segunda-feira, 24 de setembro de 2012

REENCONTRO COM OS "CADERNOS DO TERCEIRO MUNDO" !!!

Diálogos do Sul 

História


“A história dos Cadernos é quase tão tumultuada como a história dos povos aos quais se dedicava.Onde se impunham os golpes regressivos já não havia condições de permanência.”
 Paulo Cannabrava Filho
Atualmente, o Espaço Cultural Diálogos do Sul, com sede no Rio de Janeiro e em São Paulo, se mantém devido ao grande capital intelectual disponível, com formação básica em diferentes áreas – Economia, História, Comunicação, Ciências Políticas e Sociais, Física, Artes, dentre outras – oriundo da expressiva trajetória construída pelos Cadernos do Terceiro Mundo. Ao longo de sua existência, essa equipe multidisciplinar e altamente qualificada colabora na promoção de projetos educacionais, como os cursos “Mundo árabe-islâmico ontem e hoje”, “Para onde Caminha a América Latina”, “Os caminhos da integração na América Latina: de Bolívar à Unasul”. Os dois últimos projetos foram desenvolvidos recentemente em conjunto com o Memorial da América Latina e universidades estaduais paulistanas.

+ Sobre os Cadernos do Terceiro Mundo

Criada na Argentina em 1974 por um grupo de jornalistas que combatiam as ditaduras em seus países, a revista Cadernos do Terceiro Mundo surgiu com uma proposta editorial de abordar as questões mais sensíveis aos povos que lutavam contra o colonialismo e o neocolonialismo – na América Latina, na África ou na Ásia –, oferecendo o olhar de um jornalismo social.
Suas páginas retrataram histórias, personagens e cenas que praticamente não apareciam na grande mídia: a guerra em Angola, Moçambique, Timor Leste, Sahara Ocidental, os conflitos no Oriente Médio, a resistência ao apartheid na África do Sul, a luta contra as ditaduras no nosso continente. As matérias eram sempre produzidas por enviados especiais ou jornalistas e especialistas dos próprios países, para evitar a prática comum na grande imprensa de reproduzir, sem uma visão crítica, os materiais enviados por agências internacionais de notícias sediadas em países com tradição colonialista ou imperialista.
Editada em três idiomas – espanhol, português e inglês –, a revista chegou a alcançar tiragens superiores aos 50 mil exemplares e tinha leitores e assinantes em 70 países. Constituía, na época, um espaço de reflexão para a sociedade civil e uma fonte para historiadores, cientistas sociais e políticos, além de se transformar em referência para um jornalismo socialmente responsável. Em uma época distante da Internet, ela era uma rara publicação que colocava os leitores em contato direto com realidades longínquas, inacessíveis através da grande imprensa.
A publicação Cadernos do Terceiro Mundo tem uma história que se confunde com a história das lutas sociais do Brasil, da América Latina como um todo, da África, Ásia, e Oriente Médio nas últimas décadas do século XX e nos primeiros anos do século XXI.
O projeto deixou de circular em 2005, período no qual se iniciou a busca por parcerias para criação de um acervo digital para consulta pública pela Internet. Esse material, que se fez presente nas décadas de chumbo da América Latina, deve ser colocado à disposição da população brasileira e latino-americana, face ao momento em que vivemos, de virada política do continente na direção da conquista da plena soberania

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