.

Em um comunicado, seu porta-voz, Orlando Márquez, pediu que não convertam os templos em "trincheiras políticas".

O Granma também apresenta fatos que demonstram que os planos de desestabilização se materializam no próprio território estadunidense.

"Há quase três meses, os congressistas da extrema direita e seus seguidores vertem uma torrente de impropérios contra o arcebispo Thomas Wenski, da Arquidiocese de Miami, encarregado de organizar a peregrinação de cubanos residentes nos Estados Unidos que desejam viajar à ilha para serem testemunhas da visita do Papa", detalha o artigo.

"Conhecidos terroristas anunciaram", acrescenta, "sua pretensão de acentuar as provocações anticubanas nos dias de visita do Sumo Pontífice".

Em um recente editorial, o Granma expressou a segurança de que Bento XVI receberá em Cuba um caloroso e massivo acolhimento, do qual guardará gratas lembranças, tal e como ocorreu com a primeira visita de um Papa à Ilha, realizada por seu predecessor João Paulo II, em 1998.

Fonte: Prensa Latina

Mensagem de Lula pelo aniversário do PCdoB

segunda-feira, 26 de março de 2012

Após oito anos Pequeno é reintegrado ao trabalho

A Justiça do Trabalho mandou reintegrar ao tr abalho o companheiro Sérgio Santana Pequeno, após uma batalha judicial de oito anos. O companheiro 'Pequeno' como é conhecido no meio sindical, integra a Secretaria de Saúde e Segurança no Trabalho da UGT-PARANÁ, e foi afastado em 2003 de suas funções na Liga Paranaense de Combate ao Câncer, conhecido em todo Brasil como Hospital Erasto Gaertner. O motivo apresentado na época pela diretoria do hospital seria o empenho de Pequeno na organização classista no ambiente de trabalho, orientando os trabalhadores na busca de seus direitos.

Com a demissão de Pequeno, a direção do hospital cometeu uma série de arbitrariedades. E após oito anos a Justiça do Trabalho determinou, em janeiro de 2012, a reintegração do companheiro ao serviço, e o pagamento de todos os salários não pagos nesse período, acrescidos das devidas multas e recolhimento de encargos.

"Essa decisão da Justiça do Trabalho reconhece claramente o direito de organização dos trabalhadores e pune as empresas que promovem assédio moral contra seus empregados", disse Sérgio Pequeno.

"A UGT-PARANÁ parabeniza o companheiro Pequeno por sua incessante luta na defesa de seus direitos e que assim inspire os trabalhadores brasileiros na busca e no reconhecimento da Justiça do Trabalho", disse o presidente da UGT-PARANÁ, Paulo Rossi, ao tomar conhecimento do mandado de rein tegração ao trabalho do companheiro Pequeno.

PC do B comemora 90 anos com presença de políticos e show de Martinho da Vila

Jornal do Brasil

O Partido Comunista do Brasil (PCdoB) realiza festa hoje a noite na casa Vivo Rio, com show de Martinho da Vila para comemorar os seus 90 anos de fundação.

O presidente Renato Rebelo discursa durante o ato político, que conta com a presença do prefeito do Rio, Eduardo Paes, o vice-presidente do Estado do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, o ministro Aldo Rebelo e a deputada federal Jandira Feghali, dentre outros.

A festividade começou com a execução do hino nacional e a leitura de poesias do escritor russo Marakovski. Além disso, uma carta do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva foi lida para a platéia. Uma grande homenagem a Luiz Carlos Prestes, um dos responsáveis pela "popularização" do partido, também foi realizada.

Para encerrar a festa, sobe ao palco o cantor Martinho da Vila, filiado ao PCdoB, que apresenta no show sucessos que marcaram seus mais de 40 anos de carreira na história da música popular brasileira.

O evento, nomeado "Brasil em Festa" marca oficialmente o calendário de nove décadas de atuação do partido. Além disso, atividades culturais e manifestações públicas de intelectuais e militantes de causas sociais pertencentes ao PCdoB, de todas as regiões do Brasil, acontecerão nas próximas semanas.

O PCdoB

Seu itinerário de 90 anos de lutas se funde com as diferentes etapas da história do país. Constante nesta trajetória é a bandeira do socialismo que, na atualidade, – rejuvenescido e renovado pela experiência histórica – é apresentado pelo PCdoB como a alternativa capaz de assegurar um novo avanço civilizacional para o Brasil – salto este que hoje tem por caminho a realização do Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento.

Desde a sua formação, em 1922, o PCdoB contou com o talento de personalidades como Astrojildo Pereira, que se destacou em meados do século passado. Mas a expressão popular veio com o Luiz Carlos Prestes, até o período recente, quando se agiganta o papel de João Amazonas e Aldo Rabelo.

O PCdoB desde o princípio defendeu a formação de uma frente de esquerda para lançar Luiz Inácio Lula da Silva candidato à Presidência da República, tendo apoiado o PT nas eleições de 1989, 1994, 1998, 2002 e 2006. Na última campanha presidencial, o partido apoiou Dilma Rousseff.

Paraná registra 513 casos de dengue em 7 meses

Agência Estado

São Paulo - O Paraná registrou em sete meses 513 casos de dengue. Conforme o último boletim sobre a doença divulgado pela Secretaria Estadual da Saúde, desde agosto de 2011 foram registrados 424 casos autóctones (contraídos no próprio território) e 89 casos importados.

De acordo com informações da Agência Brasil, Francisco Beltrão e Toledo são consideradas regiões endêmicas para a doença, com 134 casos autóctones confirmados nas duas últimas semanas.

A Secretaria da Saúde aponta a fragilidade na gestão de resíduos sólidos como a principal causa para a existência de criadouros do mosquito Aedes Aegypti no Estado. Curitiba é um exemplo de município sem infestação, devido à coleta seletiva do lixo.

Disputa em usina pode ter motivado morte de sem terra

Agência Estado

Uma disputa com proprietários de uma usina de beneficiamento de cana-de-açúcar pode estar por trás dos assassinatos de três integrantes do Movimento para Libertação dos Sem Terra (MLST) ocorrido ontem no Triângulo Mineiro. No entanto, a Polícia Civil afirma que ainda não descartou nenhuma hipótese e investiga a possibilidade de os sem-terra terem sido mortos por causa de uma briga por poder dentro do próprio movimento. Apenas a possibilidade de eles terem sido vítimas de latrocínio - roubo seguido de morte - não é levada em conta, já que foram encontrados no local cartões de crédito, dinheiro e outros pertences dos mortos.

