quarta-feira, 14 de novembro de 2012

ESPANHA - CAPITALISMO PROVOCA ONDA DE SUICÍDIOS

Do Jornal Hora do Povo
 
Onda de suicídios na Espanha frente aos despejos faz bancos sustar novas ordens
 
Após quatro suicídios cometidos por espanhóis prestes a serem
despejados, que causaram comoção no país, a Associação Espanhola de
Bancos concordou na segunda-feira (12) em paralisar as ordens de
despejo em casos de “profunda necessidade”. A medida foi anunciada por
89 bancos espanhóis e estrangeiros e terá a duração de dois anos. Mais
de 400 mil famílias já foram despejadas e outros 200 mil processos de
despejo estão em curso no país. Nos protestos, os manifestantes têm
denunciado que “não é suicídio, é homicídio”.
 
O próprio governo Rajoy aceitou modificar a lei de despejos,
considerada a mais daninha da União Europeia. Amaia Egaña, uma
desempregada espanhola de 53 anos se suicidou enquanto a comissão
judicial subia as escadas de seu prédio para realizar o seu despejo. A
vitima era casada e tinha um filho de 21 anos. Estava sem trabalho
após 30 anos em uma empresa de transportes em Barakaldo, região de
vasta tradição sindical.
 
Os manifestantes chamavam ao governo e aos bancos de “assassinos”, e
denunciaram que a justiça só funciona para o bem dos bancos. Para o
porta voz da entidade Parem com os Despejos, a “sociedade está em
estado de depressão, os juízes estão muito irritados e os psicólogos
sobrecarregados, porque as pessoas não têm onde dormir” em decorrência
do drama social que vive a Espanha com a questão dos despejos que
sacrificam os trabalhadores em benefício exclusivo dos bancos. Para o
Conselho Geral do Poder Judiciário os bancos possuem um “procedimento
privilegiado e extremamente agressivo” para cobrar suas dívidas, o que
torna a situação “alarmante”.
 
As negociações tiveram inicio entre o governo e o Partido Socialista
Obrero Espanhol (PSOE). O “princípio de acordo” visa proteger as
“famílias mais vulneráveis” da sanha dos bancos. O incidente provocou
comoção nacional e reuniu milhares de manifestantes, sobretudo na
localidade de Barakaldo. A lei de despejos espanhola, baseada na
execução de hipotecas bancárias, foi considerada ilegal nessa
quinta-feira (08) pelo Tribunal de Justiça da União Europeia. Para o
tribunal, a lei “viola as normas comunitárias de proteção ao
consumidor devido a cláusulas abusivas”.

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