terça-feira, 31 de maio de 2011

METENDO OS PEITOS: BALANÇO DA 2ª RODADA

por Carolaine

Fim da segunda rodada. Hora de apontar os erros e os acertos.

A noite de sábado foi quase toda dos defensores! Quatro dos sete gols da noite foram marcados por zagueiros:

Botafogo 1 x 0 Santos - Acertamos a vitória do Botafogo, apesar dos jogadores apontados não terem rendido tanto. O único gol foi marcado pelo zagueiro Fábio Ferreira.

Internacional 0 x 1 Ceará - Zebra? Não esperávamos a péssima atuação do Internacional. Jogando em casa, com um elenco milionário, campeão gaúcho e atual campeão da Taça Libertadores. Apesar disso tudo os dois primeiros jogos do Colorado no Brasileirão não foram bons. Melhor pro Ceará que, como foi dito, não deve ser subestimado! Nenhum time chega às semifinais da Copa do Brasil à toa.

Avaí 1 x 3 Atlético Mineiro – Como previsto, o Galo foi o visitante mais indigesto da rodada! Porém, como no Botafogo, as estrelas da partida foram os zagueiros. Dois gols de Leonardo Silva e um de Réver sacramentaram a virada mineira em plena Ressacada.

São Paulo 1 x 0 Figueirense – Prevaleceu o time da casa, mas não com a desenvoltura aguardada pela torcida. Muitas vaias foram ouvidas na saída para o intervalo. A retranca do Figueirense foi eficiente e o ataque do São Paulo deixou a torcida nervosa. Dagoberto mal apareceu, esperava a bola chegar a ele, o que não aconteceu muitas vezes. O único gol foi marcado por Lucas no último lance da partida.

Nos jogos de sábado erramos apenas no Beira Rio. Vamos aos de domingo:

Corinthians 2 x 1 Coritiba – Jogo polêmico, com reclamações de ambos os lados. Na bola o que se viu foi um jogo apertado, como foi previsto aqui. Os reservas do Coxa deram trabalho, principalmente no segundo tempo, mas Danilo (jogador muito contestado pela torcida) desempatou e tirou o anfitrião do sufoco.

Bahia 3 x 3 Flamengo – Grande jogo dentro e fora de campo. Show da torcida do Bahia no Pituaçu! Acertamos os nomes do jogo dos dois lados e os problemas defensivos do Flamengo ficaram ainda mais evidentes.

Atlético Paranaense 0 x 1 Grêmio – Derrotado por um lance patético de gol contra o desempenho do Furacão preocupa. A previsão era de um jogo difícil, mas a ineficiência de Paulo Baier e o erro de comunicação entre Rafael Santos e o goleiro (estreante escalado na última hora) decretaram o resultado. Talvez depois de ver a melhora no jogo com a entrada de Madson, Branquinho e Nieto o técnico agora resolva “arriscar” mais. A torcida indignada não pode nem apelar ao ex-salvador Geninho, que foi embora do clube magoadíssmo (cheio de razão), afirmando ter sido o fim da sua história com o clube.

Cruzeiro 1 x 1 Palmeiras – O resultado não fugiu do esperado, mas seus meios sim. O ataque badalado do Cruzeiro continua sem marcar, enquanto no Palmeiras o gol saiu dos pés mais desacreditados pela torcida. Anselmo Ramon, estreante, marcou pelo Cruzeiro (conseguindo a redenção após perder um gol que minha vó faria) e Luan fez um golaço sem precedentes em sua carreira pelo Palmeiras.

Vasco 3 x 0 América Mineiro – A vitória do time carioca era esperada sim, os jogadores destacados no texto anterior jogaram bem e não me fizeram passar vergonha! Mas o placar pode enganar quem não assistiu à partida. Não foi fácil. O time mineiro lutou muito, na defesa e no ataque, mesmo com um jogador a menos apresentou perigo à zaga vascaína e dificultou seus ataques.

Atlético Goianiense 0 x 1 Fluminense – Jogo sem graça até pra comentar. O Atlético se defendeu bem, mas não teve poder ofensivo. Já o time das Laranjeiras demonstrou uma sensível melhora em relação à derrota sofrida na primeira rodada, porém, ainda parece longe do seu potencial.

Na rodada de domingo erramos ao acreditar no potencial do Furacão. Talvez se Adilson Batista tivesse feito as substituições mais cedo pudéssemos ter acertado. Nunca saberemos. Também conto como erro ter esperado uma partida melhor entre Atlético Goianiense e Fluminense. Não dá pra acertar sempre.

Antes da próxima rodada teremos um meio de semana agitado. As semifinais na Taça Libertadores e a primeira partida da final da Copa do Brasil prometem emoções fortes. Esperamos um belo jogo em São Januário, disputado por duas equipes que estão ressurgindo com força no cenário nacional e buscando com garra e habilidade esse título inédito para suas torcidas. O Vasco chega para a disputa com dois desfalques; Márcio Careca entrará no lugar de Ramon e Éder Luis será substituído por Bernardo. O Coxa também tem uma modificação; sai Leandro Donizete, machucado, para a entrada de William, Djair ou Marcos Paulo, à critério de Marcelo Oliveira.


segunda-feira, 30 de maio de 2011

Agiotagem: juro do cheque especial chega a 178,1% ao ano

vermelho

A taxa de juro do cheque especial subiu de 174,6% em março para 178,1% anuais em abril, com acréscimo de 3,5 pontos percentuais. Este é o percentual médio, alguns bancos cobram ainda mais. Em 12 meses, foi registrada ampliação de 16,8 pontos percentuais, segundo informações divulgadas pelo Banco Central (BC).


Os números assombrosos têm um nome: agiotagem, descarada e sem punição, visto que é exercida pelos bancos, privados e públicos. O spread (ganho com a diferença entre o que o banco paga pelo dinheiro e o que ele cobra nos empréstimos aos clientes) subiu 3 pontos, ficando em 166,6% ao ano. Em 12 meses, foi apurado acréscimo de 13,7 pontos.

Abuso impune
O Brasil tem a fama de praticar os juros reais mais altos do mundo, mas estes correspondem à taxa nominal Selic, que está em 12%. Este percentual, aplicado aos juros básicos, nem de longe lembra a agiotagem praticada pelos banqueiros, que vai muito além.

Quem paga pelo abuso, tolerado pelo governo e pela legislação, são os usuários do sistema financeiro, em geral trabalhadores e pequenos empresários em apuros, geralmente com contas a pagar e saldo negativo nas contas correntes. Houve época em que usura e agiotagem eram considerados crimes no mundo. A Constituição Cidadã de 1988 tentou restaurar a moralidade, impondo um limite (de 12%) aos juros, mas tudo isto ficou esquecido, imerso nas ondas neoliberais que invadiram o país alguns anos após a Constituinte e ainda predominam na área monetária e financeira.

Consignados
Os juros do crédito pessoal apresentaram elevação de 2,6 pontos percentuais, atingindo 49,9%. Em 12 meses, o BC apontou acréscimo de 7 pontos. Dentro dessas operações, a taxa média dos empréstimos consignados, com desconto em folha de pagamento, aumentou 0,4 ponto, indo a 28,5%. Em 12 meses, houve adição de 1,7 ponto.

As taxas médias das operações tradicionais de crédito pessoal corresponderam a 65,6%, elevação de 5,4 pontos no comparativo mensal e de 9,4 pontos em 12 meses.

Nas outras modalidades de crédito à pessoa física, o custo médio do empréstimo para aquisição de veículos cresceu 1 ponto no mês passado, para 30,9% anuais. Em 12 meses, o aumento foi de 7,4 pontos. As taxas de empréstimos cobradas para aquisição de bens variados -como eletroeletrônicos, por exemplo- avançaram 1,2 ponto no comparativo mensal, para 54,8%.

Após retorno de Zelaya, Frente de Resistência anuncia criação de partido político

Adital

Com a volta do ex-presidente Manuel Zelaya a Honduras, no último dia 28, a Frente Nacional de Resistência Popular (FNRP) confirmou ontem (29) a transformação da Frente em um partido político. Nos próximos dias, a FNRP iniciará o processo de coleta de assinaturas para solicitar ao Tribunal Supremo Eleitoral o reconhecimento da organização como partido apto a participar das eleições hondurenhas.

A criação do partido está respaldada pelo ponto 6 do "Acordo para a Reconciliação Nacional e Consolidação do Sistema Democrático na República de Honduras”, assinado no último dia 22 por Zelaya e o atual presidente, Porfirio Lobo.

"Velar pelo cumprimento de todas as garantias que a lei concede para que a Frente Nacional de Resistência Popular solicite sua inscrição ante o Tribunal Supremo Eleitoral e participe democraticamente nos processos políticos eleitorais de Honduras”, dispõe o documento.

Em entrevista coletiva, Zelaya disse que a FNRP se transformará em um bloco político tendo como exemplo a Frente Ampla, que governa o Uruguai desde 2005.

"A FNRP será uma frente ampla integrada por partidos políticos, sindicatos, professores, camponeses, patronatos, organizações civis e não-governamentais, sem que ninguém perca a identidade”, detalhou.

Sobre os próximos passos da organização política, Zelaya declarou que "estamos lutando politicamente para que dentro de dois anos a organização popular, com nova forma ideológica, de progresso, chegue ao poder”. Entretanto, considerou "prematuro” pensar nas eleições de 2013 e em possíveis acordos eleitorais.

De acordo com o porta-voz da Frente, Juan Barahona, em entrevista à TeleSur, o partido pretende alcançar "a tomada do poder pela resistência”.

Barahona explicou que a Frente pretende iniciar a eleição de candidatos para possíveis eleições livres. "Não falamos de candidatura, até agora, porque quisemos esperar que Zelaya chegasse ao país. Mas no mesmo processo que se vá legalizando o partido iremos falando de candidaturas. Faremos por consenso ou em assembleias populares, para que tenham o respaldo desde a base”, afirmou.

O porta-voz da Frente de Resistência destacou ainda que a volta de Zelaya marca a continuidade de uma luta contra a situação de impunidade em Honduras, iniciada com o golpe de Estado de junho de 2009, quando Zelaya foi retirado da presidência do país.

"Neste país a impunidade existe. Os golpistas estão no poder com o governo de Porfirio Lobo. Não baixaremos a guarda para exigir um castigo aos responsáveis do golpe de Estado, independentemente do acordo, nem esquecimento, nem perdão”, sublinhou. En este país la impunidad existe. Los golpistas están en el poder con el gobierno de Pofirio Lobo. No bajaremos la guardia para exigir un castigo a los responsables del golpe de Estado, independientemente del acuerdo, ni olvido, ni perdón

Fim do exílio

Após quase dois anos de exílio, Zelaya voltou a Honduras acompanhado pelos chanceleres da Venezuela, Nicolás Maduro, e da República Dominicana, Carlos Morales Troncoso, além do embaixador da Venezuela frente à Organização dos Estados Americanos (OEA), Roy Chaderton e da senadora colombiana, Piedad Córdoba.

Recebido por milhares de seguidores que foram até o aeroporto de Toncontín, em Tegucigalpa, o ex-presidente afirmou que seu retorno é uma "vitória da resistência e do povo hondurenho”. Disse ainda que o golpe de Estado foi um "fracasso das direitas da América Latina”.

Com informações de TeleSUR e Prensa Latina

A gramática farisaica

Escrito por Gabriel Perissé

Totalmente desproporcionada a reação de alguns jornalistas, articulistas, escritores e formadores de opinião (ou apenas da sua imprópria opinião) na defesa da gramática normativa contra o perigoso livro didático Por uma vida melhor, cuja distribuição foi autorizada pelo MEC.