Valdir Dias Ferreira, de 39 anos, Milton Santos Nunes da Silva, de 52, e Clestina Leonor Sales Nunes, de 48, foram executados com tiros na cabeça na MGC-455, altura do distrito de Miraporanga, próximo a Uberlândia. Eles haviam saído de carro de Prata, onde o movimento mantém acampamento na fazenda São José dos Cravos, quando foram fechados por um veículo cinza. Ferreira e Silva foram atingidos ao descerem do carro para verificar o que ocorria. Clestina nem teve tempo de sair do veículo.

A única sobrevivente do crime foi uma criança de 5 anos, neta de Milton e Clestina, que a polícia ainda não sabe se foi poupada ou se não foi vista pelos criminosos. A Polícia Militar levantou a hipóteses de rixa interna para o crime porque as vítimas teriam se desentendido com outros integrantes do movimento, do qual Milton era um dos líderes. No entanto, o menino afirmou que não conhece a dupla que executou os sem-terra.

O secretário de Estado de Defesa Social (Seds) de Minas, o procurador de Justiça Rômulo Ferraz, determinou "prioridade absoluta" para a apuração do caso, que está a cargo da Delegacia de Homicídios de Uberlândia, mas cuja investigação também terá a participação de integrantes do Departamento de Investigações de Homicídios e Proteção à Pessoa (DIHPP) de Belo Horizonte. Até o fim da tarde de hoje, porém, ninguém havia sido preso.

ESCÂNDALO DO SENADOR DEMÓSTENES TORRES ENVOLVE A ALTA CÚPULA DO PODER JUDICIÁRIO, ABALA A REPÚBLICA E AS AMENIDADES ESTAMPAM OS JORNAIS

O escândalo do Senador Demóstenes Torres, do DEM, abala a república na sala de estar da alta cúpula do poder judiciário e os jornais falam de amenidades.

O Senador Demóstenes Torres, que a revista Veja chamou de paladino da moralidade do Congresso Nacional, fez cerca de 300 ligações para um bicheiro detido pela Polícia Federal.
A Carta Capital revela que Demóstenes ficava com ficava com30% do dinheiro do bicheiro. Que comissão heim!! Coitado do bicheiro!!

O Senador foi protagonista do grampo sem áudio, a história de uma conversa gravada entre ele e, vejam só, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes. A revista Veja revelou esse grampo sem áudio e ajudou a impedir a investigação da Polícia Federal, estabelecendo um discurso de que todo mundo no Brasil estava sendo grampeado. O grampo nunca apareceu e nunca existiu.

Agora é revelado que o ministro do Supremo Gilmar Mendes, conhecido mundialmente por ter dado dois habeas corpus a um banqueiro preso por corrupção em menos de 24h dentro da mais alta corte do país, tem uma filha (enteada) que trabalhara para ninguém menos do que Demóstenes Torres, o senador do DEM que é suspeito de ser sócio de um bicheiro.

Fora isso, denúncias contra Demóstenes estão na Procuradoria Geral da República, nas mãos de Roberto Gurgel, que nada fez desde 2009.

Para PHA e muitos brasileiros, Gilmar Mendes não tem condições morais nem intelectuais para estar no Supremo. Aliás, levar para o supremo um Advogado Geral da União só podia dar caca. O procurador da República precisa também se explicar porque “esqueceu” da denúncia contra Demóstenes.

Ou seja, o poder judiciário contribuindo para o crime organizado e os jornais dizendo que José Serra tem o apoio de FHC para ser prefeito. É piada!!
Salve Eliana Calmon!!!

Esse blog tem dito há tempos. O problema grave da corrupção no Brasil não está no legislativo. A corrupção só existe nestes níveis porque é acobertada pelo poder judiciário.(educação política)

Quem tem medo de Wall Street?

Esvaziamento e baixa politização: donos de Wall Street podem dormir tranquilos

Márcia Camargos

NOVA YORK - Organização horizontal, sem líderes eleitos nem autoproclamados. Rostos novos apresentando uma multiplicidade de reivindicações. Uma juventude destituída de perspectivas que, só agora, premida pela crise econômica, dá os primeiros passos na tentativa de interferir nos destinos nacionais. O Occupy Wall Street, que completou seis meses, é o retrato da sociedade americana. Uma sociedade fraturada que, na opinião de muitos, enfrenta uma espécie de colapso nervoso.

Assim, enquanto milhares de pessoas vestidas de verde bebiam e cantavam na maior algazarra para comemorar o dia de St Patrick, padroeiro da Irlanda, centenas de manifestantes voltavam ao Parque Zuccotti, ou Praça da Liberdade, no sul da ilha de Manhattan, para protestar contra a corrupção e os desmandos do mercado financeiro. Sem estratégia definida, e vagamente inspirados na Primavera Árabe, em especial nos protestos da Praça Tahrir, do Cairo, que em 2011 depuseram a longa ditadura de Hosni Mubarack, gritavam palavras de ordem como “Get money out of politics!” (Separe dinheiro e política). Reclamavam que as corporações estão comprando o governo, ditando leis e confiscando diretos individuais. “Há uma grande companhia chamada Monsanto envenenando nossos suprimentos”, afirmou Karen, uma comerciante de 32 anos. “Estão tirando tudo que o ser humano necessita: abrigo, alimento e água potável, cujas fontes vêm sendo envenenadas para a obtenção de gás natural. O preço dos imóveis saiu de controle e famílias inteiras moram na rua sem condições de pagar aluguel. Estamos revoltados.”

A crítica recorrente da falta de propostas e de consistência, das ideias confusas e ingênuas de criar “homens melhores” ou defender o retorno ao campo para produzir seus próprios alimentos saudáveis foi contestada por Jonathan, de 23 anos. Ele afirmou não haver uma, mas várias mensagens que precisam ser ouvidas. “Todas são legítimas”, ponderou. “O sistema é tão complexo que queremos um novo projeto, uma alternativa, mas não temos clareza de como deva ser.” Para o estudante de artes em eterno recesso escolar, o problema não reside na estrutura, mas nos furos que meia dúzia de privilegiados encontram para obter ganhos excepcionais à custa da maioria: “Um por cento dos habitantes da nação mais próspera do planeta apoderou-se da riqueza para corromper os políticos, ao mesmo tempo que o desemprego, a especulação imobiliária, os planos de saúde privados inacessíveis, as dívidas e uma crescente pobreza tomam conta do resto da população”, completou.

