sábado, 21 de maio de 2011

MUDANÇA NA AUTORREGULAMENTAÇÃO DA PROPAGANDA DEVE EQUILIBRAR LIBERDADE DE COMUNICAÇÃO E DIREITOS DA INFÂNCIA

educação e política

O poder que a propaganda tem em influenciar o comportamento e conduzir a vontade das crianças já está sendo constantemente debatido. O que se discute é a necessidade de repensar a autorregulamentação do setor de publicidade infantil que, segundo entidades que defendem os direitos da infância, simplesmente induz as crianças a certos comportamentos e desejos que à priori elas não têm e que, devido ao fato de que estas ainda não possuem discernimento suficiente para se defender dos apelos da publicidade, são automaticamente assimilados por elas.

De forma geral, a publicidade sem limites direcionada ao público infantil acaba por afetar a criança de alguma forma. Ainda que ela seja uma criança saudável e goste da vida que leva, a propaganda, infantil ou qualquer outra, atinge uma área da mente ainda desconhecida por grande parte dos estudiosos da psicologia humana. As imagens, vozes e apelos da propaganda agem no inconsciente de cada um e, mesmo que tenhamos uma boa formação ou, no caso das crianças, um bom ambiente de crescimento, essas vozes do desejo acabam falando mais alto quando menos se espera e de forma nem sempre previsível.

Daí a necessidade de cuidar das informações que são repassadas à infância. O mundo hoje já pede muito de nós, não contente, ele agora quer fazer com que as crianças percam a sensação de plenitude que experimentam no tempo presente e vivam, assim como nós adultos, em função de desejos e projeções futuras que anulam nossa existência na dimensão do atual.

No entanto, talvez não seja o caso de proibir de todo a propaganda infantil, como vem sendo proposto, a proibição nunca é o melhor dos caminhos. A propaganda pode sim ser benéfica em alguns aspectos se o sistema de valores no qual ela se estrutura for revisto. Portanto, o ideal mesmo é repensar a regulamentação do setor e encontrar o tão desejado ponto de equilíbrio entre a proibição e os direitos da infância. Não é preciso deixar de falar às crianças, elas são ávidas por ouvir, mas é preciso saber falar a elas, preservando a peculiaridade de seu tempo, para que o diálogo aconteça de fato.

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