Falsa polêmica. O livro não ensina a "falar errado". Quem isso afirma não leu o livro, ou sequer entendeu corretamente a proposta. Talvez sofra de analfabetismo funcional. Talvez queira apenas exercer o papel de "puliça" lexical.

Vejamos, concretamente, no texto, o que os autores realmente escreveram:

"Você pode estar se perguntando: 'Mas eu posso falar os livro?' Claro que pode. Mas fique atento porque, dependendo da situação, você corre o risco de ser vítima de preconceito lingüístico. Muita gente diz o que se deve e o que não se deve falar e escrever, tomando as regras estabelecidas para a norma culta como padrão de correção de todas as formas lingüísticas. O falante, portanto, tem de ser capaz de usar a variante adequada da língua para cada ocasião".

Como não lembrar de um artista que, com malícia, dizia que para falar errado era preciso saber falar errado?! Adoniran Barbosa cantava, saborosamente, comunicando o que era para comunicar:

As mariposa quando chega o frio/ Fica dando vorta em vorta da lâmpida pra si isquentá/ Elas roda, roda, roda e dispois se senta/ Em cima do prato da lâmpida pra descansá

O que é adequado para cada ocasião, para cada contexto?

É inadequado empregar a mesóclise "dar-lhe-ei o troco" na barraca da feira. Soa estranho e ridículo, ainda que num exame de língua portuguesa seja a única resposta de uma determinada questão. E é inadequado que um advogado escreva "a gente vamos" numa petição inicial, lembrando que talvez os pais desse advogado assim falem, mas não devem por isso ser processados.

O livro ensina abertura para a realidade/variedade lingüística e pede discernimento à pessoa com relação à adoção da norma culta. Ora, para que saiba a hora de adotá-la, precisará conhecê-la.

Ataques farisaicos

É possível que, afinal de contas, o alvo dos ataques ao livro tenha sido o ministro petista Fernando Haddad. Nada como um escândalo para queimar uma liderança política promissora que tanto desagrada setores da mídia vinculados ao PSDB.

E não esqueçamos o livro didático com problemas no mapa da América Latina que desmoralizou a Secretaria de Educação de São Paulo em 2009 (ver, no Observatório da Imprensa, "A educação que não está no mapa"). Por que não aproveitar a ocasião e, com espírito de vingança, denunciar agora o MEC do PT, vendo nesse livro um plano diabólico para manter os "brasileiro" na ignorância?

Títulos e expressões bombásticas mal conseguem disfarçar o desejo de, pegando o livro para Cristo, crucificar o próprio Haddad:

** "O assassinato da língua portuguesa" (IstoÉ, 25/05/2011)

** "Preconceito contra a educação" e "Os adversários do bom português" (Veja, 25/05/2011)

** "A pedagogia da ignorância" (O Estado de S.Paulo, 18/05/2011)

** "Livro escolar defende os erros de concordância" (O Dia, 13/05/2011)

Maurício Dias, na Carta Capital (25/05/2011), desmascarou os defensores da lei e da ordem cultas. Em seu artigo "Não há uma língua só", sem descartar o enraizado preconceito lingüístico que a autora do livro ‘maldito’ tinha mencionado, e agora se manifestou uma vez mais, Maurício detecta nas críticas exageradas, e enviesadas, a voz conservadora que reclama das políticas sociais adotadas por Lula. Aliás, essa voz já associava o falar popular do ex-presidente à incapacidade intelectual de governar o país.

Eliane Brum, para Época, escreve um texto sensato, deixando bem claro que, ao ler o capítulo inteiro em que a questão se apresenta (ler o capítulo inteiro é o mínimo que um bom jornalista deveria fazer no caso, e foi o que Eliane fez), "é fácil perceber que, em nenhum momento, os autores do livro afirmam que não se deve ensinar e aprender a ‘norma culta’ da língua. Pelo contrário. Eles se dedicam a ensiná-la".

No Estadão, Tutty Vasques atribuiu ao ministro Fernando Haddad uma frase como resposta a essa artificial confusão: "Quem escreve certo – e mesmo assim por linhas tortas – é Deus!". Seja essa frase verdadeira, ou apenas uma brincadeira inventada do humorista, constitui, afinal, uma bela resposta para tirar importância da polêmica forçada.

Gabriel Perissé é doutor em Educação pela USP e escritor.

Website: http://www.perisse.com.br/

domingo, 29 de maio de 2011

Retorno de Zelaya gera expectativas e comemorações

Adital

O retorno do presidente deposto Manuel Zelaya para Honduras amanhã (28) está marcado por muitas expectativas e comemorações. Depois de quase um ano e meio vivendo em exílio, Zelaya voltará para seu país, graças a um acordo intermediado pelos governos da Colômbia e da Venezuela com o atual presidente de Honduras, Porfirio Lobo Sosa.

Neste acordo, Porfirio Lobo se comprometeu a respeitar os direitos humanos do ex-mandatário e de seus colaboradores políticos, muitos deles integrantes da Frente Nacional de Resistência Popular (FNRP), que surgiu para protestar contra o golpe ocorrido em junho de 2009.

A Frente anunciou nesta semana que cerca de 1 milhão de pessoas devem receber o ex-presidente Manuel Zelaya nos arredores do Aeroporto Internacional de Toncontin, em Tegucigalpa. O representante da Frente, Juan Barahona, afirmou que o clima no país é de ‘uma grande motivação e alegria'.

Barahona também informou que após a recepção de Zelaya os integrantes da FNRP iniciarão um processo de coletas de assinaturas que serão enviadas ao Tribunal Supremo Eleitoral para que a Frente seja reconhecida como organização política.

A volta de Manuel Zelaya também é uma das condições para que Honduras reintegre a Organização dos Estados Americanos (OEA), de onde o país foi expulso após o golpe político. Por isso, o secretário geral da OEA, José Miguel Insulza, estará em Honduras para receber Zelaya, junto com Porfirio Lobo. Os chanceleres da Colômbia, María Angela Holguín, e da Venezuela, Nicolás Maduro, também estarão no país para receberem o ex-presidente.

No entanto, a decisão da reintegração de Honduras ao grupo da OEA apenas será decidida na Assembleia Geral da organização, que acontecerá na próxima quarta-feira, 1º de junho. Participarão da Assembleia chanceleres de todos os países que integram a OEA, com a exceção do Equador, que não concorda com a decisão.

O presidente do Equador, Rafael Correa, declarou que apenas apoiará o regresso de Honduras à OEA se os autores do golpe forem punidos. Ele lembrou que alguns dos responsáveis pelo golpe estão desfrutando de altos cargos no governo de Porfirio Lobo. "Não podemos pensar que não aconteceu nada, isso se chama impunidade", opinou.

O Equador acredita que antes de voltar à OEA, Honduras precisa cumprir requisitos democráticos e avançar mais na questão dos direitos humanos. Apesar de sua posição, o governo equatoriano também disse que respeitará a decisão que for tomada pela OEA.

Países como Nicarágua, Bolívia, Brasil e Argentina, que num primeiro momento se opunham ao retorno de Honduras à OEA, votaram a favor da ideia durante um acordo estabelecido em Cartagena das Índias, na Colômbia. Além do retorno de Manuel Zelaya para Honduras, e acordo também determina o fim da perseguição ao ex-presidente e a garantia de que os partidários de Zelaya se incorporem na vida política do país, o respeito aos direitos humanos e a investigação de violações de direitos.

Depois de ter sido deposto pelo golpe de Estado em junho de 2009, Manuel Zelaya foi acolhido durante quatro meses pela embaixada do Brasil em Honduras, passou alguns meses na Costa Rica e viveu por mais de um ano na República Dominicana. Segundo informações da secretaria da Presidência dominicana, Zelaya se reúne hoje (27) com o presidente do país, Leonel Fernández, para agradecer o período de apoio e acolhida.

Com informações de agências.

Custo dos e-books desafia editoras

folhaonline

Apesar de ganharem relevância na discussão sobre a migração dos livros em papel para os meios digitais, os livros eletrônicos, ou e-books, ainda desafiam as editoras nos custos de tecnologia.

Segundo empresas ouvidas pela Folha, os gastos para converter os textos impressos para a versão digital e para revisar todas as edições ainda são uma equação não solucionada pelas editoras.

"Para se converter mil títulos para a versão digital, por exemplo, são gastos de R$ 300.000 a R$ 500.000 adicionais, valores que incluem o trabalho e as revisões", afirma Sérgio Machado, presidente da editora Record.

Na avaliação de Machado, hoje o e-book está relacionado principalmente à comodidade de compra de um livro digital, e não necessariamente à experiência de leitura. No entanto, não podem ficar para trás da demanda.

"Por enquanto ainda não há uma mina de ouro. Até agora só existem investimentos, mas não podemos ignorar esse setor", resume.

Ao lado da Record e integrante da DLD (Distribuidora de Livros Digitais, que entregam o conteúdo adaptado para livrarias), a editora Objetiva afirma que as empresas estão adaptando seus modelos de negócio para a era digital.

"Os livros digitais ainda estão se preparando para decolar no fim de 2011 e início de 2012", diz Roberto Feith, diretor geral da Objetiva e presidente do conselho da DLD.

No entanto, está mais fácil contratar os direitos autorais dos autores para publicações digitais porque não há mais tanta insegurança jurídica quanto há cerca de três anos sobre o modelo de remuneração.

Em média, segundo Feith, enquanto a participação dos autores nos livros impressos era de 20%, nas publicações digitais chegam a 25%.

Na avaliação de Mariana Zahar, diretora executiva da Zahar, uma das primeiras editoras do Brasil a entrar no negócio on-line, embora o mercado precise amadurecer, ainda há possibilidade de explorar novos conteúdos dos livros digitais com a era dos tablets.

"A possibilidade de exploração de elementos audiovisuais está muito maior", afirma.

LOJAS EM PREPARAÇÃO

As livrarias também se preparam para o triunfo dos livros eletrônicos, embora ainda apontem restrições para que a categoria deslanche no país.

"Hoje são três principais entraves: criação de software compatível da loja digital com os aparelhos a venda, acervo em português e preço dos leitores eletrônicos. Quando as três questões estiverem resolvidas, o mercado deverá deslanchar", diz Marcílio Pousada, presidente da Livraria Saraiva.

Há quase um ano com uma loja virtual de títulos que podem ser livros no computador, nos tablets ou nos leitores digitais --como o Alfa, da Positivo--, a Saraiva tem hoje 220 mil títulos em inglês e 3.600 em português.

O faturamento da loja on-line é o 80º entre as 99 operações da empresa do país, segundo Pousada.

Já a Livraria Cultura aposta na forma de convergência da tecnologia com os livros. A empresa está lançando os "livros como aplicativos" em que os usuários podem baixar os títulos digitais acompanhados com audiolivros para iPhone e iPad.

AMAZON NO BRASIL

Caso a chegada da Amazon ao Brasil se confirme para os próximos meses, ela deverá ajudar a impulsionar os números de vendas de livros on-line no país.

Segundo a Folha apurou, a gigante americana do varejo prepara sua estréia com operações exclusivamente on-line, com a venda do leitor Kindle.

Segundo a consultoria ebit, no ano passado a categoria representou 12% de todos os pedidos on-line no país. O comércio eletrônico movimentou R$ 15 bilhões e a categoria "livros e assinaturas de revistas" foi a segunda mais influente nas vendas.

