quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

VALOR ECONÔMICO


Valor Econômico

Manchete: Crédito e desoneração vão combater alta de alimentos
Após aumento anual médio de 10% nos preços dos alimentos nos últimos cinco anos, o governo tenta formular uma política para contê-los. O aumento da oferta de crédito rural e a desoneração dos produtos da cesta básica são os meios disponíveis, depois que a intervenção direta por meio dos esto­ques públicos de grãos revelou-se inexequível. Em reunião na semana passada, a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, foi avisada de que a Conab não tem estoques suficientes, apesar do crescimento contínuo da produção de grãos.

Hoje, a estatal praticamente não tem milho e feijão em seus armazéns e conta com apenas 756 mil toneladas de arroz, suficientes para um mês de consumo. O governo iniciou uma ofensiva para coordenar as expectativas do mercado. Na segunda- feira, no Paraná, a presidente Dilma Rousseff afirmou que não faltará financiamento para a agricultura neste ano. “Se gastarem o dinheiro, terá mais. O que gastarem, nós cobrimos”.

Ontem, a presidente disse que o governo estuda desonerar integralmente a cesta básica dos tributos federais. Isso deverá ocorrer ainda neste semestre e teria impacto direto de 0,3 ponto percentual no IPCA, podendo chegar a 0,44 ponto com os efeitos indiretos, segundo cálculos da consultoria LCA.

Na avaliação da Presidência da República, o Ministério da Agricultura não agiu no momento adequado para a aquisição de estoques. Agora, no curto prazo, não há condições de reforçá-los. Por isso, a Conab decidiu que vai aumentar o preço mínimo do feijão e da farinha de mandioca para incentivar o plantio. O feijão carioca, variedade mais consumida no país, subiu 31,53% em 2012 e o feijão preto, 44,2%. (Págs. 1 e A3 e B20)
Petrobras muda politica de dividendos
A preocupação em preservar o caixa, diante da delicada situação do endividamento nos próximos meses, levou a Petrobras a assumir o risco de mudar a prática de distribuição igualitária de dividendos entre ações ordinárias e preferenciais. Para economizar R$ 3,7 bilhões em dividendos no curto prazo, a companhia decidiu pagar R$ 0,46 por ação ordinária, em comparação aos R$ 0,97 para cada ação preferencial. A distribuição mínima dos lucros incomodou analistas e investidores e contribuiu para a queda das ações ontem. Apesar dos problemas financeiros, a Petrobras prevê investimento de R$ 97,6 bilhões em 2013, mesmo sem a garantia de que terá autorização para novos reajustes. (Págs. 1 e B12)
Novas regras atraem investidor para rodovias
Em uma cruzada para atrair capital privado, o governo anunciou ontem mudanças nas regras dos leilões para concessão de rodovias. O anúncio, feito pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, foi o ponto alto do fórum “Infraestrutura e Energia no Brasil: Projetos, Financiamentos e Oportunidades”, organizado pelo Valor e pelo BTG Pactuai.

Com o novo modelo, a rentabilidade sobe de 10% para 15%, em média, nos principais projetos. O período de concessão aumenta de 25 para 30 anos e o prazo dos financiamentos de 20 para 25 anos, com 3 a 5 anos de carência nos empréstimos feitos por instituições financeiras oficiais. Várias outras alterações foram feitas com objetivo de aumentar a rentabilidade dos projetos e atrair investidores. “Nós caprichamos", disse Mantega, que agora vai participar de “road shows” em Nova York e Londres.

Empresários ouvidos pelo Valor disseram que as mudanças tomam os projetos mais atrativos, mas ainda há receios quanto a alguns pontos, em especial a exigência de duplicar todas as rodovias sob concessão. Segundo eles, essa exigência cria riscos, porque as obras dependem de licença ambiental. De forma geral, os empresários elogiaram as alterações. “Foram muito positivas”, disse o presidente da Ecorodovias, Marcelino Rafart de Seras. (Págs. 1 e Caderno especial)
Poluente, o mercúrio está perto do fim
Lâmpadas, pilhas, baterias, cosméticos e outros produtos terão de estar livres de mercúrio até 2020. Maior fonte de emissões no mundo, as usinas de carvão terão de se enquadrar também. Os países farão planos nacionais para reduzir e controlar o uso do metal nos garimpos. Após acordo entre países cm Genebra, uma conferência das Nações Unidas no Japão pode definir o texto e produzir a Convenção Multilateral sobre Mercúrio. “Tenho mais medo do mercúrio do que do aquecimento global”, diz . o físico Ennio Candotti “Ele se difunde e contamina o ambiente, os peixes e as pessoas que comem os peixes. É um veneno que atinge a todos’’. (Págs. 1 e A14)
BNDES quer que Steinbruch melhore proposta pela CSA
O plano do empresário Benjamin Steinbruch para ter o BNDES como parceiro na aquisição da Steel Américas, colocada à venda pelo grupo alemão ThyssenKrupp, enfrenta obstáculos que ultrapassam o litígio judicial que envolve a CSN e o banco, conforme apurou o Valor. O BNDES pretende que a proposta do empresário seja melhorada, de forma que se torne mais rentável. A companhia de Steinbruch corre contra o tempo, já que o prazo para entrega das propostas termina no próximo dia 15.

