segunda-feira, 12 de março de 2012

RICARDO TEIXEIRA RENUNCIA À PRESIDENCIA DA CBF

Ricardo Teixeira não é mais presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e do Comitê Organizador Local da Copa do Mundo de 2014 (COL). Em entrevista coletiva nesta segunda-feira, na sede da entidade no Rio de Janeiro, José Maria Marin - vice-presidente do Sudeste e mandatário em exercício após a licença médica de Teixeira na última semana - anunciou que o cartola renunciou aos cargos.

Marin leu uma carta de Teixeira em que o dirigente dizia: "Hoje, deixo definitivamente a presidência da CBF". No texto, o ex-presidente anuncia Marin, de 79 anos, como seu substituto na confederação. No COL, os ex-jogadores Bebeto e Ronaldo fazem parte do conselho de administração. Segundo Marin, ele também entrará no COL.

No comunicado, Teixeira deixou um "muito obrigado" à torcida brasileira, lembrou os títulos conquistados pela Seleção desde sua chegada em 1989 e considerou injustas as acusações que tem sofrido. "Fiz nesses anos o que estava ao meu alcance, sacrificando a saúde", dizia o texto. Na última sexta, o dirigente havia pedido licença médica. Na véspera da Assembleia Geral da CBF, que foi realizada dia 29 de fevereiro, ele passou mal durante uma reunião e teve que deixar a sede da entidade com dificuldades de se locomover. Em setembro do ano passado, Teixeira foi internado por dois dias no Rio de Janeiro devido à diverticulite (processo inflamatório e infeccioso do divertículo - bolsas circulares da parede do colón que têm ligação com o intestino grosso).

Ex-genro de João Havelange, Teixeira assumiu a CBF em 16 de janeiro de 1989. Com ele no comando, a Seleção conquistou duas Copas do Mundo (1994 e 2002), três Copas das Confederações (1997, 2005 e 2009) e cinco Copas Américas (1989, 1997, 1999, 2004 e 2007). O dirigente também criou a Copa do Brasil (1989) e transformou o Campeonato Brasileiro em disputa de pontos corridos, com turno e returno, a partir de 2003. Sua maior vitória foi conquistada em 2007: liderou a candidatura do Brasil para ser sede da Copa do Mundo de 2014 e, logo em seguida, tornou-se presidente do Comitê Organizador Local (COL).

Antes do carnaval, alguns jornais e sites brasileiros passaram a divulgar que Teixeira deixaria o poder em breve. A esposa e a filha mais nova do dirigente viajaram para Miami, assim como o dirigente, o que aumentou a especulação. As notícias sobre a possível saída de Teixeira aumentaram com as denúncias da imprensa internacional sobre o envolvimento dele em escândalos de corrupção da Fifa, onde é membro do Comitê Executivo.

O nome de Teixeira foi envolvido em uma denúncia da TV inglesa BBC, que apontou o dirigente como um dos que teriam recebido comissões da agência de marketing ISL (extinta em 2001 por falência). Por causa dessas relações, a ISL teria obtido lucrativos contratos de patrocínio e de direitos de televisão com a Fifa. No Brasil, a Polícia Federal chegou a instalar um inquérito para apurar a suposta lavagem de dinheiro e evasão de divisas do presidente da CBF.

Desafeto de Teixeira, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, prometeu em outubro do ano passado que tornaria público os arquivos do "caso ISL". Contudo, por questões legais, a promessa ainda não foi cumprida.

No Brasil, o dirigente também virou alvo de acusações sobre o envolvimento com a empresa Ailanto, responsável pela organização do amistoso em Brasília entre Brasil e Portugal em 2008 e que recebeu R$ 9 milhões do governo do Distrito Federal. A Polícia Civil da capital abriu inquérito para investigar suposto desvio de dinheiro público. A Ailanto tem como sócio o presidente do Barcelona, Sandro Rosell, um dos melhores amigos de Teixeira.(globo esporte)

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