quinta-feira, 7 de abril de 2011

CASTELO DE AREIA: A JUSTIÇA NÃO É CEGA, É CÍNICA


do blog educação e política

O psicanalista Jurandir Freire Costa nos alertava nos anos 90 sobre razão cínica. Ela agora está institucionalizada. É o cinismo forense.

Um exemplo dessa razão cínica está explícita na decisão do STJ de anular as provas da operação Castelo de Areia da Polícia Federal, que descobriu um grande esquema de corrupção, propina e roubo de dinheiro público.

Com isso, o Superior Tribunal de Justiça anuncia: Pode roubar, desde que a denúncia seja anônima!! (verbo roubar aqui no sentido genérico) É caso de hospício. Talvez por isso o psicanalista Jurandir Freire Costa faça sentido nesse entendimento.

O STJ mantém uma certa tradição jurídica brasileira que é descobrir algum procedimento para impedir que a elite corrupta seja punida. Se não me engando, há alguns meses um membro do Supremo anulou o processo de um assassino porque algemaram réu diante do tribunal.

Essa é a Justiça Cínica porque decide não sobre o conteúdo, mas sobre a forma. Para a Justiça, é mais importante o copo, e não o ato de tomar água para matar a sede.

Veja, não há um procedimento equivocado na investigação que tenha levantado suspeitas sobre a existência de crime, correndo-se o risco de condenar um inocente. O problema é que a investigação não poderia ser feita, apesar de evidenciar um dano grave ao povo brasileiro. É espantoso!

Essa é uma Justiça Cínica porque não é moral, não é ética, não é justa, não é digna. É cínica por que esse tipo de procedimento é subterfúgio para não levar grupos que corrompem o país nem a julgamento. Vejam só: nem a julgamento.

Prestem atenção: não é ter um julgamento justo; é impedir que cheguem a julgamento. Parece caso de hospício, mas é cinismo.

Repito, o problema da democracia brasileira não é a corrupção dos políticos. É a justiça, A Cínica.

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