Os que não se dizem socialistas nem anticapitalistas, mas batalhadores por um lugar com menos desigualdade, contavam com um valioso laboratório de aprendizado. A poucas quadras de distância, na Pace University, o Left Forum 2012, tido como o maior encontro anual reunindo um amplo espectro de esquerda formado por intelectuais progressistas, ativistas, acadêmicos e variadas organizações civis, oferecia, naquele fim de semana, mais de 400 painéis, workshops e palestras. Abordando uma miríade de temas que iam de Rosa de Luxemburgo ao racismo, da China a Cuba, passando pela América Latina e o Oriente Médio, trazia conferencistas do mundo inteiro e, em horário nobre, o cineasta Michael Moore, que fez uma aparição relâmpago no parque, um dos 503 espaços público-privados de Nova York. Ali, foi cercado por grupos que se queixavam do tratamento agressivo da polícia e das detenções arbitrárias. Entre os que foram à praça paramentados como se estivessem num desfile de carnaval ou pocket show, não faltava quem culpasse o prefeito Michael Bloomberg pela opressão do Estado corporificada no impressionante número de viaturas e guardas armados com cassetetes, revólveres e um punhado de sugestivas algemas plásticas penduras na cintura. Cerca de 300 policiais uniformizados, e outros à paisana infiltrados na multidão, vigiavam o mesmo contingente de manifestantes. Desproporcional, e incluindo até agentes da unidade antiterrorista, esse aparato ostensivo deslocado para coibir eventuais excessos deixava, segundo comentários dos presentes, um recado assustador: “Vocês podem brincar de democracia, afinal de contas vendemos a bandeira de um país livre, comprometido com a liberdade de expressão, mas experimentem sair da linha e cruzar certas fronteiras e não hesitaremos em usar toda a violência e a força bruta para manter a ordem e garantir o status quo”.

No domingo, 18, deserta e cercada por grades removíveis, a praça era, num gesto revestido de simbologia, meticulosamente esfregada em cada centímetro quadrado por uma equipe de limpeza que agia como se quisesse desinfetá-la dos micróbios da revolução. Nem precisava chegar a tanto. Que descansem os donos de Wall Street. O espetáculo do aniversário de seis meses mostra que a despolitização e falta de objetivos do movimento impedem seu avanço. Ele ilustra como a sociedade americana conseguiu criar uma geração que ainda patina sem garra nem espinha dorsal para desafiar o establishment.

MARCIA CAMARGOS É JORNALISTA COM DOUTORADO EM HISTÓRIA E AUTORA, ENTRE OUTROS, DE O IRÃ SOB O CHADOR, COM ADRIANA CARRANCA

UM ESCRITOR NA BIBLIOTECA COM FERNANDO MORAIS

A Biblioteca Pública do Paraná trás o escritor Fernando Morais abre o projeto “Um Escritor na Biblioteca” em 2012 no próximo dia 27 de Março

Depois de 27 anos, Fernando Morais volta à Biblioteca Pública do Paraná para participar do projeto “Um Escritor na Biblioteca”. Em 1985, Morais esteve na primeira versão do bate-papo, à época mediado pelo poeta Paulo Leminski.

No dia 27 de março, às 19 horas, o escritor abre a temporada do projeto em 2012. No bate-papo os autores falam sobre leitura e contam como as bibliotecas influenciaram sua formação como leitor e escritor. Ao longo do ano, serão nove encontros com grandes escritores, entre eles Domingos Pellegrini, Luiz Vilela. João Gilberto Noll e Edney Silvestre. O próximo encontro acontece em 24 de Abril, com Joca Reiners Terron.

O autor
Fernando Morais nasceu em Mariana, Minas Gerais, em 1946, e trabalhou em algumas das principais redações do Brasil. É autor de várias biografias e livros-reportagem que se tornaram best-sellers, como Olga, Corações sujos, Chatô, o rei do Brasil e O mago. Seu mais recente livro é Os últimos soldados da Guerra Fria, sobre espiões cubanos detidos nos Estados Unidos nos anos 1990.


Releitura
“Um Escritor na Biblioteca” é a releitura do projeto homônimo realizado pela BPP na década de 1980. Na primeira versão, passaram pela BPP Nélyda Pinõn, Fernando Sabino, Helena Kolody, Paulo Leminski, Ignacio Loyola Brandão, Márcio Souza, entre outros.

As conversas também são transcritas, editadas e publicadas pelo Cândido, jornal de literatura da Biblioteca Pública do Paraná. A TV E-Paraná, parceira da Biblioteca no projeto, grava e transmite os bate-papos em sua grade de programação.

O bate-papo será no Auditório Paul Garfunkel com escritor Fernando Morais, dia 27 de Março, terça-feira, às 19 horas, com entrada franca.

Lembrando que o endereço da BPP é na Rua Cândido Lopes, 133, Centro, Curitiba. Informações pelo telefone (41) 3221-4900.

Tratamento adequado do lixo domiciliar pode gerar US$ 10 bilhões por ano ao país

Agência Brasil

Brasília – O lixo domiciliar, se tivesse tratamento adequado, poderia gerar recursos da ordem de US$ 10 bilhões ao país por ano, dinheiro suficiente para beneficiar a população brasileira com cestas básicas e um plano habitacional. A estimativa é do economista Sabetai Calderoni, presidente do Instituto Brasil Ambiente e do Instituto de Desenvolvimento Sustentável. Calderoni acredita que o país vai conseguir captar cerca de 80% desse valor em cinco a dez anos.

Para o economista, o “processo social de amadurecimento” que o país viveu nos últimos anos pode, com a implantação da atual Política Nacional de Resíduos Sólidos, que estabelece, por exemplo, o fim dos lixões e a logística de retorno de embalagens e produtos usados, aumentar ainda mais os ganhos com a reciclagem de lixo no Brasil.

“A gente gasta muito menos energia, por exemplo, quando usa sucata ao em vez de usar a matéria prima virgem. É o caso da latinha de alumínio, em que eu economizo 95% da energia. Da mesma forma, economizo minha matéria prima que é a bauxita [gasta-se 5 toneladas de bauxita para produção de 1 tonelada de alumínio], e ainda economizo água”, disse Calderoni. Na mesma conta, o economista ainda considera o pagamento feito pelas prefeituras aos aterros, que recebem e enterram os resíduos, além dos gastos com o transporte desse material e a perda dos ganhos que a reciclagem poderia gerar.

