Metendo os Peitos: Análise da Rodada

por Carolaine

Goleadas, times perdendo suas invencibilidades e outros mantendo sua inoperância, visitantes indigestos e nenhum empate; assim foi a sexta rodada do Campeonato Brasileiro. A supremacia paulista ainda vigora na tabela, no entanto o fim de semana foi dos cariocas, todos vencedores em seus confrontos. No Brasil os argentinos fizeram a festa, diferente dos jogadores do rebaixado River Plate, por aqui Montillo, Conca e D'Alessandro comemoram seus tentos.

Flamengo 4 x 1 Atlético Mineiro – O primeiro tempo anunciava mais uma partida sem graça, com direito às vaias da torcida flamenguista. Parecia que erraríamos feio e ninguém ganharia, nenhuma estrela voltaria a brilhar. Porém, a reação da massa rubro-negra mudaria bruscamente no segundo tempo, quando o jogo finalmente engrenou. O Galo voltou diferente para a etapa final, sem Magno Alves que estava totalmente apagado no jogo, e saiu na frente com um gol de Dudu Cearense. Então, quando o momento parecia melhor para o time de Minas, reapareceu a genialidade dos bons tempos de Ronaldinho Gaúcho. O belíssimo gol marcado aos 21 minutos mudou a cara do jogo. O adversário se abateu, não reagiu e tomou mais três, um de Thiago Neves e dois de Deivid, sacramentando as pazes do time com a torcida e seus aplausos.

Atlético Paranaense 0 x 2 Bahia – O Furacão realmente não passa mais de uma leve brisa. Como previmos, o time baiano complicou ainda mais a situação rubro-negra e derrubou o técnico Adilson Batista. Mesmo tentando exaustivamente, com Baier chegando perto de conseguir, o time paranaense não passou pelo goleiro Marcelo Lomba e sofreu com os contra-ataques do Tricolor. Com gols de Marcone e Lulinha o Bahia conseguiu sua segunda vitória, consecutiva e fora de casa. Já o Atlético permanece apenas com um ponto, um gol e uma dor de cabeça daquelas.

Cruzeiro 2 x 1 Coritiba – O Cruzeiro finalmente venceu uma partida! A torcida agradece, grita “Joel, Joel!” e, antes tarde do que nunca, vai para casa mais tranquila. Mas não foi fácil. Como esperávamos o jogo foi corrido, suado, com o Coxa pressionando e chegando perto de abrir o placar com Bill. Na sequência foi a vez de Montillo desperdiçar. Depois do intervalo a correria foi ainda maior. Dudu, que havia entrado no lugar de Henrique (machucado), sofreu o pênalti convertido por Montillo. Nesse momento finalmente Marcelo Oliveira coloca Marcos Aurélio em campo, e este já entra dando trabalho para o goleiro Fábio, que defendeu duas, mas na terceira a bola entrou. Gol de Marcos Aurélio. Empate merecido do Coxa, para desespero de Joel na beira do campo. Mas a aflição do técnico estreante não durou muito, pois Dudu apareceu bem novamente e cruzou para Montillo marcar mais um e fechar o placar. Bom começo para Joel, que tem time para buscar a recuperação na competição, assim como Marcelo Oliveira.

Corinthians 5 x 0 São Paulo – O Clássico Majestoso teve um placar histórico e inesperado até para os corintianos mais otimistas! Fazer cinco gols em Rogério Ceni! A fiel torcida vai comemorar eternamente. O jogo foi muito bom, como o previsto, mas somente para um lado. Durante o primeiro tempo o Tricolor segurou bem a gana Alvinegra, mas com a expulsão de Carlinhos Paraíba aos 40 minutos, o jogo começou a ficar mais complicado para o líder do Campeonato. Rogério Ceni também conseguiu um amarelo por reclamar da expulsão do companheiro. Então veio o segundo tempo e teve início o massacre. Danilo abriu o placar com um belo gol, deixando o zagueiro e o goleiro adversário no chão. Aos 8 minutos foi a vez de Liédson acabar com seu longo jejum e balançar a rede, pela primeira vez, porque pouco mais de cinco minutos depois ele fez mais um. Com 3x0 no placar o São Paulo fazia mera figuração em campo, completamente perdido, sentindo profundamente a falta de seus titulares. Mas o Corinthians não achou suficiente, permaneceu no ataque e Liédson fez o terceiro dele, para espantar de vez a zica da ausência de gols que o perseguia desde a estréia do Campeonato, contra o Grêmio. Carpegiani mudou apenas na lateral e no ataque, a zaga sofreu os 90 minutos. Para selar a vergonhosa derrota ainda coube mais um. Em chute de longa distância Jorge Henrique deixou Ceni procurando a bola até agora.

