terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Alvaro Dias recebe troféu de melhor senador do País

"Ele foi o vencedor do Prêmio em 2006 e já mostrou que é imbatível em votações pela internet". Foi assim que os apresentadores Cristina Serra e Heraldo Pereira, da TV Globo, convidaram o senador Alvaro Dias (PSDB/PR) para subir ao palco do auditório e receber o troféu de melhor senador do País.

Valorização da Instituição
A festa do Prêmio Congresso em Foco 2008 foi na noite desta segunda-feira (01/12), na sede do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), em Brasília. No auditório lotado, Alvaro Dias recebeu o troféu das mãos do presidente da OAB, Cezar Britto, e do diretor do Congresso em Foco, Sylvio Costa. Em um breve discurso, agradeceu os votos e a confiança dos internautas que, pela segunda vez, o elegeram. "Com este prêmio, o Congresso em Foco está valorizando a instituição parlamentar. O Legislativo tem sido achincalhado, mas é preciso mostrar o outro lado. Os parlamentares são passageiros, a instituição é definitiva. Preservá-la é preservar a democracia", disse.

O dobro dos votos
Alvaro Dias foi eleito melhor senador com o dobro dos votos do segundo colocado. Em dois meses, o site Congresso em Foco registrou mais de um milhão de votos. 42 parlamentares (26 deputados e 16 senadores) foram pré-selecionados por jornalistas que fazem a cobertura política no Congresso Nacional. Segundo o Congresso em Foco, o Prêmio foi criado para estimular os brasileiros a analisarem o desempenho dos parlamentares e a prestarem mais atenção no que se passa no Legislativo. "Com este prêmio, combatemos a imagem de que todos os políticos são iguais", disse o diretor do site, Sylvio Costa, na festa de premiação.

Público da festa
O troféu de melhor senador, recebido por Alvaro Dias, foi criado pela artista plástica Suzana Gouveia. O deputado Fernando Gabeira (PV/RJ) recebeu o prêmio de melhor deputado. Além do presidente do Senado, Garibaldi Alves, e dos parlamentares premiados, a solenidade contou com a presença de representantes do Sindicato dos Servidores do Poder Legislativo Federal (Sindilegis), da Associação dos Delegados da Polícia Federal (ADPF), do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do DF (SJPDF), da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) e da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe). A festa terminou com uma apresentação do grupo paulistano Samba de Rainha.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

MR8 sai do PMDB e vira Partido Pátria Livre

Leia o Documento do Comitê Central do MR8 que define a fundação do Partido Pátria Livre:

O Brasil vive um momento decisivo da sua história.

A crise econômica produzida pela especulação irrefreada dos monopólios para obter mega-lucros à margem da produção explodiu no coração de Wall Street e se alastra pela Europa e o Japão.
As superstições neoliberais, que livraram de qualquer controle social a ganância devastadora das feras, elevaram a níveis inauditos a desproporção entre a capacidade de produção e o nível de consumo das grandes massas empobrecidas – e acabaram por cobrar seu amargo preço.
Nunca houve período em que os monopólios desfrutassem de tamanha liberdade para afrontar a resistência a seus interesses com os métodos que derivam da sua condição intrínseca de perseguir um lucro além do obtido pela extração direta da mais-valia de seus empregados: fixação de sobrepreços, especulação, fraude, suborno, espionagem, chantagem, intimidação, assassinato, pilhagem e genocídio.

O grau de profundidade da depressão que fatalmente ocorrerá nos países mais atingidos está na razão inversa da capacidade dos governos e da mobilização popular de estabelecerem sólidos mecanismos de contenção dessas práticas - enquanto não for possível superá-las por um ordenamento econômico onde as empresas públicas ocupem o lugar dos monopólios privados.

Os monopólios são o fruto podre e envenenado do modo de produção capitalista. Brotaram da impotência do mercado frente ao processo de concentração e centralização do capital e se voltam contra ele para livrar-se das amarras da concorrência e impor sua tirania. Por isso já se disse, com muita propriedade, que seu surgimento anuncia o esgotamento do sistema.

Mas seria tolice pensar que o socialismo, por ser a alternativa mais avançada ao domínio dos monopólios, seja a única opção quando se trata de combatê-los efetivamente. O mercado não tem como evitar o nascimento de seus edipianos rebentos. E, manietado por eles, não pode restringir a sua ação. Mas o Estado, a depender da força que tenham dentro e fora dele os trabalhadores e o capital privado não-monopolista, pode contê-los. Mais: pode evitá-los, e inclusive eliminá-los, através da constituição de empresas estatais, sem que o socialismo tenha sido implantado. Portanto, não é recomendável fugir das complexidades da vida, porque a conseqüência seria trocar a luta política por um propagandismo estéril e imobilista.

Como toda a crise ocorrida no centro do sistema imperialista, esta também pode, em decorrência das medidas que adotemos para enfrentá-la, nos levar de roldão ou fortalecer a nossa independência.

Os monopólios de mídia e a oposição, em absoluta discrepância com os interesses da Nação, difundem toda a espécie de boatos, pseudoteorias e previsões alarmistas que possam ajudar a crise a se introduzir no país.

No afã de responsabilizar o presidente Lula pelas dificuldades econômicas que adviriam desta invasão, os corvos semeiam a desordem, sem medir as conseqüências. A perspectiva de poderem extrair algum dividendo eleitoral do sacrifício do país os cega para o alto preço que acabaria tendo que ser pago por todos.

No entanto, é perfeitamente possível derrotá-los mais esta vez, barrando a crise e acelerando o crescimento econômico.

Antes de mais nada, é preciso reduzir as taxas de juros astronômicas praticadas no Brasil.
Sem erradicar essa praga, cultivada pelos setores interessados em transferir renda do setor produtivo aos monopólios financeiros, nenhuma medida de combate à crise terá eficácia e sequer será levada a sério pelos agentes econômicos.

A própria imagem do Brasil no G-20 sofreria um dano considerável se ele fizesse internamente o oposto do que nosso presidente aprova e defende nas reuniões internacionais.

Paralelamente, é preciso intensificar o processo iniciado pelo governo Lula de fortalecer a ação do Estado na economia, através do investimento público, da expansão do mercado interno, da ampliação da infra-estrutura, da substituição de importações - e reforçá-lo com o controle sobre o fluxo de capitais e a regulação econômica estatal onde ela se fizer necessária. Em uma palavra: retomar e aprofundar o projeto nacional-desenvolvimentista, cujos alicerces foram plantados na era Vargas, e depositar no lixo da história os restos do modelo dependente em sua versão mais extremada, a neoliberal.

O projeto nacional-desenvolvimentista tem por base a aliança entre o Estado, os trabalhadores e o setor privado nacional para defender o país da voragem dos monopólios e promover, simultaneamente, crescimento econômico e distribuição da renda.

Historicamente, quando ele foi implantado, não tinha sentido falar de monopólios nacionais, pois eram todos externos, ainda que mantivessem filiais no Brasil.

Hoje, não se pode dizer o mesmo. No ramo financeiro, no das telecomunicações, mineração, siderurgia, petroquímica, construção e outros surgiram empresas nacionais - nove entre dez cevadas à sombra do criminoso processo de privatizações - que reproduzem as práticas
anti-sociais dos monopólios externos e compartilham com eles o espaço nos mesmos cartéis para açambarcar o mercado, esfolar consumidores, esmagar fornecedores e sugar o Estado, bloqueando, em conseqüência, o livre desenvolvimento das forças produtivas nacionais.
Confundir esses setores com o capital privado nacional não-monopolista seria um erro de conseqüências desastrosas. A pior coisa que o governo poderia fazer ao Brasil e a si mesmo no momento de empregar o máximo de firmeza para conjurar a ameaça de penetração da crise seria facilitar a qualquer espécie de monopólio privado o acesso aos recursos públicos, em detrimento dos setores que podem, de fato, alavancar o desenvolvimento: o setor estatal e o setor privado nacional não-monopolista.

Ao fazer balançar dentro dos EUA velhos mastodontes como o Citibank, a General Motors e outros tantos, a crise internacional abre largas avenidas para o desenvolvimento do Brasil. Mas nenhuma delas passa pelo fortalecimento da ação dos monopólios no interior da nossa economia.
Mostra disso foi dada com a escandalosa utilização do compulsório pelos bancos para adquirir patrimônios e não para liberar crédito conforme o prometido; com as falcatruas da Odebrecht, às expensas do BNDES, no Equador e na Venezuela; com as manobras da Vale do Rio Doce para catapultar o preço dos minérios; com o seqüestro das máquinas dos agricultores do Mato Grosso, por bancos que sequer lhes emprestaram recursos próprios, pois operavam como repassadores de recursos do BNDES; com a reedição da prática terrorista das montadoras de usarem as férias coletivas como prenúncio de demissões, apesar de receberem R$ 8 bilhões do setor público - Banco do Brasil e Nossa Caixa - para financiar as vendas de veículos.

É verdade que nosso dever de brasileiros nos obriga a assumir a defesa de qualquer empresa nacional (mesmo monopolista) nas eventuais disputas resultantes de suas contradições com os monopólios externos, pois as primeiras não têm por meta remeter lucros - declarados ou não - para fora do país.

Porém, o mais importante é deixar claro para o conjunto da sociedade o antagonismo entre os monopólios privados de qualquer origem e a perspectiva de desenvolvimento com distribuição da renda, o único que interessa aos trabalhadores e à esmagadora maioria do empresariado nacional - pois crescimento econômico com concentração da renda é, e não tem como deixar de ser, a ante-sala de todas as crises.

Ao contrário dos monopólios externos, cujos 500 maiores controlam através de 420 filiais cerca de 40% da nossa economia, os monopólios nacionais não chegam a duas dezenas. A médio prazo, têm apenas duas possibilidades: serem engolidos por monopólios externos ou cruzarem as fronteiras para piratear os vizinhos. Como a formação histórica, social e cultural do Brasil é um poderoso freio ao exercício do segundo papel, o caminho que acabaria se impondo seria a desnacionalização dessas empresas.

Portanto, a idéia de compensar a drenagem de nossos recursos para fora, realizada pelas multinacionais estrangeiras, com a drenagem de recursos para dentro, através de “multinacionais brasileiras”, é um atalho que leva ao precipício. Ilusão vadia, dispendiosa e suicida, quando implica em retirar recursos vitais à expansão da produção interna para financiar via BNDES - ou seja, com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador - uma versão caricata da aventura ultramarina.

