Futebol: O Galo e o Búfalo

por Sandrão Bhar

Quem não se lembra da geral do Maracanã! Aquelas imagens do Canal 100, mostrando o povão olhando pra cima, naquele espaço atrás das traves onde não se podia ver muita coisa, mas que sempre estava lotado. Pode-se afirmar, com certeza, que hoje é um símbolo de uma época que está acabando. Pelo menos essa é tendência dos nossos principais times aqui no Paraná. O Atlético já faz algum tempo adotou essa postura de ingressos caros e planos ditos “acessíveis” para todos. Com algum sucesso, angariou um bom número de associados, o bastante para lotar o acanhado Joaquim Américo.

Agora é o Coritiba que quer trilhar este caminho. Aquele torcedor mais desavisado que pagou cincão no último jogo, deve ter tido um baita susto ao chegar na bilheteria do estádio e ver que o ingresso mais barato custava 10 vezes mais. É, amigo, UM GALO! Agora, a ironia é que a premissa para um preço tão alto é a tentativa de fazer o camarada virar sócio torcedor, dando acesso livre às dependências do Couto Pereira em dia de jogo. Mas que jogo? Terminando o fraco campeonato Paranaense começa o brasileiro da série B, quando o time terá que cumprir 30 mandos(a quem diga que caia pra 10, duvido muito). Então que tipo de benesse este bravo sócio terá, já que durante todo este ano e mais metade do próximo não haverá jogos no Alto da Glória? Fica a pergunta para os mestres de MKT da que batem ponto na Mauá.

O futebol vai acabar deixando de ser o ópio do povo para se transformar numa droga mais sofisticada. O ecstasy da classe média.

A RODADA
Quem tava com a bofunfa e teve peito pra pagar 50ão pra ver o Coritiba 4x1 Nacional, viu um fenômeno que está se repetindo ao longo deste torneio. A maioria das equipes que jogam contra os times da capital fazem um bom primeiro tempo, mas no segundo apagam fisicamente. Vitimas da estrutura semi amadora, não conseguem segurar o rojão por 90 minutos. Já o time coxa ainda não demonstrou um padrão de jogo, até porque o técnico Ney Franco tem usado esses jogos como um laboratório, variando esquemas na tentativa de achar o jogador certo para cada posição. Destaque para Búfalo Bill, que perdeu um balaio de gols mas marcou dois. Se manter essa média está bótimo!

O Atlético não teve vida muito fácil em Paranaguá. Mesmo vencendo por 2x1, o Rio Branco foi valente teve um penalty claro não marcado aos 45 do segundo tempo. Já o Paraná empatou pelo placar mínimo com o Cascavel, simplesmente o melhor time do interior que eu vi jogar. A cobra tem uns quatro ou cinco atletas que jogam frouxo em qualquer time da capital. Olho neles!

Pra fechar, um atléticano amigo meu em provocação a outro coxa branca: “Temos o melhor estádio, o melhor centro de treinamento, a melhor estrutura, a melhor torcida e agora temos até um argentino é melhor que o de vocês”. É mole? Fui!

Sandrão Bhar é titular do blog Papo de Bhar e votou no Lula