terça-feira, 12 de junho de 2012

NO RJ, COM FREIXO !

ITALO NOGUEIRA
DO RIO
Com pouco tempo de TV, o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL), 43, lançou na tarde desta segunda-feira (11) candidatura para a Prefeitura do Rio de Janeiro esperando uma "primavera carioca" entre eleitores da cidade.
A referência às revoltas no mundo árabe se refere à participação da juventude e uso das mídias sociais.
O deputado conta com o apoio de diversos artistas, entre eles o ator Wagner Moura, que foi à convenção do PSOL na Câmara Municipal do Rio, e os cantores e compositores Caetano Veloso e Chico Buarque.
O PCB declarou apoio à candidatura. O candidato a vice na chapa é o músico Marcelo Yuka.
Reprodução/Instagram/marcelofreixo
Ator Wagner Moura discursa em evento de lançamento da candidatura do deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL)
Ator Wagner Moura discursa em evento de lançamento da candidatura do deputado estadual Marcelo Freixo
Ameaçado de morte por milícias do Estado, Freixo afirmou que fará campanha na zona oeste da cidade, área na qual se concentram essas quadrilhas. Segundo ele, a falta de segurança não deve ser tratado como um problema particular, mas público.
"Não vou fazer disso uma guerra particular. A milícia não é um problema meu. É um problema do Rio. Porque se tem um candidato a prefeito nessa cidade que não pode ir para alguns lugares porque criminosos dominam, vamos combinar que esse é um problema do Rio de Janeiro. Isso deve ser tratado como um problema público, de todos, e não um problema exclusivo meu. Cabe ao Estado garantir que a campanha de todos os candidatos possa ser feita em todos os lugares", disse ele.
Freixo afirmou que vai lembrar na campanha a aliança do prefeito Eduardo Paes (PMDB), que tentará a reeleição, com o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), em crise política desde a divulgação de fotos ao lado de empresários em Paris. Mas disse que focará temas sobre a cidade.
Ele também ironizou lema de campanha de Paes em 2008 e de Cabral em 2010, a aliança entre governos federal, estadual e municipal.
"Daqui a dois anos, o governo federal vai estar em pé de guerra com o PMDB por causa da eleição do governo do Estado, onde o PMDB vai ter um candidato e o PT, outro. Se alguém acha uma boa relação importante, deve votar na gente", disse Freixo.
O PT deve lançar em 2014 o senador Lindbergh Farias ao governo do Rio e o PMDB, o vice de Cabral, Luiz Fernando de Souza, o Pezão.
O programa de TV do PSOL contará com apoio do cineasta José Padilha --diretor de "Tropa de Elite". O partido, porém, terá apenas um minuto. Freixo diz que aposta na militância e na campanha pela internet para ganhar visibilidade.
"A primavera árabe mexeu com toda estrutura de poder no mundo árabe e teve uma influência muito grande das redes sociais. Essa primavera carioca pode ser com a participação da juventude que está muito indignada e consegue ver na nossa candidatura uma luz, um espaço de esperança e participação", disse ele.
Símbolo do que chama de "aliança com a sociedade civil", a presença maciça de artistas foi comparada à campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 1989.
"É um movimento que não se vê na política brasileira desde 1989 na eleição de Lula. Ou seja, em que a intelectualidade se engaja numa causa, num ideal, num nome e projeto político da cidade do Rio", disse o deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP).
Freixo atacou a política de saúde e transporte da gestão do prefeito Eduardo Paes (PMDB), que tentará a reeleição. Disse ainda que o município se omite na segurança pública, principal área em que atua em seu mandato como deputado.
"O debate da segurança pública não é um debate estadual. A polícia é estadual. Mas uma sociedade segura não depende só da polícia. O papel da prefeitura é essencial. A prefeitura tem que disputar território. Quero brigar pela vida de cada menino do Rio que estamos perdendo para o tráfico e para a milícia. Isso cabe à prefeitura, não só à polícia", disse ele, em discurso na convenção.

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