Hoje, mais do que nunca, o que interessa ao povo brasileiro é avançar no caminho indicado pelo presidente Lula com o PAC: crescimento econômico com expansão do mercado interno - mais produção, mais emprego e mais salário.

Para isso é indispensável ampliar, no interior da economia nacional, o peso do setor estatal e do setor privado nacional não-monopolista em relação aos monopólios, pois no Brasil, assim como no mundo, são eles a fonte dos maiores problemas e das maiores desgraças.
Ao enfraquecê-los, a crise internacional nos oferece uma oportunidade ímpar de acelerar esse processo. Não devemos desperdiçá-la.

Os mais de 40 anos de experiência do Movimento Revolucionário 8 de Outubro nas lutas políticas e sociais do nosso povo nos dão a convicção de que para fazer frente a esse momento é imprescindível o registro de um novo partido político no Brasil.
Esse partido deve se guiar por cinco pressupostos básicos:

1º. Que na atual etapa do nosso desenvolvimento histórico a principal questão da luta mais ampla e fundamental pelo avanço da democracia está na superação das relações de produção dependentes, ou seja, na conquista da plena independência nacional.

2º. Que esta luta corresponde às necessidades e interesses de todos os setores da sociedade brasileira, à exceção dos monopólios, e implica na constituição de uma frente de forças políticas e sociais que abrace e transforme cada vez mais em realidade viva o projeto nacional-desenvolvimentista.

3º. Que politicamente esta frente está hoje constituída pelos partidos que integram a base do governo, com destaque para o PT e o PMDB, que são os maiores e mais influentes. A principal expressão e o principal líder dessa aliança é o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Fora dela o que existe é o retrocesso. Por isso, utilizar reais ou supostas limitações da frente para combatê-la, ao invés de lutar para impulsioná-la, só tem levado setores que se pretendem à esquerda ao vexatório papel de linha auxiliar das viúvas do neoliberalismo encasteladas no PSDB e no Dem.

4º. Que o ritmo de desenvolvimento de todo esse processo de lutas é ditado pelo grau de consciência e organização de seus maiores interessados, os trabalhadores. Portanto, a atuação do partido no movimento sindical e nos movimentos sociais é fundamental e decisiva.
5º. Que no horizonte da luta pela ampliação da democracia está a construção de uma sociedade socialista, onde o mercado, ao invés de devastado pelos monopólios, seja superado pelo planejamento consciente do conjunto das atividades econômicas, à medida que os meios de produção se convertam em propriedade pública, através de um Estado que incorpore crescentemente às suas atividades as amplas massas da população, até esgotar seu papel e extinguir-se.

Da letra do Hino da Independência vem o nome deste novo partido que convocamos a brava gente brasileira a construir conosco: Partido Pátria Livre. Porque é exatamente disso que se trata: concentrar todas as energias para completar a grande obra da independência nacional.
Esta obra ainda não foi concluída. Várias gerações de brasileiros ao longo da história deram o melhor de si para desenvolvê-la e obtiveram êxitos notáveis. A maior parte dessa construção, que começou com Tiradentes, passou por Getúlio e chegou a Lula, já foi realizada. Mas a que falta deixa o país e o povo vulneráveis à espoliação externa que tolhe o nosso desenvolvimento econômico, político, social e cultural.

Concluí-la aceleradamente será o principal objetivo do Pátria Livre.

O primeiro passo dessa caminhada é recolher as 500 mil assinaturas, até o mês de junho de 2009, para que o PPL possa apresentar seus candidatos às eleições de 2010.
Aos companheiros do PMDB, com os quais tivemos a honra de conviver por mais de 30 anos no interior da mesma estrutura partidária, repartindo o pão, as glórias e eventuais desventuras, o nosso sincero e comovido reconhecimento. Seguiremos juntos na grande frente nacional que se aglutina em torno do presidente Lula, pela qual tanto nos batemos e que, ainda mais do que antes, continuará a contar com a nossa plena dedicação.

São Paulo, 7 de dezembro de 2008
Comitê Central do Movimento Revolucionário 8 de Outubro

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Copom afronta Lula e mantém juro; Fiep pede mudança no BC

O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu ''ainda'' manter a taxa básica de juro (Selic) em 13,75% ao ano, sem viés nem de alta e nem de baixa. A decisão, condenada por protestos das centrais sindicais e uma ''calamidade inaceitável'' por entidades patronais, é também uma afronta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, segundo os rumores que chegaram à imprensa nos últimos dias.

A decisão veio após quatro horas de reunião. A lacônica nota oficial de praxe admite desta vez que ''a maioria dos membros do Comitê discutiu a possibilidade de reduzir o juro'', mas anuncia que a decisão tomada, ''ainda'', foi ''por unanimidade''. Veja a íntegra da nota:
''Tendo a maioria dos membros do Comitê discutido a possibilidade de reduzir a taxa básica de juros já nesta reunião, em ambiente macroeconômico que continua cercado por grande incerteza, o Copom decidiu por unanimidade, ainda manter a taxa Selic em 13,75% a. a., sem viés, neste momento. O Comitê irá monitorar atentamente a evolução do cenário prospectivo para a inflação com vistas a definir tempestivamente os próximos passos de sua estratégia de política monetária.''

Finanças dizem amém, indústria não
Conforme a liturgia do Banco Central, a ata desta reunião será divulgada em 18 de dezembro, próxima quinta-feira, às 8h30. A próxima reunião do Copom ocorre nos dias 20 e 21 de janeiro de 2009.

A taxa Selic está em 13,75% desde 10 de setembro de 2008, após sucessivas majorações que a elevaram em 2,5 pontos. Essa é a segunda estabilidade seguida da taxa, após a do fim de outubro.

Entre os analistas das chamadas instituições financeiras, esta era a previsão amplamente majoritária. De 60 dessas instituições consultadas pelo AE Projeções, 58 esperavam a manutenção da taxa e apenas duas aguardavam redução, com o menor índice conforme a praxe do Copom, de 0,25 ponto porcentual.

Já na esfera do chamado capital produtivo, a primeira reação foi francamente crítica: o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Rodrigo da Rocha Loures, afirmou que é preciso mudar a condução do Banco Central. “Ao manter a taxa básica de juros em 13,75% ao ano a equipe do Banco Central se mostrou obsoleta para lidar com o cenário e os efeitos da crise”, disse.

Horas antes, as manifestações promovidas pelas centrais sindicais na tentativa de sensibilizar o Copom insistiram nesta mesma tecla: 'Ou caem os juros, ou cai Meirelles', foi a palavra-de-ordem (clique aqui para ver mais).

''Uma verdadeira calamidade''
Na avaliação do dirigente da Fiep, deixar a taxa neste nível representa a validação de uma política recessiva. “Não podemos aceitar a decisão do Copom. Ela se mostra uma verdadeira calamidade ao não agir para evitar a destruição do espírito empreendedor que fez o país crescer nos últimos anos. O governo precisa agir rápida e pesadamente em favor da produção, ajustando a política monetária e cambial para que tenhamos capacidade de financiar o setor produtivo”, destaca.

“Não se justifica o uso da pseudo-ortodoxia em vigor em nome de uma suposta ameaça inflacionária que só é enxergada pelos `guardiões da moeda`. Em termos do balanceamento de riscos entre inflação e recessão, não há nenhuma dúvida de que o risco de recessão é muitíssimo maior e possui, caso se confirme, conseqüências mais negativas para a economia como um todo”, argumentou Rocha Loures.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Centrais mobilizam 35 mil em Brasília pelo desenvolvimento

Vindos de todos os cantos do país, mais de 35 mil trabalhadores, sob forte chuva que atingiu o Plano Piloto, ocuparam a Esplanada dos Ministérios, nesta quarta-feira (3), para defender medidas que afastem os efeitos da crise internacional do Brasil e mantenham o crescimento econômico e a geração de empregos. A manifestação fez parte da já tradicional Marcha Nacional da Classe Trabalhadora, que este ano chegou a sua quinta edição.

Embora portando uma pauta com 18 propostas, a redução da taxa básica de juros foi a frase mais proferida pelos dirigentes da CUT, Força, CGTB, CTB, Nova Central e UGT, que além de marcharem por mais de seis quilômetros do estádio Mané Garrincha até o Congresso, tiveram uma agenda cheia de reuniões com representantes do Executivo, Legislativo e Judiciário.

“Viemos mostrar ao presidente Lula que a classe trabalhadora está unida e mobilizada para defender as medidas necessárias para não deixar que o Brasil seja atingido pela crise. A primeira, e mais importante delas, é que é preciso parar com essa política econômica perversa de juros nas alturas. É preciso dar uma demonstração para a sociedade e abaixar os juros. Em segundo lugar, precisamos controlar o fluxo de capitais, dar um basta na farra das multinacionais, que remetem bilhões para as suas matrizes e aparecem de pires na mão diante do governo para pedir dinheiro, ameaçando com demissões. Não somos contra as empresas remeterem lucros, mas não da forma como está sendo feito. Uma parte do dinheiro deve ser reinvestido no Brasil”, afirmou o presidente da CGTB, Antonio Neto.

Após a caminhada, os trabalhadores realizaram um ato político em frente ao Congresso Nacional, contando com a presença de uma série de parlamentares que foram manifestar o apoio às reivindicações das centrais. Um deles a discursar, o deputado Vicentinho (PT-SP), foi portador da notícia de que duas das bandeiras da Marcha haviam tido um andamento significativo neste mesmo dia. O parlamentar informou que a Convenção 151 da OIT (que regulamenta a negociação coletiva no serviço público), tinha sido aprovada na Comissão de Trabalho da Casa e seria remetida ao Plenário. A segunda viria a se concretizar logo a tarde, quando o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia, anunciou que pediria regime de urgência para a tramitação do projeto que prevê a redução da jornada de trabalho para 40 horas sem redução de salário.

Encerrada a manifestação, considerada a maior das cinco já realizadas, os dirigentes das centrais foram recebidos, inicialmente, pelo ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, Luiz Dulci, e na sequência pelo ministro do Planejamento, Paulo Bernardo. De acordo com o presidente da CUT, Artur Henrique, as centrais foram dar seguimento à agenda apresentada para o ministro Dulci e para o próprio presidente Lula na semana passada.

Artur afirmou que as centrais cobraram do governo urgência na criação de mecanismos que proporcionem, por um lado, que o dinheiro liberado pelo governo através do compulsório e dos empréstimos públicos chegue às empresas e, por outro, que os financiamentos assegurem contrapartidas sociais. O presidente cutista disse que é um absurdo uma empresa como a Vale do Rio Doce, que recebe financiamentos do BNDES, que tem participação acionária de fundos de pensão das estatais, anunciar a demissão de 1.400 trabalhadores.