Tanto o lixo domiciliar, quanto o entulho, produzido pela construção civil, por exemplo, poderiam ser tratados pela sistemática das centrais de reciclagem, modelo proposto por Calderoni para aumentar a lucratividade com a reciclagem de lixo no país. Para contornar custos das prefeituras com a implantação dessas unidades, a solução apontada pelo economista é a parceria com empresas . "Se fosse apenas um custo proibitivo e não valesse a pena, os empresários não teriam interesse em participar", declarou.

Mais de 150 municípios já implantaram centrais que, segundo ele, derruba, na prática, argumentos que colocam o investimento necessário para a reciclagem como o empecilho. “Caro é pegar matéria-prima, chamar de lixo, pagar caro para transportar o lixo e gastar dinheiro para alguém receber e enterrar. É não entender que o que você está chamando de lixo é um conjunto de matéria-prima preciosa”, disse Calderoni.

Denuncia: CNN escribe por adelantado sus guiones de Siria

La televisión siria transmitió anoche un reportaje especial sobre un equipo del servicio televisivo estadounidense de CNN que entró ilegalmente al país y estuvo de manera clandestina en Homs junto a los grupos armados terroristas.

Incluso, pasó imágenes en las que se percibe cómo el equipo estadounidense grababa con anticipación el punto donde los terroristas sabotearían un oleoducto que pasa cerca de la barriada de Baba Amr, de esa central ciudad a 162 kilómetros al norte de Damasco, inclusive arreglando la toma, para captar lo mejor posible el momento de la explosión.

Eso demuestra que tenían contacto directo con los grupos armados, conocían de sus planes, lo cual lo hacen cómplice de la violencia terrorista contra Siria, denunció el reportaje.
La televisión siria desmintió el alegato de la CNN de que el Gobierno de Damasco le negó el visado para entrar al país y mostró documentos oficiales de que a equipos de ese medio se les permitió entrar en tres ocasiones.

Uno de ellos, que estuvo legalmente en Siria a mediados de enero, viajó a Homs con otros periodistas extranjeros el día que un grupo armado atacó a la delegación periodística y mató al reportero del canal 2 de la televisión francesa Gilles Jacquier e hirió a otras 25 personas en el barrio Ekrima.

Minutos antes de acontecer ese atentado terrorista contra los periodistas, el jefe del equipo de la CNN pidió al funcionario del Ministerio de Información que los acompañaba y guiaba regresar a Damasco, pues ya habían grabado suficiente y necesitaban editar las imágenes tomadas allí en Ekrima y anteriormente en el Hospital Militar de Homs y en otro privado que visitaron.
(con información de Prensa Latina y Aporrea)

sexta-feira, 23 de março de 2012

Pessoas ficam sem sexo, álcool ou banho, mas não sem internet, mostra estudo

O que é melhor do que sexo, cerveja ou chocolate? Segundo uma pesquisa divulgada nesta quinta-feira pelo Daily Mail, nenhum dos dois: a resposta é internet. Um estudo do Boston Consulting Group envolvendo 20 mil pessoas em países do G20 apontou que mais de 20% dos entrevistados deixaria de fazer sexo se essa fosse a condição para continuar online.

A pesquisa, que questionava do que as pessoas abririam mão para se manterem conectadas à web por um ano, teve 73% de respostas indicando preferir ficar sem bebidas alcóolicas, e a mesma quantidade abandonando o chocolate. Outros 43% preferiam não praticar exercícios.

O estudo apontou que ficar sem GPS, para 84% das pessoas, e sem fast food, para 83% delas, são os maiores "sacrifícios" em prol da internet, na situação hipotética. Nos Estados Unidos, os entrevistados abandonariam também álcool, chocolate e sexo antes de deixar o carro para trás (10%) - ao menos o banho vem depois disso, com 7%, mesma média global.

No Brasil, 78% das pessoas desistiriam do GPS, 76% deixariam de beber e 72% abririam mão de fast food. As abstinências seguintes seriam café (60%), chocolate (59%) e exercícios físicos (43%). O carro (24%) vem na sequência, sexo é a oitava opção, com 12% dos votos, e banho é a nona, com 8%.

Entre outras preferências nacionais, vale destacar que a Indonésia é o país onde o álcool é a primeira opção (89%), deixando para segundo e terceiro lugares o banho e o chocolate (78%). O doce é o topo da lista na Coreia do Sul (84%). No Japão, 56% abdicariam do sexo.

Edir Macedo volta a usar seu blog para criticar a Igreja Mundial do Poder de Deus

Dessa vez ele usou o texto de um obreiro que fez muitas perguntas para um membro da Mundial que tentou fazê-lo mudar de igreja
No último domingo (11) o bispo Edir Macedo, fundador da Igreja Universal do Reino de Deus, usou seu blog para tecer críticas contra a Igreja Mundial do Poder de Deus, fundada por um ex-bispo da IURD, Valdemiro Santiago. Dessa vez ele retransmitiu um e-mail de um obreiro que questionou um membro da IMPD sobre diversas questões a respeito da fundação da Igreja Mundial.

O obreiro em questão relata que membros da igreja de Valdemiro Santiago tentam fazer com que ele desista da IURD até que um dia, cansado dessa insistência, ele resolveu dizer o que ele pensa do ministério que mais cresce no Brasil através de questionamentos a respeito da índole dos ex-pastores da IURD que hoje servem na Mundial e também sobre o próprio Valdemiro Santiago.

Ao fundar a IMPD em 1998, o apóstolo atraiu e atrai até hoje milhares de membros, obreiros e pastores da IURD que encontram ali um novo lugar para servir a Deus. Esse obreiro então questiona porque o apóstolo não foi pregar a palavra de Deus nas ruas no lugar de tirar membros da Igreja Universal.

“Por que o apóstolo passa tanto tempo criticando a IURD na televisão? E sempre apelando para baixarias, grosserias e desrespeitos pessoais com o bispo Macedo?”, pergunta o obreiro para o fiel da IMPD que fica sem saber o que falar diante de tantas indagações.

No final do texto, depois de fazer nove perguntas, o obreiro conta que o tal membro da Igreja Mundial ficou em silêncio e na outra semana disse que queria voltar para a IURD.

Nas outras vezes que Macedo citou a “concorrente” em seu blog foi usando vídeos de pessoas supostamente endemoniadas dizendo que é o próprio demônio quem opera os milagres no ministério de Santiago. Enquanto isso, Mundial continua sendo a igreja que mais cresce no país, graças aos investimentos pesados que Valdemiro tem feito em programas de televisão.