A expectativa para este ano é que o segmento atinja R$ 20 bilhões.

Félix Contreras: um poeta da Revolução Cubana

Filho da miséria e da repressão da ditadura do general Fulgencio Batista, o poeta, escritor e jornalista Félix Contreras é um exemplo das profundas transformações que a Revolução Cubana promoveu na vida do povo da maior ilha do Caribe. Para quem assiste a uma de suas palestras é difícil imaginar como o menino que aos cinco anos de idade foi abandonado pela mãe — obrigada a se prostituir para comer — conquistou um futuro tão distante daquele que, teoricamente, o aguardava.

Por Mariana Viel

Além do abandono, o jovem Contreras sofreu ainda a angústia da escravidão, a insegurança da vida nas ruas e a dor da fome. Sua história é composta de diversos elementos ficcionais, que parecem só encontrar um sentido real quando ele passa a integrar uma célula clandestina da guerrilha cubana. Ele conta que tinha apenas 21 anos quando a Revolução Cubana triunfou e afirma orgulhoso que, de repente, o impossível deixou de existir. “Vocês não podem acreditar o que é viver o privilégio de uma Revolução. Tudo muda. Não posso explicar com palavras o que foi a Revolução Cubana. De repente para mim tudo era possível. O impossível não existia”.


A vitória da Revolução inaugurou uma série de profundas mudanças na vida do povo cubano, e uma delas em especial, a educação, foi responsável por mudar definitivamente o destino do escritor. “Sempre gostei muito de livros, queria estudar, conhecer culturas e visitar outros países. Eu falava com a minha avó que queria outra vida. Graças à Revolução terminei o primário, o secundário e fiz duas carreiras universitárias”.

Aos 70 anos de idade, Félix ministra palestras e aulas sobre a cultura cubana em diversos países do continente latino-americano e europeu. Entre as dezenas de livros publicados estão; El fulano tiempo, Cuaderno para el que va a nacer, Corazón semejante al tuyo e Album de la vida e os títulos de música Porque tienen filin (sobre a canções misturadas com o jazz), Música cubana: uma cuestíon personal e Yo conocí a Benny Moré — que reúne textos sobre a vida de um dos maiores expoentes da música cubana.

Em suas palestras, o escritor explica que a história da cultura e das mais variadas manifestações artísticas de Cuba não pode ser dissociada da vitoriosa história da luta de seu povo por independência. Segundo ele o próprio espírito da ilha é formado pela união entre liberdade e beleza. “Nossa cultura nasce das mesmas forças da independência. Para nós, cultura e independência são inseparáveis. A cultura cubana alcança sua cristalização, seu verdadeiro rosto, com as lutas de independência”.

Contreras ressalta que as principais figuras da independência de Cuba eram poetas e cita como exemplo máximo o grande mártir José Marti — político, pensador, jornalista e filósofo, criador do Partido Revolucionário Cubano (PRC) e organizador da Guerra de 1895.

Outro elemento fundamental para a formação da riqueza cultural da ilha é a mistura das tradições dos escravos africanos e seus colonizadores espanhóis. Para o poeta é justamente a união de tantos elementos distintos — que também se repetiu no Brasil e nos Estados Unidos — que concede à cultura desses países características tão peculiares.

“Onde as culturas se misturam saem as melhores culturas, porque une o melhor de cada uma delas. É isso que explica por que Cuba, Brasil e Estados Unidos têm as músicas mais significativas, ouvidas e dançadas do mundo. É onde mais se misturam todos os ritmos”. A presença da cultura dos escravos africanos é outro forte elemento dessa singularidade musical.

“Todas as culturas e todas as formas de expressão humana dos continentes africano e europeu ficam em um selo. Nos Estados Unidos através dos afro-norte-americanos, no Brasil com os afro-brasileiros e em Cuba com os afro-cubanos. Essa é uma demonstração de que onde há negros, há boa música. Nos Estados Unidos o jazz começou com os negros, as canções de amor românticas em Cuba nasceram nos barracões e no Brasil a música saiu dos negros da Bahia. Quando as culturas se misturam não há repressão”.

Durante uma palestra para estudantes dos cursos de História e Letras de uma faculdade de Bragança Paulista, a 90 km de São Paulo, na sexta-feira (20), ele falou sobre as tendências culturais de Cuba e ressaltou as transformações que o socialismo promoveu na maior ilha do Caribe.

Ao ser questionado por um dos alunos sobre a “falta de democracia em seu país”, o revolucionário foi taxativo. “Essa é a opinião de vocês. Não é a opinião do povo cubano. Cuba sempre realizou eleições, isso não se fala aqui. Cuba sempre fez eleições e Fidel sempre ganhou. O melhor serviço de saúde da América Latina está em Cuba e foi iniciado por Fidel Castro em 1961. Qualquer pessoa que for até lá pode comprovar. As melhores escolas de educação gratuita estão em Cuba. O primeiro país onde as mulheres se tornaram ministras foi Cuba. Isso tudo foi graças à Revolução”.

Vermelho: A história da cultura cubana se mistura à história da luta do povo cubano por liberdade?
Félix Contreras: Nossa cultura nasce das mesmas forças da independência. Para nós, cultura e independência são inseparáveis, são sinônimos. A cultura cubana alcança sua cristalização, seu verdadeiro rosto, com as lutas de independência. As principais figuras da independência cubana eram poetas. A principal figura da história de Cuba de todos os tempos é José Marti – que era um grande poeta. Estou falando da significação que tem a cultura cubana no espírito do povo cubano. O espírito de Cuba é essa mistura de liberdade com beleza. O patrimônio cultural cubano tem suas raízes nas tradições artísticas e literárias. O primeiro e maior romance cubano chama-se Cecília Valdés, e foi escrito pelo médico revolucionário Cirilo Villaverde – melhor amigo de José Marti. É um romance muito importante porque é um retrato de como era a sociedade cubana no século 19.

Vermelho: Durante a palestra você afirma que Brasil, Estados Unidos e Cuba possuem a música mais importante do mundo. Quais elementos concedem essa característica tão especial a esses países?
FC: É onde mais se misturam todos os ritmos. Todas as culturas e todas as formas de expressão humana dos continentes africano e europeu ficam em um selo. Nos Estados Unidos através dos afro-norte-americanos, no Brasil com os afro-brasileiros e em Cuba com os afro-cubanos. Onde as culturas se misturam saem as melhores culturas, porque une o melhor de cada uma delas. É isso que explica por que Cuba, Brasil e Estados Unidos têm as músicas mais significativas, ouvidas e dançadas do mundo. Uma coisa muito importante também é a presença dos negros. Essa é uma demonstração de que onde há negros, há boa música. Nos Estados Unidos o jazz começou com os negros, as canções de amor românticas em Cuba nasceram nos barracões e no Brasil a música saiu dos negros da Bahia. Quando as culturas se misturam não há repressão.

Vermelho: Como essa mistura de culturas influenciou o jazz?
FC: O jazz que chega na ilha nos anos 20 é um jazz negro, mas com muita influência branca, sobretudo na harmonia. Tem muito da harmonia da música francesa chamada impressionismo. A música francesa, depois de Claude Debussy mudou muito: uma harmonia mais complexa. E é esse jazz que chega em Cuba na década de 1920. Só que o jazz quando chega a Havana e encontra a música cubana muda novamente. Na década de 1940, quando nosso maior percussionista, Chano Pozo, vai com seus tambores para Nova Iorque, os músicos de jazz brancos e negros ficaram loucos. Então o jazz norte-americano se converteu em latin-jazz.

Vermelho: Ao mesmo tempo em que os Estados Unidos levam para Cuba importantes elementos culturais, o imperialismo norte-americano tem uma ação devastadora na ilha. É possível diferenciar as influências positivas e negativas?
FC: Nós assimilamos muito da cultura norte-americana. O jeito do conto cubano vem do conto dos Estados Unidos. Na década de 1930 os escritores cubanos começaram a escrever a partir do esquema do conto curto, que era norte americano, e daí nascem os maiores contos da década de 1940 e 1950 da América Latina, que são os contos cubanos. A cultura norte-americana em Cuba foi muito boa. Cuba tem esse jeito muito especial em sua cultura, nós nunca misturamos política norte-americana com cultura. A cultura norte-americana é produto de um povo, de pobres e ricos — como todas as culturas do mundo. As culturas são iguais, todas têm seus jeitos e todas são boas. O que não é bom é o poder do governo, do império, que usa essa cultura para sua conveniência. Mas o povo cubano sabe distinguir bem o que é cultura e o que é império norte-americano.

Vermelho: As mentiras sobre a falta de liberdade em Cuba te incomodam?
FC: Essa é uma mentira saída de uma necessidade muito grande que têm os Estados Unidos. A principal necessidade do império norte-americano é que Cuba desapareça. Cuba é o pior exemplo que há no mundo para eles porque a Revolução Cubana mostra aos povos da América Latina que o socialismo é melhor. Cuba não quis uma revolução reformista, quis uma revolução radical. Os Estados Unidos sempre estão pedindo aos diplomatas cubanos, nos encontros internacionais, que Cuba seja mais flexível. A Revolução Cubana incomoda os Estados Unidos, porque a partir de 1959 a esquerda latino-americana teve um exemplo muito próximo de como é possível mudar um país. E essa é uma pedra no sapato que eles não aguentam mais.

Vermelho: Entre as mentiras amplamente difundidas no Brasil e em diversos outros países do mundo está a questão da liberdade de imprensa em Cuba. Como você vê essa situação em Cuba e em outros países da América Latina?
FC: Esse é outro mito que se fala aqui: ‘Cuba não há liberdade de imprensa’. Liberdade de imprensa para quem? Só não falam para quem eles querem liberdade. A coisa tem nome e sobrenome. Liberdade de imprensa para o patrão ou para o operário? Operário não vê a liberdade de imprensa como o patrão. Liberdade de imprensa não é algo abstrato, liberdade de imprensa tem um fato concreto. Estou seguro de que o dono da Folha de São Paulo não tem a mesma opinião que eu. Meu conceito de liberdade de imprensa é o do jornalismo do operário, que fala de suas necessidades e de exploração. A burguesia não tem a mesma opinião sobre liberdade de imprensa que os operários. As pessoas nunca falam isso porque manipulam o conceito de liberdade de imprensa.

Outra grande manipulação, que tem um fato concreto, é a ideia de que o cubano quer sair da ilha. As pessoas não fazem avaliações com sentido histórico. Tudo acontece no marco da história. As pessoas retiram um fato, que tem um sentido histórico, e falam que os cubanos querem fugir da ilha. O que aconteceu foi uma emigração econômica e não política. Toda a história da Revolução Cubana muda a partir de 1989, com a queda do Muro de Berlin, da União Soviética.

A economia cubana se apoiava cerca de 80% na União Soviética. Cerca de 84% das exportações eram feitas para a União Soviética. Nos anos 1990 em Cuba acabaram as reservas de alimentos, de petróleo, de tudo. Os anos 1991 e 1992 foram os mais dramáticos de toda a história de Cuba. Transformávamos os móveis em combustíveis para cozinhar aquilo que conseguíamos. Passamos uma fome terrível. Apareceu a prostituição e apareceu também um turismo de que eu tenho ódio, mas que foi um câncer necessário. Um fato importante é que as únicas putas no planeta terra que tinham diploma universitário eram as cubanas.

