Do Jornal Hora do Povo Onda de suicídios na Espanha frente aos despejos faz bancos sustar novas ordens Após quatro suicídios cometidos por espanhóis prestes a serem despejados, que causaram comoção no país, a Associação Espanhola de Bancos concordou na segunda-feira (12) em paralisar as ordens de despejo em casos de “profunda necessidade”. A medida foi anunciada por 89 bancos espanhóis e estrangeiros e terá a duração de dois anos. Mais de 400 mil famílias já foram despejadas e outros 200 mil processos de despejo estão em curso no país. Nos protestos, os manifestantes têm denunciado que “não é suicídio, é homicídio”. O próprio governo Rajoy aceitou modificar a lei de despejos, considerada a mais daninha da União Europeia. Amaia Egaña, uma desempregada espanhola de 53 anos se suicidou enquanto a comissão judicial subia as escadas de seu prédio para realizar o seu despejo. A vitima era casada e tinha um filho de 21 anos. Estava sem trabalho após 30 anos em uma empresa de transportes em Barakaldo, região de vasta tradição sindical. Os manifestantes chamavam ao governo e aos bancos de “assassinos”, e denunciaram que a justiça só funciona para o bem dos bancos. Para o porta voz da entidade Parem com os Despejos, a “sociedade está em estado de depressão, os juízes estão muito irritados e os psicólogos sobrecarregados, porque as pessoas não têm onde dormir” em decorrência do drama social que vive a Espanha com a questão dos despejos que sacrificam os trabalhadores em benefício exclusivo dos bancos. Para o Conselho Geral do Poder Judiciário os bancos possuem um “procedimento privilegiado e extremamente agressivo” para cobrar suas dívidas, o que torna a situação “alarmante”. As negociações tiveram inicio entre o governo e o Partido Socialista Obrero Espanhol (PSOE). O “princípio de acordo” visa proteger as “famílias mais vulneráveis” da sanha dos bancos. O incidente provocou comoção nacional e reuniu milhares de manifestantes, sobretudo na localidade de Barakaldo. A lei de despejos espanhola, baseada na execução de hipotecas bancárias, foi considerada ilegal nessa quinta-feira (08) pelo Tribunal de Justiça da União Europeia. Para o tribunal, a lei “viola as normas comunitárias de proteção ao consumidor devido a cláusulas abusivas”.
quarta-feira, 14 de novembro de 2012
ESPANHA - CAPITALISMO PROVOCA ONDA DE SUICÍDIOS
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