sexta-feira, 14 de novembro de 2008

SUCESSÃO ESTADUAL: O Conflito do Coração e o Cérebro


José Carlos Trizotti

Muito se fala e escreve sobre a sucessão estadual, e estamos ainda a dois anos das eleições. Na verdade o que lemos e ouvimos tem mais de desejos e menos de projeção real. É o conflito entre o coração e o cérebro.

O cenário político do Paraná aponta quatro grupos em condições de disputa ao Governo do Estado, sendo o PDT com Osmar Dias, o PSDB com Álvaro Dias ou Beto Richa, o PT com Paulo Bernardo ou Jorge Samec e o PMDB com Orlando Pessuti – único nome cogitado pelo partido até o momento. Uma análise mais simples apontam para a junção dos 4 em dois grupos eleitorais, juntando-se o PSDB com PDT e PT com PMDB – e seus respectivos aliados. No entanto em política tudo é dinâmico e o que hoje parece fato, no amanhã apenas sonhos pós despertar.

O PMDB e PT no Paraná vivem em constantes conflitos. O PDT de Osmar Dias que vive aparentemente em harmonia com o PSDB de Beto Richa, depende de fatores externos. O PDT é aliado nacionalmente da coalizão do Presidente Lula. Acrescente-se isto a chamada verticalização, onde se o PDT coligar-se com uma candidatura do PT, inviabilizaria o apoio do PSDB no Paraná. Isto levaria necessariamente o PSDB a lançar candidato que oferecesse palanque ao Governador José Serra, provável candidato do PSDB.

Assim adversários no Paraná, como o grupo político de Osmar Dias e o PT, que já são aliados nacionalmente, podem estar juntos no Paraná em 2010. O mesmo pode ocorrer com o PMDB e o PSDB, com Álvaro Dias – e não o Beto Richa – ao Governo do Estado. Então as quatro maiores forças políticas eleitorais do Estado, podem mesmo fundir-se em duas, porém diferente das que visualizamos neste período pós-eleições municipais.

Quando digo que o que ouvimos e lemos está mais no campo dos desejos do coração é exatamente pela dependência de todas estas variáveis.

Evidentemente que desejos influenciam, quando provenientes de lideranças com capacidade de intervenção e modificação da realidade política. Mas concretamente é cedo para podermos traçar um quadro real do que virá em 2010, cabendo tão somente neste momento, a especulação propriamente dita por muitos que sonham com projetos pessoais, ou aos que representam grupos sociais e políticos, externar projeções do quadro político com a clara – e legítima – intenção de ir moldando a realidade aos seus projetos eleitorais.

José Carlos Trizotti é Sociólogo, Especialista em Economia do Trabalho, Assessor da Força Sindical do PR e colaborador do Bóia

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Um comentário:

  1. Anônimo14.11.08

    Muito interessante o artigo do Sr. Trizotti, só discordo que ainda é cedo, pelo contrário a campanha já está na rua! Veja os movimentos, o Senador Osmar(sonho petista, quem diria...) O Álvaro já disse q espera até abril,faz uma pesquisa, se estiver bem é candidato, enfim...
    Alex-Londrina

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