A crise foi espantosa. Mais de 14 mil pessoas morreram tentando chegar aos Estados Unidos. E o governo norte-americano o que fez? Pegou uma lei que dizia que os cubanos que chegassem aos EUA teriam direito a dinheiro,
casa, carro e tudo mais. Mas os cubanos não estavam fugindo do socialismo cubano. Não foi uma fuga política e sim uma fuga econômica.

Vermelho: Como você se posiciona em relação às mudanças no rumo político, econômico e social cubano aprovadas no 6º Congresso do Partido Comunista de Cuba (PCC)?
FC: O povo cubano sempre apoiou as transformações. Agora a Revolução Cubana está fazendo mudanças que são muito necessárias. Antes nós não podíamos fazer essas mudanças porque não havia estabilidade social. Agora sim, estamos fazendo mudanças necessárias na economia. Com o passar dos anos algumas coisas ficam velhas. Um processo revolucionário deve continuar promovendo mudanças sempre.

Félix Contreras: Meus poemas brasileiros


Este poema
Para ganhar a vida
escrevo este poema
olhando o que se foi
e como sempre
o que há que escolher

Para ganhar a vida
escrevo este poema
enquanto minha infância
uiva no fundo destas palavras


Neste papel

Neste papel estão meus dedos
e outros que fizeram a cerâmica
os que arrancam os motores com ternura.
Neste papel
junto com os meus
estão os que fizeram minha morada
a escritura
e as coisas que me olham.
Neste papel
estão também
os dedos
que permitem aos meus
mover minhas mãos
neste moinho da vida


Manuel Bandeira

Com curiosidade sentimental procurei em Recife
a Manuel Bandeira
e as provincianas rosas que exalam de seus poemas
me acompanharam Verlaine, Guimarães Rosa,
Vinícius de Morais,
Mário de Andrade e o variado Fernando Pessoa
Mas
Manuel Bandeira andava arrumando o mundo
pedindo governos honestos soldados e coroneis
com honradez dos monumentos das praças
ruas sem misérias
mares sem sargaços letais águas limpas
mães para crianças meninas
e manhãs
para gente que procura vida


A chuva na Paraíba

A chuva na Paraíba sonha
na profundidade dos olhos
a chuva aqui se esqueceu de tudo nesta terra
tanto como seus políticos de sua gente
gente tão pobre como um punhado de cinzas
é tão breve a chuva aqui como a felicidade do pobre
gente que se põe a chorar todos de uma vez
viria o naufrágio
têm mais pranto nos olhos
que todas as nuvens do céu


Extraído do livreto Meus poemas brasileiros

sábado, 28 de maio de 2011

METENDO OS PEITOS: PROGNÓSTICOS DA RODADA

por Carolaine

O Campeonato Brasileiro desse ano já começou mostrando que não será moleza pra ninguém!

O Coritiba, tão elogiado até mesmo pela "mídia do eixo", caiu frente ao Atlético Goianiense em casa! Com todos os titulares! Tiraram o pé? Certamente. Marcelo Oliveira provavelmente escalou os titulares temendo que o time cometesse os mesmos erros de 2009 ... ao menos dessa vez vão à final da Copa do Brasil! Outro time badalado que começou mal foi o Cruzeiro. Mesmo jogando fora de casa pouca gente acreditava numa vitória do Figueirense.

Não é à toa que esse campeonato é tido como um dos mais disputados do mundo. Aqui não existe time imbatível. Uma das coisas mais comuns nos nossos campos é assistirmos equipes fortes que se desequilibram emocionalmente com uma facilidade assustadora, ou, times não tão fortes, mas "encardidos", dando o sangue e conseguindo suas façanhas.

Os jogos da segunda rodada serão: Botafogo x Santos - O Botafogo sofre com a falta de titulares como Herrera e Loco Abreu, mas conta com Maicosuel e o recém contratado Elkeson para ir pra cima do time reserva do Santos. Na zaga o time da estrela solitária confia em Antônio Carlos pra segurar o fraco Keirrison e o perigoso Alan Patrick. Se a equipe santista tiver o mesmo desempenho morno da estréia deve voltar pra casa com uma derrota.

Internacional x Ceará - Provavelmente o jogo mais fácil da rodada. O Ceará vem de eliminação da Copa do Brasil, tem um time com alta média de idade e joga fora de casa. Não devemos subestimar a "carroça", mas o colorado necessita da vitória e conta com bons jogadores para isso. Leandro Damião, Zé Roberto e a volta de D'Alessandro dão confiança à torcida, que conta ainda com Oscar, Campeão Sulamericano pela Seleção Sub-20.

Avaí x Atlético Mineiro - Jogo de previsão difícil. O Avaí tem Renan, ótimo goleiro, mas não conta com o atacante William e nem com o bom meia Estrada. Assim como o Ceará, o time acabou de ser eliminado da Copa do Brasil. Tem a vantagem de jogar na Ressacada, mas a eliminação também foi em casa, e foi um baile. O galo mineiro por outro lado vem de uma ótima vitória (o que ajuda a torcida a esquecer a final do campeonato mineiro). A equipe tem um meio de campo muito bom com Giovanni Augusto e Fillipe Soutto (da base! ah se todos os times do país investissem nisso!), além do bom atacante Magno Alves. Este deve ser o visitante mais indigesto da rodada.

São Paulo x Figueirense - Tido como jogo fácil para o tricolor paulista que massacrou o confuso Fluminense na primeira rodada. Jogando em casa e contando com craques como Lucas e Casemiro (que, como Oscar do Inter, brilharam no Sub-20) o São Paulo deve enfrentar uma grande retranca e um goleiro muito preparado, mas dificilmente não alcança a vitória. Na defesa o São Paulo ainda conta com a volta de Rhodolfo e a boa fase de Xandão, pra dificultar os contra-ataques alvinegros.

Corinthians x Coritiba - Esse jogo pode não ser tão simples como alguns andam apostando. O Coritiba anunciou que poupará seus titulares, no entanto, a vontade de jogar de seus reservas pode surpreender o adversário. O Corinthians venceu na primeira rodada fora de casa, mas não me convenceu. Aliás, o Corinthians é um time que consegue muitas vitórias mesmo sem jogar bem. As últimas foram no jogo contra o Grêmio (muito mais por demérito desse) e na semifinal do paulista contra o Palmeiras (sem contar o juiz, só no jogo mesmo). O time da casa deve levar essa, mas não me surpreenderia se escorregasse.

Bahia x Flamengo - Mais um visitante incômodo. O Flamengo está com tudo esse ano. Ronaldinho finalmente parece ter desencantado e Thiago Neves está voando em campo. Willians, apesar dos problemas disciplinares, tem roubado mais bolas do que gandula de várzea e o Bottinelli também está jogando muito. O único setor do Flamengo que não me impressiona é a defesa. Se o Bahia conseguir explorar bem os contra ataques, com o apoio de sua grande torcida, talvez jogadores como Ávine, Lulinha e Jobson possam surpreender os confiantes rubro-negros.

Atlético Paranaense x Grêmio - Os dois times perderam na primeira rodada e devem correr atrás do prejuízo. Em casa o rubro negro leva vantagem, com a ajuda da torcida e de Paulo Baier, que sempre atua melhor na Arena, bem como o goleiro Renan Rocha. Além disso, o técnico Adilson tirou Paulo Roberto e escalou Adaílton, atacante que deve ajudar Guerrón, antes isolado pelo excesso de volantes. No papel o time rubro negro tem tudo pra vencer a partida. O Grêmio sofre pela falta de elenco e agora também com um surto de lesões. Resta saber se o Atlético terá força pra vazar a defesa com quatro zagueiros do tricolor gaúcho.

Cruzeiro x Palmeiras - Jogo que promete ser muito equilibrado, entre duas equipes muito técnicas e com bons jogadores. O Cruzeiro tem Montillo, Wallyson e é o preferido da maior parte dos comentaristas. O Palmeiras tem Kleber, Assunção e Marcos no gol. Entre os não tão badalados o Cruzeiro tem ainda Gil que é bom zagueiro e o Palmeiras tem o ótimo volante Márcio Araújo. No primeiro jogo o Cruzeiro não acertou a pontaria, certamente tentará com mais vontade dessa vez. A torcida deve cobrar. A eliminação da Libertadores não deve ser esquecida com o título mineiro como consolação.

Vasco x América Mineiro - Como na primeira rodada o Vasco deve escalar vários reservas, priorizando a Copa do Brasil. O América é dos mais humildes na primeira divisão, mas não deve ser menosprezado. Estrearam com vitória sofrida em casa contra o Bahia, mas o experiente atacante Fábio Jr sempre pode mostrar serviço quando menos se espera. O time também conta com Eliandro, jovem promessa no ataque. Apesar de simpatizar com o América, eles provavelmente não terão vida fácil contra o Vasco. Os reservas escalados seriam titulares fáceis em muitos outros times. Bernardo, Elton e Jéferson são os maiores exemplos. Muitos podem dizer que o Vasco jogou bem pois enfrentou o time reserva do Ceará na primeira rodada. No entanto, quem assistiu as útimas partidas do Vasco (titular na Copa do Brasil e reserva no Brasileiro)e viu a desenvoltura dos meninos deve estar se perguntando como o Vasco terminou no mísero sexto lugar do campeonato carioca.

Atlético Goianiense x Fluminense - O dragão vem embalado pela vitória sobre o time "sensação" do momento na primeira rodada. Já o Fluminense, derrotado em casa pelo tricolor paulista, vem em busca da recuperação. A volta de Fred, assim como as sempre esperançosas presenças de Deco e Conca são as apostas para que o time se reencontre em campo. O time parece perdido após a eliminação na Libertadores, e num clima de espera pelo técnico Abel Braga, já acertado no lugar de Enderson Moreira. O Atlético vem com um desfalque importante, o zagueiro Gilson lesionado, mas mesmo assim o campeão goiano está confiante e jogando em casa vai dar trabalho ao adversário.

Esperamos que a média de gols da primeira rodada (2,4 por jogo) se mantenha ou melhore! Já a média de público nos estádios, que não chegou a 10.000 por partida, se não melhorar, pode levar alguns clubes ao total colapso financeiro. Times como o Bahia, que vêm investindo pesado em contratações (até duvidosas em questão de qualidade como o polêmico Carlos Alberto, Ricardinho, e agora também especulando sobre Keirrison) devem também estimular sua torcida a comparecer!

A culpa dessa média ruim pode ser jogada em times como o América (1.253 torcedores na primeira rodada) ou outros com poucos torcedores presentes, no entanto, existem outros aspectos que podem estar envolvidos nesse sumiço dos torcedores, como a falta de confiança na credibilidade do futebol, o fato do campeonato por pontos corridos não ser tão emocionante como os de mata-mata e, em alguns lugares, até mesmo ainda a insegurança.

Mas não esperem nenhum tipo de discussão sobre os problemas do nosso futebol! No nosso estado dito laico, futebol, religião e política são quase a mesma coisa ... comandados por entidades com superpoderes vitalícios e inquestionáveis.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Manifestações reforçam oposição à candidatura de Keiko Fujimori

Karol Assunção
Jornalista da Adital
Adital

"Com esperança e dignidade. Fujimori nunca mais”. Foi sob esse lema que estudantes, trabalhadores, vítimas de violência, artistas e integrantes de organizações e movimentos sociais realizaram, hoje (26), uma "Grande Mobilização” contra a candidata à presidência por Fuerza 2011, Keiko Fujimori. Faltando pouco mais de uma semana para o segundo turno das eleições peruanas, a filha do ex-presidente Alberto Fujimori (1990-2000) aparece nas pesquisas de opinião mais recentes como candidata favorita à presidência.

