Requião: Europa quer “exportar desemprego”
Ao mesmo tempo em que fortalece os canais de comunicação com a Europa, o Mercosul deve tornar clara a divergência quanto ao melhor caminho para sair da crise, disse hoje Roberto Requião (PMDB-PR), presidente da Representação Brasileira no Parlamento do Mercosul (Parlasul). O senador participou, em Santiago, no Chile, da abertura da Assembleia Parlamentar Eurolatinoamericana (Eurolat).
Requião sugere cautela em negociação sobre livre comércio |
Na opinião de Requião, os países europeus erram ao adotar a ortodoxia econômica para superar a recessão.
— O momento é de conversar, mas não aceitar o liberalismo econômico. Este é o momento de mostrar que eles estão errados — disse.
O senador criticou a política de corte de gastos sociais promovida pela União Europeia e defendeu o modelo brasileiro de superação da crise econômica.
“Desespero”
Para Requião, deve ser vista com cautela a intenção dos europeus de retomar negociações com o Mercosul para um acordo de livre comércio entre os dois blocos, interrompidas desde 2004. Ele atribui a tentativa de reabrir negociações ao “desespero” da Europa.
— Os europeus querem passar seus problemas para cá. Querem exportar mercadorias e desemprego. Temos que resistir a isso. Crise mundial precisa de solução solidária, mas não prejudicando o nosso bloco — afirmou Requião.
A Eurolat ocorre dois dias antes da abertura da 1ª Cúpula da Comunidade dos Estados Latinoamericanos e Caribenhos (Celac)-União Europeia. A Celac, que busca o diálogo político da área, foi criada em 2010, no México, durante cúpula de chefes de Estado da região.
Jornal do Senado
(Reprodução autorizada mediante citação do Jornal do Senado
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