segunda-feira, 28 de março de 2011

Comunidades mapuche denunciam perseguição no Chile

Prensa Latina

Comunidades mapuche denunciaram atropelos e perseguição pelo Estado chileno contra a etnia com o fim de deter a luta pela recuperação de terras usurpadas em benefício de privados e empresas multinacionais.

Condenaram nesse contexto a severa sentença judicial imposta aos líderes mapuche Héctor Llaitul, Ramón Llanquileo, Jonathan Huillical e José Huenuche por um tribunal da cidade de Cañete, região da Araucania, e que os castiga com penas entre 20 e 25 anos de prisão.

Rejeitamos categoricamente o ditâme emitido pelo tribunal oral de Cañete por considerar que este carece de legitimidade e só busca calar as vozes dos que exigem a devolução dos territórios ocupados pelo Estado do Chile, assinalou um comunicado da Identidade Territorial Lafkenche.

Os identificados historicamente como mapuches da costa (Lafkenche) consideraram a mencionada acusação como um processo político, probatório da indefensibilidade dos mapuche frente à justiça chilena.

Questionaram em particular os procedimentos da Promotoria, à qual acusaram de inventar delitos, testemunhas, provas e de fabricar auto-atentados para satisfazer os interesses das empresas florestais e latifundistas.

A comunidade Lafkenche se solidarizou também com a greve de fome que fazem há duas semanas os quatro comuneiros mapuches condenados em exigência de um processo justo e contra à aplicação em suas causas da lei antiterrorista, norma imposta durante o regime de Augusto Pinochet (1973-1990).

Participaremos nas mobilizações que forem necessárias até que nossos irmãos regressem com suas famílias, esposas e filhos, de onde a cobiça dos poderosos os arrancou, destacou a mensagem dos representantes mapuche, transmitido pelo sítio digital Mapuexpress.

Hoje foi informada também uma carta da Pastoral Mapuche de Santiago, que impugna a utilização pelo Ministério Público da lei antiterrorista para condenar aos sindicados como líderes da Coordenadora Arauco Malleco (CAM), sentenciados depois de um polêmico caso de atentado à autoridade" em 2008, alusivo ao promotor chileno Mario Elgueta.

Fica a justificada dúvida de se talvez não se estará realizando uma "condenação exemplificadora", conseguida através de um processo bastante questionável, com a ilusão de que encarcerando aos membros da CAM se conseguirá a paz no chamado conflito mapuche", apontou a carta.

Advertiu o documento da Pastoral Mapuche que tal proceder só pode gerar maior radicalização da luta dos povos originários.

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