terça-feira, 9 de novembro de 2010

Silêncio de ONU ante crise no Saara Ocidental

Nações Unidas, 9 nov (Prensa Latina) As Nações Unidas cumpriu ao amanhecer de hoje 24 horas de silêncio ante o ataque lançado por Marrocos contra um acampamento de manifestantes no Saara Ocidental.

A operação, realizada no dia anterior e imediatamente capturado os principais domínios da imprensa mundial, causando a morte de saaráuis e as tropas de várias dezenas de militares e de segurança marroquinas.

No entanto, a única reação oficial da ONU até agora se limitou a lamentar que os fatos ocorreram no mesmo dia da retomada de contatos informais entre a Frente Polisário e Marrocos, através do seu porta-voz oficial, Martin Nesirky. Trata-se da terceira rodada de reuniões informais auspiciadas pela ONU para tratar de chegar a negociações oficiais em busca de um arranjo ao conflito nesse território ocupado por Rabat desde a retirada da ex metrópole espanhola em 1975.

As duas primeiras tiveram lugar em fevereiro passado em Nova York e Viena em agosto de 2009. Dantes registraram-se quatro encontros de caráter oficial (junho e agosto de 2007 e janeiro e março de 2008).

Em seu habitual encontro diário com a imprensa acreditada ante a ONU, Nesirky disse ontem que a organização mundial busca informação para assumir uma postura concreta ante a situação criada.

Para o porta-voz, reporte-los sobre os motivos da ação, as forças empregadas, a reação no acampamento e o número de baixas entre os manifestantes e as forças de segurança são vadios e contraditórios. O ataque de Marrocos esteve dirigido contra um acampamento instalado desde faz em um mês em Gdeim Izik por mais de 20 mil saaráuis em protesto contra a ocupação marroquina do Saara Ocidental.

O passado 24 de outubro o adolescente Elgarhi Najem foi morrido pelas forças de Marrocos quando tentava aceder a esse campo.

Pouco depois da agressão de ontem, o presidente da República Árabe Democrática Saaráui e líder do Polisário, Mohamed Abdelaziz, pediu à ONU um dispositivo de segurança para proteger a civis nos territórios ocupados por Marrocos.

A solicitação foi feita com urgência ao secretário geral da ONU, Ban Ki-moon, e fundamentada nas responsabilidades que tem a organização mundial no tema do Saara Ocidental.

O titular da ONU reuniu-se faz três semanas em Rabat com o rei Mohamed VI e pouco depois o enviado especial da organização, Christopher Ross, realizou uma gira pela região em busca do reinicio das negociações.

Desde a década de 1980 as Nações Unidas respalda a realização de um plebiscito sobre autodeterminação nesse território, enquanto Marrocos lançou faz dois anos um projeto para uma chamada autonomia. Em 1991 ficou estabelecida a Missão da ONU para o Referendo no Saara Ocidental, integrada no presente por uns 230 efetivos procedentes a mais de 20 países.

Dois dias dantes do ataque contra Gdeim Izik e do reinicio dos contatos informais, o rei de Marrocos advertiu que não vai permitir modificação ou posta em dúvida da "marroquinidade" do Saara Ocidental nem mudança algum do status vigente.

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