quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Itapoá, a armação da temporada

por Cláudio Fajardo

Ainda é inverno. Chove muito, portanto. O sol ensaia a sair e as nuvens carregadas logo o escondem, mas ele insiste. As pessoas começam a se movimentar diferente. Começa um certo agito. É gente com escadas nas costas pra cá e pra lá. São baldes, colheres de pedreiro, pás, cortadeiras, máquinas para cortar grama, tesouras para podar plantas, sacos de terra, carroças de frete circulando… uma infinidade de utensílios próprios para constução, conservação ou reparos de ambientes domésticos ou comerciais portados pelas pessoas . Pilhas de tijolos e montes de areia já são frequentes diante dos terrenos. As lojas já começam a reabrir em quantidades. Um som intermitente de escovas esfregando chãos e paredes se espalha e se mistura com o som das ondas do mar. Há bem pouco tempo não eram assim as coisas aqui.

Fora de temporada as coisas são bem diferentes. Neste mesmo ano, duas semanas antes do carnaval já se sentia o esvaziamento da cidade. Veio o carnaval e a temporada deu um suspiro, seu ultimo suspiro. Praia vazia, hoteis vazios, pousadas vazias, moradas também. Ruas desertas, botecos, mercados, noites e dias desertos e de muita chuva. Até o horário de verão terminara. Uma tristeza se instalara nos corações. Amores que partiram, lucros esperados que não vieram, prejuizos de negócios mal sucedidos, para alguns. E é claro, para outros, lucros bons, novos negócios, novos e velhos amores, festas, alegrias…

É por isso tudo que essa movimentação toda para uma nova temporada abriga tanta esperança.

O Porto, símbolo de progresso na região, já anuncia movimentação inédita de containers. Profissionais de todo tipo já são contratados para serviços: serventes, pedreiros, vidraceiros, serralheiros, tecnólogos e tantos outros já são disputados a unha. Coxinha, empada, sfiha, picolé, almoço, janta, café: ofertas que começam a abundar. O Porto mexe com o mercado de trabalho e a velha cidade reage animada. A espera não foi em vão.

A temporada, pelo início de seu agito, promete.

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