Botafogo 2 x 1 Grêmio – O Botafogo começou melhor a partida. Pressionando mas sem conseguir marcar, quase foi surpreendido em dois lances onde o Grêmio poderia muito bem ter começado na frente. O Tricolor Gaúcho desperdiçava as poucas chances que apareciam e no segundo tempo ainda teve um jogador expulso. Com um a mais o Botafogo voltou a pressionar e logo marcou o primeiro com Marcelo Mattos, que desviou uma bomba chutada por Elkeson. Aos 32 minutos do segundo tempo o jogo foi interrompido. Pela terceira vez no ano houve queda de energia no Engenhão e a partida ficou paralisada por 22 minutos. Poucos minutos após o reinício do jogo Elkeson marcou o seu. Na ausência de Loco Abreu o garoto vai garantindo seu espaço como novo ídolo da torcida. O Grêmio ainda conseguiu diminuir com um gol quase sem querer de Rafael Marques, mas não passou disso e o Botafogo confirmou sua invencibilidade como mandante até o momento.

Avaí 0 x 1 Fluminense – Flertando com o fundo do abismo, o Avaí segue com uma campanha que já os credencia ao rebaixamento. Sim, é cedo ainda, mas o trabalho por lá será árduo e a necessidade de reforços é urgente. O Fluminense dominou o primeiro tempo e marcou com o destaque da partida; Conca. O argentino teve espaço e mostrou que aos poucos está recuperando o bom futebol. Ao menos é o que espera a sua torcida, pois apesar da vitória o time das Laranjeiras, com a exceção de Conca, a equipe não foi tão convincente no futebol como na vontade. Com a expulsão de Rafael Moura o time catarinense até chegou perto de igualar o placar, mas Cavalieri teve boa atuação novamente e assegurou a primeira vitória com Abel Braga no comando.

Ceará 2 x 0 Palmeiras – A queda de mais um invicto do Brasileirão ocasionou um fato curioso. Quem diria que a torcida Alviverde um dia sentiria a falta de Luan! O jogador desacreditado e cornetado, seguidamente atacado pelos torcedores, mas sempre defendido por Felipão, fez mesmo falta na partida, pela boa fase que vive. O Palmeiras até começou melhor no jogo, mas depois de sofrer o primeiro gol ficou lento e passivo. O Ceará por sua vez só cresceu e aumentou ainda na primeira etapa. O segundo tempo foi dos goleiros e das traves. O placar não se alterou, o Ceará soube administrar a vitória e garantiu alguma tranquilidade para a continuidade de Vagner Mancini na competição.

Internacional 4 x 1 Figueirense – A terceira goleada da rodada e segunda aplicada pelo Colorado na competição chegou em boa hora para Paulo Roberto Falcão. O Inter vinha de dois empates e ainda sem vitórias no Beira Rio, mas quebrou o gelo da noite e da torcida apreensiva logo no começo. Mostrando o futebol de que o elenco é capaz, o time dominou o adversário e desmontou sua zaga, que tomou mais gols neste jogo do que em todas as outras rodadas juntas. D’Alessandro deu os passes para os dois gols do primeiro tempo, de Bolívar e Oscar. Na etapa final foi a vez de Damião e Ricardo Goulart marcarem os seus. O goleiro Muriel, que havia passado o jogo todo como espectador, não teve chance de defesa na bola despretensiosa de Wellington Nem, que diminuiu para o time catarinense.

Atlético Goianiense 0 x 1 Vasco – Com um gol relâmpago marcado por Felipe antes mesmo dos anfitriões pegarem na bola, o Vasco mantém a fama de visitante indigesto. Jogando fora de seus domínios perdeu apenas para o Coritiba, quando ambos jogavam ainda com os reservas. A partida no Serra Dourada poderia ter sido diferente para o Dragão, pois o time da Colina optou por uma postura mais defensiva, esperando as oportunidades para contra-atacar, enquanto o anfitrião pressionava incansavelmente. Mas para o azar do Rubro-Negro do Cerrado a noite era do goleiro Fernando Prass, que brilhou várias vezes. Chegou até mesmo a ser comparado a Gordon Banks, defensor de uma cabeçada fulminante de Pelé na Copa de 70. Exageros à parte o goleiro foi realmente impecável e garantiu a vitória Cruzmaltina.