quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Fórum Social Mundial - Porto Alegre, 2010.

No ano de 2001, portanto 10 anos se passaram, ocorreu o primeiro Fórum Social Mundial.
A nova edição do evento semana passada em Porto Alegre, serviu ou deveria servir também como uma avaliação, correção de rumos e indicação da sequência do mesmo.
Como observador, estive presente nesta edição do FSM.
Primeiro abordo a questão do local, da cidade. Parece mesmo que este evento “tem a cara” de Porto Alegre e vice-versa. Não sei se porque o primeiro realizou-se aqui, portanto a cidade se sente meio mãe, criadora, ou pela característica “politizada” de seus cidadãos, mas como disse, sente-se que a capital gaúcha “pulsa” o Fórum.
De uma hospitalidade excepcional, o porto-alegrense recebe o “diferente” de maneira diria até que solidária.
Evidente que empresários, especialmente do ramo de hotelaria, com uma visão “burra”, atrasada, oferecem péssimos serviços, deploráveis até, mas aproveitam o período para “esfolarem” o visitante.
É o caso por exemplo do Hotel Elevado, onde este pobre vivente penou por quatro noites e cinco dias.
Já o transporte coletivo, os taxistas, garçons, comerciários e população em geral, dão um tratamento ao Fórum e seus participantes que pode ser considerado VIP.
Na verdade, a realização do Fórum é um excelente negócio para a cidade, agita culturalmente, promove intercâmbio cosmopolita e gera divisas.
Outro aspecto interessante de Porto Alegre é seu trânsito. Curioso, apesar do aspecto caótico. Os ônibus não andam lotados, não ocorrem engarrafamentos, respeita-se o pedestre e flui naturalmente. Seria educação dos motoristas, seriam os viadutos? Bem, não sei, fato que “anda”.
Desta vez o evento foi descentralizado. Paralelamente ocorriam atividades nas cidades da região metropolitana.
Apesar de não Ter acompanhado, sento dos participantes, uma aprovação a iniciativa.
Houve também uma certa confusão, pois o evento que deveria ser para avaliação, organizações se mobilizaram, trouxeram militantes, deixando no ar um caráter meio confuso.
Forças políticas, partidos centrais, “correntes”, ONG’s de todo gênero marcaram posição.
No terreno sindical destacaram-se a CTB (Central dos Trabalhadores do Brasil) e a UGT (União Geral dos Trabalhadores). A outrora “combativa” CUT (Central Única dos Trabalhadores) amarelada, compareceu timidamente.
No aspecto do debate, nota-se claramente a busca por uma reorientação, um passo à frente, a necessidade de se criar novas pontes, mais maduras, entre os governos e os movimentos sociais.
Considera-se que há espaço para essas alternativas que tem que ser ocupadas.
Hoje pode ocorrer convergências que interessam aos “dois lados”.
Por suas características, num balanço final, os articuladores do evento consideram positivo os resultados.
De toda forma, a luta continua, para mostrar que “um novo mundo é possível...”

Paulo Aguilera – POA 29/01/2010

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