Fonte: http://noticias.gospelprime.com.br/edir-macedo-voltar-usar-seu-blog-para-criticar-a-igreja-mundial-do-poder-de-deus/#ixzz1pwEt4bi0

São Paulo terá primeiro hotel gay

A cidade ganhará, no dia 30 de abril, um hotel dedicado exclusivamente ao público gay masculino que visita a capital. O Chilli Pepper Single Hotel ficará num prédio de 2,3 mil metros quadrados na Largo do Arouche, 610, no centro, onde antes funcionava uma agência bancária.

Com a proposta de aliar lazer e hospedagem rápida ao público homossexual, ele terá uma regra clara: mulheres, mesmos as lésbicas, não entram. Segundo o empresário do setor hoteleiro e jornalista Douglas Drumond, de 40 anos, o conceito do local é preencher lacunas existente hoje na rede de hotéis da cidade, que na sua visão, ainda não atende bem os gays.

“Não existe nenhum hotel ‘gay friendly’ em São Paulo, nem durante a Parada (do Orgulho GLBT)”, diz ele, que é presidente da Câmara de Comércio LGBT e conselheiro da Coordenadoria de Assuntos de Diversidade Sexual (Cads), vinculada à Secretaria de Participação e Parceria do Município.

Vindo de uma família que já lidava com hotelaria, em Belo Horizonte, Drumond diz que só se sente confortável em um hotel na cidade – o Intercontinental, nos Jardins. Depois de anos observando o tratamento dado aos gays no Brasil e no mundo, resolveu fazer algo a respeito.

O estopim para levar o projeto adiante ocorreu no ano passado, depois do fechamento da Sauna 269, nos Jardins, conhecida como um dos mais tradicionais redutos de homossexuais da cidade. A sauna foi fechada em julho, porque a proprietária pediu o imóvel de volta.

Um mês depois, Drumond comprou um prédio do banco HSBC, aproveitando-se de sua localização: o Largo do Arouche já é tradicionalmente frequentado pelo público gay. O edifício de três andares foi comprado por R$ 5 milhões e outros R$ 2,8 estão sendo investidos, inicialmente, em reformas do hotel, que ainda tem dois terços para ser concluído.

Com três andares, ele terá visual “tecnológico”, segundo Drumond, que diz ter se inspirado em hotéis japoneses. Serão 113 quartos modulares, “caixas” individuais de madeira de 2 metros por 1,60, sem teto, com cama de solteiro e televisão de LCD, com diária estimada em R$ 120.

Haverá ainda duas suítes com banheiros privativos e três presidenciais, com custo estimado em R$ 1,5 mil. Quem não quiser pernoitar, como visitantes da Parada Gay, poderá alugar um armário no térreo por R$ 60 para deixar suas coisas, com direito a banho.

O ambiente interno deverá lembrar um avião, com cores que imitam as da companhia aérea espanhola Ibéria – preto, amarelo, cinza e laranja –, televisores espalhados e som abafado pelo ar-condicionado, que deve reduzir a falta de privacidade causada pela ausência de teto dos quartos menores.

A iluminação será indireta e no tom âmbar e haverá requintes valorizados pelo público gay, como aromatização do ambiente com essência de capim limão. Apesar disso, afirma Drumond, o ambiente não será hostil a heterossexuais, que têm entrada liberada. “Eles devem ser 20% do público”, diz Drumond, que acredita existir um nicho de homens que não se importará de estar num ambiente gay, onde se pode nadar ou pegar uma sauna nu.

Para dar conta dos mais animados e evitar constrangimentos, haverá 40 cabines no segundo andar para encontros íntimos. O Chilli Pepper deve ter cerca de 60 funcionários diretos, divididos igualmente entre gays, transexuais e héteros, que devem ficar na manutenção.

Mulheres poderão trabalhar no hotel, mas não frequentá-lo. “O atendimento é direcionado para o público masculino. Se vier uma mulher, não será bem atendida, então não deixo ela entrar. Prefiro atender bem.”

Requião é condenado a pagar R$ 30 mil a Jaime Lerner

O senador e ex-governador Roberto Requião (PMDB-PR) foi condenado pela Justiça a pagar uma indenização de R$ 30 mil por danos morais ao ex-governador Jaime Lerner (sem partido), seu antecessor na chefia do executivo paranaense e desafeto no Estado.

Segundo a decisão, Requião comentou em fevereiro de 2010, em uma solenidade quando era governador do Paraná, um artigo que Lerner havia escrito para um jornal e disse que pensava que o ex-governador "estava preso".

"Eu não soube que o Lerner tinha publicado um artigo, eu na verdade pensei que ele estava preso. Está condenado a nove anos de cadeia. Mas parece que ele fez um recurso, e o recurso dá um efeito suspensivo à prisão", disse o senador na ocasião.

Na decisão, a juíza Júlia Maria Rezende, da 4ª Vara Cível de Curitiba, disse que Requião fez as afirmações "com a evidente intenção de causar prejuízo a outrem, devendo, portanto, responder por seus atos". A decisão, de 8 de março, foi divulgada na quarta-feira (21).

Requião pode recorrer. Seus advogados não foram localizados para comentar o caso. Em seu site, o senador reagiu à condenação e chamou o caso de "chantagem".

"Isto é uma pressão. Eu me sinto chantageado como se estivessem proibindo de cumprir o meu dever de denunciar desmandos que prejudicaram e prejudicam o Paraná enquanto os autores dos desmandos não forem condenados em instância final", disse Requião.

Requião também afirmou que Lerner acabou sendo condenado pela Justiça Federal por suspeita de irregularidades na dispensa de licitação para a concessão de uma estrada no Paraná.

Em abril de 2011, Lerner foi condenado a três anos e seis meses de prisão pela Justiça Federal. Em agosto, a sentença foi mantida pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça). Apesar da decisão, o tribunal reconheceu que o crime já havia prescrito e declarou extinta a punibilidade no caso.

Essa é a segunda condenação de Requião por danos morais em menos de seis meses. Em outubro de 2011, o senador foi condenado a pagar R$ 40 mil ao ministro das Comuni­cações, Paulo Bernardo (PT).