“Nós queremos que o governo reduza os juros, para que o dinheiro chegue na produção. Queremos que o governo baixe o superávit primário, para que sobre dinheiro para investir na infra-estrutura. Nós precisamos que o governo acabe com o fator previdenciário. Queremos que o governo corrija a tabela do imposto de Renda e propomos que o governo faça uma nova tabela par quem ganha mais, pague mais, e quem ganha menos, não pague imposto. Nós queremos também aumentar as parcelas do seguro desemprego. Queremos ainda que todas as empresas que recebem dinheiro público garantam os empregos dos trabalhadores”, destacou o presidente da Força, Paulo Pereira da Silva (Paulinho), ao discursar no final da Marcha.

No documento entregue pelos sindicalistas, assinado pelos presidentes da centrais citadas acima e pelos presidentes da UGT, Ricardo Patah, e da NCST, José Calixto Ramos, os trabalhadores enfatizam que a desregulamentação da economia pelo modelo neoliberal provocou a crise e que é necessário uma maior intervenção e controle estatal na atividade econômica. “Assim, é fundamental uma intervenção rápida, correta e decisiva do Estado brasileiro, para impedir que estes efeitos se espraiem sobre todos os setores, interrompendo bruscamente um processo de crescimento econômico em curso desde 2004”, diz o texto.

Segundo o presidente da CTB, Wagner Gomes, a marcha teve o objetivo de “dizer que o governo precisa baixar os juros, para dizer que o superávit deve ser usado em investimentos”.

A CUT ainda agendou para depois da V Marcha um ato público em frente ao Ministério do Trabalho, cobrando o envio e a aprovação do projeto de lei que institui a contribuição negocial, além da revogação da instrução normativa que institui o desconto da contribuição sindical para os servidores públicos.

Fonte: Hora do Povo

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Presidente da Petrobras desmente Miriam Leitão

Em carta direcionada a Miriam Leitão, colunista de O Globo, o presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli recomendou a ela que faça “comentários baseados em fatos e dados e não em informações inverídicas.” Ao comentar o empréstimo de R$ 2 bilhões feito pela estatal do petróleo junto à Caixa Econômica Federal (CEF), a jornalista diz que se a revelação do mesmo veio de um senador da oposição, as críticas feitas pelos jornalistas especializados são técnicas.

“Não é verdade que a revelação do empréstimo da CEF veio de um senador da oposição. Os dados deste empréstimo foram publicados, de forma absolutamente normal, nas informações regulares que prestamos às autoridades e a todo o mercado financeiro quando da divulgação do nosso balanço trimestral”, diz Sérgio Gabrielli.

Segundo ele, os dados poderiam se acessados no site da empresa na seção de relatórios financeiros. “Ele está reportado nas Informações Trimestrais - ITR do terceiro trimestre de 2008, nas páginas 84 e 85, que foram arquivados na Comissão de Valores Mobiliários e amplamente divulgados pela Petrobras em 11 de novembro de 2008”, explicou.

Diz a jornalista, depois de ressaltar a robustez da empresa e uma extraordinária história de crescimento, que por ter como acionista o controlador do Tesouro e milhões de acionistas, teria que prestar contas, “ter accountability e transparência”.

O presidente da empresa afirma que também não é correta a “insinuação de que a empresa não possui critérios contábeis transparentes.” “Adotamos práticas e procedimentos de forma amplamente reconhecida pelo mercado e analistas como dos mais transparentes da indústria. Atendemos a todos os requisitos contábeis da legislação brasileira e dos Estados Unidos da América”, refuta.

Ele ressalta que o empréstimo da CEF de fato apresenta algumas “singularidades” pelo seu volume e por ter sido realizado com instituição bancária brasileira no mercado nacional. “Singular, aliás, é o momento que vivem o mercado financeiro e as empresas em todo o mundo em conseqüência da grave crise originada pelos Estados Unidos e países ricos.”

Até recentemente, segundo ele, a empresa vinha realizando de forma trivial, operações semelhantes no mercado internacional, “mas sem a repercussão provocada pela politização, muitas vezes irresponsável, tão conveniente à oposição.”

Explicação técnica
A colunista diz que a empresa informou que gastou R$ 4,9 bilhões subsidiando o diesel, o que para ela “é uma informação espantosa, por vários motivos.” Afirma que o diesel é uma ferida na imagem da empresa.

“Quem acompanhou o debate sabe que o Conama aprovou uma resolução, em 2002, para reduzir o teor de enxofre no diesel, que é de 500 partes por milhão (ppm) nas grandes cidades e 2.000 partes por milhão no resto do país.”

Para ilustrar o disparate, a jornalista revela que no México são 50 ppm, nos Estados Unidos 10 ppm e na Europa 5ppm. “O mundo caminha para limpar o enxofre do diesel, pelos terríveis efeitos nocivos que ele tem na poluição atmosférica e na saúde da população”, argumenta.

“A informação lateral que se tem, a partir do caso Caixa-Petrobras, é que a empresa tem comprado lixo no mundo. O mundo não quer mais um diesel tão sujo. E o contribuinte e o acionista têm subsidiado o consumo de um produto que o consumidor, se pudesse escolher, rejeitaria. É uma situação absurda”.

Gabrielli diz que é mentirosa a afirmação de que a resolução do Conama define limites para a redução do enxofre. “Ela (a resolução) se refere a emissões de particulados, o que não é tecnicamente a mesma coisa.”

Também explica que é equivocada a relação que a colunistas faz entre importações e presença de enxofre do diesel. “A diferença entre preços de importação e vendas do mercado brasileiro se ampliou devido ao ritmo rápido de aumento dos preços internacionais em meados do ano de 2008, quando o preço do barril atingiu a faixa dos 140-150 dólares.”

Entre outras divergências, o presidente da Petrobras lamentou os comentários da colunista que, na sua opinião, possui uma visão preconcebida sobre as motivações políticas das empresa e que as críticas que são feitas tem origem técnica.

“Não concordo com esta visão e acredito que a maior parte das críticas neste momento é motivada por razões profundamente políticas e ideológicas, sem embasamento técnico”, conclui.

Fonte: Portal Vermelho

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

O SONHO BOLIVARIANO

Paulo Roberto Aguilera

Verdade que nós brasileiros conhecemos muito pouco Simon Bolívar. Na verdade conhecemos muito pouco também Tiradentes.

A verdade é que Bolívar tinha um sonho, o de unificar toda nossa América. Por circunstâncias somos os únicos latinos que falamos Português.

Há tempos vem ocorrendo um fenômeno em nossa latinoamerica. Governantes identificados à "esquerda" têm vencido seguidos pleitos eleitorais, quando não, chegam muito próximo da vitória.

Mesmo na Colômbia que tem uma das mais "tristes-putas" classe política, com um narco-traficante na presidência da república, surge uma esperança de saída política. Na Colômbia, a esquerda teve quase 3.000 lideranças, deputados, senadores covardemente assassinados e mesmo assim a "gorda Imprensa" não entende o surgimento e manutenção das FARC's. Mesmo lá o "Pólo Democrático" através de seu candidato Carlos Gaviria obteve quase 3 milhões de votos!

No Peru, mesmo com todo terrorismo Ollanta Humala, quase vence as eleições e hoje passado dois anos das eleições é a principal liderança do povo Peruano diante do desgastado e repudiado Allan Garcia.

Nosso querido Paraguay se levanta e elege Fernando Lugo! O sexagenário partido Colorado, finalmente foi defenestrado, e pela "esquerda".

Nosso grande México(pobrezinho tão longe de Deus e tão perto dos EUA) não fosse texana fraude, a "tsunâmica" fraude, estava sob a direção de López Obrador, mesmo oriundo do PRI, representa a nova base do Nacionalismo, è hoje a principal liderança política mexicana e não tarda sua chegada ao poder.

A tibiês da Chilena Bachelet e do companheiro Tabaré no Uruguai, terá suas nuances com o advento da crise, óbvio, no leito da esperança se elegeram, comportadinhos ficaram, agora terão que se "picar". Merecem nosso crédito, mas SE PICA! Tabaré!

A Nicaraguá menina, luta bravamente e tenta resistir com o companheiro Ortega. El Salvador com sua heróica Frente Farabundo Martí, terá titânica tarefa para se levantar mas também é a única esperança de seu povo diante da covarde postura dos EUA.

Nosso querido amigo, comandante e líder da Revolução Bolivariana, Hugo Chavez, acaba de vencer mais uma eleição, se não me engano, a décima! E a "Imprensa Gorda" ainda tenta questionar a democracia venezuelana. Como pregou na campanha, Chavez irá APROFUNDAR A DEMOCRACIA!

Rafael Correa restabelece a dignidade e a soberania aos irmãos Equatorianos, Beleza!

E nossa historicamente usurpada BOLÍVIA? Vê ressurgir a sombra ou ao "grande espectro" de CHE a construção de uma Nova Política! Evo Morales derrotou os golpistas, os assassinos, venceu as eleições e mandou o Agente Terrorista da CIA, disfarçado de embaixador, Picar a Mula!, voltar as profundezas do inferno com seu Pai, o Bush.(El diablo estuvo acá)

Brasil, a meu Brasil brasileiro...

Vamos lá LULA querido, solta o serviço rapaz! Aproveita a Marola e despacha o Meirelles e sua "curríola". Não perca o bonde da história!

E pra não perder a rima, que não era intenção, ficará pra traz, com a brocha na mão...

Paulo Roberto Aguilera é jornalista, sociólogo e colaborador do BÓIA.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

A mídia e as eleições na Venezuela

Altamiro Borges

Na entrevista coletiva em que reconheceu os resultados das eleições e enalteceu a vitalidade da democracia na Venezuela, o presidente Hugo Chávez aproveitou para criticar a cobertura da rede estadunidense CNN. Lembrou que de apoiadora do golpe de abril de 2002, a emissora ianque se transformou no principal cabo eleitoral da oposição direitista no país, manipulando informações para desqualificar o governo venezuelano. A crítica de Chávez serve perfeitamente para analisar a cobertura da mídia brasileira das eleições deste domingo.

Antes do pleito, Folha, Estadão e TV Globo, entre outros veículos, tentaram vender a imagem de que o processo eleitoral seria viciado e de que o governo apelaria à truculência contra a oposição. O correspondente da Folha em Caracas, Fabiano Maisonnave, ex-petista que virou um rancoroso antichavista, pinçou trechos dos discursos de Chávez, descontextualizando-os, para mostrar um governo autoritário, violento, ditatorial. “Chávez usa ameaças para tentar conquistar estado mais rico”, foi uma das manchetes do cínico jornal, que apoiou o golpe militar e as torturas no Brasil.