A manifestação teve início às 14h na Plaza Dos de Mayo. Às 15h, os manifestantes partiram em marcha para o Campo de Marte, na Avenida de la Peruanidad, onde promoveram um ato artístico-simbólico e a leitura de uma Declaração Cidadã.

A ação teve o objetivo de rechaçar a candidatura de Keiko Fujimori por representar a possibilidade de retorno de um período político marcado pela corrupção e pela violação aos direitos humanos, tal como foi a época governada por seu pai. "[...] dita opção corresponde ao ‘fujimontesinismo’, responsável por haver destruído o sistema democrático peruano, acompanhado de uma política antiterrorista que teve o grupo Colina como grupo implementador, o qual violou sistematicamente os direitos humanos”, afirma a convocatória.

Alberto Fujimori presidiu o país de 1990 a 2000. Em 2009, foi condenado a 25 anos de prisão por violações aos direitos humanos praticadas nos casos de Barrios Altos e La Cantuta, durante os anos de 1991 e 1992.

A manifestação foi convocada por: Coordenadora Nacional de Direitos Humanos (CNDH), Central Geral de Trabalhadores do Peru (CGTP), Central Única de Trabalhadores (CUT), Coordenadora Nacional de Vítimas e Afetados pela Violência Política do Peru (Conavip), Movimento Cidadão Para Que Não Se Repita (MCPQNSR), entre outros movimentos e organizações sociais peruanas.

A atividade de hoje faz parte das mobilizações realizadas contra a candidata de Fuerza 2011. Nesta semana, um grupo de escritores peruanos divulgou uma carta rechaçando Keiko Fujimori. O documento – até a tarde de hoje assinado por 55 intelectuais – chama a atenção para o possível retorno da "ditadura fujimorista”.

"O regime de Alberto Fujimori marcou o período mais sinistro na história de nossos governos republicanos. Foi uma década criminosa cujas funestas consequências não devemos esquecer, relativizar, nem passar por alto. Nos últimos anos, o maior triunfo da democracia peruana foi o rechaço a essa ditadura, o processo judicial de seus líderes e o castigo legal aos inumeráveis delitos e crimes contra a humanidade que cometeu. Peru deve rechaçar mais uma vez a impunidade e reforçar sua fé em uma democracia com justiça para todos e com possibilidades de progresso dentro de uma ordem legítima”, apresentam.

Na carta, os escritores convocam a população a votar em Ollanta Humala, candidato por Gana Perú, e a observar atentamente se ele irá cumprir com a promessa de respeitar os direitos humanos e de rechaçar a criminalidade e a violência de Estado durante o governo dele. "[...] neste 5 de junho, nós, peruanos, devemos defender, através de um voto responsável e cívico, nossa dignidade, nossa liberdade e nossa democracia”, finalizam.

Pesquisas de opinião

Apesar das mobilizações de oposição a Keiko Fujimori, a filha do ex-ditador do Peru ainda segue na frente nas pesquisas de opinião de voto. Em uma enquete divulgada hoje (26) por Datum Internacional, Keiko aparece com 46,9% das intenções de voto contra 41,8% para Ollanta Humala. Brancos e nulos somam 11,3%.

A pesquisa, realizada no dia 22 de maio, ouviu 1.214 pessoas de áreas urbanas e rurais do país. De acordo com enquete, Keiko lidera as pesquisas em Lima, Callao e nas regiões norte e leste do Peru. Humala, por sua vez, destaca-se nas regiões do centro e do sul do país.

Datum ainda revela que 59,4% dos entrevistados acreditam que Alberto Fujimori, ex-presidente do Peru e pai de Keiko, interfere na campanha eleitoral da filha. Por outro lado, 44% dos consultados consideram que Gana Perú está fazendo "mais guerra suja” na campanha eleitoral.

A carta dos escritores peruanos está disponível em: http://illarec-chaska.blogspot.com/
Com informações de LaRepública.pe e Infocandidatos.com

Palocci é jênio!

Escrito por Gilberto Maringoni

Para começar, assunto encerrado. Vamos parar com calúnias e maledicências! O ministro dr. Antonio Palocci Filho é um talento sem igual na área de consultorias. Aliás, dizer que um talento desse coturno faz consultoria é desvalorizar alguém muito conceituado no mercado, como ele mesmo diz. Dr. Palocci faz é parceria público-privada. Nunca em público, frise-se, sempre em privado. O dr. Palocci é, em si, uma parceria público-privada.

Dr. Palocci não é pessoa de trato difícil. É um facilitador. Vende o produto certo para quem procura o incerto. Comercializa facilidades. A coisa está difícil? Nada funciona? Precisa de um empurrãozinho? Procure o dr. Palocci e tudo se facilita

O dr. Palocci é o homem certo no lugar certo. Mostrou na prática que o povo brasileiro está melhorando de vida. Deve ter sido convidado para assumir uma pasta no governo com a missão estrita de multiplicar também por vinte a renda do brasileiro.

Dr. Palocci é um desenvolvimentista, ao contrário do que muitos pensam. Seu patrimônio se desenvolveu a olhos vistos.

Assunto encerrado.

A ótica da ética

Não bastasse, o Dr. Antonio Palocci Filho é um altruísta! Um ético, como poucos. Praticamente fechou a própria empresa, a Projeto. Num caso inédito na história do capitalismo, o dr. Antonio Palocci encerrou as contas de uma empresa no auge de seu sucesso.

Até os dias que correm, o usual tem sido uma empresa parar com suas atividades quando o lucro cessa, as dívidas travam sua atuação e a situação aperta. Pois a empresa Projeto não só lucrou R$ 20 milhões em quatro anos, como desse montante a metade foi amealhada entre novembro e dezembro de 2010, mês de fechamento do estabelecimento. Perguntem a qualquer empresário o que faria com uma empresa dona de tão retumbante trajetória, caso não desejasse continuar no balcão. Teria duas alternativas: a) venderia o ponto, b) deixaria tudo nas mãos de um sócio.

Para não entrar em conflito de interesses, o dr. Palocci o que fez? Fechou o estabelecimento. Uma ética a toda prova. Muito valorizada no mercado.

Assunto encerrado.

Mais com menos

Homem de rara competência, o dr. Palocci faz o que prega: mais com menos. Outras consultorias, menos afeitas ao seu ramo de atividades, contam com mais de cem funcionários, para apenas alcançar resultado semelhante ao da Projeto. Pois o dr. Palocci, austero e comedido, prova que nada disso é necessário. Se competência há, basta um lugarzinho ali pelos Jardins, uma telefonista e ele mesmo. Que devia dar expediente durante a noite e aos fins de semana, de vez que seguia em profícua carreira parlamentar enquanto o botequim crescia.

Várias personalidades da República já atestaram a inocência de Antonio Palocci. São homens da estatura moral e cívica de um dr. Candido Elpídio de Souza Vaccarezza, de um dr. Michel Temer, de um dr. Paulo Maluf. Surpresas nos aguardam nas próximas horas.

O dr. Palocci disse que ex-ministro tem muito valor no mercado. Olha aí uma boa idéia que ele mesmo nos dá. Com certeza, a essa hora, o dr. Palocci já deve estar pensando em se tornar ex-ministro. Tá valorizado à beça...

E a empresa dele chama-se Projeto. Já pensou se fosse Obra Pronta?

Assunto encerrado, pô!

Gilberto Maringoni é jornalista.

PALOCCI É UM AMADOR PERTO DE VERÔNICA SERRA, MAS ELE VAI RESISTIR ATÉ COMPLICAR A PRESIDENTA DILMA ROUSSEFF

Do blog Amigos do Presidente Lula

A imprensa brasileira que divulgou o dossiê Palocci, noticiando que seu patrimônio aumentou 20 vezes em 4 anos, o que dirá do aumento vertiginoso de 50.000 vezes da empresa da filha de José Serra (PSDB/SP) em 42 dias?

Verônica Allende Serra, filha de José Serra, era sócia da empresa DECIDIR.COM BRASIL, já conhecida de outras reportagens.

A empresa teve seu capital multiplicado por 50.000 (cinquenta mil vezes)… repetindo para você ter certeza do que está lendo: 50 MIL VEZES!

E isso em apenas 42 dias.

A empresa foi criada no dia 8 de fevereiro de 2000, com capital de R$ 100,00 (cem reais).

Quinze dias depois, no dia 22 de fevereiro de 2000, o nome da empresa mudou para “Decidir.com Brasil S.A.” e a sócia Verônica Allende Serra (filha de José Serra) assumiu o cargo de Diretora e de Vice-presidente da empresa.

Em 21 de março de 2000, passados 42 dias da criação da empresa, o capital foi aumentado para R$ 5.000.000,00 (cinco milhões de reais), ou seja 50 mil vezes o valor incial.

Detalhes:

Verônica Allende Serra não era apenas filha de José Serra. Também era sócia do pai em outra empresa, de consultoria, simultaneamente: na ACP – ANÁLISE DA CONJUNTURA ECONÔMICA E PERSPECTIVAS LTDA (conforme citado na ação proposta do Ministério Público Federal, aqui)

José Serra era ministro da Saúde no governo de Fernando Henrique Cardoso, nesta época, e pré-candidato à presidência da República.

O Ministério Público Federal apurou que José Serra NÃO DECLAROU sua empresa de consultoria à Justiça Eleitoral, nas eleições em que concorreu em 1994, 1996 e 2002.

Sistema financeiro tem "elite" assalariada, com mais diploma e renda


Recrutadoras de 'mentes agudas', segundo economista, empresas financeiras são as únicas, no Brasil, em que mais da metade dos funcionários formou-se na faculdade e uma das poucas a contar com maioria feminina. Elite de 800 mil trabalhadores do setor recebe R$ 3,8 mil mensais, uma vez e meia a média geral no país, de acordo com pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Carta Maior

BRASÍLIA – Em março de 2009, com o mundo mergulhado na crise financeira que explodira seis meses antes, o economista Paul Krugman publicou artigo no jornal The New York Times sobre as fraudes no sistema financeiro responsáveis pela situação. O texto dizia que as finanças “atraíram muitas de nossas mentes mais agudas e fizeram algumas pessoas imensamente ricas”. Krugman referia-se especialmente à cúpula das instituições, mas a afirmação vale para o organograma inteiro delas. Ao menos no Brasil.

No fim daquele mesmo ano de 2009, o sistema financeiro era a única área da economia brasileira que tinha mais da metade dos seus trabalhadores oriunda das universidades, celeiro de “mentes agudas”. O salário médio no setor era de R$ 3,8 mil mensais. Um valor que, se não faz do dono do contracheque alguém “imensamente rico”, representava quase uma vez e meia a remuneração média dos assalariados em geral, bem à frente do setor medalha de prata - infomação e comunicação (R$ 2.950 mensais).

Os números fazem parte de uma pesquisa anual do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgada nesta quarta-feira (25/05). É o Cadastro Central de Empresas (Cempre), com estatísticas sobre setor público, empresas privadas e entidades sem fins lucrativos.

De acordo com o levantamento, em 2009, o país tinha 40,2 milhões de assalariados, dos quais só 6,6 milhões (16,5%) possuíam nível superior completo. O ganho médio de cada trabalhador era de R$ 1.540 por mês, mas alcançava R$ 3,9 mil quando o indivíduo tinha “canudo”. Nas contas do IBGE, um trabalhador diplomado recebia 225% a mais do que um que não tinha, a desigualdade mais gritante dentre todas as comparações possíves.

