quarta-feira, 1 de junho de 2011

Resistência hondurenha: de olho nas eleições 2013

Adital

Resistência em Honduras anuncia criação de partido de olho nas eleições de 2013
Sub-ccordenador da FNRP avaliza propostas de Zelaya

Após o retorno do ex-presidente Manuel Zelaya a Honduras, no último dia 28 de maio, a FNRP (Frente Nacional de Resistência Popular) anunciou que iria criar um partido político, com o objetivo de ganhar as próximas eleições, em 2013. A informação foi confirmada pelo sub-coordenador da FNRP, Juan Barahona.

"O caminho para a Resistência chegar ao poder tem que ser por meio de uma Frente Ampla, onde caibam todas as organizações que integram a FNRP”, afirmou Barahona ao Opera Mundi.

Segundo ele, o primeiro passo será iniciar uma coleta de assinaturas para solicitar ao Supremo Tribunal Eleitoral o reconhecimento da organização como partido político. "Depois vamos impulsionar um plebiscito para que se convoque uma Assembleia Constituinte, e depois, vamos participar das eleições gerais", explicou o dirigente da FNRP. Esta proposta será apresentada nos próximos meses para sua aprovação diante da Assembleia Geral da FNRP, que é a autoridade máxima da entidade.

No domingo (29/05), em sua primeira entrevista coletiva desde que voltou ao país, Zelaya disse estar disposto a dirigir "a organização mais importante de Honduras desde a data da independência". Também afirmou que impulsionará alianças entre grupos políticos e organizações que integram a Resistência "para poder ter um triunfo de poder popular nas próximas eleições".

Com essas declarações ficam esclarecidas as dúvidas sobre os planos partidários de Zelaya, se ao regressar a Honduras, voltaria ao Partido Liberal ou ao processo de consolidação política da Resistência. "Me somo à Frente, sem perder minha identidade política como liberal”, afirmou.

Zelaya regressou ao país no domingo (28/05), no marco do processo de mediação e da assinatura dos Acordos de Cartagena, impulsionado pelos presidentes da Venezuela, Hugo Chávez, e da Colômbia, Juan Manuel Santos.

Oposição

A volta do ex-presidente, vítima de um golpe de Estado em junho de 2009 e suas pretensões de voltar imediatamente à atividade política, foram fortemente questionadas pela oposição. "Eu acredito que Zelaya deve se dedicar a cantar e tocar violão. Que se esqueça da política porque sua época já passou", disse a ex-deputada Irma Acosta de Fortín.

Segundo Roberto Micheletti, que assumiu a presidência após o golpe em 28 de junho de 2009, o povo hondurenho está pronto "para enfrentar qualquer situação de qualquer natureza". E el afirmou que "os democratas vão brigar contra os comunistas e os socialistas. Não vamos permitir que um mau discípulo de [Hugo] Chávez impere neste país".

Para o sociólogo e analista político Eugenio Sosa, a direita nacional estaria cometendo um segundo grave erro. O primeiro foi "dar um golpe de Estado sem prever a reação popular que deu origem à FNRP" e o segundo seria "subestimar a liderança de Zelaya e a força organizadora da Resistência".

Para Sosa, se estes elementos conseguem ser coerentes entre eles e estruturam uma estratégia política e de poder compartilhada, "a Resistência e Zelaya poderiam conquistar seus objetivos, o que seria algo histórico para Honduras”.

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