Sucursal rastaqüera da CNN
Concluída a apuração, a mesma mídia venal passou a festejar a “vitória da oposição”. Os âncoras do Jornal Nacional da TV Globo saudaram, alegremente, “a derrota do presidente Chávez”. O correspondente antichavista da Folha, guindado agora ao posto de colunista e puxa-saco oficial da famíglia Frias, vaticinou o declínio da revolução bolivariana. “Chávez sai desta eleição mais parecido com o caudilhismo rural do século 19”, escreveu o postulante a intelectual da direita.

A manipulação da mídia nativa, sempre tão servil às opiniões do “império do mal”, uma sucursal rastaqüera da CNN, é grosseira. Ela não deu manchetes para os resultados objetivos do pleito, realçando apenas os êxitos da direita. Um jornalismo mais imparcial noticiaria que os chavistas venceram em 17 dos 22 estados; em 233 prefeituras, contra 57 dos oposicionistas; que o PSUV, o partido recém-fundado do presidente Chávez, conquistou 5,6 milhões de votos – no referendo de dezembro passado, o governo teve 4,4 milhões de votos. A mídia seria obrigada a reconhecer que o Chávez continua com invejável força e prestígio, após 10 anos de governo e 14 eleições.

Quadro político mais complexo
Uma análise mais nuançada, menos envenenada pela mídia, aponta certo equilíbrio no resultado eleitoral deste domingo. Indica que a direita oligárquica, que sabotou as eleições de 2004 e que agora decidiu se dobrar às regras democráticas, ainda tem força no país. Ela está fora do governo central, mas mantém seu poder econômico e midiático; conta com o ostensivo apoio dos EUA; e aproveita-se também das limitações da própria “revolução bolivariana”, inclusive das suas falhas administrativas. A oposição passa a governar cinco estados, entre eles o de Zulia, maior produtor de petróleo do país, Miranda e Carabobo. Também dirigirá a estratégica prefeitura de Caracas.

Como raciocina Gilberto Maringoni, autor do livro “A Venezuela que se inventa”, o resultado do pleito torna mais complexa a disputa política no país vizinho. “O governo segue com o apoio da maioria da população, mas a situação do país apresenta nuances... Esta nova oposição, assentada nas mesmas bases sociais da anterior – meios de comunicação, poder econômico e governo dos EUA –, ao que tudo indica, muda qualitativamente o panorama político do país. Possivelmente, o discurso chavista terá de se reciclar”. A direita não venceu, como difunde a mídia, mas o quadro político do país sofreu alterações, o que exigirá muito firmeza de princípios e habilidade tática.

Na entrevista coletiva, o presidente Hugo Chávez parece já ter assimilado o resultado da eleição. Após criticar os setores oposicionistas mais raivosos, ele convocou os vencedores a defenderem a democracia e a Constituição. “Ninguém mais pode dizer que não há democracia na Venezuela. O povo se manifestou de maneira livre e contundente. O que os oposicionistas que venceram em alguns estados e municípios devem fazer agora é reconhecer o triunfo da revolução bolivariana como nós reconhecemos as suas vitórias... Oxalá que se dediquem a governar com transparência, dignidade e respeito à Constituição. Oxalá que não voltem aos velhos caminhos do golpismo”.

Altamiro Borges é colunista do portal Vermelho

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Venezuelanos comparecem em massa às eleições regionais

O chamado feito tanto pelos governistas quanto pela oposição para que os venezuelanos votassem nas eleições regionais deste domingo (23) foi atendido e milhões de eleitores lotaram as zonas eleitorais. Na última votação, ocorrida em dezembro de 2007,mais de 53% dos eleitores deixaram de comparecer. A abstenção tem sido historicamente alta na Venezuela, onde o voto não é obrigatório. Mas neste domingo, o histórico de grandes abstenções deverá mudar.

Às 19 horas (horário de Brasília) as eleições já haviam terminado, mas vários locais de votação permaneceram abertos para que os eleitores que estavam na fila pudessem votar, informou a presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Tibisay Lucena, citada pela AFP. No entanto, os resultados só serão conhecidos quando todos os votos forem apurados.

A justiça eleitoral proibiu os meios de comunicação social de divulgarem sondagens de boca de urna ou quaisquer projeções de resultados. O CNE também já anunciou que não vai emitir resultados parciais.

Cerca de 17 milhões de eleitores venezuelanos puderam escolher entre 22 governadores, 328 presidentes de câmara e 233 deputados regionais.

O presidente Hugo Chávez votou no bairro de 23 de Enero, no oeste de Caracas. "Honra ao vencido e glória ao vencedor e, amanhã, a Venezuela segue a sua marcha", disse ao votar.

Eleições regionais de importância crucial
Estas eleições não têm um caráter apenas regional, uma vez que serão uma espécie de "referendo" às políticas de Chávez e do seu partido, o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), que deverá vencer na maioria dos estados, ainda que a oposição tenha boas hipóteses nos estados mais povoados.

O processo é considerado vital pelo presidente da Venezuela para avançar seu projeto socialista. Desde o amanhecer, centenas de eleitores começaram a formar longas filas nas imediações das sessões eleitorais, à espera da abertura dos locais.

Após as 7 horas da manhã, representantes do Conselho Nacional Eleitoral ordenaram a abertura das 34.899 sessões eleitorais em todo o país.

Já na madrugada, simpatizantes de Chávez estouraram rojões nos bairros da periferia, para acordar a população e motivá-la a ir votar.

Enquanto aguardava a abertura da sessão eleitoral, em um bairro central de Caracas, Aquiles Vera, empregado de uma construtora com 47 anos de idade, disse que decidiu votar para garantir a "permanência do presidente" e dos seus programas sociais.

Isabel Cepeda, uma comerciante de 52 anos, disse na fila de votação perto de uma escola em Maracaibo, segunda maior cidade do país, que votaria na oposição, porque deseja "que continue a democracia em nosso país. A democracia foi seqüestrada na Venezuela".

Correndo atrás do prejuízo
Decidido a se recuperar do revés eleitoral no referendo de 2007, Chávez teve uma participação ativa durante os quase dois meses de campanha e transformou as eleições em um tipo de plebiscito.

Cerca de 8 mil candidatos de mais de 786 organizações políticas disputam as eleições.

Dezenove dos 23 estados e unidades administrativas da Venezuela estão nas mãos do governo, após terem sido conquistadas em 2004, em um sufrágio que foi em grande parte boicotado pela oposição. A oposição controla atualmente os estados de Zulia - o maior do país - e Nueva Esparta, enquanto grupos dissidentes do governo governam os estados de Aragua, Sucre e Guárico.

A oposição pretende se manter no poder em Zulia e Nueva Esparta e conquistar o governo de alguns dos principais estados, como Miranda e Carabobo.

Conforme a BBC, pesquisas apontam vitória dos chavistas na maioria dos estados.

Chávez: respeito aos resultados
Seja qual for o resultado, Chávez disse neste domingo que o acatará, mesmo que seu governo não saia vencedor das urnas.

"Sempre estamos preparados para reconhecer qualquer resultado. Sempre reconhecemos nossa derrota, inclusive grandes derrotas, como a do ano passado, [do referendo] da reforma constitucional", afirmou Chávez, segundo a BBC Brasil.

Chávez pediu que a oposição também respeite os resultados. "Se não reconhecerem [os resultados], pior para eles, morte política. Mas o Estado está preparado para fazer cumprir a vontade do povo, a decisão do povo que será anunciada pelo Conselho Nacional Eleitoral", disse.

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sexta-feira, 21 de novembro de 2008

CRISE ECONÔMICA: “Quem pariu Mateus .... nunca embala”

José Carlos Trizotti

Por mais que muitos propaguem a falência da teoria marxista sobre o capitalismo e sobre quem padece de seus males – sem querer ignorar as mudanças e transformações por que o sistema capitalismo passou e passa – a atual crise financeira que abala as principais potências econômicas está a mostrar a atualidade do que foi pensado a mais de um século.

O trabalhador e classe média, quando necessitar vender algum bem ou produto já está a ouvir: o preço caiu devido à crise; Quando necessita adquirir algo, a resposta é inversa: o preço está alto, por causa da crise econômica, por causa da alta do dólar, dos aumentos dos preços das importações, da diminuição dos créditos, do aumento das taxas de juros e assim por diante.

Porém e os produtos que independem do dólar, dos juros, das importações? O produtor rural ao vender sua safra de feijão, receberá como resposta que os preços estão mais baixos por causa da crise. O assalariado quando for ao supermercado comprar o mesmo feijão, encontrará a resposta de que o preço aumentou por causa da crise.

A classe média ao buscar vender um veículo usado, receberá a informação de que o preço dos automóveis caiu por causa da crise. Quando for adquirir o mesmo veículo, a resposta é inversa: o preço aumentou por que o crédito está menor, o juro está alto, porque as vendas caíram, os salários aumentaram.

Quando o sindicato busca aumento de salários, a resposta é que a crise afetou a produção, os custos, etc., etc.. Alegam que estão concedendo até férias coletivas como reflexo da crise. Ocorre que nesta época do ano as principais empresas sempre concederam férias coletivas, com ou sem crise, mas em decorrência da sazonalidade da produção industrial em determinados setores.

E quem ganha com a crise? Os mesmos que a provocaram, ou seja, os grandes grupos econômicos, grandes comerciantes e especuladores e principalmente o setor financeiro.

E não só os trabalhadores e a classe média que estarão pagando o preço da crise econômica. O mesmo ocorrerá com os paises menos ou em fase de desenvolvimento. Ou seja, a máxima de quem “pariu Mateus que o embale” não serve para este caso. Esperemos para ver e conferir.

José Carlos Trizotti é Sociólogo Especialista em Economia do Trabalho, Assessor da Força Sindical PR e Colaborador do Bóia Quente.

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quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Os caminhos da recessão

Luis Nassif

A recessão tornou-se global. Na verdade, o que houve esta semana foi apenas a comprovação estatística do que já se sabia. Os dados mostraram o segundo trimestre do chamado “crescimento negativo” (eufemismo para queda) da economia japonesa, alemã, britânica, americana.

A maneira como a recessão se transmite para outras economias é através de dois canais. O primeiro, o canal do comércio. Uma grande economia entra em recessão. Cai o consumo interno e, com ele, as importações – isto é, as vendas de outros países.