Ao se considerar só as empresas privadas, o Brasil tinha 28,2 milhões de trabalhadores, com um universo ainda menor de formados numa faculdade (9,3%) e um salário médio também inferior (R$ 1.410). No caso específico das empresas com “atividades financeiras, seguros e serviços relacionados”, a pesquisa identificou 806 mil trabalhadores, 51,5% deles graduados. O segundo setor mais diplomado era o de educação (48,5%). Em terceiro, o serviço público (41,%).

A elite assalariada do sistema financeiro abocanhou junta R$ 36,7 bilhões em 2009, o que dá R$ 3,8 mil por mês. No ramo da informação/comunicação, o segundo mais bem pago, o IBGE contou 712 mil assalariados, os quais faturaram R$ 17,5 bilhões ( R$ 2,950 por mês). A administração pública ficou na terceira posição, com 7,7 milhões de servidores, que receberam, em média, R$ 2,2 mil mensais.

O sistema financeiro destacou-se também porque, em 2009, era um dos únicos cinco setores, de um total de vinte tipificados pelo IBGE, em que havia mais mulheres do que homens. O grupo da maioria feminina incluía ainda saúde, educação, alojamento/alimentação e um genérico “outras atividades de serviços”.

Naquele ano, encontravam-se 41,9% de mulheres assalariadas no país (16,8 milhões), graças a maior participação delas no serviço público. Na iniciativa privada, a proporção de mulheres era menor (35%). No geral, o salário do homem superava o da mulher em 24%.

VÍDEO DEMONSTRA QUE DURANTE GESTÃO DE AÉCIO NEVES LIBERDADE DE IMPRENSA ERA CERCEADA EM MINAS GERAIS

Várias histórias e denúncias compõem um vídeo produzido pelo Laboratório de Mídias Eletrônicas (LabMídia), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que revela de forma organizada e documentada como o governo de Aécio Neves (PSDB) em Minas Gerais calava os jornalistas e cerceava a liberdade de imprensa. Depoimentos de jornalistas de diferentes veículos do estado deixam claro que era muito difícil publicar ou mostrar fatos contrários aos interesses do governo da época.

Engraçado como o PSDB, o partido de Aécio e de Serra, aquele que tanto defendeu a liberdade de imprensa durante as últimas eleições, o partido apoiado por jornais como O Estado de S. Paulo, que tanto se vitimou dizendo sofrer ataques e censuras por parte do governo Lula, deixou-se seduzir pela prática do controle da informação, por ele sempre tão condenada. Engraçado pra dizer o mínimo, muita pose pra pouca coerência…

Veja trecho de texto publicado sobre o assunto pelo Portal Vermelho e a primeira parte do vídeo da UFMG: http://youtu.be/UqEimwCupsQ

NUNCA FOI TÃO FÁCIL METER A MÃO NO DINHEIRO DO POVO E, INFELIZMENTE, SÓ O CORRUPTO TRAÍDO NOS SALVA

educação e política

A outra porta da corrupçãoOs escândalos de verdadeiros roubos aos cofres públicos se sucedem um atrás do outro. É uma sangria desatada que parece não ter fim. Todos os partidos, todos os níveis da administração. É no país inteiro, de Campinas a Belém do Pará, de Brasília a São Paulo.

Espera-se muitas vezes que a polícia e o ministério público resolvam o problema, mas eles nunca vão resolver enquanto for tão fácil meter a mão no dinheiro do povo brasileiro.

Enquanto não construirmos uma transparência total nas contas públicas, não haverá polícia e ministério público que dê conta. É muita corrupção para pouco ministério público. Isso sem contar a benevolência da Justiça, a Cínica.

As apurações só acontecem com delação premiada, com escândalos e brigas internas entre os corruptos. Só se desmonta um escândalo de corrupção no Brasil quando o próprio esquema implode: foi assim no valerioduto, na Assembleia de Belém, no mensalão do DEM em Brasília e em todos os outros lugares.

Só o corrupto traído nos salva. Essa é nossa miséria.

Além da facilidade de desviar dinheiro de governos estaduais, municipais e federal, há um duplo benefício: enriquecimento pessoal e financiamento de campanha. É a fome com a vontade de comer.

Se os escândalos se sucedem, por que não combatemos preventivamente? Uma das respostas é porque o beneficiário dos escândalos é quem faz a lei e, também, quem julga. As licitações fraudulentas também estão presentes nos tribunais de justiça. Então, torna-se insolúvel o problema.

Talvez uma saída seja a iniciativa popular. Assim como a lei da ficha limpa para o político, é preciso fazer o ficha limpa do servidor público. Todos os cargos comissionados deveriam ser preenchidos por pessoas sem ficha criminal. Assim, assessores, ministros, secretários etc só poderiam assumir um cargo público se tiverem ficha limpa total. Qualquer processo ou condenação em primeira instância por corrupção inviabilizaria a nomeação do funcionário público não concursado

Outra alternativa é o financiamento público de campanha que, se não diminuir a corrupção, pelo menos não se terá mais a desculpa política de se ter usado a corrupção para o financiamento de campanha.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Chamam-na democracia. E não é

Carlos Taibo Escritor Adital


"Quem dita as regras do jogo são formidáveis corporações econômico-financeiras”, diz escritor Carlos Taibo à Puerta del Sol ocupada

Tradução: Luis F. C. Nagao

Nós, que estamos aqui, somos certamente, pessoas muito diversas. Temos projetos e ideais diferentes. Já conseguimos, contudo, nos colocar de acordo em um punhado de ideias básicas. Tentarei resumi-las de maneira muito rápida.

Primeira. Chamam-na democracia e não é. As principais instituições e, com elas, os principais partidos têm mostrado enorme capacidade para funcionar à margem do ruído incômodo que emite a população. Os dois partidos mais importantes, em particular, encenam há tempos uma confrontação aparentemente dura, que esconde, em essência, uma identidade de ideias. Um e outro mantêm em suas fileiras, por certo, a pessoas de moralidade mais que duvidosa. Não é difícil adivinhar o que há por trás: na realidade, quem dita as regras do jogo são formidáveis corporações econômico-financeiras.

Segunda. Somos vítimas com frequência de grandes cifras que nos são impostas. Em maio de 2010, por exemplo, a União Europeia exigiu do governo espanhol que reduzisse em 15 bilhões de euros os gastos públicos.

Para compreender, vale a pena uma rápida comparação com outras cifras. Há alguns anos, esse governo espanhol que acabo de mencionar destinou, a princípio, 9 bilhões de euros ao saneamento de uma única instituição de poupança, a de Castilha-La Mancha, que estava à beira da falência. Estou falando, portanto, de uma cifra que se aproximava a dois terços da exigida em cortes pela União Europeia. Durante dois anos fiscais consecutivos, esse mesmo governo ofereceu 400 euros a todos os que fazemos uma declaração de renda. A todos o mesmo, diga-se de passagem: do senhor Botín1 ao cidadão mais pobre. Segundo estimativas, esse presente custou, a cada ano, 10 bilhões de euros. Estou falando do mesmo governo, que se autointitula socialista, que não vacilou em suprimir o imposto sobre patrimônio (que pela lógica incide sobre os ricos), enquanto incrementava outro tributo, o IVA2, que castiga os pobres. O mesmo governo, por fim, que nada faz para lutar contra a fraude fiscal e que mantém a legislação mais frouxa da União Europeia no que toca a evasão de capitais e paraísos fiscais.

Terceira. Se há um deus que adora políticos, economistas e muitos sindicalistas, esse deus é o da competitividade. Qualquer pessoa com cérebro sabe, contudo, em que se traduziram, para a maioria dos que estão aqui, os formidáveis lucros nos últimos anos, em matéria de competitividade: salários cada vez mais baixos, jornadas de trabalho cada vez mais prolongadas, direitos sociais que retrocedem, precariedade por todas as partes.


Não é difícil identificar as vítimas de tanta miséria. A primeira a são os jovens, que engrossam maciçamente nosso exército de reserva de desempregados. Se não houvesse muitas tragédias por trás, seria divertido examinar esta evolução terminológica, que há cinco anos criou a expressão mileuristas3 para retratar uma situação delicada. Hoje, somos tentados a falar em quinhentoseuristas e amanhã, se as coisas persistirem como vão, seremos obrigados a inventar trezentoseuristas.

A segunda vítima são as mulheres, sempre com os piores salários e condenadas a ocupar as escalas inferiores da pirâmide produtiva, muitas vezes obrigadas a fazer o trabalho doméstico. Uma terceira vítima são os esquecidos de sempre: os anciãos, ignorados em particular por esse dois maravilhosos sindicatos, Comissões Operárias e UGT, sempre dispostos a firmar o infirmável. Não quero esquecer, um quarto e último lugar, nossos amigos imigrantes, convertidos, segundo as conjunturas, em mercadorias de reposição. Estou falando, ao fim e ao cabo, de uma pequena minoria da população: jovens, mulheres, anciãos e imigrantes…

Quarta. Não quero deixar no esquecimento os direitos das gerações vindouras e, com eles, os das demais espécies que nos acompanham no planeta Terra. Digo-o porque neste país confundimos há muito crescimento e consumo, por um lado, com felicidade e bem-estar, por outro. Falo do mesmo país que permitiu, orgulhoso, o enorme aumento de sua pegada ecológica e a ruptura de precários equilíbrios ambientais. Aqui estão, para testemunhá-lo, a idolatria do automóvel e de sua cultura, esses maravilhosos trens de alta velocidade que permitem que os ricos se movam com rapidez enquanto deterioram-se as alternativas de transporte ao alcance das classes populares, a destruição talvez irreversível, de nosso litoral ou, para não esquecer, a dramática desaparição da vida rural. Nada retrata melhor onde estamos que a posição da Espanha diante do aquecimento global. Estamos no último vagão da União Europeia, com um governo que alimenta a vergonhosa compra de cotas de contaminação em países pobres que não estão em condições de esgotar as suas.

Quinta. Entre as reivindicações levantadas pela plataforma que promove estas manifestações e concentrações, uma refere-se expressamente à urgência de reduzir o gasto militar. Parece de grande pertinência, ainda mais porque, nos últimos anos, pudemos comprovar como nossos diferentes governantes rebaixaram de maneira muito sensível a ajuda ao desenvolvimento. Nunca será demais repetir: o momento mais tétrico de nossa crise nos coloca num cenário claramente preferível ao momento mais confortável da situação da maioria dos países do Sul.


Volto, contudo, ao gasto militar. Este último, visivelmente subestimado, responde a dois grandes objetivos. O primeiro é manter a Espanha no núcleo dos países poderosos, com os deveres correspondentes, em matéria de apoio às guerras de rapina global que os Estados Unidos lideram. O segundo vincula-se com a vontade de preservar franco apoio ao que fazem tantas empresas espanholas no exterior. Alguém já teve notícia de que algum porta-voz do Partido Socialista ou do Partido Popular se atreveu a criticar, ainda que levianamente, as violações de direitos humanos básicos praticadas por empresas espanholas na Colômbia, Equador, Peru, Bolívia, Argentina ou Brasil?

Acabo. Gostaria nestas horas de recordar alguém que nos deixou em Madri, na última terça-feira. Falo de Ramón Fernández Durán, que iluminou nosso conhecimento no que respeita às misérias do capitalismo global e nos alertou sobre o que nos espera nesta verdadeira idade das trevas em que, se não lutarmos, entraremos a força. Não me ocorre melhor maneira de fazê-lo que resgatar uma frase repetida muitas vezes por meu amigo José Luis Sampedro, cuja saudação escutaremos, por certo, dentro de uns minutos. A frase em questão, que reflete com muita clareza nossa intenção dessa tarde, foi pronunciada por Martin Luther King, o principal animador do movimento de direitos civis nos Estados Unidos, cinquenta anos atrás. Diz assim: "Quando refletirmos sobre nosso século, o que nos parecerá mais grave não serão os urros dos maus, mas o silêncio dos bons”. Obrigado por terem me escutado.

