sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Quem tem medo da doutora Dilma?

DANUZA LEÃO
VOU CONFESSAR: morro de medo de Dilma Rousseff. Não tenho muitos medos na
vida, além dos clássicos: de barata, rato, cobra.
Desses bichos tenho mais medo do que de um leão, um tigre ou um urso, mas de
gente não costumo ter medo. Tomara que nunca me aconteça, mas se um dia for
assaltada, acho que vai dar para levar um lero com os assaltantes (espero);
não me apavora andar de noite sozinha na rua, não tenho medo algum das
chamadas "autoridades", só um pouquinho da polícia, mas não muito.
Mas de Dilma não tenho medo; tenho pavor. Antes de ser candidata, nunca se
viu a ministra dar um só sorriso, em nenhuma circunstância.
Depois que começou a correr o Brasil com o presidente, apesar do seu grave
problema de saúde, Dilma não para de rir, como se a vida tivesse se tornado
um paraíso. Mas essa simpatia tardia não convenceu. Ela é dura mesmo.
Dilma personifica, para mim, aquele pai autoritário de quem os filhos morrem
de medo, aquela diretora de escola que, quando se era chamada em seu
gabinete, se ia quase fazendo pipi nas calças, de tanto medo. Não existe em
Dilma um só traço de meiguice, doçura, ternura.
Ela tem filhos, deve ter gasto todo o seu estoque com eles, e não sobrou nem
um pingo para o resto da humanidade. Não estou dizendo que ela seja uma
pessoa má, pois não a conheço; mas quando ela levanta a sobrancelha, aponta
o dedo e fala, com aquela voz de general da ditadura no quartel, é
assustador. E acho muito corajosa a ex-secretária da Receita Federal Lina
Vieira, que está enfrentando a ministra afirmando que as duas tiveram o
famoso encontro. Uma diz que sim, a outra diz que não, e não vamos esperar
que os atuais funcionários do Palácio do Planalto contrariem o que seus
superiores disserem que eles devem dizer. Sempre poderá surgir do nada um
motorista ou um caseiro, mas não queria estar na pele da suave Lina Vieira.
A voz, o olhar e o dedo de Dilma, e a segurança com que ela vocifera suas
verdades, são quase tão apavorantes quanto a voz e o olhar de Collor, quando
ele é possuído.
Quando se está dizendo a verdade, ministra, não é preciso gritar; nem gritar
nem apontar o dedo para ninguém. Isso só faz quem não está com a razão, é
elementar.
Lembro de quando Regina Duarte foi para a televisão dizer que tinha medo de
Lula; Regina foi criticada, sofreu com o PT encarnando em cima dela -e
quando o PT resolve encarnar, sai de baixo. Não lembro exatamente de que
Regina disse que tinha medo -nem se explicitou-, mas de uma maneira geral
era medo de um possível governo Lula.
Demorei um pouco para entender o quanto Regina tinha razão. Hoje estamos
numa situação pior, e da qual vai ser difícil sair, pois o PT ocupou toda a
máquina, como as tropas de um país que invade outro. Com Dilma seria igual
ou pior, mas Deus é grande.
Minha única esperança, atualmente, é a entrada de Marina Silva na disputa
eleitoral, para bagunçar a candidatura dos petistas. Eles não falaram em 20
anos? Então ainda faltam 13, ninguém merece.
Seja bem-vinda, Marina. Tem muito petista arrependido para votar em você e
impedir que a mestra em doutorado, Dilma Rousseff, passe para o segundo
turno.

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