O segundo canal é o do crédito. Com menos dinheiro disponível, são afetados o financiamento das exportações e também o crédito interno das economias mais abertas.

No caso brasileiro, a economia será afetada da seguinte maneira:
1. Com menos crédito, haverá menos consumo. Menos consumo resultará em menor produção. Menor produção levará a menor emprego. Menor emprego a menor consumo.

2. Parte da queda de consumo interno será compensada pela desvalorização do real. As importações ficarão mais caras e haverá alguma substituição por produção interna. Ou seja, a queda das importações deverá ser maior do que a queda do consumo, amenizando um pouco a queda da produção interna.

3. Do lado das exportações, a desvalorização cambial aumentará a competitividade das exportações brasileiras. Mas haverá uma redução substancial na renda agrícola – por conta da redução das cotações e do consumo internacionais; e pelos efeitos da interrupção do crédito. E levará algum tempo para que haja uma reação das exportações de manufaturados, justamente pela crise mundial e pelo tempo que leva para recuperar mercados perdidos no período de apreciação do real.

Na outra ponta, as forças anti-cíclicas (anti-recessão) se concentrarão nos seguintes pontos:
1. Manutenção dos gastos públicos, tanto nos investimentos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) quanto na política de transferências – Bolsa Família e Previdência Social. O setor privado investe e produz quando há garantia de mercado. O PAC garante investimentos em equipamentos e as políticas sociais consumo de bens não-duráveis.

2. Tentativa de recomposição de parte do crédito que evaporou.
Em cima desses pontos, há questões macro-econômicas relevantes, a serem tratadas. A principal delas é a volta dos déficits no balanço de pagamentos.

As transações correntes (tudo o que entra e sai em dólares fora do mercado financeiro) eram positivas. Ficaram gradativamente negativas, mas o rombo era compensado pelas expectativas de entrada de investimentos externos.

Agora, as projeções do mercado (através da pesquisa Focus) indicam gradativamente um aumento no déficit do balanço de pagamentos. Ou seja, o déficit nas transações correntes não serão compensados pelos investimentos externos.

Esse ponto explica, em parte, as pressões sobre o dólar, mesmo depois que as empresas que tinham especulado com derivativos deixaram de pressionar o mercado. Ainda não se sabe o resultado final na balança. Há condições objetivas da crise brasileira ser menor que a dos países centrais.

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terça-feira, 18 de novembro de 2008

Para Dilma, crise deveria levar ricos a privilegiar etanol

FICHA DA DILMA NO DOI-CODI(clique na imagem para ampliar)

Os países desenvolvidos afetados pela crise financeira deveriam privilegiar uma "agenda verde" de investimentos sustentáveis em suas políticas anticíclicas e priorizar, inclusive, aportes em biocombustíveis. A opinião é da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, que participou nesta segunda-feira (17) da Conferência Internacional de Biocombustívies, em São Paulo.

"A crise financeira internacional é, sem sombra de dúvida, algo grave pois compromete a a demanda mundial. Mas há um conjunto de países, incluindo Estados Unidos e Europa, cientes da importância de investimento em algumas áreas. No caso dos EUA eles mesmos mencionam o segmento de energia no setor de combustíveis verdes, renováveis ou que não tenham emissão de carbono", comentou a ministra.

Segundo ela, "é cogitado" que o apoio à recuperação da própria indústria automobilística americana seja condicionado ao uso de tecnologias limpas. Em sua exposição, Dilma mencionou a importância do mercado interno de etanol, e da cadeia de produtiva desenvolvida no país nos últimos anos.

Potencial exportador
Ainda assim, a ministra destaca que é preciso aproveitar o potencial exportador deste setor e desenvolver políticas de mercado em conjunto com outros potenciais fornecedores, da África, da América Latina e do Caribe.

A ministra destacou que problemas de crédito no setor estariam sendo sanados por meio do pacote governamental de capital de giro de R$ 10 bilhões e que eventual criação de pacotes específicos para o segmento dependeriam da "necessidade".

Dilma diz que é preciso que haja segurança comercial no fornecimento de biocombustíveis para o sucesso das exportações do produto. Assim, convém ao Brasil que seja parceiro na oferta de experiência e tecnologia em outros países em desenvolvimento para garantir uma produção maior, sem risco para abastecimento da demanda local e externa. Para isso, a diversificação de fornecedores é "muito importante", avalia a ministra.

Outra questão levantada pela ministra é a necessidade de rever a prática de barreiras tarifárias em países desenvolvidos contra biocombustíveis vindos de países emergentes. "Esse mercado precisa de um sopro de ar que acabe com o protecionismo", disse, acrescentando que tal prática é "incompatível" com a criação de um ambiente em que os biocombustíveis tenham relevância internacional.

Zoneamento protegerá Amazônia e Pantanal
Para uma platéia com muitos convidados estrangeiros do setor de biocombustívies, Dilma fez questão de informar que o governo está providenciando um "zoneamento agroecológico do etanol", que terá como objetivo indicar as regiões onde podem ou não ser feitas plantações de cana de açúcar. O objetivo seria não só preservar localidades como Amazônia e Pantanal, por exemplo, mas também levar em conta questões de solo e produtividade do plantio.

Não ficou de fora também o alerta da ministra de que a produção de biocombustível no Brasil não compromete a produção de alimentos e que ambos os mercados têm se desenvolvido bem simultaneamente.

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sexta-feira, 14 de novembro de 2008

SUCESSÃO ESTADUAL: O Conflito do Coração e o Cérebro


José Carlos Trizotti

Muito se fala e escreve sobre a sucessão estadual, e estamos ainda a dois anos das eleições. Na verdade o que lemos e ouvimos tem mais de desejos e menos de projeção real. É o conflito entre o coração e o cérebro.

O cenário político do Paraná aponta quatro grupos em condições de disputa ao Governo do Estado, sendo o PDT com Osmar Dias, o PSDB com Álvaro Dias ou Beto Richa, o PT com Paulo Bernardo ou Jorge Samec e o PMDB com Orlando Pessuti – único nome cogitado pelo partido até o momento. Uma análise mais simples apontam para a junção dos 4 em dois grupos eleitorais, juntando-se o PSDB com PDT e PT com PMDB – e seus respectivos aliados. No entanto em política tudo é dinâmico e o que hoje parece fato, no amanhã apenas sonhos pós despertar.

O PMDB e PT no Paraná vivem em constantes conflitos. O PDT de Osmar Dias que vive aparentemente em harmonia com o PSDB de Beto Richa, depende de fatores externos. O PDT é aliado nacionalmente da coalizão do Presidente Lula. Acrescente-se isto a chamada verticalização, onde se o PDT coligar-se com uma candidatura do PT, inviabilizaria o apoio do PSDB no Paraná. Isto levaria necessariamente o PSDB a lançar candidato que oferecesse palanque ao Governador José Serra, provável candidato do PSDB.

Assim adversários no Paraná, como o grupo político de Osmar Dias e o PT, que já são aliados nacionalmente, podem estar juntos no Paraná em 2010. O mesmo pode ocorrer com o PMDB e o PSDB, com Álvaro Dias – e não o Beto Richa – ao Governo do Estado. Então as quatro maiores forças políticas eleitorais do Estado, podem mesmo fundir-se em duas, porém diferente das que visualizamos neste período pós-eleições municipais.

Quando digo que o que ouvimos e lemos está mais no campo dos desejos do coração é exatamente pela dependência de todas estas variáveis.

Evidentemente que desejos influenciam, quando provenientes de lideranças com capacidade de intervenção e modificação da realidade política. Mas concretamente é cedo para podermos traçar um quadro real do que virá em 2010, cabendo tão somente neste momento, a especulação propriamente dita por muitos que sonham com projetos pessoais, ou aos que representam grupos sociais e políticos, externar projeções do quadro político com a clara – e legítima – intenção de ir moldando a realidade aos seus projetos eleitorais.

José Carlos Trizotti é Sociólogo, Especialista em Economia do Trabalho, Assessor da Força Sindical do PR e colaborador do Bóia

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quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Supremo decide manter regras do TSE para punição de infidelidade partidária

Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiram ontem pela manutenção da resolução 22610/07 do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que traz diretrizes para o processo de perda de mandato por infidelidade partidária.

Por nove votos a dois o Supremo decidiu pela improcedência das Ações Diretas de Inconstitucionalidade (Adins) 3999 e 4086, movidas pelo Partido Social Cristão (PSC) e pela Procuradoria Geral da República (PGR), respectivamente.

No seu voto, o relator da matéria, ministro Joaquim Barbosa, ressaltou que o reconhecimento da fidelidade partidária como princípio constitucional pelo STF e a constatação da ausência de mecanismos para sua manutenção criam um quadro de exceção. Por isso, ele considera “válidas as resoluções do TSE até que o Congresso disponha sobre a matéria”.

O presidente do TSE e ministro do STF, Carlos Ayres Britto, foi um dos que acompanharam o relator ressaltando que a infidelidade partidária é um “ultraje à democracia” uma vez que é, necessariamente por meio do partido que um candidato se elege, “não sendo facultado ao eleito podar esse tempo [do mandato] a golpes de infidelidade partidária”.

O ministro Marco Aurélio de Mello, ex-presidente do TSE, votou pela procedência das Adins argumentando que caberia ao STF se pronunciar no silêncio do Poder Legislativo. “Não tem sequer o TSE competência para expedir instruções à execução da Constituição”, afirmou.

Também votaram com o relator os ministros Menezes Direito, Carmen Lúcia, Ricardo Lewandowski, Ellen Gracie, Cezar Peluso, Celso de Mello e o presidente do STF, Gilmar Mendes.

Fonte: Agência Brasil

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terça-feira, 11 de novembro de 2008

Contra a crise, economistas defendem distribuição de renda

Companheiros do Brasil no Bric, grupo que reúne as maiores economias emergentes, Rússia, Índia e China têm as atenções mundiais voltadas ao desempenho de suas economias nesse período de crise financeira global. A análise da situação desses três países por economistas locais foi um dos pontos altos do simpósio internacional “Perspectivas para o Desenvolvimento no Século 21”, organizado pelo Centro Internacional Celso Furtado e realizado nos dias 6 e 7 de novembro no Rio de Janeiro.

Professor da Escola de Estudos Orientais e Africanos da Universidade de Londres, o chinês Dic Lo afirmou que a atual crise servirá para que seu país resolva o paradoxo constituído pelas graduais transformações econômicas iniciadas há três décadas sob o comando da direção do Partido Comunista Chinês: “Existe uma pressão para a China aderir ao Consenso de Washington, como se esse fosse um caminho natural para o seu crescimento econômico. Por outro lado, a corrente anti-globalização defende as reformas capitalistas, mas não admite que a China assuma uma política neoliberal, no que se refere à desigualdade social e a má distribuição de renda”, disse.

