segunda-feira, 30 de maio de 2011

Após retorno de Zelaya, Frente de Resistência anuncia criação de partido político

Adital

Com a volta do ex-presidente Manuel Zelaya a Honduras, no último dia 28, a Frente Nacional de Resistência Popular (FNRP) confirmou ontem (29) a transformação da Frente em um partido político. Nos próximos dias, a FNRP iniciará o processo de coleta de assinaturas para solicitar ao Tribunal Supremo Eleitoral o reconhecimento da organização como partido apto a participar das eleições hondurenhas.

A criação do partido está respaldada pelo ponto 6 do "Acordo para a Reconciliação Nacional e Consolidação do Sistema Democrático na República de Honduras”, assinado no último dia 22 por Zelaya e o atual presidente, Porfirio Lobo.

"Velar pelo cumprimento de todas as garantias que a lei concede para que a Frente Nacional de Resistência Popular solicite sua inscrição ante o Tribunal Supremo Eleitoral e participe democraticamente nos processos políticos eleitorais de Honduras”, dispõe o documento.

Em entrevista coletiva, Zelaya disse que a FNRP se transformará em um bloco político tendo como exemplo a Frente Ampla, que governa o Uruguai desde 2005.

"A FNRP será uma frente ampla integrada por partidos políticos, sindicatos, professores, camponeses, patronatos, organizações civis e não-governamentais, sem que ninguém perca a identidade”, detalhou.

Sobre os próximos passos da organização política, Zelaya declarou que "estamos lutando politicamente para que dentro de dois anos a organização popular, com nova forma ideológica, de progresso, chegue ao poder”. Entretanto, considerou "prematuro” pensar nas eleições de 2013 e em possíveis acordos eleitorais.

De acordo com o porta-voz da Frente, Juan Barahona, em entrevista à TeleSur, o partido pretende alcançar "a tomada do poder pela resistência”.

Barahona explicou que a Frente pretende iniciar a eleição de candidatos para possíveis eleições livres. "Não falamos de candidatura, até agora, porque quisemos esperar que Zelaya chegasse ao país. Mas no mesmo processo que se vá legalizando o partido iremos falando de candidaturas. Faremos por consenso ou em assembleias populares, para que tenham o respaldo desde a base”, afirmou.

O porta-voz da Frente de Resistência destacou ainda que a volta de Zelaya marca a continuidade de uma luta contra a situação de impunidade em Honduras, iniciada com o golpe de Estado de junho de 2009, quando Zelaya foi retirado da presidência do país.

"Neste país a impunidade existe. Os golpistas estão no poder com o governo de Porfirio Lobo. Não baixaremos a guarda para exigir um castigo aos responsáveis do golpe de Estado, independentemente do acordo, nem esquecimento, nem perdão”, sublinhou. En este país la impunidad existe. Los golpistas están en el poder con el gobierno de Pofirio Lobo. No bajaremos la guardia para exigir un castigo a los responsables del golpe de Estado, independientemente del acuerdo, ni olvido, ni perdón

Fim do exílio

Após quase dois anos de exílio, Zelaya voltou a Honduras acompanhado pelos chanceleres da Venezuela, Nicolás Maduro, e da República Dominicana, Carlos Morales Troncoso, além do embaixador da Venezuela frente à Organização dos Estados Americanos (OEA), Roy Chaderton e da senadora colombiana, Piedad Córdoba.

Recebido por milhares de seguidores que foram até o aeroporto de Toncontín, em Tegucigalpa, o ex-presidente afirmou que seu retorno é uma "vitória da resistência e do povo hondurenho”. Disse ainda que o golpe de Estado foi um "fracasso das direitas da América Latina”.

Com informações de TeleSUR e Prensa Latina

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