Territórios livres

VERISSIMO - O Estado de S.Paulo

Imagine que você é o Galileu e está sendo processado pela Santa Inquisição por defender a ideia herética de que é a Terra gira em torno do Sol e não o contrário. Ao mesmo tempo você está tendo problemas de família, filhos ilegítimos que infernizam a sua vida e dívidas, que acabam levando você a outro tribunal, ao qual você comparece até com uma certa alegria. No tribunal civil será você contra credores ou filhos ingratos, não você contra a Igreja e seus dogmas pétreos. Você receberá uma multa ou uma reprimenda, ou talvez, com um bom advogado, até consiga derrotar seus acusadores, o que é impensável quando quem acusa é a Igreja. Se tiver que ser preso será por pouco tempo, e a ameaça de ir para a fogueira nem será cogitada. No tribunal laico, pelo menos por um tempo, você estará livre do poder da Igreja. É com esta sensação de alívio, de estar num espaço neutro onde sua defesa será ouvida e talvez até prevaleça, que você entra no tribunal. E então você vê um enorme crucifixo na parede atrás do juiz. Não adianta, suspiraria você, desanimado, se fosse Galileu. O poder dela está por toda a parte. Por onde você andar, estará no território da Igreja. Por onde seu pensamento andar, estará sob escrutínio da Igreja. Não há espaços neutros.

Um crucifixo na parede não é um objeto de decoração, é uma declaração. Na parede de espaços públicos de um país em que a separação de Igreja e Estado está explícita na Constituição, é uma desobediência, mitigada pelo hábito. Na parede dos espaços jurídicos deste país, onde a neutralidade, mesmo que não exista, deve ao menos ser presumida, é um contrassenso - como seria qualquer outro símbolo religioso pendurado. É inimaginável que um Galileu moderno se sinta acuado pela simples visão do símbolo cristão na parede atrás do juiz, mesmo porque a Igreja demorou mas aceitou a teoria heliocêntrica de Copérnico e ninguém mais é queimado por heresia. Mas a questão não é esta, a questão é o nosso hipotético e escaldado Galileu poder encontrar, de preferência no poder judiciário, um território livre de qualquer religião, ou lembrança de religião.

Fala-se que a discussão sobre crucifixos em lugares públicos ameaça a liberdade de religião. É o contrário, o que no fundo se discute é como ser religioso sem impor sua religião aos outros, ou como preservar a liberdade de quem não acredita na prepotência religiosa. Com o crescimento político das igrejas neopentecostais, esta preocupação com a capacidade de discordar de valores atrasados impostos pelos religiosos a toda a sociedade, como nas questões do aborto e dos preservativos, tornou-se primordial. A retirada dos crucifixos das paredes também é uma declaração, no caso de liberdade.

Bicicletas: Saudável, mas arriscado

O uso de bicicleta nas grandes cidades é uma excelente opção para fugir do maior problema que elas enfrentam, o trânsito. A questão é que não existem estatísticas que deixem seguros tanto os ciclistas quanto as autoridades para impulsionar este hábito, que além de econômico é saudável.

Infelizmente, apesar de o número de ocorrências ser pequeno, os acidentes com ciclistas são graves e muito frequentemente letais. Em fevereiro, o primeiro estudo sobre o assunto foi publicado na revista inglesa Emergency Medical Journal. A autora, Joanna Manson, do Royal London Hospital, analisou todos os acidentes registrados na região de Londres no período entre 2004 e 2009. Ela identificou 265 acidentes com ciclistas, onde foram necessários suporte de atendimento de trauma especializado e completo, com direito a helicóptero e médico no local. Desses atendimentos, 82% foram ocasionados por acidentes com veículos motorizados, os mais graves foram em razão de colisão com utilitários.

A conclusão do estudo foi que o fator de sobrevivência mais importante era a manutenção da pressão arterial, que está ligada ao sangramento. Isto é, quanto maior o sangramento e mais lento é o socorro, mais baixa fica a pressão e menor fica a chance de sobrevivência ao acidente. O controle rápido da hemorragia é o principal fator médico que pode salvar algumas vidas, mas nem todas. Sem atendimento socorrista rápido e repleto de recursos, uma cidade fica refém da sorte e de medidas preventivas.

Exército de Israel: assassinatos não muito seletivos

Escrito por Luiz Eça

A mídia do Brasil passa a idéia de que foram os palestinos quem começaram os recentes conflitos com Israel. Foram eles que lançaram dezenas de foguetes contra o território israelense, obrigando o governo de Tel-aviv a retaliar. E ainda assim os aviões israelenses lançaram mísseis com precisão cirúrgica, somente matando terroristas prestes a atacar Israel. Não foi bem isso.

Quem atacou primeiro foi Israel, assassinando Zuhair al-Qaissi, um dos líderes do Comitê de Resistência Popular (PRC), grupo integrado por militantes de vários partidos palestinos. Um drone destruiu o carro em que viajava.

A reação dos palestinos, como sempre, foi ineficaz: lançaram foguetes artesanais, cujo dano maior foi assustar os moradores judeus das cidades próximas à fronteira com Gaza, além de ferir levemente alguns trabalhadores, por sinal, estrangeiros.

Já a aviação de Israel fez um serviço muito mais completo: 22 palestinos mortos, sendo quatro comprovadamente civis, e dezenas de feridos, que tiveram o azar de estar nas proximidades dos alvos humanos. Sem falar numa série de edifícios arrasados, total ou parcialmente.

Israel justificou-se. Foi por razões de segurança que atacou, pois a vítima tinha sido o autor dos ataques ocorridos em 2011 na fronteira com o Egito e estaria planejando novas ações terroristas. O PRC desmentiu categoricamente. De fato, já era sabido que os ataques de 2011 não tinham partido de Gaza e sim do Sinai.

Quanto à acusação de que al-Qaissi estaria planejando atentados sinistros, Israel não se preocupou em provar. Disse que era verdade, e pronto!

Afinal, é assim que funciona sua política de assassinatos seletivos (“targeted killings”). Reagir contra eles, como os palestinos fizeram, é voltar-se contra políticas militares israelenses que, para Tel-aviv, têm força de lei. Portanto, é um crime, castigado com mísseis, bombas e drones.

A política de “assassinatos seletivos” não é obra de Netanyahu. Existia desde 2000, ano em que Ehud Barak, do Partido Trabalhista, era o primeiro-ministro.

Seu objetivo era eliminar terroristas que o governo israelense não teria condições de prender. Israel empregou esta tática especialmente na faixa de Gaza, onde aviões e helicópteros disparavam mísseis para atingir indivíduos, previamente selecionados por constituírem ameaça à segurança da população israelense. O exército afirmava que, dada a precisão cirúrgica dos ataques, as chances de matarem palestinos inocentes eram mínimas.

Não era o que acontecia, protestou a B’Tselem, entidade de direitos humanos judaica. Ela rejeitou as estatísticas oficiais e procedeu a uma investigação por conta própria. Apurou que, entre setembro de 2000 e agosto de 2011, os “assassinatos seletivos” liquidaram 425 palestinos, dos quais 174 (40,9%) eram civis inocentes, inclusive crianças. Isso dava uma proporção de 1 “inocente” para 1,44 vítima.