Notas: (1) Referência a Emílio Botín, o principal acionista do grupo financeiro Santander – nota do tradutor (2) Semelhante ao ICMS brasileiro, o IVA incide sobre o preço das mercadorias, independentemente da renda de quem as adquire. Por isso, é insignificante para os endinheirados e onera os monetariamente pobres – nota do tradutor (3) O termo mileuristas designa, na Espanha, profissionais qualificados forçados a aceitar empregos precários, em que recebem em torno de mil euros – nota do tradutor.

Manuel Zelaya e Porfirio Lobo assinam Acordo para Reconciliação Nacional

Adital

O ex-presidente de Honduras, Manuel Zelaya, e o atual mandatário hondurenho, Porfirio Lobo, se reuniram, ontem (22), na cidade de Cartagena, Colômbia, para assinar o "Acordo para a Reconciliação Nacional e Consolidação do Sistema Democrático na República de Honduras”. O documento, também chamado "Acordo de Cartagena”, pode ser um passo para o fim da crise política no país centro-americano e para o retorno dele à Organização de Estados Americanos (OEA).

Além de Zelaya e Lobo, o documento contou com a assinatura do presidente colombiano, Juan Manuel Santos, de sua chanceler, María Angela Holguín e do chanceler da Venezuela, Nicolás Maduro. O Acordo é fruto de uma mediação realizada pelos mandatários da Venezuela e da Colômbia desde o mês passado com o objetivo de solucionar a situação de Honduras e garantir o retorno do país aos organismos regionais e multilaterais.

Dentre os pontos acordados, destacam-se: o retorno de Manuel Zelaya e demais exilados políticos a Honduras com base no respeito da Constituição e das leis do país; a legalização da Frente Nacional de Resistência Popular (FNRP) como partido político; o reconhecimento da criação da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos como entidade de promoção e proteção dos direitos humanos; e a formação de uma Comissão de Seguimento composta por chanceleres da Colômbia e da Venezuela.

A expectativa é que Zelaya desembarque no Aeroporto Internacional de Toncontín, localizado em Tegucigalpa, capital hondurenha, no próximo sábado (28).

Sobre o Acordo, o ex-mandatário de Honduras destacou que o documento reconhece o respeito aos direitos humanos. "É um avanço de suma importância, histórico, na restituição dos direitos democráticos para todos os hondurenhos”, comentou.

O documento marca um passo importante para a solução da crise política instalada no país desde o dia 28 de junho de 2009, quando Manuel Zelaya, então presidente de Honduras, foi destituído do poder. Com o documento, os representantes esperam que o país centro-americano retorne a organismos regionais, como OEA, de onde foi suspenso devido ao golpe de Estado.

Sica


Na noite de ontem (22), chefes de Estado de Honduras, El Salvador, Guatemala e Nicarágua, países integrantes do triângulo norte da América Central (CA-4), se reuniram em Manágua, Nicarágua, para analisar o Acordo assinado horas antes por Manuel Zelaya e Porfirio Lobo. Na reunião, os representantes decidiram respaldar o documento "que cria condições para a restituição de Honduras na Organização de Estados Americanos (OEA) e sua participação plena no Sistema de Integração Centro-Americana (Sica)”.

Os integrantes do CA-4 ainda concordaram em pedir aos países americanos que apóiem a reintegração de Honduras na OEA e demais organismos internacionais. Os chefes de Estado presentes na reunião declararam que o retorno de Honduras ao Sica constitui o desejo de fortalecimento da integração na América Central.

O presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, por sua vez, anunciou o restabelecimento das relações entre Nicarágua e Honduras. "Estamos reafirmando nossa vontade de paz de reconciliação, pelo que se tem derramado tanto sangue em nossa América e em particular na região centro-americana”, destacou.

Jovens baianos fazem concerto em Londres

Orquestra em que predominam músicos de baixa renda se apresenta com pianista citado entre as 100 pessoas mais influentes do mundo

Tatiana Golsman/Divulgação
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da PrimaPagina

A Orquestra Juvenil da Bahia (Yoba - Youth Orchestra of Bahia) participa, neste sábado (21), na casa de concertos londrina Royal Festival Hall, de um encontro musical inédito com o pianista chinês Lang Lang, de apenas 28 anos e considerado uma das 100 pessoas mais influentes do mundo pela revista norte-americana Time.

A iniciativa se insere no projeto Lang Lang Inspires (Lang Lang Inspira, em tradução livre), promovido por organizadores do centro de artes britânico Southbank Centre, explica Beth Ponte, coordenadora de Desenvolvimento Institucional dos Núcleos Estaduais de Orquestras Juvenis e Infantis da Bahia (Neojiba).

O grupo baiano foi escolhido para atuar ao lado de Lang Lang por indicação do Southbank Centre. Os organizadores ficaram encantados com a performance da Orquestra Juvenil da Bahia durante o Festival Brazil, realizado em Londres em julho de 2010, na primeira apresentação de uma orquestra juvenil brasileira na Europa. O pianista chinês acatou a recomendação de bom grado, após assistir a DVDs do conjunto.

"Depois do sucesso da Orquestra ano passado no Festival Brazil, estamos ansiosos pelo concerto no simbólico Royal Festival Hall como parte do projeto Lang Lang Inspires”, afirmou o diretor de música do Southbank Centre, Marshall Marcus. Sob regência do maestro venezuelano Ilyich Rivas, de 17 anos, os jovens da Yoba e o pianista chinês interpretarão obras de Igor Stravinsky, George Gershwin, Ottorino Respighi e Frédéric Chopin.

O grupo, formado por 85 jovens de 12 a 25 anos, representa uma junção dos melhores músicos de dois conjuntos baianos: a Orquestra Dois de Julho e a Orquestra Castro Alves. "Eles já estão em Londres, onde farão três ensaios com Lang Lang e Rivas até sexta", afirma Beth Ponte. Além desse compromisso londrino, a orquestra tem concertos marcados para o Victoria Hall, de Genebra, e a abertura do Festival Young Euro Classic, na tradicional sala de espetáculos Konzerthalle, de Berlim. Eles também estrearão na casa Mozarteum Brasileiro, na sala São Paulo.

Neojiba

O Neojiba foi criado em 2007 pelo governo baiano, com o objetivo de promover a integração social por meio da música. O regente titular da orquestra é o pianista Ricardo Castro. Em novembro do ano passado, foi apresentado o mapa social do grupo, visando a apurar o contexto socioeconômico e familiar dos 147 integrantes do programa. O resultado indica uma predominância do sexo masculino (62%) sobre o feminino (38%) nos núcleos.

Além disso, a maioria dos integrantes tem entre 13 e 22 anos (68%), se define como negro ou pardo (77%, somados) e possui renda familiar mensal de até R$ 1.820 (cerca de três salários mínimos). Do total, 57% não concluíram o ensino médio e 69% não têm curso superior. Perguntados sobre por que ingressaram no Neojiba, 84% disseram que o motivo foi interesse pela música e pela profissão.

A partir dos 25 anos, o integrante da orquestra começa a se preparar, durante 12 meses, para assumir uma função pedagógica musical ou de coordenação em alguns dos núcleos.

terça-feira, 24 de maio de 2011

CURTAS & GROSSAS

by Ernesto Aguiar

OS PALOCCI E "NÓIS" OS FRANCENILDOS...
A tropa de choque entrou em campo pra "desbaratinar", alterar a cena do crime.
A tarefa é desviar o foco, concentrar na questão do novo código florestal e muita, muita fumaça.
Desqualificar a oposição, esvaziar a possibilidade de CPI.
Fumaça pra todo lado!

ÉPOCA na época
O editor da revista ÉPOCA, à época, "bateu a fita", entregou a fonte da fraude, da armação contra o pobre Francenildo.
Pois não é que foi o próprio ministro da época, o ervilha com cenoura Palocci!
E olhe , que sentindo-se o "Cão da Vila" , o "Boi do Fiofó Branco", falou logo com o dono dos porcos, um sucessor do Dr. Roberto, a porcada (redação da revista), só reproduziu com fidelidade canina!

20 X 4
O Trosco-amarelado Ministro da Casa Civil, como midas, MULTIPLICOU seu patrimônio VINTE vezes em QUATRO anos!
Que Trotikista Guloso!
Maquiavélico esse Velhaco, fazendo finanças pra patrocinar a VI Internacional....?
Ou enriquecendo as custas da mais-valia do amigo do alheio?
Se Pica oposição!

E O PICOLÉ DE LEITE QUENTE?
E o Gustavo?
Fica ou sai da moita?
Essa temperança seria sabedoria ou vacilo?
Demonstrações de adultério explícito não faltaram e convites para relacionamentos extra-conjugais não lhe faltam.

BARROS PELO CAMINHO
Durante a campanha eleitoral passada, por ordem do Beto, boicotaram Gustavo e bombaram o enlameado.
O Progressita bateu na mesa, chutou a porta e ameaçou jogar lama no ventilador.
Sua chantagem prosperou e ele surfou na enxurrada.
Gustavo aguentou calado e assim permanece enquanto o Barro cresce...
Articulistas de Curitiba, sempre tão zelosos com nosso patrimônio, fortalecem o Secretário Maringaense, porque será??

QUANDO ENTRAR SETEMBRO...
Aproxima-se o prazo para as definições partidárias. Encerra-se em Setembro a janela de transferências.
Gustavo marchará bovinamente para o matadouro ou vai "chutar o pau da barraca"?
Submete-se ou rebela-se?
Quando chegará a boa-nova? Setembro?

AGORA VAI...
Chico Brasileiro vai dirigir o PC do Brasil no Paraná.
Após mais de uma década de problemas, idiossincrasias e revezes eleitorais, a promessa é de nova-fase, vida nova, oxigenação.
Segundo um ortodoxo militante, permanece a máxima, Orai e Vigiai...

FOGO AMIGO
De onde vem, qual a origem dos cutucões no Secretário da Fazenda do Beto?
Influente articulista de Curitiba sinaliza com munição traçante o caminho da artilharia.
Vamos acompanhar o teatro de operações.
A um forte odor de fogo amigo no front.
Por enquanto tropas mercenárias na planície. Acompanhemos....

PEDALA BETO!
Já se passaram os tals dos "100" dias...
O governador eleito com seu papinho água-com-açucar começa a cansar.
Suas frasinhas de efeito começam a se tornar enfadonhos.
O bom-mocinho, após nomear a parentada e a famiglia dos amigos, parece que travou!
Vamo lá Jovem!
Pedala!

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Palocci entregou Francenildo aos Marinho, diz ex-diretor da Globo

O ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, ex-ministro da Fazenda do primeiro governo Lula, teria negociado com as Organizações Globo, em 2006, a divulgação do “dossiê Francenildo”, que violava dados bancários do caseiro Francenildo Costa. É o que afirma, de Londres, o jornalista Paulo Nogueira, que era diretor editorial das Organizações Globo, respondendo por revistas como Época, Época Negócios, Marie Claire e Quem.

