sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Área de manancial invadida é desocupada

do paranaonline

Mais de mil policiais militares de diversos batalhões cercaram na manhã de ontem o terreno de manancial que fica à margem da Rodovia João Leopoldo Jacomel, no Jardim Guarituba, em Piraquara, invadido em outubro por cerca de 300 famílias.

Eles prestaram apoio aos oficiais de justiça que cumpriram o mandado de reintegração de posse, expedido em 20 de outubro pela juíza de direito de Piraquara Diocélia da Graça Mesquita Fávaro.

O mandado demorou para ser cumprido porque a Secretaria Estadual de Segurança Pública tentou realizar um trabalho de mediação. "Foram feitas rodadas de negociação para que os moradores saíssem antes do emprego da força policial. Como eles não acataram a orientação, aguardamos até o último dia e então empregamos todo esse efetivo", explica o porta-voz da operação, tenente Periguary Dias Fortes.


De acordo com ele, a operação persistirá até que o último barraco seja desmontado. Os trabalhos de retirada dos moradores tiveram atrasos devido à chuva.

"Cercamos toda a área para que pudéssemos ter sob nossa tutela os moradores, para que eles saíssem da área em segurança. As famílias foram notificadas da decisão judicial e foram saindo pacificamente", ressalta o tenente.

Prisões

Dois homens foram presos pela equipe policial. Um deles, conhecido por "Lulinha", era o líder da invasão e foi acusado de desacatar um oficial de justiça e resistir à ordem judicial de desocupação. O outro preso era foragido da Delegacia de Colombo e foi flagrado nas imediações do Jardim Holandês.

A área invadida faz parte do aquífero do Irai, que corresponde a 70% da área potável consumida em Curitiba. Por este motivo, "Lulinha" recebeu da Força Verde uma autuação administrativa por dificultar a regeneração de vegetação nativa em área de preservação permanente, mediante a construção dos 143 barracos na área de 8,3 hectares. Foi lavrado um termo circunstanciado de crime ambiental contra o manifestante, que poderá ser condenado a pagar R$ 5 mil por hectare de área obstruída.

De acordo com o secretário do meio ambiente de Piraquara, Gilmar Clavisso, já existem projetos para que a área não fique desocupada. "Lá não pode ter nenhuma edificação, mas há possibilidade de instalação de chácaras para agricultura. Outra solução é criarmos parques, mas o município não tem esse recurso agora. Podemos buscar isso com mineradores", afirma.

A prefeitura cedeu caminhões para ajudar as famílias a carregar as mudanças para seus locais de origem. Todos foram cadastrados nos programas sociais de moradia da cidade. Haverá uma reunião na segunda-feira com representantes do movimento de invasão para buscar uma solução para o impasse.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Se não tiver conta no Google, opte por "Comentar como: Nome/URL", sendo que o campo URL não precisa ser preenchido.

Não serão tolerados ataques pessoais.