Indignados, grupos de direitos humanos palestinos entraram na justiça requerendo a proibição dessa tática israelense, sob alegação de que se tratava de execuções extralegais. Mas a Suprema Corte rejeitou o pedido. No entanto, estabeleceu algumas restrições e limitações, e que as evidências deveriam ser avaliadas caso a caso.

Como as evidências nunca são reveladas, não era possível verificar se as diretivas da Suprema Corte foram respeitadas. E os “assassinatos seletivos” continuaram na mesma.

Assim, não havendo transparência, a decisão da Suprema Corte permanece como letra morta. Na seleção e eliminação dos alvos humanos, as autoridades de segurança israelenses têm poderes totais: funcionam, ao mesmo tempo, como acusadores, juízes e carrascos.

Simplesmente confia-se nos critérios de indivíduos que podem ser “falcões”, para quem mesmo militantes pacíficos de movimentos pró-libertação da Palestina representam ameaças potenciais de terrorismo e merecem ser liquidados.

Quando cometem erros não são responsabilizados. Mortes de inocentes nos ataques são consideradas apenas danos colaterais.

Depois dos quatro dias de ataques aéreos contra a indefesa Gaza, o Observatório Euro-Mediterrâneo de Direitos Humanos criticou o assassinato seletivo que deu origem ao conflito, taxando-o de flagrante violação da lei internacional e de “assassinato fora da lei e sem julgamento.”

Pode ser escolhido o nome que você quiser: execução, assassinato, liquidação, o que for. O importante é que os “targeted killings” de Israel representam a negação do direito de defesa perante uma autoridade judiciária.

Embora seja moda excluir esse direito, como os EUA de Barack Obama andam fazendo, ele continua essencial na democracia.

Luiz Eça é jornalista.

Sem acordo com governo, centrais mantém agenda de manifestações

Nesta quarta (21), milhares de trabalhadores pararam o trânsito na Via Anchieta, que liga São Paulo à baixada santista. Nesta quinta (22), o alvo será a Avenida Paulista. Os trabalhadores reivindicam a desoneração do pagamento de imposto de renda na Participação nos Lucros e Resultados (PLR), o que aumentaria o poder de compra dos trabalhadores, fortalecendo o mercado interno. Ministro da Fazenda prometeu resposta em 15 dias.

Carta Capital

Brasília - Terminou sem acordo a reunião dos representantes das centrais sindicais com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, na tarde desta quarta (21), para discutir a desoneração do pagamento de Imposto de Renda (IR) na Participação nos Lucros e Resultados (PLR), reivindicação que levou milhares de metalúrgicos a pararem o trânsito na Via Anchieta, que liga São Paulo à baixada santista, durante a manhã.

Nesta quinta (22), portanto, as manifestações continuam. O novo alvo será na Avenida Paulista, coração financeiro de São Paulo. Bancários prometem atrasar a abertura das 43 agências da via. Também está previsto um ato em frente à sede do Banco Central. Na semana que vem, haverá manifestações em Porto Alegre (RS) e Florianópolis (SC). Na seguinte, de novo em São Paulo (SP) e Manaus (AM).

A desoneração do PLR, apresentada ao governo desde o ano passado, foi discutida em reunião com a presidenta Dilma Rousseff, há uma semana. Entretanto, o ministro disse que ainda não tinha uma posição sobre o pleito e prometeu dar uma resposta aos trabalhadores em 15 dias.

“Há um processo de negociação, que nós consideramos muito lento. Então, há também um processo de manifestações que começaram hoje e prosseguem amanhã. Nós vamos enfrentar essa discussão nas ruas, porque achamos que o governo está muito lerdo”, afirmou o presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP).

O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Artur Henrique, ressaltou a importância da desoneração da PLR no processo de fortalecimento do mercado interno, que pressupõe mais renda do trabalhador.

“A forma de se colocar mais renda nos salários, por exemplo, é isentando o pagamento do imposto de renda na PLR, que foi criada justamente para incentivar a produção e, agora, de 20% a 30% do valor fica para o governo, em forma de Imposto de Renda. Esta proposta é para isso: mais dinheiro no salário para que os trabalhadores possam consumir e a economia possa crescer mais rapidamente”, explicou.

O presidente da Força Sindical acrescentou que os impactos da desoneração causaram controvérsias durante a reunião. O governo estimou em R$ 5 milhões, enquanto os trabalhadores, com base em cálculos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), prevêem algo em torno de R$ 1,8 bilhões.

Outras reivindicações
O presidente da CUT disse que a central reivindicou também maior participação dos trabalhadores nas medidas que vem sendo tomadas pelo governo para estimular a indústria nacional. Entre elas, a desoneração da folha de pagamento para setores da indústria, principalmente os exportadores, que impactam diretamente na previdência social, historicamente tratada como deficitária pelo próprio governo.

Segundo ele, o ministro se comprometeu a baixar, até a próxima semana, um decreto criando uma comissão de trabalhadores, empresários e governo para acompanhar o impacto das medidas.

O presidente da Força Sindical disse que as centrais propuseram, ainda, que o governo eleve a exigência do percentual do chamado conteúdo local na produção de veículos. O deputado defende a elevação dos atuais 8% para 21% o conteúdo das peças.

O presidente da CUT acrescentou que é preciso discutir também o que é conteúdo local. “Hoje, se a montadora contrata uma empresa brasileira para fazer a propaganda dos veículos, isso é considerado conteúdo local. Nós queremos 60% só de peças e produtos”, esclareceu.

quinta-feira, 22 de março de 2012

PF prende jovens de Curitiba e Brasília que postavam mensagens criminosas na internet

A Polícia Federal em Curitiba identificou dois homens de Curitiba e Brasília que há meses vinham postando na internet mensagens de apologia de crimes graves e da violência, sobretudo contra mulheres, negros, homossexuais, nordestinos e judeus. Emerson Eduardo Rodrigues e Marcelo Valle Silveira Mello colocavam as mensagens criminosas no site silviokoerich.org. Os dois tiveram a prisão preventiva decretada e os mandados foram cumpridos nesta quinta-feira (22), durante a fase ostensiva da chamada “Operação Intolerância” .

