segunda-feira, 26 de abril de 2010

Vereador Jacks Dias é indiciado por recebimento de propina

Investigações do Gaeco apontam que o parlamentar recebeu “doações” mensais entre R$ 4 mil e R$ 6 mil, enquanto foi secretário de Gestão Pública, para manter contrato com empresa terceirizada. A cidade tem seis vereadores sendo investigados

O vereador Jacks Dias (PT) foi indiciado, na manhã desta segunda-feira (26), pelo crime de concussão (extorsão praticada por agente público) pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). O petista foi convocado para prestar depoimento, mas não respondeu a nenhuma das dez perguntas formuladas pelo delegado Alan Flore.

O vereador é acusado de receber propina no período em que esteve à frente da Secretaria de Gestão Pública, no governo Nedson Micheletti (PT), para manter um contrato com a empresa Setrata, que faz serviços de limpeza. De acordo com Flore, as investigações estão no fim, mas “há indícios suficientes de que houve o pedido de vantagem.”

O delegado diz que Dias recebeu “doações mensais”, que variavam de entre R$ 4 mil e R$ 6 mil, durante os anos de 2006 e 2008. O acordo para o repasse ocorreu depois que o vereador passou a concentrar os processos de licitações. “As proprietárias confirmaram em depoimento o pedido de propina. Os repasses foram comprovados na análise da contabilidade da empresa. Há retiradas identificadas como ‘autarquia’ ou ‘diretoria autarquia’, que seriam destinadas ao vereador.”

Todos os repasses foram realizados em dinheiro, para “não deixar rastro”. O vereador não conversou com a imprensa, mas o advogado dele, João Gomes, negou qualquer participação de Dias no pagamento de vantagens. Gomes informou que identificou a doação de apenas R$ 2 mil para o PT.

No dia 16 de abril, o advogado da Setrata, Omar Baddauy, confirmou à reportagem do JL que a empresa repassou ao vereador o pagamento de seis parcelas de R$ 6 mil. O argumento foi de que seriam contribuições ao partido. Na ocasião, ele afirmou que as proprietárias não praticaram nenhuma irregularidade. “Minhas clientes agiram com a perfeita consciência de não estarem praticando nenhuma irregularidade. E não foram beneficiadas em nada”, afirmou.

Em entrevista coletiva, no dia 19 de abril, o parlamentar negou qualquer pedido de propina e disse não ter pego o dinheiro nem para a sua campanha nem como doação para o partido.

Seis vereadores investigados

Com o indiciamento de Dias, a atual legislatura já tem seis vereadores alvos de investigações do Ministério Público (MP). Quatro deles já foram denunciados: Joel Garcia (PDT), por tentar favorecer a empresa da família na licitação da merenda escolar e conseguir emprego no Procon para uma estagiária que havia sido cabo eleitoral; Rodrigo Gouvêa (sem partido), por manter uma funcionária fantasma no gabinete; Paulo Arildo (PSDB), por ficar com parte dos salários de assessores; e Sandra Graça (PP), por manter funcionário fantasma. Tito Valle (PMDB) está sendo investigado suspeito de ficar com parte de salários de assessores.

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