segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Venezuelanos comparecem em massa às eleições regionais

O chamado feito tanto pelos governistas quanto pela oposição para que os venezuelanos votassem nas eleições regionais deste domingo (23) foi atendido e milhões de eleitores lotaram as zonas eleitorais. Na última votação, ocorrida em dezembro de 2007,mais de 53% dos eleitores deixaram de comparecer. A abstenção tem sido historicamente alta na Venezuela, onde o voto não é obrigatório. Mas neste domingo, o histórico de grandes abstenções deverá mudar.

Às 19 horas (horário de Brasília) as eleições já haviam terminado, mas vários locais de votação permaneceram abertos para que os eleitores que estavam na fila pudessem votar, informou a presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Tibisay Lucena, citada pela AFP. No entanto, os resultados só serão conhecidos quando todos os votos forem apurados.

A justiça eleitoral proibiu os meios de comunicação social de divulgarem sondagens de boca de urna ou quaisquer projeções de resultados. O CNE também já anunciou que não vai emitir resultados parciais.

Cerca de 17 milhões de eleitores venezuelanos puderam escolher entre 22 governadores, 328 presidentes de câmara e 233 deputados regionais.

O presidente Hugo Chávez votou no bairro de 23 de Enero, no oeste de Caracas. "Honra ao vencido e glória ao vencedor e, amanhã, a Venezuela segue a sua marcha", disse ao votar.

Eleições regionais de importância crucial
Estas eleições não têm um caráter apenas regional, uma vez que serão uma espécie de "referendo" às políticas de Chávez e do seu partido, o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), que deverá vencer na maioria dos estados, ainda que a oposição tenha boas hipóteses nos estados mais povoados.

O processo é considerado vital pelo presidente da Venezuela para avançar seu projeto socialista. Desde o amanhecer, centenas de eleitores começaram a formar longas filas nas imediações das sessões eleitorais, à espera da abertura dos locais.

Após as 7 horas da manhã, representantes do Conselho Nacional Eleitoral ordenaram a abertura das 34.899 sessões eleitorais em todo o país.

Já na madrugada, simpatizantes de Chávez estouraram rojões nos bairros da periferia, para acordar a população e motivá-la a ir votar.

Enquanto aguardava a abertura da sessão eleitoral, em um bairro central de Caracas, Aquiles Vera, empregado de uma construtora com 47 anos de idade, disse que decidiu votar para garantir a "permanência do presidente" e dos seus programas sociais.

Isabel Cepeda, uma comerciante de 52 anos, disse na fila de votação perto de uma escola em Maracaibo, segunda maior cidade do país, que votaria na oposição, porque deseja "que continue a democracia em nosso país. A democracia foi seqüestrada na Venezuela".

Correndo atrás do prejuízo
Decidido a se recuperar do revés eleitoral no referendo de 2007, Chávez teve uma participação ativa durante os quase dois meses de campanha e transformou as eleições em um tipo de plebiscito.

Cerca de 8 mil candidatos de mais de 786 organizações políticas disputam as eleições.

Dezenove dos 23 estados e unidades administrativas da Venezuela estão nas mãos do governo, após terem sido conquistadas em 2004, em um sufrágio que foi em grande parte boicotado pela oposição. A oposição controla atualmente os estados de Zulia - o maior do país - e Nueva Esparta, enquanto grupos dissidentes do governo governam os estados de Aragua, Sucre e Guárico.

A oposição pretende se manter no poder em Zulia e Nueva Esparta e conquistar o governo de alguns dos principais estados, como Miranda e Carabobo.

Conforme a BBC, pesquisas apontam vitória dos chavistas na maioria dos estados.

Chávez: respeito aos resultados
Seja qual for o resultado, Chávez disse neste domingo que o acatará, mesmo que seu governo não saia vencedor das urnas.

"Sempre estamos preparados para reconhecer qualquer resultado. Sempre reconhecemos nossa derrota, inclusive grandes derrotas, como a do ano passado, [do referendo] da reforma constitucional", afirmou Chávez, segundo a BBC Brasil.

Chávez pediu que a oposição também respeite os resultados. "Se não reconhecerem [os resultados], pior para eles, morte política. Mas o Estado está preparado para fazer cumprir a vontade do povo, a decisão do povo que será anunciada pelo Conselho Nacional Eleitoral", disse.

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