Lo propõe uma alternativa, que é “trabalhar com o mercado, mas adotar políticas sociais para corrigir os excessos”. O governo chinês, segundo o economista, demonstra ter essa percepção: “Houve preocupação em aliar o crescimento econômico com políticas de proteção ao trabalho e um forte processo de sindicalização”, disse. Frente à crise atual, Lo acredita que a China vá se portar como na crise asiática, iniciada em 1999: “Na ocasião, o governo chinês aumentou seus gastos com investimentos e optou pela expansão do PIB”.

Um fator específico que, segundo Lo, dá segurança à China em momentos de crise financeira é o fortalecimento de sua economia doméstica: “A distribuição igualitária da renda foi fundamental para alavancar o consumo de massas e fortalecer a economia doméstica nesses anos de crescimento acelerado. Houve uma revolução de consumo da população chinesa como um todo”, disse.

O recente e fantástico crescimento da China, na explicação do economista, conhece duas etapas. Na primeira, que durou do fim dos anos oitenta até 1995, o governo investiu maciçamente no crescimento da indústria pesada, o que provocou a transformação da mão-de-obra agrícola em mão-de-obra industrial e ocasionou uma grande migração da população rural para as cidades.

A segunda fase, que dura até hoje, marca a gradual abertura da China para o capital externo e o mercado financeiro: “A liberalização, acentuada a partir de 2000, já trouxe conseqüências macroeconômicas sérias, como a demissão de 65 milhões de trabalhadores das empresas estatais ou coletivas”, afirma Lo. A atual crise, espera o economista, servirá para enfraquecer o setor da elite política chinesa que defende uma maior adesão ao Consenso de Washington: “A crise mostrou a todos que o aumento das atividades ligadas à especulação não pode continuar”.

China sobe, Rússia desce
Ao contrário de um governo comunista que se abre gradualmente ao capitalismo, o caso da Rússia é exemplo de uma abertura radical realizada em poucos anos, fato que faz com que a situação atual do país seja bem diferente da situação chinesa. Essa demonstração foi feita pelo economista russo Vladimir Popov, que é professor da Nova Escola Econômica de Moscou: “China e Vietnã fizeram reformas que não trouxeram redução da economia. Na Rússia, e nos países do Leste Europeu, ocorreu o oposto”, disse.

Segundo Popov, até hoje o PIB russo se encontra abaixo dos níveis registrados em 1989, ano da queda do regime comunista. O estresse social causado pelo desmantelamento do estado soviético e a apropriação do aparato bélico e industrial russo por uma nova elite dirigente, segundo o economista, está na origem da crise que só permitiu à Rússia voltar a crescer continuamente a partir de 1998. O problema da desigualdade, no entanto, ainda é o mais grave do país na opinião de Popov: “Segundo a revista Forbes, existem 500 bilionários na Rússia. Na Alemanha foram identificados 50”, disse.

Popov afirmou que o sucesso chinês se deve à herança maoísta, que concentrou nas mãos do Estado o sistema bancário, a posse das terras e o acúmulo de reservas: “Por isso, ao contrário da Rússia, a liberalização econômica teve efeito positivo quando chegou à China”, disse. O economista russo afirmou que o atual sucesso da economia chinesa pode servir de inspiração na busca de soluções para a economia global: “O importante do crescimento chinês é que, pela primeira vez, de verdade, um país conseguiu vencer o atraso econômico sem adotar o modelo ortodoxo neoliberal”.

A pobre Índia rica
Colônia britânica até 1950 e país democrático e capitalista desde então, a Índia é um caso a parte, como demonstrou o economista indiano Rayaprolu Nagaraj, que é professor do Instituto Indira Gandhi de Pesquisa sobre o Desenvolvimento. O país ocupa atualmente o 12º lugar no ranking das maiores economias do mundo, mas ainda enfrenta o desafio de promover a distribuição de renda e combater a extrema pobreza que assola parte de sua enorme população, sobretudo os 56% que vivem no meio rural.

A atual posição de força da economia indiana, segundo Nagaraj, se explica pelo fortalecimento do mercado doméstico: “Durante décadas, o crescimento econômico do país não dependeu de poupança externa ou de fluxos financeiros privados internacionais”, disse. Em um primeiro período, que durou até a década de 1980, a Índia cresceu e conseguiu reduzir a pobreza absoluta. A partir da década seguinte, com o aceleramento das reformas e a adesão ao Consenso de Washington, a coisa se modificou: “As reformas fizeram a Índia crescer ainda mais, mas tiveram impacto negativo na redução da pobreza”, disse o economista.

Nagaraj aponta como grandes desafios para a Índia aprofundar a democracia e diminuir a desigualdade social. Algumas medidas já vem sendo tomadas pelo governo indiano, como a adoção de políticas de inclusão positiva e do sistema de cotas nos postos de trabalho e no ensino superior para os membros das castas mais baixas, como os dalits (intocáveis), que representam 15% da população. A crise atual, segundo Nagaraj, também pode servir como momento de reflexão para o governo indiano: “A Índia está numa encruzilhada: ou segue a ortodoxia de Washington ou aprofunda as políticas de investimento interno e combate à pobreza e à desigualdade social”.

Fonte: Agência Carta Maior

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segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Lula defende na Itália revisão das regras do Consenso de Washington

Roma (Itália) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu hoje (10), na Itália, a revisão das regras contidas no Consenso de Washington. Em pronunciamento à imprensa, ao lado do presidente italiano Giorgio Napolitano, Lula enfatizou que o foco da economia deve ser o trabalhador e a produção e não a especulação financeira.

“Penso que essa crise é uma oportunidade extraordinária para fazermos uma reflexão sobre tudo que fizemos de errado a partir do Consenso de Washington. E criarmos um outro consenso em que o ser humano, o trabalhador a produção agrícola, industrial, cultural científica e tecnológica sejam a razão de ser da economia e não a especulação financeira”, disse Lula depois de conversa reservada de 40 minutos com o presidente italiano.

Lula chamou o ex-integrante do partido comunista da Itália de “caro companheiro” e enfatizou que os governos devem “ouvir menos analistas de mercado” e prestar mais atenção nos problemas sociais.

“Meu caro companheiro Giorgio Napolitano, na Assembléia Geral das Nações Unidas eu disse que para resolver a crise era chegado o momento da política. Eu penso que nesse momento os governantes precisam entender que nós precisamos ouvir menos analistas de mercado e mais analistas dos problemas sociais, analistas de desenvolvimento e analistas que conheçam as pessoas humanas”, disse Lula.

Chama-se de Consenso de Washington o conjunto de dez regras de cunho neo-liberal. Formulado em novembro de 1989 por economistas de instituições financeiras baseadas em Washington, essas regras serviram de base para a política oficial do Fundo Monetário Internacional na década de 1990, e eram impostas aos países pobres em dificuldades como condições para receberem recursos. O neoliberalismo prega que o funcionamento da economia deve ser entregue às leis de mercado e que a presença estatal na economia inibe o setor privado e freia o desenvolvimento.

Entre essas regras algumas adotadas na década de 1990 no Brasil como a abertura da economia por meio da liberalização financeira e comercial e da eliminação de barreiras aos investimentos estrangeiros, privatizações, redução de subsídios e gastos sociais por parte dos governos e desregulamentação do mercado de trabalho, para permitir novas formas de contratação que reduzam os custos das empresas.

A visita à Itália servirá para que Lula também cobre das autoridades italianas apoio para que o Brasil passe a integrar o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas. Lula apontou o cenário de crise mundial como motivo para que os países ricos “não tomem mais sozinhos as decisões” sobre a economia

“Precisamos reformar as instâncias decisórias internacionais e atribuir mais voz, vez e voto aos países em desenvolvimento, sob pena de não dispormos de mecanismos adequados para combater a crise”, disse.

Esse é o tema que Lula pretende abordar no encontro com o primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, previsto para amanhã. A visita é estratégica porque no início de 2009 a Itália assumirá a presidência do G8. Hoje, ao ser recebido por Napolitano no Palácio Quirinale, residência oficial de presidente, Lula adiantou o pedido.

“Quando encontrei com o primeiro-ministro Berlusconi, em julho, no Japão, conversamos sobre uma maior participação do Brasil e dos países em desenvolvimento nos debates da cúpula da Ilha Madalena. Amanhã, vamos retomar esse tema. Não faz sentido que os grandes temas que afetam a humanidade sejam debatidos apenas pelos países ricos”, disse Lula.

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sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Visões do medo

Alvaro Dias

Os contornos e desdobramentos da crise financeira mundial em curso ainda constituem um enigma até mesmo para os mais abalizados analistas econômicos. Sua extensão e prolongamento são objeto das mais variadas interpretações e proguinósticos. Não se trata de divisar entre otimistas e pessimistas, mas há evidente dificuldade de mensurar os efeitos no médio e longo prazo dos reflexos dessa crise. O que se evidencia é o crescente temor que assola governantes e governados de todo o planeta. Não há vaticínio infalível e só o tempo poderá mostrar os verdadeiros efeitos na economia real.

A postura da oposição no Congresso Nacional é de total apoio às medidas do governo que objetivem enfrentar a travessia difícil que se avizinha. Atribuir qualquer outra motivação seria leviandade. A propósito, não foi outro o comportamento do bloco oposicionista ao longo da gestão do presidente Lula. Jamais foi feita oposição ao Brasil.

Não podemos ignorar a magnitude da crise e, nesse ambiente de incertezas, o medo não deixa de povoar o inconsciente coletivo. A prontidão em prol da defesa dos interesses nacionais não pode ceder à tentação de escamotear a verdade ou transferir responsabilidades e eventualmente tentar capitalizar com fins eleitoreiros. Nesse momento, o palanque não é o lugar adequado para sediar o debate qualificado sobre as alternativas possíveis à crise que infelizmente já bateu a nossa porta.

A ação do Banco Central do Brasil tem sido correta e assegura a cota indispensável de equilíbrio e realismo em meio às turbulências enfrentadas. O pior dos mundos seria ignorar os dados de realidade. Inicialmente, o próprio presidente da República tentou "isolar" o Brasil da crise, a veia onírica sempre presente nas artérias do atual governo. O discurso mudou reconhecendo a gravidade do quadro, mas ainda existe controvérsia nas declarações oficiais. As pastas setoriais emitem sinais contraditórios, principalmente no tocante aos gastos de custeio.

