segunda-feira, 2 de julho de 2012

CABRAL PREPARA CAMALEÃO PARA SUA PRÓPRIA SUCESSÃO NO RJ.

País - Eleições 2012

Na disputa pela prefeitura, Cabral arma o tabuleiro para a sua sucessão em 2014

Eduardo Paes pode ganhar força para fazer frente a Lindbergh Farias

Jornal do BrasilMarcelo Auler
As convenções partidárias realizadas ao longo da semana passada que oficializaram os principais candidatos na disputa eleitoral de outubro não escolheram apenas os políticos que concorrerão à prefeitura municipal do Rio.
Por detrás dos nomes sacramentados, na verdade, já se tenta pavimentar também os caminhos que levarão a uma briga maior dentro de dois anos: a sucessão do governador Sérgio Cabral, que completará oito anos no cargo e deverá sair em busca, provavelmente, de um novo mandato no Senado Federal.
As alianças políticas seladas escondem um jogo de xadrez mais complexo, no qual o governador Cabral pode estar apostando suas fichas no nome do prefeito Eduardo Paes – candidato à reeleição este ano – como preferido à sua sucessão no Palácio Guanabara.
Uma opção que significa o “descarte” do nome do vice-governador, Luiz Fernando Pezão. Este, embora já tenha frequentado a lista dos preferidos de Cabral para sucedê-lo, vencidos seis anos de governo não demonstrou até o momentofôlego suficiente para enfrentar uma candidatura que parece inevitável no seio do PT: a do senador Lindbergh Farias.
Uma segunda opção do governador seria o atual secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, que defruta de alta popularidade pela bem sucedida politica de pacificação das comunidades carentes, outrora no domínio do tráfico de drogas. Ela, porém, esbarra na confessa falta de apetite eleitoral do secretário que, aparentemente, não parece fazer um jogo dissimulado ao negar seu interesse por um cargo político.
Voltam-se então as atenções do governador para o prefeito, com o qual poderá manter o poder estadual nas mãos do PMDB, ainda que Paes não seja um peemedebista de primeira hora. Antes pelo contrário, tal qual um camaleão que troca a cor da pele, o atual prefeito também já mudou de partido conforme o interesse político do momento: começou no PV, passou pelo PFL, foi do PTB, voltou ao PFL, destacou-se no PSDB como inimigo de Lula, e, por fim, ingressou no PMDB de Cabral no qual se tornou admirador e defensor do mesmo Lula que atacara antes.
A possivel opção pelo prefeito jiuistificaria, inclusive, a escolha de um nome petista de pouca expressividade – o vereador Adilson Pires – para o cargo de vice-prefeito na chapa de Paes. Uma escolha que, pelo que se sabe, desagradou aliados importantes do governador, como o ex-presidente da Assembléia Legislativa, Jorge Picciani. Este, sem mandato, apostava na indicação do seu filho, o deputado federal Leonardo Picciani, talvez até como forma de voltar a ter poder, ainda que de forma indireta.
Da mesma forma como, do outro lado da baía, Cabral deixou ao relento seu velho amigo Sérgio Zveiter, candidato à prefeitura pelo novato PSD, para apoiar a candidatura do petista Rodrigo Neves.
Com estas alianças o governador certamente aposta em, no minimo, criar uma dissidência para minar na hoste petista uma possivel candidatura de Lindbergh, único nome do PT com cacife para tentar concorrer com o PMDB na disputa pela cadeira do governador.
O tabuleiro de xadrez, portanto, começou a ser montado por Cabral, não apenas com vista à permanência de Paes no Palácio da Cidade – ainda que por, somente, dois anos – mas, principalmente, de olho na sua própria sucessão. Seus próximos passos dependerão de outros fatores. Primeiro, do comportamento do eleitorado em outubro, muito embora não se preveja nenhuma surpresa que lhe seja desagradavel. Passam ainda pelo comportamento dos seus opositores, que podem ou não lhe facilitar os planos. Mas também ficam na dependência de suas muitas amizades, como a de Fernando Cavendish, que, como se viu, às vezes lhe criam enormes dissabores

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