segunda-feira, 22 de agosto de 2011

A morte de Antônio Barros de Castro


Estou desolado. Barros de Castro era dos maiores economistas brasileiros, um industrialista de primeiríssima, sem nenhuma espécie de dogmatismo.

Sua abertura para o novo pode ser entendida em um episódio que ocorreu com a Dinheiro Vivo. Montamos um seminário logo após a queda do Collor, acho que no Clube Nacional, e Barros de Castro veio palestrar. Ele andava muito pessimista com a economia. Antes de sua palestra, em uma conversa no intervalo, chamei a atenção para mudanças que estavam ocorrendo na microeconomia, novos setores surgindo, as ferramentas de gestão começando a ser utilizadas.

Ele tinha acabado de chegar de uma viagem a Minas. Enquanto conversávamos ia processando o que viu pela viagem. Terminado o intervalo, proferiu sua palestra explicando o mundo novo que tinha acabado de visitar e que tinha acabado de processar.

Fazia parte do círculo restrito dos economistas capazes de analisar os fatos reais e usar o conhecimento teórico para entendê-los. Nunca colocou a teoria como um véu para esconder a realidade.

Convidei-o para um Brasilianas duas semanas atrás. Mas seus afazeres acadêmicos o impediram de vir a São Paulo.

Desabamento

Ex-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social(BNDES) no governo Itamar Franco, o economista Antônio Barros de Castro, morreu na tarde de domingo 21 em um desabamento em sua casa no bairro do Humaitá, zona sul do Rio.

Segundo relato dos bombeiros que atenderam a ocorrência, Castro, de 73 anos, estava lendo no escritório quando ocorreu o desabamento. Os bombeiros ainda não sabem as causas do acidente.

Professor emérito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) – onde o corpo será velado nesta segunda-feira 22 – no campus da Ilha do Fundão, Barros ocupou a presidência do BNDES em 1992 e 1993.

Ele deixa a mulher, que estava em casa na hora do desabamento, quatro filhos e uma neta.

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