Há sinais preocupantes. Segundo a Abdib - Associação Brasileira da Infra-Estrutura e Indústrias de Base - 324 grandes obras de infra-estrutura podem atrasar por escassez de crédito no País. É um canteiro de obras em construção ou já contratadas que corre o risco iminente de paralisia em razão da falta de crédito advinda da crise financeira internacional. As obras demandam aproximadamente R$ 90 bilhões para serem concluídas nos próximos anos.
Nesse contexto, é inaceitável que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) financie obras de infra-estrutura no exterior, considerando que aproximadamente 70% do volume de recursos deverão sair desse banco de fomento.

Ratifico, mais uma vez, a nossa disposição de cooperar com o governo federal de forma transparente e sem subterfúgios. A população deve ser informada sobre o andamento da crise. Os esclarecimentos são necessários e qualquer tentativa de camuflar a verdade nessa hora deve ser rechaçada.

As reações humanas esboçadas nos momentos de crise possuem muitas facetas. Os artistas retratam com matizes diferenciados o que percebem no cenário da alma dos homens. Numa serigrafia da "dama das artes plásticas brasileiras", a pintora, gravadora e escultora Tomie Ohtake, intitulada "visões do medo", pertencente ao acervo do Senado Federal e que ornamenta uma das paredes de meu gabinete, o medo é retratado em cores fortes e previsíveis, mas surpreendentemente o verde que simboliza a esperança se sobrepõe e define o cromatismo. A visão da consagrada artista nascida no Japão e que adotou o Brasil como sua pátria nos leva a enxergar que, em meio a tantas dificuldades, há um horizonte de oportunidades a ser descortinado.

O Senador Alvaro Dias é 2º vice-presidente do Senado e vice-líder do PSDB

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quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Saramago a Obama: acabe com a base de Guantânamo


José Saramago escreveu no seu blog, horas antes da eleição de Barack Obama como 44.º presidente norte-americano, que lhe proporia, como primeira medida, que desmantelasse a base militar de Guantânamo e pedisse desculpa a Cuba.

"A primeira medida de governo que eu proporia a Barack Obama no caso de ele ser, como tantos andamos a sonhar desde há um ano e meio, o novo Presidente dos Estados Unidos (...) desmontar a base militar de Guantânamo, mandar regressar os marines, deitar abaixo a vergonha que aquele campo de concentração (e de tortura, não esqueçamos) representa, virar a página e pedir desculpa a Cuba", escreveu o prêmio Nobel da Literatura português n'O Caderno de Saramago, num post intitulado "Guantânamo".

O escritor de 85 anos sugeriu ainda a Obama "acabar com o bloqueio, esse garrote com o qual, inutilmente, se pretendeu vergar a vontade do povo cubano".

"Pode suceder, e oxalá que assim seja — prosseguiu — que o resultado final desta eleição venha a investir a população norte-americana de uma nova dignidade e de um novo respeito, mas eu permito-me recordar aos falsos distraídos que lições da mais autêntica das dignidades, das quais Washington poderia ter aprendido, as andou a dar quotidianamente o povo cubano em quase cinquenta anos de patriótica resistência."

"Que não se pode fazer tudo, assim de uma assentada? Sim, talvez não se possa, mas, por favor, senhor Presidente, faça ao menos alguma coisa. Ao contrário do que acaso lhe tenham dito nos corredores do Senado, aquela ilha é mais que um desenho no mapa. Espero, senhor Presidente, que algum dia queira ir a Cuba para conhecer quem lá vive. Finalmente. Garanto-lhe que ninguém lhe fará mal", sublinhou.

Como redigiu este texto antes do encerramento das urnas nos Estados Unidos, Saramago disse ainda que "no caso altamente indesejável de que viesse a triunfar o general McCain", o que escreveu "pareceria obra de alguém cujas idéias sobre o mundo em que vive pecassem por um total irrealismo, por um desconhecimento absoluto das malhas com que se tecem os fatos políticos e os diversos objetivos estratégicos do planeta".

"Nunca o general McCain, sendo, ainda por cima, como a propaganda não se cansa de lhe chamar e um miserável paisano como eu nunca se atreveria a negar, um herói da guerra contra o Vietnã, nunca ele ousaria deitar abaixo o campo de concentração e tortura instalado na base militar de Guantânamo e desmontar a própria base até ao último parafuso, deixando o espaço que ocupa entregue a quem é o seu legítimo dono, o povo cubano", defendeu.

"Porque, quer se queira, quer não, se é certo que nem sempre o hábito faz o monge, a farda, essa, faz sempre o general. Deitar abaixo, desmontar? Quem é o ingênuo que teve semelhante idéia?", ironizou o escritor.

Fonte: Portal Vermelho e RTP Notícias

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quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Salve Obama!

Sandro Luiz Querino

"Eu tenho um sonho que minhas quatro pequenas crianças vão um dia viver em uma nação onde elas não serão julgadas pela cor da pele, mas pelo conteúdo de seu caráter. Eu tenho um sonho hoje!" Trecho do discurso de Martin Luther King feito em 28/08/1963

Pela primeira vez nos EUA (só nos EUA?) um negro chega ao posto mais alto daquele país. E que bom que conseguiu! Vai encontrar sinais de uma terra arrasada: a economia vai mal, o desemprego vem aumentando, o Iraque pode se tornar um novo Vietnam... E a culpa é de quem? O Bóia Quente revela, em primeira mão, quem é o culpado: The guilt is for... Osama Bin Laden!

Sim, pois o maior estrago que Osama fez ao povo estaduinidense não foi a derrubada das Torres Gêmeas, mas sim, ter provocado a reeleição de Bush, que se utilizou do medo provocado pela suposta ação da Al Qaeda para fazer uma lavagem cerebral na população, apoiada, em massa, pelos grandes veículos de comunicação. Saiu de cena a ameaça comunista, entra em cena a ameaça terrorista. Então vem um novo mandato e a idéia da invasão ao Iraque, para que o filho terminasse o serviço sujo que o pai deixou pela metade, até porque o velho perdeu a reeleição para o Democrata Bill Clinton.

Ninguém no mundo, fora os ianques, acreditava que Saddam Hussein pudesse estar gastando dinheiro com armas biológicas ou de qualquer tipo. Sanções econômicas castigavam o povo iraquiano há mais de uma década.

Havia um programa chamado "petróleo por comida" idealizado com o objetivo de amenizar os efeitos do boicote econômico, e previa que a cada seis meses o país podia exportar uma cota de petróleo para adquirir gêneros básicos (alimentos e medicamentos) para a população. Mesmo assim, agências da ONU, como o Unicef e o Programa Alimentar Mundial (PAM) alertaram que o acordo, renovado consecutivamente desde 1996, não estava sendo capaz de contornar as trágicas conseqüências do embargo.

O próprio coordenador do programa "petróleo por comida" admitiu em 1998 que entre 4 a 5 mil crianças morreram a cada mês no país por causa da subnutrição, da contaminação das fontes de água, das péssimas condições sanitárias e da deterioração do sistema de saúde. Relatório da Cruz Vermelha, divulgado em 2000, conclui que a mortalidade infantil iraquiana triplicou desde a imposição das sanções.

A catástrofe humanitária que atingia o país fez crescer o movimento internacional pelo fim do boicote econômico, principalmente nos países árabes. Mas o tema divide o Conselho de Segurança da ONU: França, China e Federação Russa querem a suspensão, enquanto os EUA e o Reino Unido são favoráveis à manutenção. Na seqüência, ignorando a ONU, o Iraque é invadido. O que aconteceu depois, todos sabem.

Mas essa tragédia, grande parte do povo norte-americano ignora. O que está pegando mesmo é o bolso, a economia, é o capitalismo vindo cobrar a conta. A quebradeira dos bancos, a necessidade de estatizar algumas instituições (quem diria!!), o desemprego batendo à porta...

As crianças podem continuar morrendo no Iraque, mas não ouse destruir o “American Way of Life”, algo que Bush quase conseguiu, e por isso, hoje é um dos presidentes com a mais baixa taxa de popularidade de todos os tempos. Que Obama seja um presidente mais ao estilo Democrata de ser, com todas as estagiárias a que tiver direito, deixando o mundo um lugar mais tranqüilo para se dormir.

Sandro Luiz Querino é jornalista e colaborador do Bóia

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segunda-feira, 3 de novembro de 2008

O VÔO TUCANO NO PARANÁ...

Paulo Roberto Aguilera

Observando o quadro político de hoje e tentando vislumbrar "o que vem por aí", em particular em nosso Estado, podemos dizer que temos os seguintes candidatos: Osmar Dias(PDT), Beto (PSDB), Álvaro Dias(PSDB), Pessutti(PMDB), Paulo Bernardo(PT).

Osmar sem alianças, não decola. Beto idem. Tanto Pessutti como Bernardo me parecem padecer da mesma necessidade.

Calma, só pra refletir, o único dos pré-candidatos que numa situação abstrata, não havendo alianças inter-partidárias, teria potencial para a vitória seria o Senador Álvaro Dias.

Unificado o PSDB, Beto garante a Capital e Álvaro goza de prestígio incontestável no Interior. Diria o incauto, inversamente também. Não, Beto não "emplaca" no interior. Mais, o interesse nacional também jogará peso. Mais, seria uma aventura sem volta, abandonar o barco deixando órfãos o eleitorado curitibano, um revés e "tampa do caixão" para uma liderança em ascensão. Mais, olha a presa fácil para as oposições(ao PSDB): “Tucano é assim mesmo, não tem medidas, escrúpulos, onde já se viu? Abandonar um mandato assim...no meio!!” Prato cheio para uma campanha que promete acirramento. Mais, a inegável popularidade do Senador, que será consubstanciada em pesquisas, o colocarão no centro do furacão, deixando o "puleiro" tucano numa situação sui generis. Dois "cabeças de chapa" muito fortes, um na capital outro no interior. Valerá o risco de perder o "mando" já estabelecido, ou a prudência irá se sobrepor, vislumbrando dois puleiros?

Bem, Álvaro prepara seu retorno ao Palácio não é de hoje. Tem relações políticas e trânsito direto com lideranças e população consolidadas.

De toda forma, pode-se considerar que o PSDB será novamente a "bola da vez". Com uma candidatura presidencial que certamente irá ao segundo turno, vem pra valer. Como disse no início, são conjecturas sem alianças inter-partidárias e o “b-a-bá” da política recomenda primeiramente conhecer suas forças. Acertar nesta avaliação, meio caminho andado.

E com as eventuais alianças?

