quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Documentos revelam que Kadafi, CIA e MI-6 eram “sócios do horror”

Escrito por Atilio A. Boron

Título original: “Socios del horror”

Dias atrás, o correspondente do jornal londrino The Independent estabelecido em Trípoli trouxe à luz uma série de documentos que havia encontrado em um escritório governamental, abandonados no desespero pelos seus ocupantes. Essa matéria traz uma luz de cegar os olhos para quem crê que para se opor e condenar o criminoso ataque aéreo da OTAN sobre a Líbia é necessário enaltecer a figura de Kadafi e ocultar seus crimes, até convertê-lo em um socialista exemplar e ardente inimigo do imperialismo.

O gabinete em questão era de Moussa Koussa, ex-ministro das Relações Exteriores de Kadafi, homem da mais absoluta confiança deste e, anteriormente, chefe do aparato de segurança do líder líbio. Como se recordará sempre, nem bem estourou a revolta em Benghazi, Koussa desertou e surpreendentemente se mandou pra Londres. Apesar das numerosas acusações que existiam contra ele por torturas e desaparecimentos de milhares de vítimas, o homem não foi incomodado pelas sempre tão alertas autoridades britânicas e em pouco tempo esfumou-se.

Agora se suspeita que seus dias transcorriam sob proteção de alguma das ferozes autocracias do Golfo Pérsico. A papelada descoberta pelo correspondente do Independent ajuda a entender por que. Os documentos evidenciam os estreitos e cordiais laços existentes entre o regime de Kadafi, a CIA e o MI-6, os serviços de espionagem estadunidense e britânico, respectivamente. Graças a esse vínculo, Washington levou a Líbia pessoas suspeitas de terrorismo – ou colaboração no mesmo sentido – para serem submetidas a sessões especiais de “interrogatórios reforçados”, um eufemismo pouco sutil para se referir à tortura. Graças ao apoio de um governo como o de Kadafi, que havia jogado fora suas antigas convicções, George W. Bush pôde superar as limitações estabelecidas pela sua própria legislação em relação aos tipos de tormentos “aceitáveis” em uma confissão. Leia mais

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