sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Chuvas e terremotos não matam pessoas. Edificações sim!

O que a tragédia do Haiti, os deslizamentos de terra em Angra dos Reis (RJ) e as
inundações em São Paulo podem nos ensinar neste fatídico começo de 2010?

A resposta é simples: Construir de acordo com as condições físicas, geográficas,
climáticas e culturais de cada região, pode reduzir muito o impacto tais desastres.

Em poucas palavras, construir respeitando o meio ambiente local. A moderna construção
civil tomou um rumo que se distanciou destes fatos. Constrói-se em áreas de risco sem
licença ambiental ou, quando as mesmas existem, geralmente são liberadas por interesses
políticos e financeiros! Sem dizer que se constrói em Manaus, Salvador e Porto Alegre,
como se fosse um único lugar. Além do desconforto das edificações do aspecto térmico,
se tem um padrão de construção que não respeita a o clima e a cultura local, que em
muitos casos, possui técnicas construtivas tradicionais mais apropriadas.

Afinal para que servem anos de estudos dos profissionais envolvidos na construção, da
geologia até a engenharia e arquitetura, ou mesmo história, design e meio ambiente, se
tudo isto não é aplicado?

É preciso se assumir que construir é uma atividade interdisciplinar.
A especulação imobiliária associada à falta de programas de habitação e o descaso do
poder público em relação às normas ambientais, principalmente na costa brasileira,
colocam em risco milhares de vidas...

Eloy Casagrande Jr., PhD. Coordenador do Escritório Verde e professor da Universidade
Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR

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