quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Morreu Claude Lévi-Strauss

O influente antropólogo, etnólogo e filósofo, Claude Lévi-Strauss, de 100 anos, faleceu na noite de sábado para domingo, segundo anunciou nesta terça-feira (3) a editora Plon. Nascido em Bruxelas a 28 de novembro de 1908, o francês Lévi-Strauss foi um dos nomes maiores da antropologia, tendo exercido uma influência decisiva na evolução desta área científica ao longo do século 20.

No entanto, a sua obra acabou por influenciar todas as ciências sociais, principalmente por meio da sua contribuição para o advento do estruturalismo – corrente de pensamento que procura identificar nos fatos de natureza simbólica as formas invariáveis que existem em diferentes conteúdos.

A Lévi-Strauss é ainda atribuído um papel percursor no nascimento do movimento ecologista.

Lévi-Strauss foi nomeado membro de uma missão universitária no Brasil e, de 1935 a 1939, foi professor na Universidade de São Paulo.

Durante este período, organizou e dirigiu várias expedições etnográficas ao Mato Grosso e Amazônia, e estudou também as tribos indígenas do norte e do sul do continente americano.

De volta à França, às vésperas da Segunda Guerra Mundial, participou dos esforços de guerra de 1939 a 1940, até que abandonou esse país para ir aos Estados Unidos, onde lecionou na New School for Social Research de Nova York, entre 1942 e 1945.

Em 1944, foi chamado à França pelo Ministério de Assuntos Exteriores, mas, no ano seguinte, voltou aos Estados Unidos para ocupar as funções de conselheiro cultural na embaixada francesa em Washington, cargo que abandonou em 1948 para se dedicar ao trabalho científico.

Autor de vários livros, publicou em 1949 "As Estruturas Elementares do Parentesco" e, de suas expedições pelo Brasil, nasceu em 1955 sua obra "Tristes Trópicos", considerado um texto fundamental da etnologia contemporânea.

Em 1973, foi eleito membro da Academia Francesa, onde ocupou o assento que antes foi de Henry de Montherlant.

Detentor da Grã-Cruz da Legião da Honra desde 1992, era também membro estrangeiro da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos, da Academia Americana e do Instituto de Artes e Letras, também nos Estados Unidos.

Em 28 de novembro de 2008, por ocasião de seus 100 anos, recebeu a homenagem do mundo da cultura e da ministra da Cultura francesa da época, Christine Albanel, foi inaugurada uma placa em sua honra no museu Quai Branly de Paris.

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