quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Empresas terão apoio contra gás poluente

Pequenos e médios fabricantes serão incentivados a trocar HCFC por alternativa que não afete camada de ozônio nem agrave aquecimento

Conheça o projeto
Saiba mais sobre o projeto Fortalecimento Institucional para a Eliminação das Substâncias que Destroem a Camada de Ozônio sob o Protocolo de Montreal, apoiado pelo PNUD.
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Projeto do PNUD ajuda Brasil contra CFC
DANIELLE BRANT
da PrimaPagina

As pequenas e médias empresas brasileiras terão consultoria para eliminar de seu processo produtivo os hidroclorofluorcarbonos (HCFCs). Usados por fabricantes de espumas, de solventes, aparelhos de ar-condicionado, geladeiras e extintores de incêndio, esses gases destroem a camada de ozônio da Terra e agravam as mudanças climáticas. Desde o final da década de 80, período em que têm substituído os clorofluorcarbonos (CFCs), seu uso aumentou sete vezes no Brasil, segundo dados do Ministério do Meio Ambiente.

O apoio será dado por meio de um programa do Ministério do Meio Ambiente e do PNUD. Como se trata de um amplo espectro de empresas, está sendo feita uma série de reuniões com entidades do setor, como a Associação Brasileira da Indústria Química e a Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres, para que elas transmitam a seus associados as linhas gerais dos projetos serão desenvolvidos.

Um destes encontros acontece nesta segunda-feira (8), em São Paulo, e explicará a empresas de sistema e distribuidores — que fabricam produtos de poliuretanos e fornecem para pequenas e médias empresas — como serão constituídos os chamados "projetos guarda-chuva", como explica Ruy de Goes, oficial de projetos do PNUD no Brasil.

O nome "projetos guarda-chuva" remete a uma célula-mãe com várias células-filhas sobre sua proteção, e é mais ou menos assim que vai funcionar este esquema. Nele, as casas de sistema e distribuidores vão agrupar clientes, e será elaborado um único projeto de conversão para atender estas firmas menores.

“A reunião será para tentar engajar as casas de sistema e distribuidores no processo de incentivar clientes a responder, até o fim de março, aos questionários sobre quanto HFCFs utilizam na produção de equipamentos, entre outros dados", afirma Goes. A ideia é fazer um levantamento de quantas empresas seriam atendidas e da quantidade de gás consumido.

As informações serão, então, remetidas ao grupo que coordena o Protocolo de Montreal, assinado em 1987 com a meta de controlar as emissões de substâncias que destroem a camada de ozônio. O resultado consolidado deve sair até o segundo semestre.

Para as grandes indústrias serão realizados projetos individuais. Cada programa, tanto para empresas de menor quanto para as de maior porte, deverá ter um consultor do PNUD para acompanhar a conversão. "Sempre que possível tentaremos colocar um consultor para cada empresa, para acompanhar caso a caso. E todo o processo, desde a inscrição até a conversão, é gratuito", destaca Goes.

Os projetos serão financiados com o dinheiro proveniente de um fundo multilateral do Protocolo de Montreal, que reúne os recursos fornecidos pelos maiores emissores mundiais de gases que degradam a camada de ozônio. O dinheiro será destinado à compra de máquinas novas que não utilizem hidroclorofluorcarbonos na produção, em troca da destruição do equipamento antigo.

"A intenção é trocar os HCFCs por hidrocarbonetos, que não destroem a camada de ozônio nem aumentam o aquecimento global", explica o oficial de projetos do PNUD. Mas isso, ressalta, vai exigir a adoção de medidas de segurança, por se tratar de um gás inflamável.

Ainda falta definir como será feito o repasse, a relação dólares-quilo de hidroclorofluorcarbonos eliminado, a data de corte das empresas (firmas fundadas a partir de que ano poderão participar), entre outras coisas, diz Ruy de Goes.

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