sexta-feira, 21 de novembro de 2008

CRISE ECONÔMICA: “Quem pariu Mateus .... nunca embala”

José Carlos Trizotti

Por mais que muitos propaguem a falência da teoria marxista sobre o capitalismo e sobre quem padece de seus males – sem querer ignorar as mudanças e transformações por que o sistema capitalismo passou e passa – a atual crise financeira que abala as principais potências econômicas está a mostrar a atualidade do que foi pensado a mais de um século.

O trabalhador e classe média, quando necessitar vender algum bem ou produto já está a ouvir: o preço caiu devido à crise; Quando necessita adquirir algo, a resposta é inversa: o preço está alto, por causa da crise econômica, por causa da alta do dólar, dos aumentos dos preços das importações, da diminuição dos créditos, do aumento das taxas de juros e assim por diante.

Porém e os produtos que independem do dólar, dos juros, das importações? O produtor rural ao vender sua safra de feijão, receberá como resposta que os preços estão mais baixos por causa da crise. O assalariado quando for ao supermercado comprar o mesmo feijão, encontrará a resposta de que o preço aumentou por causa da crise.

A classe média ao buscar vender um veículo usado, receberá a informação de que o preço dos automóveis caiu por causa da crise. Quando for adquirir o mesmo veículo, a resposta é inversa: o preço aumentou por que o crédito está menor, o juro está alto, porque as vendas caíram, os salários aumentaram.

Quando o sindicato busca aumento de salários, a resposta é que a crise afetou a produção, os custos, etc., etc.. Alegam que estão concedendo até férias coletivas como reflexo da crise. Ocorre que nesta época do ano as principais empresas sempre concederam férias coletivas, com ou sem crise, mas em decorrência da sazonalidade da produção industrial em determinados setores.

E quem ganha com a crise? Os mesmos que a provocaram, ou seja, os grandes grupos econômicos, grandes comerciantes e especuladores e principalmente o setor financeiro.

E não só os trabalhadores e a classe média que estarão pagando o preço da crise econômica. O mesmo ocorrerá com os paises menos ou em fase de desenvolvimento. Ou seja, a máxima de quem “pariu Mateus que o embale” não serve para este caso. Esperemos para ver e conferir.

José Carlos Trizotti é Sociólogo Especialista em Economia do Trabalho, Assessor da Força Sindical PR e Colaborador do Bóia Quente.

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2 comentários:

  1. Anônimo24.11.08

    Li seu artigo e compartilhei com um amigo de Portugal, professor...
    veja só, vc inicia sua fala contestando a falência do marxismo sobre o capitalismo.Na verdade, a crise surge independente de Marx estar certo ou não, mas porque as pot~encias econômicas rivalizam entre si por lucros cada evz maiores, concentrando-se riquezas e a maioria, vai ficando desempregada e absolutamente excluída do mercado.O que vemos com a crise é que não é possível este mercado funcionar, sem que pessoas comprem...O trabalhador acaba ficando no prejuízo não somente nos processos de compra, mas quando v~e seu patrimônio desqualificado para a venda...E assim a pobreza e violência generalizada vai tomando conta...Abços da Mônica.

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  2. Anônimo27.11.08

    Olá Mônica!
    Na verdade eu fiz referencia que muitos - e não seria meu caso - propagam a falencia do marxismo e reafirmei que o que ele penseou a um século atras continua vivo em muitos aspectos.
    E estou de pleno acordo com seu comentário. Muito pertinente. Obrigado
    JC Trizotti

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