Em seu blog, Nogueira — que foi afastado do comando das revistas, numa disputa interna, há pouco mais de dois anos — tem publicado posts sobre o episódio. “Foi o Palocci quem passou para nós o dossiê calunioso”, diz. Segundo o jornalista, os herdeiros do magnata Roberto Marinho negociaram diretamente a publicação do dossiê — a revista Época publicou os dados com exclusividade.

“Palocci foi quem fez chegar a nós, na redação da Época, informações que supostamente desqualificariam um caseiro de Brasília que dissera que ele frequentava uma mansão pouco recomendável quando ele era ministro da Fazenda. Na época, eu era diretor editorial das revistas da Globo, a principal das quais era e é a Época. Foi um dos episódios mais desagradáveis de minha carreira”, continua o jornalista.

De acordo com o relato do ex-diretor da Época, o dossiê não foi levado diretamente aos jornalistas — mas, sim, à cúpula das Organizações Globo. “Muitos políticos preferem conversar diretamente com os donos, e não com os jornalistas. Não é uma peculiaridade brasileira. Churchill só falava com os proprietários quando era primeiro-ministro do Reino Unido.”

Nogueira afirma que a revista Época não se envolveu nessa operação totalmente ciente da fraude. “Imaginávamos, ao publicar a história, que de fato tinham sido feitos depósitos na conta do caseiro. Logo ficou claro que não. Também ficou clara em pouco tempo a desfaçatez de Palocci ao dizer que não fizera o que fez.”

Em entrevista ao Brasil 247, Nogueira detalhou a operação contra Francenildo. “A história precisa ser escrita com correção”, diz. Sua denúncia, se confirmada, põe em xeque uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Em 27 de agosto de 2009, Palocci foi inocentado no STF, por cinco votos a quatro, da acusação de quebra do sigilo bancário. A culpa recaiu sobre dois outros réus: seu assessor de imprensa, Marcelo Netto, e o presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Mattoso.

Os dados bancários de Francenildo, expostos pela revista Época, permitiram uma devassa na vida privada do caseiro e revelaram até que ele era um filho não reconhecido. Os depósitos atípicos, de R$ 24 mil, foram feitos pelo pai biológico para tentar encerrar uma ação de reconhecimento de paternidade.

Confira abaixo a entrevista.

Brasil 247: Como chegou à redação da Época o dossiê Francenildo?
Paulo Nogueira: O assunto foi levado diretamente pelo ministro Palocci à cúpula das Organizações Globo.

Brasil 247: Quando você diz cúpula, a quem se refere? Ao Ali Kamel, o diretor de jornalismo?
PN: Não, o Ali Kamel respondia pela televisão. Eu me refiro aos acionistas.

Brasil 247: À família Marinho, portanto.
PN: Isso.

Brasil 247: E qual foi a motivação?
PN: Estávamos todos naquela briga das semanais, competindo pelo furo da semana. Só depois ficou claro que a revista Época foi usada como instrumento do ministro Palocci.

Brasil 247: Mas, quando surgiu também um crime, uma quebra de sigilo bancário de um indivíduo pelo Estado, você não pensou em abrir uma discussão sobre quebrar o sigilo da fonte e revelar que o ministro Palocci estava por trás de tudo?
PN: Aquilo seria um constrangimento para todos nós, e para a própria revista. E em qualquer empresa existem limitações. Além do mais, tem a vida que segue, a semana seguinte, o projeto de uma nova revista...

Brasil 247: Mas por que só agora você decidiu trazer este caso a público?
PN: Uma indignação, o desejo de que meus filhos vivam num país melhor. Tem um conceito do George Orwell que eu admiro muito: decência básica. Só isso. E agora, aqui em Londres, num período sabático, tenho mais liberdade. A história brasileira precisa ser escrita com correção. E fato é: o dossiê Francenildo foi levado à cúpula da Globo pelo ministro Palocci.

Brasil 247: O ministro Palocci foi inocentado no caso e a maior parte da culpa recaiu sobre os ombros do seu assessor Marcelo Netto.
PN: O Marcelo Netto tratou do assunto com a sucursal Brasília da Época. Todos sabiam que ele agia a mando do Palocci.

Brasil 247: Mas o fato é que ele foi inocentado no Supremo e voltou à vida pública. Se esse processo fosse reaberto, a pedido, por exemplo, do caseiro, você diria as mesmas coisas em juízo?
PN: Evidentemente, eu respondo pelo que eu escrevo. Estou em Londres e no próximo ano estarei de volta ao Brasil.

Da Redação, com informações do Brasil 247

Começam eleições na Espanha marcadas por protesto social

Madri, 22 mai (Prensa Latina) Cerca de 35 milhões de espanhóis estão convocados hoje a comparecer às urnas para eleger seus representantes municipais e regionais, em eleições eclipsadas por um inédito protesto social e pela possível derrota dos socialistas.

A última semana de campanha das eleições autonômicas e municipais decorreu sob o influxo de uma espontânea mobilização popular contra a casta política, exigindo uma democracia real e próxima ao cidadão.

Esse cenário, impensável sete dias atrás, marcará a competição cujos resultados se apresentam adversos para o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), da situação, muito desgastado pelos cortes de verbas sociais e trabalhistas decretados no último ano para reduzir o déficit fiscal.

A votação, que será celebrada 13 das 17 comunidades autônomas da nação ibérica, exceto em Andaluzia, Catalunha, Galícia e no País Basco, é visto como uma espécie de prova, diante das eleições gerais de março de 2012.

Servirá também de termômetro para medir o impacto sobre o eleitorado das impopulares reformas empreendidas pelo Executivo de José Luis Rodríguez Zapatero, que mantêm a economia estancada e um desemprego que beira os cinco milhões de pessoas.

Uma pesquisa do Centro de Investigações Sociológicas (CIS), divulgada há 15 dias, prognosticou a derrota do PSOE nas regiões de Castilla-La Mancha e Extremadura, dois de seus tradicionais bastiões.

Astúrias, Aragão e as Ilhas Canárias seriam as três únicas regiões nas quais os socialistas conseguiriam ser o partido mais votado mas, mesmo assim, teriam que pactuar para poder governar e poderiam perder as Ilhas Baleares, segundo precisou a sondagem.

Caso os vaticínios do CIS (dependente do Ministério da Presidência) se confirmem, o partido da situação veria perigar também sua hegemonia nas emblemáticas prefeituras de Sevilla (Andaluzia) e Barcelona (Catalunha). A própria pesquisa mostra que a direita, encarnada pelo Partido Popular (PP), fortaleceria sua posição nas comunidades de Madri e Valencia, governadas respectivamente por Esperanza Aguirre e Francisco Camps, enquanto manteria seu feudo de Castela e León.

O principal partido da oposição também revalidaria governo em Múrcia, La Rioja e nas cidades autônomas de Ceuta e Melilla, preservando também as prefeituras de Madri e Valencia.

Liderado por Mariano Rajoy, o PP antecipou que se os resultados eleitorais marquem uma forte derrota do PSOE, o partido solicitará o adiantamento das eleições gerais do próximo ano.

A Izquierda Unida afirmou que, na consulta, os espanhóis emitirão um voto-castigo contra os dois agrupamentos majoritários.

Para a terceira força política, em votos, deste país europeu, estas eleições representarão uma oportunidade de regeneração frente ao que considera como a degradação, a impotência e a corrupção da política.

Precisamente, as manifestações que no domingo desembocaram em uma vigília no centro de Madri e de outras cidades, converteram-se em um espaço no qual dezenas de milhares de pessoas, em sua maioria jovens, expressam seu asco diante do crescente desemprego e da situação política e econômica.

Ainda que os resultados desta votação não sejam sempre um indicador do que ocorrerá nas eleições gerais, as pesquisas mostram o Partido Popular com uma vantagem de pelo menos 10 pontos sobre os socialistas para 2012.

“O pedágio e a estudante de Direito…ASSUNTO SÉRIO”‏

do polaco doido

Entre os diversos trabalhos apresentados, um deles causou polêmica entre os participantes. “A Inconstitucionalidade dos Pedágios”, desenvolvido pela aluna do 9º semestre de Direito da Universidade Católica de Pelotas (UCPel) Márcia dos Santos Silva chocou, impressionou e orientou os presentes.

A jovem de 22 anos apresentou o “Direito fundamental de ir e vir” nas estradas do Brasil. Ela, que mora em Pelotas, conta que, para vir a Rio Grande apresentar seu trabalho no congresso, não pagou pedágio e, na volta, faria o mesmo. Causando surpresa nos participantes, ela fundamentou seus atos durante a apresentação.

Márcia explica que na Constituição Federal de 1988, Título II, dos “Direitos e Garantias Fundamentais”, o artigo 5 diz o seguinte: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade ” E no inciso XV do artigo: “é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens”.

A jovem acrescenta que “o direito de ir e vir é cláusula pétrea na Constituição Federal, o que significa dizer que não é possível violar esse direito. E ainda que todo o brasileiro tem livre acesso em todo o território nacional O que também quer dizer que o pedágio vai contra a constituição”.

Segundo Márcia, as estradas não são vendáveis. E o que acontece é que concessionárias de pedágios realiza contratos com o governo Estadual de investir no melhoramento dessas rodovias e cobram o pedágio para ressarcir os gastos. No entanto, no valor da gasolina é incluído o imposto de Contribuição de Intervenção de Domínio Econômico (Cide), e parte dele é destinado às estradas.

“No momento que abasteço meu carro, estou pagando o pedágio. Não é necessário eu pagar novamente Só quero exercer meu direito, a estrada é um bem público e não é justo eu pagar por um bem que já é meu também”, enfatiza.

A estudante explicou maneiras e mostrou um vídeo que ensinava a passar nos pedágio sem precisar pagar. “Ou você pode passar atrás de algum carro que tenha parado. Ou ainda passa direto.

A cancela, que barra os carros é de plástico, não quebra, e quando o carro passa por ali ela abre. Não tem perigo algum e não arranha o carro”, conta ela, que diz fazer isso sempre que viaja.

Após a apresentação, questionamentos não faltaram. Quem assistia ficava curioso em saber se o ato não estaria infringindo alguma lei, se poderia gerar multa, ou ainda se quem fizesse isso não estaria destruindo o patrimônio alheio. As respostas foram claras.

Segundo Márcia, juridicamente não há lei que permita a utilização de pedágios em estradas brasileiras. Quanto a ser um patrimônio alheio, o fato, explica ela, é que o pedágio e a cancela estão no meio do caminho onde os carros precisam passar e, até então, ela nunca viu cancelas ou pedágios ficarem danificados.

Márcia também conta que uma vez foi parada pela Polícia Rodoviária, e um guarda disse que iria acompanhá-la para pagar o pedágio. “Eu perguntei ao policial se ele prestava algum serviço para a concessionária ou ao Estado. Afinal, um policial rodoviário trabalha para o Estado ou para o governo Federal e deve cuidar da segurança nas estradas. Já a empresa de pedágios, é privada, ou seja, não tem nada a ver uma coisa com a outra”, Acrescenta.

Ela defende ainda que os preços são iguais para pessoas de baixa renda, que possuem carros menores, e para quem tem um poder aquisitivo maior e automóveis melhores, alegando que muita gente não possui condições para gastar tanto com pedágios. Ela garante também que o Estado está negando um direito da sociedade. “Não há o que defender ou explicar. A constituição é clara quando diz que todos nós temos o direito de ir e vir em todas as estradas do território nacional”, conclui. A estudante apresenta o trabalho de conclusão de curso e formou-se em agosto de 2008. Ela não sabia que área do Direito pretende seguir, mas garante que vai continuar trabalhando e defendendo a causa dos pedágios.