O fato de Steinbnich ter retirado do desenho da operação a mina Casa de Pedra, um donativos mais valiosos de seu portfólio, que poderia entrar como atrativo na negociação, não agradou o BNDES. A CSN propõe criar uma empresa separada, com seus ativos na área siderúrgica, que se fundiria com a Steel Améri­cas (dona da CSA no Brasil e da Calvert Steel nos EUA). Dessa forma, surgiria uma nova companhia, exclusivamente dedicada a negócios com aço, na qual o BNDESPar seria sócio relevante.

No BNDES, existem dúvidas quanto a assumir participação societária em uma empresa siderúrgica, setor com rentabilidade em baixa diante do excesso de oferta de produtos em todo o mundo.

Steinbruch gostaria que o BNDES entrasse com ura valor significativo, da ordem de R$ 4bilhões, para viabilizar a compra dos ativos do grupo alemão. O empresária estaria disposto a desembolsar pelos dois ativos cerca de R$ 8 bilhões, com a ajuda do BNDES. O apoio do banco é fundamental para evitar que o negócio comprometa o perfil financeiro da CSN. (Págs. 1 e B1)
Ações populares levam decisões do Carf à Justiça
Empresas que conseguiram derrubar autos de infração no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) terão de lidar novamente com os temas no Judiciário, ainda que a discussão já tenha sido encerrada no órgão administrativo. Mais de GB ações populares pedem na Justiça a anulação de decisões do conselho favoráveis a companhias e bancos. Caso a Justiça decida contra as empresas, elas teriam de pagar os tributos cobrados, com correção. Advogados dizem que dirigentes das empresas estão perplexos, pois decisões do Carf não podem ser levadas à justiça. Com as dúvidas causadas pelas ações, julgamentos do órgão foram suspensos ontem. (Págs. 1 e El)

Lula cogita Guido candidato
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, é uma das alternativas que estão sendo avaliadas pelo ex-presidente Lula para a disputa do governo paulista em 2014, caso a opção seja por candidatura própria do PT. (Págs. 1 e A9)

Indústria negocia reajustes
O varejo está recebendo novas tabelas de preços para produtos de higiene pessoal e beleza. Os reajustes pretendidos pelos fabricantes têm ficado entre 5% e 6%. Em alguns casos, os preços subiriam gradualmente até abril. (Págs. 1 e B9)
Vale fecha acordo bilionário
A Vale fechou acordo com a canadense Silver Wheaton (SLW) para vender parte do ouro que extrai como subproduto de suas minas de cobre e níquel de Salobo, no Brasil, e Sudbury, no Canadá. (Págs. 1 e Bll)

Georadar recebe aporte de R$ 100 mil
A Georadar, prestadora de serviços para a indústria de petróleo, recebeu aporte de R$ 100 milhões do fundo óleo e Gás HP, que tem entre seus acionistas o BNDES e fundos de pensão. (Págs. 1 e B11)
Crédito de fomento ao campo
Após dois anos sem novos empréstimos ao agro negócio brasileiro, o BID avalia a concessão de R$ 104 milhões a uma usina de cana, e o IFC estuda projetos em cana, soja, lácteos e pecuária no valor de US$150 milhões. (Págs. 1 e B20)

Ideias
Cristiano Romero

Redução da tarifa de energia e desoneração da folha podem ter contribuído para frear investimento das empresas. (Págs. 1 e A2)

Martin Wotf

O risco é o Japão continuar tratando problemas estruturais como passíveis de serem geridos com ajustes monetário e fiscal. (Págs. 1 e A13)
Inadimplência pune os bancos
Os três maiores bancos privados do pais - Itaú Unibanco, Bradesco e Santander — apuraram juntos um lucro líquido de RS 27,7 bilhões no ano passado, valor 5,27% menor do que o de 2011. A inadimplência exigiu R$ 52,6 bilhões em provisões. (Págs. 1 e Cl e C3)

Caixa Seguros mira Previsul
A Caixa Seguros empresa da Caixa Econômica Federal em associação com a francesa CNP Assurances, negocia a compra da Previsul Seguradora, de Porto Alegre, por cerca de R$ 100 milhões. A companhia é controlada pelo grupo Consulfac, do Paraná. (Págs. 1 e C3)

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