Promete-se a apresentação da proposta de reforma política ainda esse ano. Portanto como estamos a dois anos do pleito, poderão haver então mudanças inclusive no quesito "coligações".

Mas pelo que se vislumbra, as eventuais mudanças, favorecem a tese de que o Senador Álvaro Dias seria o mais viável candidato Tucano.

Isso sem contar que a "reforma" poderá dar um prazo para a "reacomodação" de forças, ou seja, uma porta para "mudanças" de Partido, o que certamente também amplia as possibilidades do Senador.

O Tucanato, não é dado a saculejos, a reflexão mais lúcida apontaria sem sombra de dúvidas para a candidatura de Álvaro.

Por mais incrível que possa parecer, uma leitura crítica da realidade, apontará a candidatura do Senador como a mais forte e em condições de consolidação, entre todos os "postulantes". Caberá ao Tucanato Paranaense a escolha de sua rota de Vôo, céu de brigadeiro ou tribulações de sobre-vôo pelo Triangulo das Bermudas.

Resolvido o dilema "piciforme", é ir tocando a bola, esperando as demais composições, essas sim, de difícil resolução, pois estão, qualquer uma delas, à exceção do DEM, na "base de apoio", sendo muito macaco pra pouco galho. Pelo que consta "oposição" no Paraná tem nome e Bico Grande. Sai na frente com sólida candidatura nacional. Tendo um nome definido, com este perfil aqui no Paraná, voará na frente.

Bem, esta é uma reflexão que a família ranfastídea deverá levar em conta. Quanto as outras forças vamos também na seqüência tentar analisar.


Paulo Roberto Aguilera é jornalista, sociólogo e colaborador do Bóia.

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Obama amplia vantagem sobre McCain

O candidato democrata à Casa Branca, Barack Obama, ampliou a liderança a um dia da eleição de 4 de novembro e tem dez pontos percentuais sobre o rival republicano, John McCain. Segundo a mais recente pesquisa do instituto Gallup, Obama tem 52% das intenções de voto contra 42% de McCain. Com dois pontos percentuais de margem de erro, o levantamento consultou 2.847 eleitores registrados.

O instituto aponta ainda que os dois senadores tem mantido o desempenho relativamente estável nas pesquisas, mesmo diante de intensa agenda de campanha, propagandas na TV e cobertura da imprensa. Na pesquisa anterior, o senador democrata por Illinois tinha margem de oito pontos percentuais, 51% a 43% de McCain.

Nas duas últimas semanas, a porcentagem de Obama nas sondagens Gallup tem variado de 50% a 52%, enquanto o republicano McCain marca 41% a 43% da preferência dos eleitores registrados. A nova pesquisa, realizada entre 29 e 31 de outubro, mostra ainda que 27% dos eleitores entrevistados já votaram no processo de votação antecipada.

A margem de eleitores que participaram do processo aumentou significativamente desde a pesquisa realizada entre 17 e 19 de outubro, quando apenas 7% dos entrevistados já haviam declarado seu voto na eleição presidencial. E os eleitores antecipados, aponta o Gallup, favorecem o democrata Obama por uma margem um pouco maior do que o cenário geral.

Moderado
O democrata também lidera, embora com margem menor, na pesquisa diária do Reuters/C-SPAN/Zogby, divulgada neste domingo (2). Segundo o instituto, Obama tem seis pontos percentuais sobre McCain, com 50% da preferência contra 44% do senador republicano.

O resultado mostra uma queda de um ponto percentual em relação à sábado. ''Faltam dois dias antes da eleição e, obviamente, qualquer coisa pode acontecer. Mas é difícil ver onde McCain pode ir daqui'', disse o pesquisador John Zogby.

A sondagem do fim de semana mostra que ambos os candidatos parecem estar consolidando o apoio entre sues tradicionais eleitorados — mulheres e independentes para Obama e eleitores mais velhos e conservadores para McCain. Obama — que pode se tornar o primeiro presidente negro do país — tem ainda 93% de apoio entre o eleitorado negro e 65% entre os hispânicos.

O Zogby apontou também, assim como o Gallup, que Obama foi o mais beneficiado pelo processo de votação antecipada, com 56% contra 49% dos votos entre estes entrevistados. Este resultado pode ser explicado pela intensa campanha democrata para o registro de eleitores e para a mobilização no processo de votação antecipada.

Os candidatos nanicos, independente Ralph Nader e o libertário Bob Barr, receberam 2% e 1% das indicações, respectivamente. Outros 2% permanecem indecisos. A pesquisa Reuters/C-SPAN/Zogby foi realizada entre 29 e 31 de outubro, com 1.201 eleitores e tem margem de erro de 2,9 pontos percentuais para mais ou para menos.

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quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Antonio Belinati é cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral

O pleno do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aceitou o recurso do Ministério Público Eleitoral e cassou o registro da candidatura do prefeito eleito de Londrina, Antonio Belinati (PP).

Numa decisão polêmica, que revisou a jurisprudência da Corte, os ministros decidiram, por cinco votos a dois que, apesar de Belinati ter obtido uma liminar a seu favor, a desaprovação da prestação de contas pelo Tribunal de Contas (TC) de um convênio da época em que foi prefeito do município o torna inelegível.

A decisão do TSE deverá ser publicada ainda esta semana e, assim que receber os autos a juíza da 41.ª Zona Eleitoral de Londrina Denise Hammerschmidt decidirá se convoca novas eleições ou declara vitória do segundo colocado no pleito, o deputado federal Luiz Carlos Hauly (PSDB).

Belinati teve o registro de candidatura indeferido pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE), devido à desaprovação da prestação de contas de convênio de R$ 150 mil firmado em 1999 entre a Prefeitura de Londrina e o Departamento de Estradas de Rodagem (DER).

Com base nessa decisão, o TRE considerou o hoje deputado estadual inelegível, mesmo depois de o TC conceder, em pedido de revisão, uma liminar que suspendeu a rejeição de suas contas.

Belinati recorreu ao TSE e conseguiu o registro, mas novo recurso, do Ministério Público Eleitoral levou a questão ao pleno do Tribunal. O julgamento deveria ter ocorrido sábado, mas o presidente do TSE, ministro Carlos Ayres Brito, pediu vistas ao processo após dois votos favoráveis a Belinati.

No julgamento de ontem, Ayres Brito divergiu dos votos anteriores, por entender que o pedido de revisão da decisão do TC não livra Belinati da inelegibilidade pelo fato de as contas terem sido julgadas irregulares em decisão final e que o recurso em decisão administrativa não o salvaguarda, o que só aconteceria se o caso estivesse sendo discutido no Poder Judiciário. A decisão contrariou a jurisprudência da Corte que, até então aceitava esse tipo de liminar para deferir registro de candidaturas.

O voto do presidente, que ainda argumentou o fato de a reprovação das contas ter ocorrido em julho de 2007 e o pedido de revisão ter sido apresentado em maio de 2008, às vésperas dos registros das candidaturas e com decisão liminar que, segundo ele, contraria a legislação estadual e o Regimento Interno do Tribunal de Contas, acabou sendo acompanhado pelos outro quatro ministros da corte.

Na Justiça Eleitoral, não há mais possibilidade de recursos. Se quiser assumir a Prefeitura em 2009, Belinati terá de encontrar outra forma legal para recorrer ao Superior Tribunal de Justiça ou ao Supremo Tribunal Federal. A reportagem tentou entrar em contato com Belinati, mas não teve retorno. (fonte: paranaonline)

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segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Artigo: Mirian Leitão e Zé Wille - Dois Perdidos Numa Bolsa Suja

Paulo Roberto Aguilera

Caramba!, é demais a cara de pau da jornalista Mirian Leitão. Do nosso amigo “Zé Wille” na CBN e outros quetais.

Perplexos, primeiro disfarçaram tentando “ganhar” tempo para se re-alinharem. Como botar a culpa da crise nas “esquerdas”. Como culpar o Presidente democraticamente eleito da Venezuela, Hugo Chavez ou outros irmãos latinos igualmente Democraticamente eleitos, Evo Moreles da Bolívia ou Rafael Correa Equador?

Não teve jeito e olha que esforços não lhe faltaram...

Depois da “bordoada” no alto do coco, ambos(vamos pegar o casal), saíram tateando as escuras e vendo que “ocupar” refinarias, expulsar empresas que não cumpriram seus contratos e suspender o pagamento por serviços não prestados ou mesmo não renovar concessão de empresa de comunicação que não cumpre seu papel social e ainda por cima conspira contra o Estado de Direito, eram “fichinha” perto da ESTATIZAÇÃO, NACIONALIZAÇÃO(ante-sala do comunismo), em prática nos paraísos do “vencedor e vigoroso capitalismo”. Afinal a história não acabou?

Ébrios, vagaram feito bestas, tendo que engolir as ladainhas de sua militância neo-liberal. Engasgada, com voz embargada, pobre senhora Leitão, incomodava com seus grunhidos, tentando engolir o volume de seus vômitos ao longo de suas pregações ideológicas.
Nosso Zé Wille, coitado, atabalhoado, cambaleante tenta se escorar nas muletas do macaco velho, que por solidariedade sorriu pelo cantinho da boca.

Sim, porque o Zé, baba, se deleita com o besteirol neo-liberal. Seus faniquitos contra qualquer sonho de independência nacional, são por demais conhecidos e nos leva até desconfiar de sua veemência.

O pobre-diabo, voz trêmula, não faz sequer uma única menção, uma mínima auto-crítica a todas loas que orgasticamente entoava ao seu DEUS, o DIABO DO MERCADO!

A COMUNIZAÇÃO em curso, não lhes afeta. E olhe que são dois destacados e afetados defensores do “vencedor” mercado.

O QUE É UM LADRÃO DE BANCO, DIANTE DE UM BANCO? (Lenin)

Está em curso uma “tungada” sem precedentes! É a mais desavergonhada transferência de renda já vista. Será um escárnio, um estupro, uma aberração!

Depois de muito engov e de volta a maior cara de pau, o casal colaboracionista, está encontrando sua “cortina de fumaça”. Já começaram a vociferar contra Lula. Esse peão Cavaleiro do Apocalipse que anda botando o “dedo na ferida” por uma nova ordem mundial.

A senhora Leitão não tem mesmo mais jeito, traz em suas entranhas, em seu DNA a estupidez e o cinismo necessários aos lacaios. Quanto ao nosso Zé, calce as sandálias da humildade e largue mão de aqui na província querer ser o xodózinho dos MBA em tunga e trapaças.

Caramba!

Paulo Roberto Aguilera é jornalista, sociólogo e colaborador do BÓIA.

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