Até esta manhã, o site continuava no ar. Em um dos posts, o autor diz: "Vocês podem denunciar o quanto quiserem. Que todos estes movimentos esquerdistas façam coro, berrem, gritem, no fundo, não vai acontecer m... nenhuma. O mundo em que vocês vivem querendo ou não, é capitalista, e o dinheiro e o poder compram tudo", diz.

As investigações, conduzidas pelo Núcleo de Repressão aos Crimes Cibernéticos, uma Unidade Especializada da PF, foram feitas a partir de inúmeras denúncias relacionadas ao conteúdo discriminatório do site. O Ministério Público Federal e à ONG SaferNet também receberam pedidos de providências a respeito do conteúdo criminoso do site investigado, um número recorde da participação de populares no controle do conteúdo da internet brasileira.

Também, nesta manhã, a PF dá cumprimento aos mandados de busca e apreensão expedidos pela JF, para examinar residências e locais de trabalho dos criminosos.

Dentre os conteúdos publicados pelos criminosos e localizados pela PF, havia referência ao apoio prestado pelos criminosos ao atirador Wellington, que em 2011 atacou a tiros uma escola em Realengo, no Rio de Janeiro, matando diversas crianças, bem como à suposta incapacidade da Polícia Federal em o localizar e deter.

“Sílvio Koerich”

O nome “Sílvio Koerich” foi apropriado indevidamente pelo investigado Emerson Eduardo Rodrigues, que havia sido expulso de um fórum de debates feminista, representando assim uma represália àquela pessoa, que inicialmente rejeitou, num ambiente virtual, as declarações preconceituosas, homofóbicas e intolerantes do ora investigado preso.

Rodrigues e Mello estão sendo acusados pelos crimes de incitação/indução à discriminação ou preconceito de raça, por meio de recursos de comunicação social (Lei 7716/89); incitação à prática de crime (art. 286 do Código Penal) e publicação de fotografia com cena pornográfica envolvendo criança ou adolescente (Lei 8069/90-ECA).

Consta da decisão judicial que decretou a prisão preventiva dos criminosos que “Elementos concretos colhidos na investigação demonstram que a manutenção dos investigados em liberdade é atentatória à ordem pública. A conduta atribuída aos investigados é grave, na medida em que estimula o ódio à minorias e à violência a grupos minoritários, através de meios de comunicação facilmente acessíveis a toda a comunidade. Ressalto que o conteúdo das ideias difundidas no site é extremamente violento. Não se trata de manifestação de desapreço ou de desprezo a determinadas categorias de pessoas (o que já não seria aceitável), mas de pregar a tortura e o extermínio de tais grupos, de forma cruel, o que se afigura absolutamente inaceitável.”

Mais informações sobre a operação serão fornecidas pela PF em entrevista coletiva nesta quinta-feira.(banda b)

Jogador Adriano é flagrado em clima quente com ex-namorada

A preparação física do Imperador começou no sábado com levantamento de copo e com mergulhos na piscina da casa onde está hospedado, no alto da Praia da Ferradura. E uma recaída: quem o acompanhava era a ex-namorada Luana Kisner, com quem havia rompido em novembro do ano passado.

À noite, foi a vez de exercitar as pernas, circulando pelo balneário. Adriano foi parar num bar, longe do burburinho dos turistas. Um segurança controlava o assédio ao craque. O Imperador queria continuar a maratona de exercícios e chamou Luana para dançar. Ela recusou, mas ele continuou queimando calorias beijando. Já de madrugada, foram matar a fome numa loja de conveniência.

Adriano arremessou três salgados para dentro, e foi embora de lá com uma sacola de sanduíches. No dia seguinte, sinuca para enrijecer os músculos do braço, churrasco, dancinha para o antigo novo amor e, ninguém é de ferro, mais cerveja. De tão “pesado” o treinamento, o Imperador não conseguia disfarçar que mancava o tempo todo.(

Partidos adversários do PSDB já têm 'arsenal' contra José Serra

Adversários do tucano começam a usar promessa descumprida de 2004; questão preocupa PSDB


SÃO PAULO - Partidos adversários do PSDB em São Paulo já se preparam para usar um “arsenal” contra o ex-governador José Serra na eleição pela Prefeitura paulistana. O objetivo é aproveitar a declaração recente do pré-candidato sobre seu compromisso de ficar na Prefeitura, caso eleito, e explorar o que chamam de contradições do tucano sobre o assunto.

Em café da manhã nesta quarta-feira, 21, com o vice-presidente Michel Temer (PMDB), no Palácio do Jaburu, representante do PRB, que lançará como candidato a prefeito Celso Russomanno, e do PC do B, que tem como pré-candidato o vereador Netinho de Paula, falaram sobre o uso de imagens e reportagens que mostrariam que Serra não cumpriu promessa de ficar na Prefeitura por quatro anos, feita na eleição de 2004.

Na segunda-feira, ao ser questionado sobre a sua assinatura num documento elaborado pela Folha de S. Paulo, durante a campanha daquele ano, o tucano disse que se tratava de um “papelzinho” e que não havia ido ao “cartório” para assiná-lo. No papel assinado por Serra, havia o compromisso de que ele não renunciaria ao cargo de prefeito. Eleito em 2004, o tucano governou a cidade por um ano e três meses, quando renunciou para disputar o governo do Estado.

O presidente nacional do PRB, Marcos Pereira, citou como exemplo do “arsenal” a ser usado o debate mediado por Boris Casoy, na Rede Record, em 2004, no qual Serra se comprometia a cumprir o mandato.

Na ocasião, o tucano disse: “Eu assumo esse compromisso como já assumi, embora os candidatos adversários gostem de dizer que eu vou sair para me candidatar a presidente da República ou a governador e etc. Não. Meu propósito, meu compromisso e minha determinação é governar São Paulo por quatro anos”.

A imagem é motivo de preocupação no PSDB. No partido, teme-se o impacto da fala de Serra se comprometendo a cumprir o mandato, se usado no horário eleitoral gratuito na TV. Para os tucanos, a declaração sobre o “papelzinho”, aliada às imagens do debate e ao episódio da “bolinha de papel”, quando uma bobina de adesivo acertou sua cabeça na campanha de 2010, trarão para o centro do debate a discussão sobre a palavra do candidato.

Na reunião, Temer, Pereira, o presidente do PC do B, Renato Rabelo, e o ex-ministro Orlando Silva falaram da manutenção de suas pré-candidaturas até maio. O PT teme que Netinho tire votos do pré-candidato Fernando Haddad, mas vê com bons olhos a candidatura do PMDB, com Gabriel Chalita, e de Russomanno. Ambos terão o PSDB como alvo. (estadão)