domingo, 26 de julho de 2009

Mel acampará aqui

ASSEGURA PROVISÕES E BARRACAS PARA RESISTIR EM LAS MANOS

"Tem que ficar aqui organizando varias coisas que vamos hoje tratar de arrumar, para receber a todos os que vem da montanha”, falou o presidente deposto* Replicou à secretária de Estado, Hillary Clinton, informar-se melhor sobre “o que está se passando”, e descartou um novo diálogo com os “terroristas” de Micheletti * Militares de Honduras “invadiram certas zonas para provocar a Nicarágua”, disse Zelaya, que reclamou ademais dos políticos nacionais que questionam sua presença no país."

DO EL NUEVO DIARIO – NICARÁGUA
Mauricio Miranda
Tradução: Cláudio Fajardo

Ao fim de cumprir um mês de ter sido expulso de Honduras, o presidente Manuel Zelaya ainda não encontrou a maneira de regressar, nem por meio de um acordo político nem pelo posto fronteiriço que lhe há oferecido a Nicarágua. Este sábado anunciou que manterá sua resistência e que acampará por dois dias no posto de Lãs Manos, de onde ontem se instalou pela segunda vez, acompanhado de centenas de seus seguidores, mas sem enfrentar ao Exército hondurenho que continuava de plantão, para impedir-lhe a passagem.

Zelaya se manteve a uma distância de não menos de 80 metros da guarda para ingressar a Honduras, não como na última sexta-feira, que inclusive teve uma conversação com o oficial hondurenho encarregado da zona.

Ainda que conte com o respaldo da comunidade internacional e de camponeses de seu país, que seguiam expondo-´se ao cruzar as fronteiras por pontos cegos para encontrá-lo do lado nicaragüense, Zelaya evitou responder se a estas alturas Roberto Micheletti, o presidente de fato de Honduras, o há ganho a queda de braços desde o golpe de Estado perpetrado na madrugada de 28 de junho.

às 13:10 de sábado, Zelaya apareceu protegido com uma caravana de veículos. Ele mesmo chegou ao volante de um jeep, acompanhado do chanceler venezuelano Nicolas Maduro. E anunciou sua nova decisão: permanecer durante 48 horas no posto fronteiriço de Las Manos, ao norte da Nicarágua.

Disse que levará alimentos e água par estar com os camponeses que desde diversas localidades hondurenhas tem chegado a pé para apoiá-lo. Desde as primeiras horas da manhã, conduções com camponeses hondurenhos chegaram exclamando consignas, apoderando-se do lugar, mesmo com os transportes de cargas em ambas as vias chegava ao terceiro dia paralisado.

”Vamos organizar várias coisas hoje. Aqui tem que ficar organizando várias coisas que vamos tratar de arrumar, para receber a todos os companheiros que estão vindo da montanha. Eu tenho que fazer várias atividades, e espero que aqui nos mantenhamos firmes. Vamos nos manter firmes, ninguém vai nos vencer” disse Zelaya utilizando um megafone que lhe arrumou o chanceler Maduro.

O discurso de Zelaya
Minutos depois, Zelaya fez um discurso ao povo congregado, baixo às vistas atentas dos soldados hondurenhos que observavam desde o outro lado da fronteira.

“Ali está detida minha família, que não a deixam passar em Paraíso. Há que rogar a Deus. Ali está minha mãe, minha esposa e meus filhos. Mulheres valentes, enfrentando as baionetas. Não lhes da pena a estas cúpulas militares, humilhando ao povo”, exclamou um Zelaya vestido de camisa branca com seu inseparável sobreiro de rancheiro.

“Os direitos do povo não se vendem nem se rendem. Não vamos permitir que ninguém nos diga aos povos o que é que temos que fazer”, acrescentou.

Explicou que os acampamentos que pensam montar na zona durarão pelo menos 48 horas, e falou de manter a “resistência contra o golpe”.

”Nós estamos organizando todo um processo de resistência contra o golpe, e ademais, uma força ideológica e política, nada mais que diferentes às outras. Esta é a favor do povo, esta é para não deixarmos nos vencer nunca mais. A dignidade que tem o povo hondurenho vai ser imitada por outras gerações de outros povos do mundo, porque não estamos dispostos a nos render. Se vocês se mantém firmes, aqui tem ao primeiro soldado da paz” exclamou.

Disse estar disposto a chegar “até as últimas conseqüências para defender Honduras”. “Aqui, em Ocotal, Sandino ganhou sua primeira batalha frente aos invasores que naquela época queriam dobrar a espinha dorsal do povo da Nicarágua, e aqui em Ocotal, o povo hondurenho retoma o caminho de Morazán, la rota de Morazán e a rota de Sandino. Quem disse medo? Vamos com as reformas sociais. Vamos atrás dos golpistas até amarrá-los e tirá-los de Honduras”, asseverou, enquanto era vigorosamente aplaudido.

Micheletti é culpado pelo fracasso da mediação
Momentos depois, durante uma improvisada conferência sobre o capô de seu veículo, denunciou que Roberto Micheletti se negou a chegar a firmar um acordo que se estava alcançando através da mediação do presidente da Costa Rica, Osacar Arias Sanchezs.
E pediu à secretária dos Estados Unidos, Hillary Clinton, para que se informasse melhor sobre “o que está se passando”.

”Cada um tem que opinar de acordo com a informação que tem: se a secretária Clinton não tem: se a secretária Clinton não tem a informação adequada do regime repressivo, de que greves de professores, operários, de trabalhadores, que há ocupações de camponeses de povoados, se não tem toda essa informação, então é claro que não tenha todo o contexto que está se passando.
Anunciou que nas próximas horas tem previsto fazer contatos com o Secretário Geral da OEA, com o presidente do Brasil, Luis Inácio Lula da Silva, e com o Departamento de Estado dos EUA.

Também chamou à “resistência democrática”
Assinalou que além da resistência popular, há que manter a resistência diplomática, ainda que tenha descartado de pronto uma negociação com os “terroristas”. “Diálogos com terroristas não há”, assegurou.

Por outro lado, denunciou que o governo de fato qu se mantém em Honduras está levando a cabo agressões para provocar enfrentamentos na Nicarágua, país ao qual agradeceu sua hospitalidade.


Denuncia planos de agressão
“Vou denunciar que estão armando grupos militares para tratar de agredir invadindo certas zonas para provocar a Nicarágua. Eu já avisei ao comande Daniel Ortega. São manobras militares âs que Nicarágua não lhes vá dar atenção, mas há que tomar medidas”, disse Zelaya, que desde esse lugar atendia seu telefone celular para inteirar-se de como ia a organização dos cidadãos hondurenhos que seguiam cruzando a fronteira.”

Finalmente, minimizou o tempo que já está fora de Honduras, ao dizer que depois de 27 dias o “povo hondurenho o seguia apoiando.

Por quê me tem temor a mim, se sou um simples cidadão com a investidura d presidente que quer reclamar o direito do povo de eleger e de decidir?”, questionou, e fez uma reclamação aos políticos que criticam sua presença na Nicarágua.

“Oxalá lhes passem a outros governos que estão criticando minha presença aqui. Oxalá amarrem a outros presidentes, para que olhem que é que o que sentem estar expatriado no exílio forçado, sem poder abraçar sequer aos amigos e aos companheiros”, expressou Manuel Zelaya.

”Esta batalha a vamos ganhar a todo custo, não importa o esforço nem o sacrifício”, concluiu o mandatário deposto, na cidade de Ocotal debaixo de vivas a seu nome que exclamavam seus simpatizantes.

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