quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

SP abre 2ª Central de Regeneração de CFC

Gás que destrói a camada de ozônio pode ser reciclado e utilizado em refrigeradores antigos, evitando assim seu despejo na atmosfera

PNUMA/Divulgação
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Será inaugurada nesta quinta-feira, na capital paulista, a 4ª Central de Regeneração de CFC no Brasil. Com capacidade para reciclar 1.200 toneladas da substância por ano, essa é a segunda central inaugurada no Estado de São Paulo, que sozinho abriga cerca de 35% dos 15 milhões de aparelhos refrigeradores que ainda utilizam o CFC, além de equipamentos de ar condicionado e outros aparelhos de refrigeração.

Os outros dois centros, de um total de cinco planejados, estão no Rio de Janeiro e no Recife. Somente Porto Alegre aguarda a inauguração do seu. Sozinhos, os quatro Estados selecionados correspondem por aproximadamente 60% do CFC utilizado no país.

Segundo Anderson Alves, técnico do PNUD responsável pelo projeto, a intenção desses centros de Regeneração é fazer com que o fluido possa ser reutilizado, evitando assim que, ao fazer a manutenção de refrigeradores antigos, os mecânicos deixem ele escapar para a atmosfera.

O clorofluorcaboneto (CFC), em suas diversas variantes, é um gás conhecido pelo seu alto potencial de destruição da camada de ozônio. O Protocolo de Montreal, assinado em 1987 por países das Nações Unidas, inclusive o Brasil, proíbe a fabricação e importação desses gases, para que eles sejam substituídos por alternativas menos prejudiciais ao ambiente. O Brasil não o fabrica desde 1999, e desde o começo deste ano (2010) proíbe sua importação.

Sem novas fontes para repor o CFC, as máquinas antigas devem recorrer ao CFC reciclado ou à sua substituição por um gás alternativo, como o HSC134a, que não agride a camada de ozônio mas colabora com o efeito estufa.

Regeneração

Tanto o CFC como o HSC134a podem ser reciclados nessas Centrais de Regeneração. Para que isso ocorra, eles devem ser recolhidos nas oficinas de manutenção e mandados para a central, que irá retirar todas as impurezas decorrentes de sua utilização, como óleo e partículas estranhas.

Reciclado, o gás está pronto para ser reutilizado por outros aparelhos. Segundo Alves, o preço do quilo do CFC reciclado gira em torno de R$ 90 a R$ 100. Enquanto isso, o quilo do HSC134 está por volta de R$ 30. A troca de um gás por outro, no entanto, encarece o custo final da manutenção.

Como o país parou de utilizar o CFC na fabricação de refrigeradores desde 2000, e o tempo médio de vida dos aparelhos é de 15 anos, o técnico do PNUD estima que entre 2015 e 2020 esses aparelhos estarão fora de serviço.

No entanto, a destruição do CFC só é possível através de um processo ainda caro e que não existe no país. "Para destruir o gás, custa dez dólares o quilo e hoje ainda no Brasil não existe lugar. Enquanto isso vamos guardar [o gás] até ter viabilidade técnica para a destruição ou mandar para a reciclagem", afirma.

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