segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Álvado Dias: Por que não irei à reunião do PSDB em Curitiba

“A decisão a ser tomada na segunda-feira (22) não surtirá qualquer efeito legal junto ao TRE, sendo que a escolha do candidato só ocorrerá na convenção (em junho).” (Dr. Rogério de Assis, juiz da 21a. Vara Cível de Curitiba)

RAZÕES LEGAIS
Até pensei em ficar calado. Não devo em respeito aos que me indagam e até me desejam sorte na reunião do diretório do PSDB-PR, convocado para escolher o candidato ao Governo do Estado, “ad referendum” da Convenção Estadual. Não, não irei . A chamada “pré-convenção” que se realiza amanhã em Curitiba, com a ausência da maioria dos convencionais , proibidos de opinar sobre os destinos do seu partido nas eleições deste ano, é absolutamente ilegal e não surtirá qualquer efeito, como sentencia o Dr. Rogério de Assis. A reunião afronta a legislação ao desrespeitar o calendário eleitoral estabelecido. Se combato a ilegal antecipação da campanha eleitoral, como poderia compactuar com essa ilegalidade?

RAZÕES POLÍTICAS
Há também inquestionáveis razões de natureza política. O colégio eleitoral constituído para a ilegal escolha é um prêmio à desonestidade política. Muitos sabemos em que circunstâncias e de que forma foi eleito o atual diretório. Com quais condições teve seu mandato prorrogado em agosto passado. Uma delas: “A escolha do candidato se daria por pesquisa de opinião pública com aval da direção nacional”. Outra: “O comando partidário deixaria de ser comitê eleitoral de um só candidato”. Nenhuma delas foi respeitada. Agora o mais grave: a escolha por esse processo espúrio subtrai os direitos dos convencionais não convidados e sobretudo da candidatura concorrente .

AS CONSEQUÊNCIAS
A imposição do nome do prefeito Beto Richa, de forma antecipada e ilegal, arma o palanque adversário.
a) A Prefeitura de Curitiba passa para as mãos do PSB, do candidato à presidência Ciro Gomes.
b) O palanque de Dilma Rousseff passa a existir com a força da candidatura de Osmar Dias.
c) O PMDB certamente passará a ser a oportunidade desperdiçada.
d) O PSBD reduzirá expressivamente sua bancada de eleitos para a Assembléia e Câmara dos Deputados.
e) A renúncia do prefeito, sem cumprir os compromissos com a população de Curitiba, é afronta que redundará em desgaste irreversível
f) O partido passa a percorrer itinerário de dificuldades para a imprevisível conquista do Governo Estadual. A primeira perda é a da prefeitura de Curitiba, depois pode vir a do governo estadual.

CONCLUSÃO
Não estou me posicionando contra quem quer que seja dos meus companheiros. Estou a favor de um projeto de Nação que é a prioridade do povo e responsabilidade nossa também. As eventuais e legítimas ambições pessoais devem ficar à margem. O que vale mesmo é o interesse coletivo. Devemos buscar a estratégia que mais nos aproxime da vitória e não dela nos distancie como alguns querem, ignorando a importância do projeto nacional. O Partido é nossa ferramenta de luta e o Paraná e o Brasil devem ser as razões de nossas preocupações. Nunca me omiti nos momentos mais importantes da história política contemporânea. Na luta pela redemocratização, no combate à corrupção, na defesa da Anistia e da Constituinte, das eleições diretas, etc. A omissão não é boa companheira, por isso assumo a responsabilidade pelas consequências de minhas atitudes. Aliás, é bom que cada um assuma a sua responsabilidade pelas consequências inevitáveis da imprudência.

Um comentário:

  1. Marcão23.2.10

    O legal disso tudo é ver o Betinho se fuuuuuuuuuu

    ResponderExcluir

Se não tiver conta no Google, opte por "Comentar como: Nome/URL", sendo que o campo URL não precisa ser preenchido.

Não serão tolerados ataques pessoais.