quarta-feira, 14 de setembro de 2011

ECONOMISTAS RESPONSABILIZAM AUSÊNCIA DE REGULAÇÃO DOS MERCADOS PELAS CRISES DE 2008 E 2009 E ALERTAM PARA AGRAVAMENTO DA ATUAL

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Economistas reunidos no debate “Neoliberalismo: um colapso inconcluso”, organizado pela agência Carta Maior discutiram as causas e as implicações das duas últimas grandes crises econômicas internacionais: a de 2008 e a de 2009, cujas implicações estão sendo sentidas nos dias atuais.

O alvo dos economistas, como o próprio nome do debate leva a concluir, foi a política neoliberal e a ausência de mecanismos de controle e regulação que, segundo eles, se não tivesse impedido, ao menos reduziria o impacto das recentes crises financeiras.

Luiz Gonzaga Belluzzo, professor titular do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) lembrou no debate que é preciso situar corretamente o neoliberalismo como uma “política que se opõe a um momento onde as forças políticas nascidas da Segunda Guerra Mundial decidiram ‘domesticar’ o capitalismo”.

Os direitos trabalhistas e as políticas de bem estar social são algumas das tentativas de domesticar o capitalismo que passaram a ser implantadas, principalmente no pós-guerra, para tentar reconstruir um mundo praticamente em ruínas. O mesmo aconteceu depois da crise de 1929, por exemplo. No entanto, o decorrer da história acabou sendo pautado pela dominância da onda neoliberal e por uma desregulamentação dos mercados ao redor do mundo.

O fato é que, como lembra o economista, “essas políticas neoliberais não redundaram em melhoria de renda nem em crescimento econômico”; e o resultado de um mundo que não aprendeu com os próprios erros está aí, basta ter olhos para ver.

Veja texto sobre o assunto publicado pela Rede Brasil Atual

Para economistas, falta de regulação traz risco de agravamento da crise externa

Por João Peres

São Paulo – As faltas de regulamentação e de limites para a circulação de dinheiro em mercados financeiros do mundo são responsáveis pela crise econômica internacional de 2008 e 2009 e por seu desdobramento atual. Na tarde desta segunda-feira (12), o debate “Neoliberalismo: um colapso inconcluso”, organizado pela agência Carta Maior, reúniu economistas para discutir o cenário de crise internacional.

A ausência de mecanismos de controle traz risco de que o impacto atual seja até mais grave do que o visto há três anos, quando quebras de bancos nos Estados Unidos e na Europa provocaram uma onda de pacotes de socorro a empresas “grandes demais para quebrar”. O mais preocupante é que, a esta altura, os Estados já não contam com as alternativas que foram testadas antes – e falharam.

Luiz Gonzaga Belluzzo, professor titular do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), definiu o alvo das críticas. “Quando falamos em neoliberalismo, estamos falando de um conjunto de convicções e de políticas executadas a partir de determinado período. É uma política que se opõe a um momento em que as forças políticas nascidas da Segunda Guerra Mundial decidiram ‘domesticar’ o capitalismo”, explica.

A referência é ao cenário político encontrado nos Estados Unidos depois da crise de 1929, e na Europa, a partir do fim da década de 1940. Se até esses períodos predominavam tendências liberais, que acreditavam que o mercado se regularia sozinho, a social-democracia, de centro-esquerda, e mesmo a democracia cristã, de centro-direita, passaram a construir e a manter políticas de bem-estar social, principalmente em países europeus. Direitos trabalhistas e seguridade social compõem os principais pilares do que Belluzzo considera como tentativa de conter a selvageria do capitalismo. No caso dos Estados Unidos, restrições ao sistema financeiro e agências reguladoras para diferentes setores da economia foram criadas. (Texto completo)

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