segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Dilma deve limitar poder do PMDB em estatais

Após definir a composição do Ministério, a presidente eleita, Dilma Rousseff, ao assumir o cargo, vai se dedicar à montagem do tabuleiro do segundo escalão mais cobiçado do governo: o comando das estatais, com a promessa de reduzir o poderio do PMDB no setor.

Ela pretende esperar apenas a eleição dos novos presidentes da Câmara e do Senado, marcada para o início de fevereiro. Nessa fase, vai definir primeiro as empresas da área energética, hoje dominadas pelos grupos do presidente do Senado, José Sarney (AP), de Jader Barbalho (PA) e do deputado Eduardo Cunha (RJ), todos do PMDB.

Dilma quer pôr nos principais postos do setor elétrico pessoas de perfil técnico e de sua confiança. Reconduzido ao Ministério de Minas e Energia, Edison Lobão admitiu recentemente que não terá autonomia para indicar todos os cargos das estatais do setor. "Não há nenhum ministério nessa condição de porteira fechada", disse Lobão.

As empresas do sistema Eletrobras têm R$ 8,1 bilhões de investimentos previstos no Orçamento de 2011. Nos últimos anos, a presidência da holding ficou sob responsabilidade de pessoas indicadas por Sarney. O atual presidente, José Antonio Muniz Lopes, é um fiel aliado do presidente do Senado. Antes de ir para a Eletrobras, presidiu a Eletronorte.

Mas o alvo número um de Dilma é Furnas. Ela avisou aos integrantes da transição que, em fevereiro, quer intervir no comando da empresa. A terceira maior verba das estatais do setor elétrico é destinada a Furnas (R$ 1,256 bilhão), que tem no comando atualmente Carlos Nadalutti, do grupo de Eduardo Cunha.

O comando de Furnas está sendo disputado pelo PMDB mineiro como opção para o senador Hélio Costa (PMDB-MG), derrotado na eleição para o governo estadual, com apoio do deputado Newton Cardoso (PMDB-MG). Dilma, contudo, usará seus próprios critérios para as indicações.

Furnas tem também o cobiçado Fundo de Pensão Real Grandeza, que movimenta um orçamento de cerca de R$ 7,1 bilhões por ano, e cujo comando já foi alvo de duras disputas tendo Cunha à frente.

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