terça-feira, 5 de abril de 2011

PMDB pressiona por cargos para Maranhão e Pessutti

O PMDB voltou a ameaçar o governo de retaliação, se o Palácio do Planalto não apressar a nomeação dos nomes indicados pelo partido para ocupar cargos no primeiro escalão.

Valor Econômico


A advertência dos pemedebista foi feita ao ministro Antônio Palocci (Casa Civil) em reunião realizada logo após a missa de corpo presente em memória do ex-vice-presidente José Alencar, velado no salão nobre do palácio.

Na reunião, Palocci tentou tranquilizar os pemedebista e confirmou aos presentes a nomeação de Sérgio Dâmaso para a presidência o presidente do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM). Sérgio é superintendente em Minas e tem apoio da bancada mineira do partido. O PMDB pediu pressa na definição do destino de José Maranhão (ex-governador da Paraíba), Orlando Pessuti (ex-governador do Paraná) e de Hélio Costa (ex-senador e candidato ao governo por Minas Gerais).

"Estamos no quarto mês de governo, não dá para esperar mais", alertou ao Valor um lider do partido. Da reunião com Palocci participaram o vice Michel Temer, o presidente do Senado, José Sarney, os líderes na Câmara (Henrique Alves), do Senado (Renan Calheiros) e o líder do governo no Senado (Romero Jucá).

Uma fonte do partido afirmou que a demora do governo Dilma Rousseff na definição dos cargos é ruim para a administração federal e para os partidos aliados. Segundo esse pemedebista, "quem está no cargo fica inseguro para desenvolver projetos por não saber se continuará; e quem é cotado fica ansioso por não saber quando chegará a hora de assumir".

Palocci ouviu os argumentos do grupo com atenção, segundo um dos presentes. O encontro que durou aproximadamente vinte minutos. O ministro da Casa Civil ponderou que as nomeações estão sendo feitas na medida do possível e sinalizou que deve haver novidades nos próximos dias - a presidente Dilma Rousseff embarca para a China no fim desta semana.

Na lista pemedebista, os nomes que têm preferência são José Maranhão (ex-governador da Paraíba) e Orlando Pessuti (ex-governador do Paraná). Ambos teriam, na opinião dos interlocutores do partido, bases estaduais importantes para ajudar na governabilidade de Dilma.

Maranhão foi derrotado por Ricardo Coutinho na disputa pela reeleição na Paraíba. Ele já foi cotado para a Caixa Econômica Federal e para o Banco do Brasil. Acabou ficando de fora de ambos. Palocci explicou que o governo não teria como indicar Maranhão e o ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) para o mesmo banco público. Geddel tornou-se vice-presidente de pessoa jurídica da Caixa.

A saída para Maranhão passa a ser a presidência da Embratur, mas será preciso destituir o atual presidente, Mário Moysés, ligado ao PT, uma engenharia política ainda de difícil construção. A situação de Orlando Pessuti é mais fácil: ele poderá ser nomeado para uma diretoria em Itaipu. Já o caso de Hélio Costa é mais complicado. A pressão por seu nome vem exclusivamente da bancada de senadores do partido. Os deputados mineiros pemedebistas sentem-se contemplados com Dâmaso.

Os defensores de Costa alegam que o petista Fernando Pimentel - que perdeu a eleição para senador em Minas - foi indicado para o Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio. Logo, Costa - que perdeu a eleição para o governo de Minas - também tem o mesmo direito de ocupar a máquina federal.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Se não tiver conta no Google, opte por "Comentar como: Nome/URL", sendo que o campo URL não precisa ser preenchido.

Não serão tolerados ataques pessoais.